Nerds Também Amam escrita por Luana


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Camon girl's!
Cade vocês?
O número de leitores não condiz minimamente com os reviews que tenho recebido.
Um pouquinho de reconhecimento, please.
Boa leitura.



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Capítulo 4

Dava pra sentir o desconforto no ar. Eu estava envergonhado do dedão do pé ao último fio de cabelo. Levantei-me e analisei melhor a garota. Eu precisei olhar duas vezes para ter certeza de que era quem eu realmente pensava. Ela estava usando roupas escuras e comuns, seus óculos cobriam metade do rosto e o cabelo estava solto e lhe escondia quase todo o pouco da face que lhe estava visível. Obviamente estava tentando não parecer ser quem era. Apavorei-me quando percebi que o ser parado na porta era Isabella Swan. Ela mantinha a pose altiva de sempre, ainda se achava superior, mesmo estando ali na minha casa obviamente querendo algo de mim. Apesar da máscara de superioridade em seu rosto, eu conseguia ver um vestígio ínfimo de vergonha, algo próximo ao sentimento de humilhação. Eu podia ver isso de longe, era um sentimento muito conhecido por mim, várias vezes já me deparei com ele ao me olhar no espelho. Ela retirou os óculos, ajeitou os cabelos e me encarou.
Apesar da situação, não pude deixar de admirar a firmeza com que sustentava meu olhar, ela não desviava, não fraquejava, não se deixaria humilhar.

 – Isso é no mínimo suspeito, Swan. Qual é a pegadinha? Jacob vai sair correndo da floresta ali atrás e me jogará outro pedaço de bolo? – perguntei-lhe com algum sarcasmo na voz.

 – Hum.. Não, nenhuma pegadinha. Não sabia que nerds eram hostis em seu habitat natural.  – ao dizer isso, ela me surpreendeu. Eu não esperava uma resposta dela, mal imaginava que ela soubesse o que era um habitat natural.

Eu podia sentir o quanto ela me achava patético, o quanto ela tinha medo de ser vista aqui, mas algo a fazia permanecer. Decidi terminar tudo mais rápido e perguntar logo.

– O que faz aqui, sinceramente? De todos os lugares do mundo, esse é o único no qual ninguém nunca te imaginaria.

Encarei-a por mais um tempo, tentando enxergar aquilo que me fugia nas poucas vezes em que nossos olhares se cruzavam. Talvez a estivesse encarando com intensidade demais, pois ela começou a se remexer e, pela primeira vez, desviou o olhar. O desconforto dela foi tão grande que quase me senti culpado. Quase.

– E então? – insisti mais um pouco.

– Eu... Bem.. Eu preciso de sua ajuda.

– Eu não sou burro, lembra Swan? Isso está muito claro para mim, quero saber por que acha que eu iria te ajudar. – talvez fosse grosseria falar assim, mas eu sofri muito por causa dos “populares”, eles simplesmente não tinham o direito de chegar aqui e pedir ajuda.

– Eu sei.. Eu posso entrar? – perguntou ela olhando nervosamente para os lados.

Apenas depois de falar isso eu lembrei que meus amigos estavam lá dentro, boquiabertos e esperando uma explicação.

– Um minuto Swan. – e sem esperar, me virei e fui em direção a sala. Chegando lá, vi Em, Rose e Jazz arrumando suas coisas. – Aonde vocês vão, pessoal?
– Embora né, Edward! Você tem visitas – Emmet foi brincalhão, mas o olhar de Rose era reprovador. Jazz estava no mundo da lua, como sempre.
– Ela não é visita nada. Nem sei porque está aqui! – disse tentando fazê-los parar.
– Ok, Ed.. Depois a gente conversa. – e dizendo isso Rose saiu pela porta, seguida pelos outros dois.

Suspirando me virei para Swan e a mandei entrar.
– Acho que seus amigos não gostam muito de mim. – disse ela, casualmente.
– Talvez seja difícil de acreditar, mas existem pessoas que se sentem assim. – respondi secamente.
– E você é uma dessas pessoas – não sei se ela queria saber mesmo, mas não me dei ao trabalho de responder, apenas esperei que prosseguisse – Eu fiquei sabendo que você faz documentários para concorrer ao festival de cinema entre as escolas.
– Eu não pretendo concorrer este ano. Não tenho um bom tema. – respondi-lhe dando de ombros.
– Eu preciso de ajuda para ganhar o título de rainha do baile da primavera.. Se você fizesse um documentário sobre mim, talvez eu tivesse mais chances. – Isabella disse isso olhando pela janela, mas eu podia notar o quanto lhe era desagradável confessar.
– Minha ajuda? Para ganhar o baile? Isabella Swan, A popular da escola filha de Charlie Swan, o homem mais rico que já pisou por essas redondezas vem dizer que precisa da MINHA ajuda para ganhar qualquer coisa? – destilando sarcasmo dei uma risada seca. – Poupe-me Swan, você não precisa de mais nada pra aumentar seu ego. Você ganha sem minha ajuda.
– Pode ao menos pensar? É horrível ter que admitir, mas Lauren vem ganhando território, dá pra acreditar? Lauren, aquela sem sal que não tem um pingo de senso de moda. – após uns segundos de papo furado ela pareceu notar quem estava a sua frente e parou de falar abobrinhas. – Pode fazer isso? Eu pago, se você quiser.

Aquela pergunta me insultou. Nem por todo dinheiro do mundo eu faria um documentário para falar de Isabella Swan. Seria total desperdício de talento.

– Sinto muito, mas vou ter que pedir que saia da minha casa, Isabella. Não me importo com seu dinheiro, nem com suas briguinhas estúpidas por popularidade Na verdade, não me importo com nada do que vem de você e seu grupinho de amigos. Passar bem. – e dizendo isso fechei a porta na cara de uma Isabella Swan totalmente descrente.

Joguei-me no sofá e refleti sobre o que tinha acabado de acontecer. Talvez eu não estivesse no meu mundo, talvez tivesse sido sugado por um buraco de minhoca, assim viajando pelo espaço-tempo e sendo lançado em um universo paralelo onde existe uma realidade alternativa em que Isabella Swan não é popular e sua única chance de sucesso se chama Edward Cullen. Eu ri com o pensamento, que era bizarro demais até para os meus filmes de ficção. A vida em Forks sempre fora essa, os populares sempre foram os mesmos, os nerds atormentados também... não havia mudanças.
Isabella estava preocupada com a ascensão de Lauren, o que para ela deveria ser o fim do mundo. Lauren Mallory era uma moça bonita, cabelos louros e compridos, olhos azuis e, aparentemente, simpática. Apenas aparentemente, é claro. Seu pai era rico, quase tanto quanto o da Swan, mas elas não eram amigas, não mesmo. Viviam se alfinetando por baixo dos panos, com “bons modos”. Não era algo com o que eu quisesse me envolver.
Resolvi ir ao meu quarto e tentar falar com meus amigos, explicar a situação. Liguei o notebook e me conectei. Estavam todos on-line. Chamei-os para uma chamada de vídeo e esperei que respondessem.

– Olhem, vejam se não é o mais novo amigo de Isabella Swan quem nos chama? Estamos importantes galera! – Emmet estava só brincando, mas algo naquilo me incomodou. Sua provocação logo foi seguida pela de Jasper.

– E aí cara. O que foi aquilo? Desde quando a rainha dos zumbis populares vai na tua casa?
– É Edward. Quando foi que você se juntou ao lado negro da força? – reforçou Rose com sua versão miniatura de sabre de luz em mãos.

Pedi desculpas pelo ocorrido e expliquei o que aconteceu. Desde minha total falta de conhecimento dá ida de Swan a minha casa até sua proposta e minha negativa. Rose tinha uma sobrancelha arqueada e sua expressão era de puro deboche. Jasper parecia achar indiferente e Emmet parecia estranhamente animado.

– Essa chance é imperdível, cara! Como você pode recusar isso?

– Bebeu Emmet? O que o Edward ganha com isso? Não acredito que você quer o dinheiro daquela garota! – Emmet repreendeu-o fortemente.

Eu tinha a leve impressão de que ela sentia algo por ele, mas nunca tive coragem de perguntar. Emmet por sua vez, não tinha o menor tino para essas coisas, tanto que nunca percebeu.
– Claro que não, Rose – seu tom de voz parecia ofendido – Apenas acho que seria uma oportunidade única de fazer um relato frio e imparcial sobre a realidade dos populares. Quem eles são realmente? O que escondem por baixo de tantos sorrisos e festas caras?

Talvez Emmet não estivesse errado. Nunca havíamos feito nada do tipo, eu poderia enfim ganhar o prêmio do festival! Mas será que valia a pena? O universo popular era traiçoeiro.

– Não sei Emm.. Será que seria uma boa? – eu duvidava um pouco disso.

– Faça o que o Emmet diz, Edward. Um documentário sobre a realidade nua e crua de como é a personalidade fútil e volúvel dos populares. Isso é perfeito – as vezes Rosalie me assusta, sinceramente.

– Então tá decidido cara. Avante com o documentário, se precisar estamos aí! – e dizendo isso, Jasper se desconectou.

Um por um eles saíram e eu fiquei ali, pensando em que encrenca eu fui me meter. Talvez agora as coisas fossem mais fáceis pra mim, ou tremendamente mais difíceis. Dei uma pesquisada no Google e logo encontrei o que eu queria. A maneira como essas pessoas gostam de expor a si e seus dados pessoais na internet, é algo que me surpreende sempre. Peguei o telefone e disquei. Um, dois, três e no quarto toque fui atendido.

– Alo? É Edward Cullen,. Só gostaria de te dizer que aceito sua proposta Swan. Vamos acertar os termos depois. Tenha uma boa noite.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Preferem que continue postanto cap's relativamente curtos ou dê uma estendida?
Claro que se estender vou demorar um pouco mais para postar.. Mas aí fica a decisão para vocês.
Beijinhos e até a próxima.