505 escrita por A L Souza


Capítulo 12
Doze - Filhas da Lua


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora pessoal, mas esse tempo todo não foi desperdiçado. Passei dias pensando em algo diferente que Anne pudesse ser, algo diferente do clichê hoje em dia. A ideia já está em fundamento e neste capítulo aposto que muitos de vocês terão uma surpresa com uma nova personagem. Desculpem mesmo a demora, mas todos nós precisamos de um tempo para inspiração. Espero que gostem do capítulo e toda história que envolve ele. Aceito críticas como por exemplo, sobre o último capítulo postado que odiaram por ser pequeno demais kkk' Eu levei a sério os comentário, mas nem todos serão grandes, a maioria sim, mas surgirão pequenos capítulos na história, como em qualquer livro também tem. Entendo que possa ser ansiedade, mas levem numa boa que eu também tenho de ter um tempinho e se demoro as vezes mil desculpas. Beijos, abraços, e tudo mais para vocês que leem a fic. E saibam vocês que por conta dos comentários nunca abandonarei essa fic, nem que tenha de postar pelo celular. Se eu demorar de postar saibam que não estou parado kkk' Enfim, boa leitura!!!



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Tudo parou de repente. Cantos de pássaros enchiam os ouvidos de Anne. Deitada sobre algo úmido e com um cheiro reconfortante acariciava o solo sentindo a grama alta sob os dedos. Abriu os olhos e viu um céu azul, com nuvens brancas e nenhum sinal de sol. Bem longe avistou a lua, que aparentava ter luz própria e também a qual iluminava o local. Anne apoiou as mãos no chão e sentou-se virando o rosto para todos os lados e vendo somente um longo campo de hortênsias que se perdia ao horizonte.

   Ficou de pé e sentia-se meio zonza. Aquele lugar era a prova de que seus poderes haviam funcionado, mas Anne achava que tinha morrido na queda. Quando pensou em andar, a grama e as flores começaram a desaparecer sob o chão e uma estradinha de terra apareceu a sua frente. Era bem pequena, parecia ter sido feita especialmente para Anne. Sem jeito resolveu ir, ao notar que a trilha agora seguia sem parar. Sua roupa roçava seus dedos dos pés, e só assim percebeu que a roupa de hospital havia dado lugar a um longo vestido de seda azul. Ela observava sua pele que parecia tão branca como a neve à luz do luar.

   Não era noite, mas parecia que a lua havia tomado o lugar do sol, inclusive a sua luz por completa. Um enorme caminho entre árvores altas e robustas levava a uma floresta escura. A qual já tomava um ar totalmente diferente do campo onde acordou. Duas garotinhas de cabelos castanhos, mãos dadas, vestidinhos iguais e tranças idênticas corriam dentro da floresta negra, rindo e olhando para Anne.

   Ela parou um pouco ao perceber a feição das garotinhas e pensou estar vendo coisas. Resolveu ir atrás delas. Eram pequenas, mas rápidas. As risadas delas ecoavam pelo caminho da floresta que ficava cada vez mais escura. Correu sem parar atrás das duas que saltitavam de mãos dadas. Era como se uma fosse o reflexo da outra. Pularam entre dois arbustos e desapareceram. Os sons das suas risadas calaram-se. Apenas um vento frio passava por Anne que parou antes dos arbustos. Um grito agudo deixou ela alerta. Involuntariamente passou pelos arbustos e a sua frente só tinha uma delas. Nas mãos da garotinha tinha uma das fitas que seguravam a trança de sua irmã. Ela chorava muito.

   — Não chore. — Anne caminhou até a garotinha cabisbaixa — Onde está sua irmã?

   Os olhos castanhos e familiares assustaram Anne, agora que as duas estavam cara a cara. A menina limpou as lágrimas e apontou para Anne. Ela ficou confusa com o gesto da garota. Virou o rosto e viu que não tinha ninguém atrás dela. Quando voltou a olhar para frente se via na frente de um espelho. Seu reflexo no enorme espelho sustentado por raízes. Levantou-se lentamente e notou que o reflexo tomou vida própria. Anne continuava com o vestido azul, mas a outra pessoa no espelho usava uma jaqueta preta, calça jeans e salto alto, os cabelos antes lisos e longos, encurtavam-se e cacheavam-se nas pontas.

   Anne esticou o braço lentamente e tocou o espelho, que descobriu ser feito de água. Com seu toque todo o espelho tremeu. Bastou somente o olhar das duas se encontrar outra vez para que Anne se lembrasse do que havia visto na poltrona, no apartamento de Peter na noite de Natal. Era a garota idêntica a ela. Suas mãos cobriram a boca espantada e absorta do que seus olhos viam, seus pensamentos estavam somente nas lembranças daquela noite.

   — Anne? — a voz dela mesma na boca da outra garota a fez dar um salto para trás e voltar à realidade, ou apenas a realidade que a vida de Anne adquiria.

   — Que... Quem é você? — a voz trêmula de Anne saia com dificuldade após o nó que se formou em sua garganta.

   A garota se mexeu e pôs as mãos na cintura.

   — Pode parecer mentira, — ela deu uma pausa — sou Cassie, sua irmã!  

   — Como assim minha irmã? Sou filha única!

   — Ou foi isso que mamãe quis que pensasse após eu ser sequestrada quando ainda éramos bebê.

   — Sequestrada? Por quem?

   Anne começava a se assustar como Cassie era parecida com ela. O jeito de falar, a postura. Será que era sua irmã mesmo ou apenas seu reflexo que tomou vida? Isso começava a matutar na mente dela. A resposta era que aquela garota não era seu reflexo e sim sua irmã gêmea, já que notara algumas diferenças, como o cabelo, as roupas ousadas que ela nunca usaria e os olhos, que eram mais escuros, chegavam a ser negros.

   — Os mensageiros alados, mandados por Aigam, tinham a missão de nos separar e foi isso que fizeram.

   Mensageiros Alados? O Patrick disse que era um deles, ou não?

   — Você está louca? Fique longe desse tal de Patrick antes que ele a mate! — Cassie cuspiu as palavras parecendo que iria pular em Anne a qualquer momento.

   — Como você sabe disso?

   — Foi o que você acabou de pensar, dã? — o tom da voz de Cassie agora era de deboche pela falta de conhecimento da irmã.

   — Você pode ler minha mente?

   — Alô? Você está na terra dos Filhos da Lua. Não percebeu que aqui não tem sol? Aqui nós duas podemos fazer tudo, só não consigo sair desse espelho!

   Cassie tentava quebrar o espelho, o qual parecia ser sólido para ela e não feito de água como Anne notara.

   — Filhas da Lua? O que é isso?

   — Se soubesse que tinha uma irmã retardada que nem você era melhor não ter tocado no assunto, mas como já falei, vamos lá — Cassie sentou-se ao chão encarando a irmã — Nós nascemos num dia de lua negra, exatamente quando a lua estava a pino no céu. Absorvemos todo o poder que ela nos pôde conceder, mas o problema é que a lua negra representa o lado negro das coisas. Não somos garotas como as outras, o nosso pai não é quem nossa mãe diz ser. O nosso pai é um filho da lua também e como nós, do lado negro. Aigam governa todo o mundo mágico de Arcádia, mas esse aqui é mais particular. Somente nós temos acesso e quem mais for filho da lua também. Então levaram a informação sobre o nascimento de nós duas a Aigam, que ordenou matar uma de nós. Não sei ao certo o que fizeram, mas não me mataram apenas me deixaram nos cuidados da velha senhora June, uma velha que cuida de crianças como nós até termos idade o suficiente para fazermos o básico pela nossa sobrevivência. Quando completei dez anos, fui aprisionada neste espelho para nunca mais conseguir me ligar a você.

   — Eu me lembro de uma coisa, — interrompeu Anne — foi no meu aniversário de dez anos que tive uma febre tão alta que chegava a ter delírios, os médicos ficaram preocupados, pois não era normal uma garota de minha idade ter uma febre tão grave daquela sem motivo aparente.

   — Você teve essa febre, porque o nosso laço estava sendo cortado para sempre naquele dia. No nosso aniversário. Desde então tento chamar sua atenção, mas só consegui uma vez. Usei com corpo Fae, que é tipo um clone temporário, para ir até você na noite de Natal. Lembro-me de uma garota loira me encarando e então você me viu, mas algum poder maior estava bloqueando os meus e não tive meio de me comunicar com você, só podia observar o que acontecia a minha volta e nada mais. Quando o garoto bateu na sua cabeça e você desmaiou eu percebi que tinha de sair dali o mais rápido possível. O corpo Fae desapareceu e eu junta. Algo me instigou naquele garoto loiro. — agora Anne prestava mais atenção ainda no que Cassie dizia — As tatuagens dele me eram familiares, tentei lembrar onde havia visto iguais, mas não consegui me lembrar. Tente encontrá-lo novamente e descubra o que são aquelas tatuagens, nem que seja só uma besteirinha e eu provavelmente me lembrarei. Algo me diz que ele não é um ser humano comum.

   Era tanta coisa, mas pelo incrível que pareça não deixou Anne assustada. Era fantástica aquela história toda, e saber que tinha uma irmã foi a melhor coisa. A história de Patrick havia sido estranha, mas Anne confiava na irmã. Se forem eles que prenderam Cassie naquele lugar, um deles também não estaria planejando coisa boa para Anne. Precisava tomar cuidado com Patrick.

   — Preciso sair daqui, sem o nosso laço Anne, você é uma bomba relógio. Seus poderes começarão a se desencadear de maneira descontrolada e quando chegar o ponto crítico, você morrerá. — a pausa que Cassie fez foi um silêncio atormentador para Anne — Se veio para cá através de seus poderes, eles estão evoluindo mais rápido que eu esperava.

   — O que eu puder fazer por você eu farei Cassie, do fundo do meu coração. — as palavras caridosas de Anne fizeram um sorriso brotar nos lábios da irmã.

   — Obrigada Anne, mas acho que agora você tem de ir, não é muito aconselhável passar tempo demais aqui.

   Ficaram paradas por um tempo.

   — Mas como faço para voltar? — perguntou Anne sem jeito.

   Cassie revirou os olhos.

   — Basta pedir para a Lua!

   — Lua! Quero voltar para casa!

   — Assim não funciona Anne. Faça o pedido novamente de olhos fechados com os braços para o alto recebendo toda a energia da luz Dela.

   Anne obediente fez tudo isso e pediu mais uma vez. De olhos fechados notou a luz forte que passava por suas pálpebras desaparecer e o local ficar mais escuro. Abriu os olhos e notou estar em seu quarto. Sentou-se na cama com a roupa do hospital e pensou somente numa coisa para fazer o mais rápido possível: Encontrar Peter Huston.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo. Sim ou não??? Deixem seus comentário por favor. Leiam e comentem, seus comentários são o combustível de minha chama de escritor kkk Deixem comentário por favor, por favor, por favor!!!



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