505 escrita por A L Souza
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem do capítulo e muito obrigado a todo que acompanham esta história.
A noite já era dia e estavam no topo do prédio de Anne. Ela e Patrick, os dois sentados, um ao lado do outro, olhando os primeiros raios de sol surgirem no horizonte. Tommy, o hipogrifo, se foi logo depois de deixa-los ali. Patrick disse que ele volta para uma terra longínqua onde só os hipogrifos tem acesso. De pouco a pouco Anne foi se conformando que aquela era sua vida, tudo era muito estranho e surreal, mas estava acontecendo e não podia simplesmente ignorar. Foi um impacto e tudo mais, mas viu que o que sempre pensou só existir em filmes e histórias estava começando a se concretizar.
— Você fica linda nessa roupa de hospital, sabia? — Patrick deu uma risadinha.
Anne riu também e deu um tapa em seu braço. Ela se sentia bem na companhia dele, não sabia se gostava mesmo de Patrick ou por ter sido a única companhia presente no momento que estava fragilizada. Mas uma coisa que deixou Anne encucada, foi o fato de Patrick ter mergulhado numa poça de água como se fosse uma piscina e o poder de se transformar em um gato.
— Posso lhe perguntar uma coisa?
Patrick assentiu e então Anne resolveu começar.
— Você sempre foi o gato da Senhora Madison?
Patrick em silêncio e com o olhar no horizonte apenas assentiu novamente.
— Mas eu me lembro de você... — ela deu uma pausa e tentou colocar tudo em ordem na cabeça — quer dizer o gato... tanto faz. Eu já moro aqui embaixo há anos e por que somente agora você apareceu para mim na forma humana?
— Aí já são duas perguntas!
— Me responda, por favor, eu preciso te conhecer ou não tem como eu confiar em você. Patrick virou o rosto para Anne com as sobrancelhas erguidas e dramaticamente boquiaberto.
— Eu salvei sua vida em várias ocasiões. A questão não é de você querer confiar em mim e sim matar sua curiosidade.
Agora Anne começava a ficar um pouco nervosa com a posição que ele começava a tomar.
—Não pedi em momento algum para que você me salvasse!
Patrick balançou a cabeça e uma risada sarcástica brotou de sua garganta e ecoou no local.
— Ouça o que você está dizendo Anne! — ele levantou-se e começou a andar enquanto falava, estava com receio de encarar ela nos olhos — Não seja hipócrita! Se não fosse por mim estaria morta.
Depois de um tempo ele percebeu que a última frase não saiu da maneira esperada. Algo apertou o coração de Anne e um frio sombrio e perverso atravessava seu estômago como se a cortasse ao meio. Lágrimas caiam de seus olhos. Ela enxugava-as, mas Patrick percebeu.
— Por que você está chorando? — ele perguntou ainda de modo grosseiro.
Aquilo corroeu Anne por dentro e a enfureceu. Ela levantou-se e foi até ele.
— Sabe por quê? — respirou fundo e lutava contra as lágrimas que caiam — Cansei de ser um fardo para os outros. Cansei de ser a garotinha indefesa, tenho que mudar essa história. Eu daria tudo para conseguir emitir aquelas forças novamente com as mãos quando estava com Peter.
Peter? Os olhos semicerrados e confusos de Patrick encaravam Anne.
— Peter? Peter Huston?
Anne também ficou confusa.
— Você o conhece?
Patrick ficou sério. Pareceu até meio triste.
— Conheço.— era quase um sussurro.
— De onde o conhece? — Anne começava a se sentir tagarela devido as tantas perguntas que fazia.
— Não gosto de tocar neste assunto.
Ela resolveu deixar aquilo de lado. Os dois ficaram em pé, durante um tempo, observando o sol que saia por completo do horizonte e derramava toda aquela luz sobre Laguna Beach.
— Mas por que você arriscou sua vida tantas vezes para me salvar.
Ele segurou uma mão dela.
— Anne, — o tom da sua voz já era mais suave —uma coisa que aprendi com meu pai, foi proteger os que eu amo.
Ela ficou sem graça com o que ele disse.
— Desculpe pela forma como agi com você, mas fiquei nervoso com tudo isso. Não tenho direito de lhe contar certas coisas. — ele olhou novamente para o horizonte.
— Tudo bem Patrick, eu que lhe peço desculpas.
Ela recolheu a mão e passou algumas mechas do cabelo para trás da orelha.
— Então quer dizer que ainda não consegue usar seus poderes?
— Não sei se são poderes.
— Lógico que são poderes Anne, você é uma criatura desejada por todos.
— Então o que eu sou?
— Uma vampira!
Patrick caiu na risada em seguida.
— Brincadeira, nem eu sei o que você é. Só sei que você atrai confusão de sobra.
Os dois agora riam.
— Temos uma maneira de descobrir se seus dons vão funcionar.
Ela ficou curiosa.
— Como?
— Assim!
Ela pegou impulso e empurrou Anne do teto do prédio. Ela descia em queda livre. Foi tudo tão rápido que nem teve tempo para gritar. Apenas fechou os olhos e torceu para que aquilo não a matasse.
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