505 escrita por A L Souza


Capítulo 11
Onze - Conversa Entre Amigos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo e muito obrigado a todo que acompanham esta história.



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A noite já era dia e estavam no topo do prédio de Anne. Ela e Patrick, os dois sentados, um ao lado do outro, olhando os primeiros raios de sol surgirem no horizonte. Tommy, o hipogrifo, se foi logo depois de deixa-los ali. Patrick disse que ele volta para uma terra longínqua onde só os hipogrifos tem acesso. De pouco a pouco Anne foi se conformando que aquela era sua vida, tudo era muito estranho e surreal, mas estava acontecendo e não podia simplesmente ignorar. Foi um impacto e tudo mais, mas viu que o que sempre pensou só existir em filmes e histórias estava começando a se concretizar.

— Você fica linda nessa roupa de hospital, sabia? — Patrick deu uma risadinha.

   Anne riu também e deu um tapa em seu braço. Ela se sentia bem na companhia dele, não sabia se gostava mesmo de Patrick ou por ter sido a única companhia presente no momento que estava fragilizada. Mas uma coisa que deixou Anne encucada, foi o fato de Patrick ter mergulhado numa poça de água como se fosse uma piscina e o poder de se transformar em um gato.

— Posso lhe perguntar uma coisa?

   Patrick assentiu e então Anne resolveu começar.

— Você sempre foi o gato da Senhora Madison?

   Patrick em silêncio e com o olhar no horizonte apenas assentiu novamente.

— Mas eu me lembro de você... — ela deu uma pausa e tentou colocar tudo em ordem na cabeça — quer dizer o gato... tanto faz. Eu já moro aqui embaixo há anos e por que somente agora você apareceu para mim na forma humana?

— Aí já são duas perguntas!

— Me responda, por favor, eu preciso te conhecer ou não tem como eu confiar em você. ­   Patrick virou o rosto para Anne com as sobrancelhas erguidas e dramaticamente boquiaberto.

— Eu salvei sua vida em várias ocasiões. A questão não é de você querer confiar em mim e sim matar sua curiosidade.

   Agora Anne começava a ficar um pouco nervosa com a posição que ele começava a tomar.

—Não pedi em momento algum para que você me salvasse!

   Patrick balançou a cabeça e uma risada sarcástica brotou de sua garganta e ecoou no local.

— Ouça o que você está dizendo Anne! — ele levantou-se e começou a andar enquanto falava, estava com receio de encarar ela nos olhos — Não seja hipócrita! Se não fosse por mim estaria morta.

   Depois de um tempo ele percebeu que a última frase não saiu da maneira esperada. Algo apertou o coração de Anne e um frio sombrio e perverso atravessava seu estômago como se a cortasse ao meio. Lágrimas caiam de seus olhos. Ela enxugava-as, mas Patrick percebeu.

— Por que você está chorando? — ele perguntou ainda de modo grosseiro.

   Aquilo corroeu Anne por dentro e a enfureceu. Ela levantou-se e foi até ele.

— Sabe por quê? — respirou fundo e lutava contra as lágrimas que caiam — Cansei de ser um fardo para os outros. Cansei de ser a garotinha indefesa, tenho que mudar essa história. Eu daria tudo para conseguir emitir aquelas forças novamente com as mãos quando estava com Peter.

   Peter? Os olhos semicerrados e confusos de Patrick encaravam Anne.

— Peter? Peter Huston?

   Anne também ficou confusa.

— Você o conhece?

   Patrick ficou sério. Pareceu até meio triste.

— Conheço.— era quase um sussurro.

— De onde o conhece? — Anne começava a se sentir tagarela devido as tantas perguntas que fazia.

— Não gosto de tocar neste assunto.

   Ela resolveu deixar aquilo de lado. Os dois ficaram em pé, durante um tempo, observando o sol que saia por completo do horizonte e derramava toda aquela luz sobre Laguna Beach.

— Mas por que você arriscou sua vida tantas vezes para me salvar.

   Ele segurou uma mão dela.

— Anne, — o tom da sua voz já era mais suave —uma coisa que aprendi com meu pai, foi proteger os que eu amo.

   Ela ficou sem graça com o que ele disse.

— Desculpe pela forma como agi com você, mas fiquei nervoso com tudo isso. Não tenho direito de lhe contar certas coisas. — ele olhou novamente para o horizonte.

— Tudo bem Patrick, eu que lhe peço desculpas.

   Ela recolheu a mão e passou algumas mechas do cabelo para trás da orelha.

— Então quer dizer que ainda não consegue usar seus poderes?

— Não sei se são poderes.

— Lógico que são poderes Anne, você é uma criatura desejada por todos.

— Então o que eu sou?

— Uma vampira!

   Patrick caiu na risada em seguida.

— Brincadeira, nem eu sei o que você é. Só sei que você atrai confusão de sobra.

   Os dois agora riam.

— Temos uma maneira de descobrir se seus dons vão funcionar.

   Ela ficou curiosa.

— Como?

— Assim!

   Ela pegou impulso e empurrou Anne do teto do prédio. Ela descia em queda livre. Foi tudo tão rápido que nem teve tempo para gritar. Apenas fechou os olhos e torceu para que aquilo não a matasse.


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Notas finais do capítulo

O que acharam??? Gostaram??? Comentem por favor!!!



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