Be Mine escrita por Tuany Nascimento, Aline Bomfim


Capítulo 21
Capítulo XX - National Anthem


Notas iniciais do capítulo

Lana Del Rey - National Anthem

Olá galera, tudo bem? Primeiramente, gostaria de agradecer imensamente todos os comentários elogiando o capítulo e também me parabenizando e me desejando sorte na faculdade.
Tá puxado? MUITO! Mas sempre que eu tenho um tempinho livre ou uma aula chata pego meu notebook e começo a esboçar/escrever um capítulo de BM.

A Aline, nossa Beta, está me auxiliando com toda essa falta de tempo - e às vezes de imaginação - por isso, agradeço a minha Baby todo o apoio. Ah, e ela está mandando "beijos na bunda" para todos vocês.

Dedico esse capítulo a minha Baby Diva Raphaella Paiva, que se tornou uma ENORME inspiração para mim como escritora. Baby, esse capítulo é todo seu, não só por causa da música/título que me inspirou, mas também, por você sempre me apoiar com todas as minhas ideias para fanfics/ones que nunca são completadas, assim como todo o carinho que você tem por "Be Mine". Se um dia, eu chegar a escrever 1/4 do que você escreve, é porque estou no caminho certo.

Bom, sem mais delongas...

ENJOY IT!



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BE MINE – CAPÍTULO VINTE

(National Anthem)



Money is the anthem of success, so put on mascara and your party dress.

(O dinheiro é o hino do sucesso, então coloque rímel e seu vestido de festa.)




(EPOV)




Domingo, 8h40min


– Baby, você pode me soltar um pouquinho para eu poder ir pegar um copo de água?


Bella acenou que não, com um sorriso de criança travessa e agarrou-se ainda mais em mim, apertando suas pernas em minha cintura e seus braços à minha volta, já que ela estava empoleirada em minhas costas desde quando acordamos há meia hora.


– Fique aí... Eu trago um copo de água para você. Você não deve carregar peso com seu ombro com pontos ainda.


– Bella, é um copo de água!


– Poderia ser uma pena. Eu já disse, amor... Eu cuido do que é meu.


Isabella me soltou, lançou-me uma piscadinha e foi para a cozinha, me deixando preguiçosamente deitado na cama. Ela estava se recusando a me deixar sozinho um segundo sequer, ficando o tempo todo grudada em mim, me apertando, me beijando, me acariciando ou simplesmente segurando a minha mão delicadamente.


Eu havia me afastado dela apenas para ir à casa de meus pais, já que Esme fez beicinho e ordenou que eu fosse almoçar com ela no sábado. Bella bateu o pé e se recusou a ir depois que contei sobre o surto de minha mãe em cima de Renée. Bella ficou magoada e não quis ir, esperando se acalmar para poder conversar com meus pais sobre tudo.


Infelizmente, o segredo dos Swan acabou afetando o relacionamento de Jasper e Alice. Pelo que eu soube ontem, minha irmã estava dando um tratamento frio no namorado. Jazz ligava a cada meia hora e ela ignorava o toque escandaloso do Lionel Ritchie com indiferença, assim como as dezenas de buquês de rosas colombianas vermelhas – as preferidas de Alice – que era entregues a cada minuto praticamente. Emmett e Rosalie estavam bem, gritaram um com o outro até que se acertaram.


– Aqui está sua água, Edward. Quer algo mais? Talvez mais um travesseiro ou algo para comer?


– Eu estou bem, baby. – afirmei sorrindo, antes de tomar um gole da água e olhar pela janela inteiriça do quarto, que substituía uma parede. – Alguma novidade sobre o merda do Hathaway?


– Nenhuma. Ele continua escondido na mansão dele. Brad disse que a esposa dele, Victoria, não aparece há dias em eventos sociais e ela apresentou um atestado médico no setor de RH da Vogue onde escreve uma coluna de moda famosa.


Uma leve batida nos interrompeu e Bella levantou-se, vestindo um robe por cima de seu baby-doll vermelho de seda da Victoria’s Secret e abriu a porta de nosso quarto, encarando com uma expressão confusa Tyler.


– Aconteceu algo? – ela perguntou.


– A Sra. Hammer está na sala de estar e pede para falar com o Sr. Cullen. E ela está acompanhada de dois oficiais da New York Police Department. – meu principal bodyguard respondeu com a voz escorrendo tensão.


– Lhes digam que desceremos em 20 minutos no máximo.


Isabella fechou a porta e me fitou por um tempo, deixando que seus olhos apresentassem um brilho de medo e angústia poucas vezes visto por mim.


– Você vai entregar tudo para eles? – ela me perguntou.


– Sim. Pegue para mim os arquivos que me entregou. Estão em cima da mesa francesa. Eu vou trocar de roupa e te espero para irmos juntos.


Rumei para o closet e vesti uma camisa verde claro Lacoste, uma calca jeans e um All Star branco. Bella entrou e me ajudou a vestir a camisa e depois pegou suas roupas, colocando um vestido um pouco mais social, de cor azul marinho, que destacava sua pele alva. Ela passou uma leve maquiagem e amarrou os cabelos em um rabo de cavalo alto, fechando seu visual com brincos de argola e uma corrente longa de ouro.


– Vamos? – perguntei.


Ela acenou e esticou sua mão, entrelaçando nossos dedos e me direcionando um sorriso confortante. Nós descemos as escadas e encontramos dois oficiais parados em pé no meio da sala, enquanto Tia estava sentada com uma expressão desconfortável em uma das poltronas.


– Bom dia senhores, Sra. Hammer. – os saudei.


– Bom dia, Sr. Cullen, Srta. Swan. Sou o oficial Bronson e esse é meu parceiro, oficial Banks. Estamos aqui para pegarmos o depoimento de Edward Anthony Masen Cullen sobre o atentado ocorrido na última sexta-feira no Paolo’s, que deixou três pessoas feridas e uma em estado grave no The Mount Sinai Medical Center.


– Sr. Cullen, os dois oficiais me procuraram e por mais que eu tentasse marcar essa reunião para segunda-feira, ambos foram muito incisivos quanto à urgência disso. O senhor gostaria que eu chamasse o advogado sênior da Cullen Enterprise para acompanhar o depoimento? – Tia se pronunciou levantando-se – Ou o senhor prefere que eu chame o advogado pessoal da família Cullen?


– Não há necessidade de explicação, Sra. Hammer, eu entendo. E não precisa chamar ninguém, Bella é formada em Direito e poderá me auxiliar quanto a tudo. Apenas peço que a senhora permaneça conosco e nos auxilie também; e, por favor, não exponha nenhum tópico comentado aqui.


Tia acenou concordando e logo depois, Maggie entrou no recinto segurando uma bandeja com café, água e um suco de laranja. Depois do meu atentado, Bella achou melhor que Maggie ficasse o tempo todo na cobertura, ocupando o cargo de governanta em tempo integral. Aliás, quase todos os funcionários da mansão Swan tiveram que se adaptar a isso, salvando apenas aqueles que tinham família. Maggie entregou o café para os policiais, a água para Tia e o suco ela me deu.


– Eu não quero nada, Maggie.


– É para tomar o remédio, meu garoto. – ela respondeu.


– Mas eu não estou sentindo dor.


– Tome. – ela ordenou com voz de mãe e não tive outra escolha a não ser fazer isso. – Irei fazer uns sanduíches para você comer. Tem que se alimentar bem para sarar mais rápido.


Tia abriu um sorriso, provavelmente achando divertido que uma simples governanta estivesse mandando em Edward Cullen. Olhei para o lado e percebi que Bella não esboçou reação alguma, encarando os policiais com seu pior olhar e assumindo sua postura de CEO. Talvez, essa conversa fosse ser mais tensa do que eu pensava.


– Podemos começar, senhores? – perguntei.


(...)


O depoimento demorou cerca de duas horas. A cada informação que soltava, Bella se remexia ao meu lado, encarando o chão, absorvendo minhas palavras pensativamente e interferindo poucas vezes, interrompendo alguma pergunta mais pessoal do policial ou me pedindo para entrar em mais detalhes. Ela também teve que prestar depoimento, contando sobre a discussão e as ameaças de James, assim como sobre o incêndio na Swan Company.


Ouvimos um pequeno sermão sobre não termos denunciado nada para a polícia, o que apenas fez Bella fechar ainda mais o semblante. O orgulho gritava dentro dela dizendo que ela poderia resolver isso sozinha, sem a ajuda a NYPD.


Tia ouvia tudo surpresa e abrindo a boca em choque a cada nova informação. Eu confiava nela o suficiente para deixá-la participar disso. Ela era uma pessoa ótima e eu sabia que podia contar com ela para o que eu precisasse.


Bella resolveu entregar uma cópia de toda a sua pesquisa sobre o filho da puta do Hathaway para os oficiais, que aceitaram de bom grado para investigação e então foram embora, nos deixando com seus números e com a promessa de entrarem em contato conosco em poucas horas.


– O senhor vai querer que eu cancele algum compromisso externo pelo menos por essa semana? – Tia perguntou, pegando seu tablet de sua bolsa e o ligando. – O senhor tem uma conferência com alguns correligionários em Washington na terça, um almoço de negócios com os investidores mexicanos na quarta e uma reunião na sede da Evans Corporation para discussão de fornecimento de matéria prima para a fábrica em New Jersey.


– Remarque tudo. – Isabella se pronunciou, levantando-se e andando até o mini bar, enquanto se servia de uma dose de whisky. Tia olhou para mim em uma pergunta muda sobre se era isso o que deveria fazer e eu acenei que não. – Eu vi isso, Edward. Desmarque seus compromissos.


– Bella, eu não posso parar a Cullen Enterprise por causa do Hathaway. Nós já discutimos sobre isso, lembra? – ela me olhou demoradamente, sorvendo o líquido âmbar em um gole desesperado. – Não somos inferiores ao James. Eu sou um Cullen e você uma Swan. Nós comandamos Nova Iorque, os EUA e a porra do mundo com apenas nossos sobrenomes. Ele é nada comparado a nós.


Isabella largou o copo e andou elegantemente até mim, abraçando meus ombros e se inclinou, depositando um beijo em minha testa, enquanto acariciava meu machucado.


– Eu sei, sweetie. É só que... – ela roçou os dedos novamente em meu ombro.


– Eu sei. – afirmei.


Ela soltou-se de mim e despediu-se de Tia, indo para o corredor oposto, em direção à sala onde os seguranças se reuniam. A sra. Hammer me encarou alguns segundos, limpando a garganta logo depois e me passando outras informações sobre meus horários da semana. Nós organizamos tudo da melhor maneira possível e reduzimos minhas saídas o máximo que pudemos, nos restringindo apenas aos assuntos mais urgentes.


– Eu organizarei sua viagem para a Washington. O jatinho deverá partir na madrugada, evitando os paparazzi e qualquer atenção da mídia sobre você. – acenei confirmando e Tia levantou-se, pegando suas coisas e a acompanhei até o hall. – Sr. Cullen? – assim que ela percebeu minha atenção focada nela e que ninguém poderia nos atrapalhar, ela me olhou firmemente e segurou a porta do elevador com uma de suas mãos. – Eu não sou uma mulher muito experiente com as circunstâncias da vida ou com o poder que o dinheiro traz junto com ele. Mas eu posso lhe garantir que não será seu sobrenome e nem o da Srta. Swan que irão fazê-los passar por essa situação. O que irão lhes ajudar é o que eu vi lá dentro. Nada pode ir contra o amor. Nem mesmo o dinheiro.


E me deixando parado com suas palavras martelando minha mente, ela entrou no elevador, acenando levemente e dando um sorriso fraco.



Segunda-feira, 08h26min.


Eu estava a exatos vinte minutos dentro da Cullen Enterprise e eu queria mandar todos a minha volta à merda.


Isabella e eu tivemos problemas para sair da cobertura, já que havia um acampamento da imprensa na porta do prédio de luxo e eu me perguntava como eles conseguiam invadir a privacidade de uma pessoa sem se sentirem incomodados com isso. Nós dois tivemos que nos dividir em dois carros, e Bella seguiu para a NYU e eu para Wall Street.


Ontem à noite, antes de dormirmos, recebemos uma ligação do delegado da NYPD que disse que deixaria uma patrulha perto das sedes das duas empresas e que já haviam começado sigilosamente a investigação em cima de James, evitando a mídia que já sabia que a polícia estava em busca de informações sobre o meu atentado.


Quando cheguei à empresa, havia outra horda nojenta de repórteres e tive que usar a entrada subterrânea para entrar. Alguns funcionários me cumprimentaram durante o caminho, com olhos piedosos conforme observavam a tipóia que Isabella me obrigou a usar antes de sair de casa. Ela bateu o pé e se recusou a me deixar ir trabalhar sem usar essa maldita coisa. Eu tentei argumentar que o tiro passou de raspão por mim, sem realmente me machucar profundamente, mas ela parecia surda e fez birra para que eu imobilizasse meu braço. Minha alegria foi que assim que eu cheguei à minha sala, tirei o treco azul idiota de mim e o joguei dentro de uma gaveta.


– Bom dia, Sr. Cullen. – Tia me saudou e sentou-se a minha frente, colocando pastas em minha mesa e sua assistente trouxe uma bandeja com um suco de laranja e um sanduíche. Arqueei minha sobrancelha em direção ao lanche e ela sorriu levemente. – São ordens da Srta. Swan.


– Pensei que eu fosse seu chefe. – provoquei com um sorriso bobo pelos cuidados de minha garota comigo.


– A Srta. Swan sabe ser mais assustadora do que o senhor.


Ah sim, eu sabia muito bem disso.



14h35min


O dia estava corrido na empresa devido ao fechamento do trimestre se aproximando. Nós precisávamos deixar tudo em dia e renegociar alguns contratos, assim como organizar as importações e exportações para o próximo período. Eu estava saindo de uma reunião e andando pelo andar abaixo do meu, quando vi Emmett aproximando-se um pouco ansioso e com um de seus seguranças do lado.


– Edward! – ele exultou ao me ver, apressando-se e puxando meu braço, fazendo com que algumas pessoas nos olhassem – Edward, venha comigo agora! – Ele continuou me puxando até entrarmos no elevador privativo para o último andar e ele digitou a senha com a mão trêmula.


– O que aconteceu, Emmett? Por que está nervoso desse jeito? – perguntei preocupado encarando a face contorcida do meu sempre alegre irmão. – O que foi?


– Você não sabe quem está em minha sala nesse momento! Eu já liguei para Rose e ela está vindo com Jazz e Bella. Eu liguei para Allie, mas o celular dela está fora de área porque está em algum museu de moda fazendo uma pesquisa e...


– Pare com essa verborragia e me explique quem está na sua sala! – exclamei, segurando o ombro de Emm e o chacoalhando levemente.


– Victoria Carter-Hathaway.


Minha boca abriu-se em choque e dei um passo para trás, enquanto as portas de aço do elevador se abriam e Emmett me rebocava de novo. Passamos pela secretária dele e entramos em seu escritório, observando dois seguranças da empresa e Tyler que encaravam a mulher de cabelos ruivos sentada de costas para nós. Quando ela ouviu o barulho da porta, virou-se em nossa direção e pude visualizar o belíssimo rosto conhecido por mim, fazendo-me lembrar de memórias a muito esquecidas de uma garota de 17 anos correndo pelo jardim da mansão Cullen com um sorriso enorme no rosto enquanto meu irmão a perseguia em um pega-pega infantil.


Victoria continuava linda. Seus cabelos cor de fogo caiam por seus ombros e costas em cascatas de cachos sedosos, emoldurando seu rosto pálido e dando ainda mais vida aos seus olhos azuis límpidos, que tinham a exata cor do céu que se abria em uma bela vista pela janela que substituía uma parede do escritório. Ela levantou-se e pude ver que seu corpo também não mudara nada, apenas ganhando mais curvas e se tornando ainda mais atraente. Ela usava um vestido social negro que abraçava os lugares certos de seu corpo e saltos da mesma cor altíssimos.


A única coisa que me parecia deslocada em sua face era a falta de sorriso.


– Olá, Edward. – ela me cumprimentou com sua doce voz calma, mas com um tom quebrado.


– Boa tarde, Sra. Hathaway. – eu praticamente cuspi seu sobrenome, não me deixando abater pelos seus olhos lacrimosos. – Ao que devemos a honra de sua presença? – perguntei tentando controlar a ironia – Veio terminar o que seu marido começou?


– Edward... – Emmett me repreendeu.


Fechei meu punho e eu sentia que meus olhos perfuravam como adagas cada parte da mulher parada como uma estátua melancólica a minha frente.


– O que está fazendo aqui? – perguntei.


– Eu prefiro responder isso quando os Swan chegarem. – ela respondeu em um murmúrio quase inaudível.


– Como você conseguiu entrar aqui? – inquiri e então me virei para Tyler. – Como ela conseguiu pisar os pés na minha empresa?


– Senhor Cullen, me desculpe. Assim que soubemos da aproximação da Sra. Hathaway, eu comuniquei a polícia e o Sr. Emmett. Todos eles nos deram um aval positivo para a entrada dela na empresa.


Balancei a cabeça concordando e me joguei no sofá negro da sala, preferindo olhar para qualquer canto do lugar menos para a face depressiva de Victoria. Eu sabia que eu não deveria estar julgando-a, mas era impossível eu não sentir toda a minha raiva pelo bosta do James irradiando para a mulher que voltou a sentar-se na poltrona.


Dez minutos se passaram sem que trocássemos uma só palavra. Emmett havia até mesmo recorrido a uma dose de whisky para encarar o clima tenso instalado em cada pedaço de ar a nossa volta. Um burburinho começou a ser ouvido e a porta foi aberta suavemente, com Brad deslizando para dentro, sendo seguido por Bella, Jasper e Rosalie.


Os três irmãos pararam desconfortáveis e percebi que Rosalie era a mais incomodada. Ela estava usando um vestido social vermelho que a deixava sensual e elegante. Minha cunhada inspecionou cada parte visível da mulher a frente dela e notei que ela se sentiu intimidada pela beleza de Victoria. Talvez, essa fosse a primeira vez que a Beauty Queen se sentisse assim. Ela desfilou até Emm, envolvendo o pescoço dele com seus braços pálidos e lhe deu um beijo apaixonado. Eu me perguntava que horas ela ia erguer a perna e mijar no meu irmão, demarcando território.


– Estamos aqui. O que quer? – Bella perguntou delicada como uma pétala de rosa.


– Eu quero... Eu... – lágrimas grossas começaram a cair dos olhos anuviados de Victoria e ela colocou as mãos no rosto, tentando esconder sua dor. – Eu sinto tanto. Eu nunca imaginei... Eu não queria... – ela balbuciou incoerente devido aos soluços que irrompiam sua garganta.


Emmett precipitou-se até ela, mas Rosalie o parou com um olhar. Bella revirou os olhos e foi até a desconsolada mulher, afagando seus ombros suavemente e sussurrando palavras doces. Victoria levantou-se abruptamente e antes que qualquer outro reagisse, Brad a estava afastando de Bella. Nós todos assustamos, mas percebemos que a ex-namorada do colegial de meu irmão apenas queria abraçar Isabella.


– Desculpe-me por isso, Victoria. Mas...


– Eu sei, Isabella. São apenas medidas de precauções. Se a esposa de um lunático que está tentando me matar e matar todos que eu amo viesse me visitar, eu faria o mesmo.


– O que você quer conosco, Victoria?


– Não sei. Talvez um pouco de paz na consciência ou redenção. Ou, apenas me livrar desse pesadelo que se tornou minha vida de sonhos cor-de-rosa.


– O que aconteceu com você, Vic? – Emm perguntou preocupado.


– Eu me casei com o príncipe encantado que se tornou sapo após meu beijo. – ela respondeu com um sorriso sarcástico.


E como um conto de fadas gótico e fantamasgórico nós ouvimos a história de Victoria e seu marido.


Os dois se conheceram através de um amigo em comum, o milionário filantropo francês Laurent Chevalier. Após um ano de namoro, James pediu a mão da apaixonada – e riquíssima – Victoria, que não hesitou em dizer sim quando viu seu amado ajoelhado à frente da Fontana di Trevi, em Roma. Eles se casaram e tiveram uma cerimônia digna de dois membros da alta sociedade. Os primeiros meses passaram-se maravilhosamente bem, mas o futuro pintado por uma garota sonhadora começou a ruir dois anos após o matrimônio.


Victoria descobriu as traições, os gastos desmedidos com jogatinas e prostitutas e as crescentes dívidas com fornecedores da empresa. Ela não queria acreditar que tudo o que havia imaginado construir junto ao homem amado estava degradando-se a sua frente. Ela tentou lutar por sua felicidade. Viajou em uma segunda lua-de-mel, deu seu dinheiro para que ele pagasse as dívidas da Hathaway Corporation e o fez prometer que não a trairia mais. E tudo voltou como era no princípio do relacionamento.


Até que ela viu.


Viu o homem que a havia prometido ser o melhor para e por ela esfregando-se com outra em uma boate. E em seguida, sua mente e seu coração não podiam mais se enganar ao verem o belo esposo beijando outra.


O casamento acabou naquele minuto, tornando-se apenas uma fachada, já que Victoria sabia que sua família nunca iria aceitar que ela fosse uma divorciada. James passou a viver uma vida ainda mais desregrada e Victoria apenas posava ao seu lado como a esposa troféu. Apesar de se sentir humilhada a cada vez que o via chegar bêbado e com cheiro de perfume barato, ela não conseguia desvincular-se do homem que ainda amava e muito menos do seu lugar no Jet Set. Victoria só deixou de lhe emprestar dinheiro após ver uma fatura de um dos cartões de crédito dele onde aparecia um gasto exorbitante em uma loja Swarovski.


Com a falta do dinheiro da esposa, James percebeu sua empresa falindo, já que sua produção não estava compatível com as vendas, que diminuíram consideravelmente devido a crise de 2008. Ele tentou empréstimos em alguns bancos, mas não conseguiu por causa do alto valor pedido. James conseguiu segurar as pontas soltas por algum tempo, graças a sua lábia e aos empresários gananciosos que se iludiam com os possíveis lucros enormes que ele apresentava. Ele fez uma bola de neve, pegando dinheiro de um, pagando outro e assim por diante.


Quando se viu preso em seu esquema fraudulento e com mais dívidas ainda, resolveu recorrer a alguém com muito mais dinheiro e que por conseqüência, iria querer ainda mais. Sua escolha: Isabella Swan, a jovem empresária de 23 anos, que havia supostamente assumido o cargo por hereditariedade. Ele subestimou a inteligência de Bella, achando que ela estava no comando da Swan Company apenas por ser filha de Charlie Swan e por seus irmãos estarem envolvidos em outras áreas da empresa e da HS Industry.


Ele fraudou dados da proposta que havia feito a Bella e pensou que ia passar despercebido por ela. Na reunião onde esperava fechar o negócio, assustou-se quando Isabella lhe disse que sabia dos erros propositais do relatório, que sabia de suas dívidas, de suas amantes e que não ia assinar contrato algum. James viu-se falido, sem o dinheiro e compreensão da esposa e então, perdeu seu patrimônio para os bancos que devia. Todos os seus bens foram praticamente embora, ficando apenas uma conta ilícita com pouquíssimos milhões em Zurique.


Victoria soube de tudo quando leu os jornais, que anunciavam a falência da Hathaway Corporation e notou a proporção das merdas feitas pelo marido. Ele ainda tentou convencê-la a lhe dar dinheiro e ela negou veementemente. Ele acabou lhe desferindo um tapa e aquilo foi a gota d’água para ela. Victoria saiu da mansão, fugindo durante a noite com medo da violência e fúria que estavam instaladas no corpo do homem com quem estava casada há cinco anos. Ela afastou-se da mídia e da revista Vogue, onde é uma das redatoras-chefe.


– A polícia foi atrás de mim na mansão de meus pais. Vocês não conseguem imaginar a vergonha que senti ao contar aos oficiais e à minha família a podridão de James, o homem a quem eu amei incondicionalmente e a quem eu defendia com unhas e dentes. – ela suspirou, bebericando o chá que a secretária de Emm havia lhe trazido. – Eu entrei com os papéis para o divórcio hoje e achei melhor vir até aqui, pedir desculpas a vocês por tudo o que James está lhes fazendo. Eu nunca imaginei que ele faria coisas atrozes como tentar matar Edward. E muito menos que ele estivesse planejando o mesmo com Isabella.


Um silêncio instaurou-se conforme as palavras secas e cheias de mágoa proferidas por Victoria ainda faziam efeitos sobre nós.


– Ele não conseguirá nunca fazer o que pretende. – eu afirmei.


– Eu sei que não, Edward. Mas, durante as tentativas, algumas pessoas próximas podem ser prejudicadas. Eu não sei de nada, mas apenas lhes aviso... Não subestimem James. Ele sabe ser ardiloso e cruel quando quer.


– Ele aceitou bem o divórcio? – Emmett perguntou, deslocando o assunto.


– Eu o avisei que entraria com o pedido e ele apenas ignorou. James já não se preocupa mais com o que a sociedade pensa sobre ele ser divorciado ou não. Ele está cego.


– Você acha que está protegida da fúria vingativa dele? Afinal, você também era uma válvula de escape que ele usava. – Rosalie se pronunciou pela primeira vez, demonstrando compaixão pela história ouvida.


– Estou embarcando para Londres amanhã. Assumirei um cargo da Vogue UK e não pretendo retornar tão cedo para os EUA. Os recursos financeiros dele não são tão grandes no momento. A minha sorte foi que nos casamos com separação total de bens, então ele não tem direito a nada que é meu.


O celular de Isabella começou a tocar e ela pediu licença, atendendo a ligação e indo sentar-se no sofá.


– Isabella Swan. – ela escutou por um momento, massageando as têmporas. – Eu disse que queria esses arquivos para hoje à tarde. Se eu quisesse para amanhã de manhã, eu pedia para amanhã de manhã. Você tem vinte minutos para juntar tudo antes que eu chegue à empresa.


Bella desligou o celular sem ao menos esperar uma resposta e lançou um olhar duro à Jasper, que permanecia calado, encostado na parede e fitando pensativamente o chão.


– Precisamos ir, Jazz. – Bella direcionou-se para Victoria, tocando a mão da mulher de cabelos cor de fogo. – Eu sinto muito por isso. Se você, em algum momento, precisar de ajuda, saiba que pode contar conosco.


– Obrigada, Isabella.


– Adeus, Victoria.


Bella despediu-se de Emmett com um aceno e me deu um selinho antes de rumar para a porta e sair, sendo seguida pelo irmão que se despediu brevemente de nós. Rosalie ainda permaneceu, ao lado de Emm e nos surpreendeu ao abraçar a ruiva.


– Que você tenha sorte nessa nova fase da sua vida. Vá em paz, Victoria. E como Bella disse, pode sempre contar conosco quando precisar. – a loura falou.


– Obrigada, Rosalie. – Victoria sorriu, direcionando o seu olhar para meu irmão depois. – Vocês formam um lindo casal. Gostar-me-ia ter me apaixonado por alguém tão bom quanto Emmett. – ela disse, deixando o sorriso branco morrer aos poucos.


– E você irá. Londres tem caras lindos e muito apaixonantes. Venha comigo, vamos tomar um café e lhe darei algumas dicas sobre os pontos quentes da capital britânica.


Victoria nem teve como recusar, já que Rose saiu a puxando pelo braço e acenando displicentemente com a mão em nossa direção. Sentei-me em uma poltrona e apoiei meu rosto em minhas mãos, pensando em tudo o que eu havia ouvido. Emmett sentou-se em sua cadeira e parecia tão mergulhado em seus pensamentos como eu.


Meu iPhone vibrou e o peguei de meu bolso, observando a mensagem de texto que brilhava na tela de meu celular.


Tudo dará certo.

Porque eu te amo.

Sua Bella.

Obs: coloque sua tipóia e não revire os olhos.


Sim, meu amor, tudo dará certo porque eu te amo. E não, eu não colocarei aquela merda... Pelo menos, não enquanto você não está me olhando.


Heaven's in your eyes, I'm your national anthem.

(O paraíso está nos seus olhos, eu sou seu hino nacional.)


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Notas finais do capítulo

Acho que esse capítulo serviu para responder algumas perguntas feitas nos comentários, como por exemplo, de onde James está tirando dinheiro para bancar esses ataques à Bella.

Espero que tenham gostado. Infelizmente, ainda não sei como será o próximo capítulo, por isso, não colocarei a música/título dele.

Indiquem a fanfic aos amigos, comentem muito e recomendem também, porque são essas demonstrações que mostram à nós - autores - que estamos fazendo algo certo.

Beijos, beijos.

PS: Estou amando a Odontologia, galera. Aliás, como a Aline já avisou, minha faculdade é integral, por isso, a próxima atualização demorará. Peço desculpas antecipadamente.
PS²: Não irei desistir de "Be Mine". NUNCA!