Be Mine escrita por Tuany Nascimento, Aline Bomfim


Capítulo 17
Capítulo XVI - Skyfall


Notas iniciais do capítulo

Skyfall- Adele (Que ganhou o Oscar Domingo: Diva!)
Rélou people!
Não hoje não é a fofa da Tuany que vos fala, é a diva master e suprema e beta Aline! êêêêê o/
Venho com pedido de desculpas pelo atraso do capítulo (de novo)e a culpa foi toda e exclusivamente da escritora (briguem com ela)Ela passou a tarde toda viajando pelas redes sociais e deixou para postar a noite, porém não pode usar o computador, ficou sem internet e vocês sem capitulo. Mas como eu sou uma linda e diva vim fazer o papel dela e postar pra não deixar vocês na mão.
Quero ressaltar também que nós (Tuty e eu) lemos todos os comentários e ficamos comentando cada um dele como veadas. Amamos eles e amamos o fato de vocês estarem aceitando BM tão bem.
To amando postar e fazer notas inicias e acho que a Tuany vai perder o posto dela aqui.
Anyway, vamos aproveitar esse capitulo (Que está tenso) e ter mais uma dose da Bellinha bitch e mandona (que eu amo).
Enjoy it! (só pra não perder o costume)



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BE MINE - CAPÍTULO DEZESSEIS

(Skyfall)


Let the sky fall.


(Deixe o céu cair.)


(EPOV)


Quarta-Feira, 15h35min.

Feliz. Era esse adjetivo que me definia.

Eu tinha um trabalho que gostava, tinha minha família novamente ao meu lado e principalmente, tinha uma namorada linda ao meu lado. A única mulher que realmente tocou meu coração.


Nós já havíamos tido nosso primeiro aniversário de namoro, celebrando nosso um mês em um jantar romântico no terraço da cobertura, à luz de velas e com Joshua Bell tocando alguns clássicos em seu milionário violino Stradivarius de 1713. Terminamos a noite na cama, suados e ofegantes, nos recuperando de um orgasmo arrebatador.



De presente, Bella me deu um relógio Chopard e eu lhe dei uma pulseira de ouro amarelo Bvlgari, com alguns diamantes e esmeraldas. Ela disse que sempre iria usar, assim como o anel, pois as esmeraldas a lembravam de mim, por causa da cor dos meus olhos.



Ultimamente passávamos a maior parte das noites na cobertura, praticamente morando juntos. Eu amava chegar da empresa e encontrá-la sentada no escritório ou na sala, estudando ou trabalhando enquanto o cheiro de alguma comida deliciosa, feita por ela ou por Maggie, preenchia o ar. Esme estava preocupada com o nosso envolvimento rápido e intenso, mas depois de ver que eu era correspondido em um dos jantares em nossa casa, ela ficou mais tranquila.



As nossas discussões continuavam tão fervorosas como no início, mas eu tinha que admitir que eu fodidamente amava irritá-la e depois amansá-la na cama.



A única coisa que me incomodava era o tal de James Hathaway. Duas semanas e meia depois da discussão dele com a Bella, James declarou falência, os bancos tomaram parte do seu patrimônio e leiloaram sua empresa. As manchetes sobre a notícia tomou conta dos jornais por dias e percebi que Bella havia adorado a notícia. Três dias depois do leilão, saiu uma matéria no The New Yorker falando que uma empresa de menor porte havia comprado a Hathaway Corporation e iria dividi-la para venderem logo após. James simplesmente viu a vida dele ruir sob os holofotes da mídia. Eu imaginava o que não se passava na cabeça dele, já que Isabella era sua única chance de escapar da sarjeta.



– Senhor Cullen, as correspondências do dia acabaram de chegar.



Tia entregou-me algumas cartas e repassou duas reuniões comigo, digitando em seu iPad todas as minhas recomendações. Quando ela saiu, abri algumas das correspondências e percebi que havia recebido um elegante convite.



Abri o envelope negro e em letras prateadas estava um convite pessoal vindo da New York Stock Exchange, em parceria com a Bank Of America e Goldman Sachs, para a premiação dos melhores empresários do ano. A festa seria no Hilton e homenagearia alguns nomes conhecidos por mim. Continuei lendo o conteúdo e percebi que Bella havia sido indicada para um dos prêmios, disputando com outras mulheres o título de O Poder Feminino Nos Negócios.



Antes que eu pudesse ligar para cumprimentá-la pela nomeação, Tia entrou na sala e me avisou que alguns investidores já haviam chegado para a reunião mensal da empresa. Saímos para a Sala de Reuniões do piso inferior e encontrei Emm no elevador. Meu irmão estava grudado em seu Blackberry, provavelmente trocando mensagens de textos cheias de malícia com Rosalie. Os dois pareciam dois coelhos. Era irritante ficar perto dos dois quando começavam a se provocar ou a provocar a nós todos com suas conversas com duplo sentido.



A reunião começou entediante como sempre, mas tínhamos pontos importantes a serem discutidos. Enquanto discutíamos sobre nossa filial mais preocupante, a da França, ouvimos algumas sirenes altas de ambulância e carros policiais passando por Wall Street. O barulho continuou por vários minutos, até que se tornou um pouco mais baixo, mas ainda assim presente.



– Acha que os pontos da Euronext Paris pode se elevar um pouco mais? É perigoso investir esses milhões de dólares na filial e perdermos cotação na bolsa.



– Não acho que isso pode acontecer, Taylor. – eu falei.



– Mas é um risco, Edward! – Richard exultou.



– Nós sabemos que a economia européia está com tantas dificuldades, que as medidas de austeridade estão afetando demais nossos lucros, mas eles ainda são um dos nossos maiores mercados consumidores. Precisamos investir, para lucrar. – Emmett pontuou.



A discussão ainda continuou por um tempo, até que o telefone da sala começou a tocar e eu tive que atender.



– O que foi, Sra. Hammer? Eu não pedi que não fosse interrompido?



– Desculpe-me, Sr. Cullen, mas é que...



– É que nada. Não posso sair agora e muito menos conversar. Quando eu terminar aqui, nós nos falaremos.



Desliguei o telefone sem ao menos esperar sua resposta e continuei a me focar no que Richard falava. O aparelho começou a tocar novamente e quando vi que era o ramal da minha secretária, o desliguei. Meu celular passou a vibrar no meu bolso e o desliguei também.



Algo que eu odiava era ser interrompido durante uma reunião.



O celular de Emmett passou a vibrar e ele olhou para mim, acenei que não e meu irmão também desligou o dele. Sabíamos que essa reunião era importante e não podíamos nos distrair. Havíamos resolvido algumas pendências e ainda tínhamos muito mais a ser discutido. A reunião mensal com os investidores era o que movia a empresa para novos caminhos.



Dez minutos se passaram depois dos telefonemas até que a porta foi aberta com violência por Tia Hammer, que tinha a feição desfigurada pelo medo e pelo nervosismo.



– O que é isso, Sra. Hammer? Estamos no meio de uma reunião! – vociferei me levantando.



– Oh, Sr. Cullen, me desculpe, mas... Oh Deus! Está acontecendo uma tragédia.



A voz trêmula e as mãos trêmulas de Tia me indicaram que realmente algo grave estava acontecendo.



– Está tendo um incêndio em um importante prédio aqui, na Wall Street, ao ligar o noticiário descobri que o prédio é o da Swan Company.



Eu não ouvi mais nada. Meus joelhos cederam e cai sentado novamente na cadeira. Emmett parecia em estado de choque, enquanto os investidores nos olhavam preocupados e confusos.



– As notícias dizem que há vários feridos e...



Ergui-me novamente e sai correndo pela porta, esbarrando em Tia e em alguns funcionários. O elevador me parecia lento demais enquanto eu espancava com meu dedo o botão dele e corri para as escadas, descendo os degraus sem realmente senti-los.



Senti algumas lágrimas querendo pinicar meus olhos e prometi a mim mesmo não entrar em tamanho desespero. Não era possível algo ter acontecido com a minha menina.



Não! Não! Deus a protegeu!



Assim que finalmente consegui passar pelo lobby, saí na rua e pude ver a fumaça negra subindo para o céu e vários carros estacionados no meio do asfalto, assim como viaturas de policiais e bombeiros e algumas ambulâncias. Wall Street estava um caos e aquilo apenas me deixou ainda mais angustiado.



Eu me desliguei de tudo. Eu não sabia se meus seguranças me seguiam, se Emmett estava atrás de mim ou se eu estava sozinho.



Eu não me importava.



Eu queria Isabella. Eu precisava senti-la segura em meus braços. Eu fodidamente precisava dela.



Consegui passar por entre os curiosos, empurrando algumas pessoas e recebendo alguns xingamentos pelo caminho. Foda-se. Minha mulher estava naquele prédio. Havia um cerco em frente ao prédio, um caminhão dos bombeiros estava ali em prontidão caso as chamas voltassem, a única coisa que me parecia afetada era o saguão da empresa. O prédio continuava intacto, com seus alicerces de aço e ferro aparecendo e vários cacos de vidros espalhados pela calçada e asfalto. Observei que tinha duas ambulâncias ali, com médicos socorristas em torno de algumas pessoas, que respiravam com ajuda de balões de oxigênio, enquanto outras estavam tossindo e com os rostos sujos. O ar estava pesado e o cheiro de fumaça forte ainda ao redor.



Levantei a fita amarela e passei por baixo dela.



– HEY!



Não prestei atenção no grito. Continuei andando, sentindo os nós de meus dedos doerem conforme eu caminhava em direção ao prédio.



– HEY!



Foda-se. Eu quero Isabella.



Uma mão me parou e um policial com uma face irritada me encarou.



– O senhor não pode entrar aí. – ele me disse com sua melhor voz no estilo I’m A Badass Cop.



– O inferno que eu não posso.



Tirei sua mão de meu ombro e pouco me importava se eu estava sendo grosso ou desrespeitando a autoridade dele.



– O senhor não pode! Pare! – ele me segurou novamente.



Eu encarei friamente a mão dele em meu braço e olhei em seus olhos castanhos.



– Minha namorada está dentro daquele prédio e eu vou vê-la.



– Todos que trabalham no prédio foram dispensados ou foram para o hospital. As únicas pessoas lá dentro são os donos da empresa, a equipe de segurança deles e policiais. O senhor precisa sair dessa área. Agora.



O tom petulante dele me incomodou para caralho e tirei a mão dele do meu braço.



– Minha namorada é Isabella Swan, seu idiota!



O deixei me encarando com sua boca aberta e continuei meu caminho para dentro do prédio. Percebi alguns flashes e câmeras em minha direção e quis mandar todos à merda.



O saguão da empresa estava completamente danificado. Os móveis estavam queimados, fuligem sujando tudo, o piso estava completamente encharcado e havia vários peritos caminhando pelo lobby colhendo amostras.



– CALA A SUA BOCA!



O grito de Bella gelou-me e corri em direção ao som. Em uma sala, de tamanho médio, parcialmente queimada, estavam Charlie, Jasper, Isabella, Renée, Rosalie e alguns homens vestidos com ternos pretos e com fones em seus ouvidos. Todos pareciam tensos e minha sogra foi a primeira que me viu.



– Edward. – ela me chamou.



Eu tive que parar o passo que estava dando ao ver a expressão de Bella. Ela tinha a face mais transtornada de todas, os olhos chocolate estavam fervendo em ódio e sua postura parecia a de quem ia matar alguém a qualquer momento.



– Emmett! – Rosalie exultou.



A loura saiu correndo e jogou-se nos braços de meu irmão, que chegou logo depois. Eu continuava estático perto da porta, enquanto encarava minha namorada que respirava com dificuldade e tinha os lábios apertados em uma linha fina.



– Srta. Swan, o Detetive Baker está a caminho para nos ajudar. – um homem disse ao entrar na sala.



– Vocês tiveram que chamar o Baker, seus incompetentes? Eu pago seus salários para quê? Para fazerem a merda do trabalho de vocês! E além de me mostrarem que são mais do que idiotas nisso, ainda me fazem o favor de chamarem o Baker? Cancelem a vinda dele. AGORA!



– Mas...



– AGORA!



Completamente envergonhado, o homem saiu da sala, tirando seu celular do bolso e sendo seguido pelos outros seguranças, deixando apenas a família Swan na sala. Isabella voltou a me encarar e engoli em seco.



– Você está bem, baby? – perguntei.



– Está me vendo desacordada no chão? Ou no hospital? Ou gemendo de dor?



– Não. – respondi quando percebi que era isso que ela esperava.



– Então não me faça perguntas estúpidas, Edward.



– Isabella! – Renée a repreendeu.



– Eu tenho uma empresa que acabou de sofrer um incêndio, doze funcionários feridos, uma mais do que incompetente equipe de segurança, a imprensa inteira de Nova Iorque em cima de mim e você quer que eu responda perguntas idiotas? Desculpe-me mamãe, mas eu tenho mais o que fazer.



– Isabella, respeite sua mãe e seu namorado! – Charlie falou duro.



Bella agarrou um pequeno enfeite de cristal ainda intacto e o jogou contra a parede com raiva. O barulho assustou Renée, que olhou amedrontada para Charlie e Jasper apenas meneou a cabeça transmitindo cansaço.



Isabella saiu como ventania da sala e Rose encolheu-se nos braços de Emm.



– Edward, nos desculpe por essa cena. O melhor é você esperar. Bella não está com um bom humor no momento, como você pode ver. Desculpe-nos.



– Não é você quem precisa se desculpar, Renée. Eu vou para a cobertura, por favor, avisem Isabella sobre isso.



Girei em meus pés e saí do prédio, ainda conseguindo ouvir os gritos de Isabella com algum funcionário.



– Edward, como está Isabella?



Uma mordida na bunda.



– Edward, o incêndio foi acidental ou criminoso?



Não sei, mas algo me faz acreditar na segunda opção.



– Sr. Cullen, é verdade que a Srta. Swan está internada?



Pergunte isso a ela e receba um chute em suas bolas.



Obviamente, eu não abri a minha boca para respondê-los e entrei no Land Rover que me aguardava atrás do cerco policial. Tyler me esperava sentado no banco de motorista, com Riley ao seu lado.



– Para a cobertura. – pedi.



Mandei uma mensagem de texto para Tia pedindo que ela cancelasse todos os meus compromissos do dia e fechei meus olhos, sentindo-me um merda. Quando o carro estacionou, saltei e caminhei melancolicamente para dentro do condomínio de luxo. Cumprimentei levemente o porteiro e subi para a cobertura, abrindo a porta e me jogando no sofá.



Eu não sabia se estava fazendo o certo em ficar aqui, mas eu não conseguiria ficar em paz sem Isabella segura ao meu lado. Meu celular tocou e era Esme me perguntando sobre o incêndio. Conversei o mínimo possível com ela e minha mãe entendeu que eu não estava muito bem. Quando desliguei meu iPhone, encaminhei-me para o quarto, tirando meus sapatos e meu terno, deitando-me na cama e ligando o noticiário.



– As causas do incêndio ainda estão sendo averiguadas, mas um laudo preliminar da perícia indica que foi uma falha no sistema elétrico. Doze pessoas foram levadas ao hospital com alguns ferimentos e já foram liberadas. A polícia e os bombeiros continuarão na área apenas por precaução e uma das faixas de Wall Street já foi liberada para o trânsito. A CEO da Swan Company, Isabella Swan, não quis comentar o caso e sua assessoria apenas lançou uma nota à imprensa lamentando o acidente e assumindo a responsabilidade por qualquer dano aos funcionários. É com vocês, no estúdio.



Dois âncoras da CNN continuaram falando sobre a SC e sobre a história da empresa, comentando sobre Isabella e sobre o incêndio por longos minutos. Desliguei a merda da TV e fui para o banho, tomando uma ducha morna e sentindo a tensão de meu corpo se desfazendo aos poucos. Vesti um moletom e me joguei na cama novamente, fechando meus olhos por alguns minutos.




21h28min.




Eu ainda estava na cama, depois de ter acordado há duas horas atrás e perceber que Bella não estava em casa ainda, revisando alguns relatórios no meu notebook. Eu não sabia que horas ela chegaria e seu celular estava desligado. Liguei para Brad e ele me disse que eles ainda estavam na empresa.



Eu estava quase concluindo minha leitura quando ouvi o barulho da porta se abrindo. Permaneci no quarto, esperando a hora em que ela entrasse e gritasse algo comigo, antes de dormir. Bella quando estava nervosa resolvia tudo no grito e com birra. Eu havia aprendido a ignorar a grosseria dela, na maioria das vezes.



Eu ouvi o barulho de algo se quebrando e me levantei apressado, com medo de que ela tivesse se machucado.



Ao chegar à sala, encontrei Bella em pé ao lado do mini-bar, segurando uma garrafa de whisky e encarando um copo espatifado no chão.



Baby?



Seu corpo vacilou um pouco, indo para frente e para trás e ela colocou a garrafa de volta no balcão. O chocolate me encarou e ele estava quebrado.



– Foi criminoso. O incêndio foi criminoso.



Assim que as palavras saíram de sua boca, ela abraçou seu corpo e curvou-se, caindo sentada no chão e abraçou suas pernas, mergulhando a cabeça nos joelhos e chorando.



A imagem à minha frente me deixou sem reação por alguns segundos. Eu nunca havia visto Bella tão vulnerável em todo esse tempo que estávamos juntos. Nem mesmo a visão dela chorando enquanto tocava piano durante nossa viagem para a conferência de Londres era tão agonizante como essa.



Fui até minha garota e abaixei-me à sua frente, tocando seus braços levemente. Seus delicados dedos me prenderam e ela engatinhou para meu colo, se embolando em meu corpo e afundando o rosto em meu pescoço, molhando minha pele e minha camiseta com suas grossas lágrimas.



– Eu falhei, Edward. Eu falhei. – ela balbuciou entre os soluços.



Apertei seu pequeno corpo em meus braços e a ninei como um bebê, beijando seus cabelos e confortando-a da melhor maneira que eu podia.



– Eu prometi cuidar da empresa... Eu prometi para ele, Edward. E eu falhei. Deus! Eu falhei.



– Shhhh, baby, você vai superar isso. – falei.



– Eu decepcionei meu pai.



Eu imaginava o quanto estava doendo nela dizer essas palavras. Bella dava tudo de si na empresa para deixar seu pai orgulhoso. Ela queria ser tão boa quanto ele foi. E então vem um filho da puta que ateia fogo no que mais importava na sua vida.



Baby, não fique assim, seu pai sente muito orgulho de você, assim como eu.



Ela continuou chorando por um longo tempo, grunhindo impropérios ou soltando lamúrias. Quando percebi que ela estava mais calma, peguei Bella no colo e fui para nosso quarto. Deitei-a na cama e ela me encarou com seus olhos vermelhos e inchados.



– Não durma. – pedi.



Ela acenou com a cabeça e relutantemente me deixou ir para o banheiro. Enchi a banheira e joguei na água morna alguns sais de banho com cheiro de jasmim, o preferido de Bella. Deixei que formasse bastante espuma e acendi algumas velas. Voltei para ao quarto e Bella estava no meio dos lençóis, olhando para o teto melancolicamente.



– Levante-se, amor.



Ela fez o que pedi com movimentos lentos e parou de pé na minha frente, me encarando com os mais tristes olhos já vistos por mim. Com cuidado, passei a tirar sua roupa, deixando-a apenas com um conjunto de lingerie azul marinho que contrastava perfeitamente com seu tom de pele. Delicadamente abaixei as alças de seu sutiã, depositando beijos em seu ombro desnudo, enquanto meus dedos agarravam as laterais de sua calcinha de renda. Quando Isabella estava na sua gloriosa nudez na minha frente, passei meus olhos por ela, memorizando-a. Peguei minha menina novamente no colo e a levei para o banheiro, depositando-a dentro da água quentinha. Puxei seus cabelos para fora e ela encostou a cabeça na borda de mármore, fechando os olhos e deliciando-se com a sensação.



Alcancei uma pequena esponja e joguei sabonete líquido dela, pegando o braço de Bella em seguida e esfreguei pacientemente cada pedacinho de sua sedosa pele, como se quisesse apagar de seu corpo qualquer evidência da poeira do incêndio. Repeti o processo em seu outro braço, em seu pescoço, em sua barriga, em suas torneadas pernas, suas costas e por fim, em seus seios empinados e sua bunda arrebitada.



Era intoxicantemente sensual o que eu estava fazendo, mas eu tinha que controlar meus impulsos de homem das cavernas e cuidar de minha garota magoada. Quando a água esfriou e seus dedos estavam enrugados, tirei-a da banheira e sequei cada parte dela com uma toalha felpuda, vestindo-a depois com uma camisola simples, mas bonita, da La Perla. Peguei a mão de Bella e a trouxe para o quarto comigo, deitando-nos na cama King-Size e a puxei para meu peito.



– Obrigada por isso. – ela agradeceu.



– Sempre que precisar, eu cuidarei de você, meu amor.



Ela sorriu fracamente para mim e aninhou-se. Senti algumas lágrimas molhando minha camiseta e esfreguei suas costas com minhas mãos, beijando seus cabelos. Alguns minutos se passaram e Bella finalmente conseguiu dormir. Esperei um tempo e me levantei, apagando as luzes e fechando a porta do quarto. Fui até a sala e recolhi os cacos do copo de whisky que havia caído, fechei a garrafa aberta, peguei a bolsa dela que estava jogada no chão perto da porta e seu celular que estava displicentemente sobre o aparador.



A tela do iPhone acendeu-se quando eu o toquei e havia milhares de mensagens de texto, chamadas perdidas e notificações de emails. Não mexi em nada e coloquei tudo em cima da mesinha de centro, onde Bella normalmente deixava. Fui até a cozinha, fiz um sanduíche simples e o devorei. Não havia percebido que estava com fome.



Fiz minha higiene pessoal e voltei para a cama, onde Bella estava encolhida e dormindo tranquilamente. Trouxe seu corpo para mim e afundei meu rosto em seu pescoço, aspirando o cheiro de jasmim e morango tão característico dela.



Obrigado Deus, por tê-la protegido para mim.




(BPOV)




Quinta-Feira, 17h45min.



Eu estava escondida nas sombras que a luz bruxuleante produzia na sala fria e úmida. Eu observava sem emoção a cena a minha frente. Eu pouco me importava se ele estava sentindo dor ou se ele estava quase desmaiado amarrado naquela cadeira. Ele que fosse à merda nas mãos de Brad.



– Fale ou começarei a fazer as coisas de um jeito muito mais doloroso, moleque.



A voz de Brad saiu extremamente fria e o garoto de 20 anos se encolheu na cadeira, tentando se soltar das cordas que o amarravam nos braços da madeira de segunda. Os tornozelos e pulsos deles se contorceram sob os nós, mas não obteve sucesso. A obtusidade dele me fazia revirar os olhos. Era mais do que óbvio que ele não ia conseguir se soltar. Brad sabia o que fazia.



– Fale. – Brad pediu mais uma vez.



O menino se encolheu mais uma vez e mais um soco foi desferido em seu rosto já machucado. Mais sangue saiu de seu supercílio e escorreu em direção à sua camiseta azul claro. Eu estava entediada e me irritando.



– Fale. – eu ordenei.



O garoto procurou com os olhos inchados e roxos de onde saiu a minha voz, mas estava atordoado demais para conseguir me encontrar. Brad me olhou com uma careta, mas o ignorei. Se ele não conseguia fazer o filho da puta falar, eu iria conseguir.



– Ela está aqui? – o imbecil perguntou, se debatendo ainda mais.



– Não ouviu minha voz, querido? É mais do que óbvio que eu estou aqui. Ou você achou que eu não ia querer ver com meus próprios olhos o filho da puta responsável pelo incêndio na minha empresa? – respondi.



– Ele me disse que você não ia conseguir me encontrar.



– E quem é ele? – Brad inquiriu.



Mais uma vez o menino se calou.



Foda-se.



Ergui-me da cadeira e saí das sombras, andando até o moleque que começou a se debater com mais força. Acariciei seu rosto gentilmente e o encarei com meu mais doce olhar.



– Quem mandou você jogar aquele líquido inflamável no piso do saguão da minha empresa, Ronald?



Ele acenou negativamente com a cabeça e me enfureci, puxando seus cabelos e ergui seu rosto o fazendo me encarar.



– Abre a porra da sua boca e confesse. Ninguém vai sentir sua falta, Ronald. Por isso te escolheram para fazer o trabalho. O seu cúmplice nessa merda toda está morto. Não queira ser o próximo!



– Tim está morto? – ele perguntou assustado.



– É óbvio que está. O seu contratante está apagando as evidências do crime dele. Felizmente, eu consegui te pegar antes dele. Agora, se você quer continuar vivendo, me diga quem mandou você fazer aquilo e eu pouparei sua vida, lhe dando dinheiro e ajuda para sair do país e viver.



Afastei-me e olhei para a cara de Ronald, o menino de 20 anos que havia sido contratado como um dos faxineiros da Swan Company e que havia limpado o chão, trocando propositalmente o produto de limpeza por um líquido inflamável e inodoro. A única coisa que ele não havia percebido, é que as câmeras da SC estavam instaladas em cada pequena sala dentro daquele prédio e não foi difícil capturá-lo trocando os produtos e depois, dando um sinal para o seu colega deixar cair brasas de cigarro sobre o piso. Não demorou muito para que o fogo se espalhasse, fazendo com que as pessoas presentes no local se assustassem e se ferissem antes do sistema ser acionado para que os pequenos chuveiros despejassem água sobre as chamas, para o controle do incêndio. O que Ronald não sabia, era que o seu companheiro, Tim, havia sido encontrado pela manhã dentro de uma caçamba de lixo, assassinado com um tiro no peito.



– Ele nos abordou um dia quando estávamos em um bar. Disse-nos que nos pagaria muito dinheiro se o ajudássemos a acabar com você. Ele disse que não podia chegar perto do seu namorado e nem da sua família por causa dos seguranças, mas que podia acabar com algo que você mais ama na vida. A Swan Company.



Ele respirou fundo, puxando o ar com força e cuspiu um pouco de sangue, me fazendo dar um passo para trás enojada.



– Eu tinha muitas dívidas. O merda do meu pai foi embora e deixou minha mãe quebrada e devendo muito dinheiro. Eu não podia deixar que a despejassem ou que a matassem por causa dos vícios do porco do meu pai. Tim não estava em uma situação diferente, tendo que lidar com a irmã doente. Nós apenas aceitamos porque precisávamos do dinheiro. O nosso trabalho era honesto, mas por termos uma péssima qualificação, não conseguimos algo que nos remunerava decentemente para quitar nossas dívidas. E então, abraçamos a oferta e incendiamos a empresa.



– Quem é ele?



– Não consigo me lembrar direito... Era algo como Jim, John, Jack, James... James! O nome dele era James!



Senti o chão mover-se e caminhei para trás, caindo sentada na cadeira que eu usava antes. Era o merda do James Hathaway que estava por trás de tudo? Como? Senti minha visão turvar-se em raiva e minhas mãos fecharam-se em ódio.



– O que vamos fazer com ele, Srta. Swan? – Brad perguntou.



– Tirem- no daqui, dêem-lhe dinheiro suficiente para ele sair do estado e o protejam até que ele tenha embarcado no avião. Vão. Saiam. AGORA!



Meus seguranças desamarraram Ronald e o arrastaram para fora, não antes de ele conseguir me gritar um obrigado.



Eu conhecia apenas a minha realidade. A vida cercada de luxo, marcas, festas e ostentação. Mas eu tinha os pés no chão e sabia que quando as pessoas passavam por dificuldades e viam-se sem alternativas, elas acabavam sendo seduzidas pelo caminho fácil e errado do crime. Ronald e Tim eram apenas vítimas da ganância e vingança de James, que viu na pobreza e dificuldade dos dois a oportunidade perfeita para me atingir.



Levantei-me da cadeira e saí daquela sala que estava me dando ânsia. Corri e entrei no Land Rover que me esperava, tentando me esconder do mundo. Brad entrou no carro alguns minutos depois, junto com Sam. Ele dirigiu pela estrada vazia e me encarou pelo espelho retrovisor.



– Ronald foi levado por John para pegar a mãe para irem ao aeroporto. Entregamos-lhe a quantia necessária para que recomeçassem as vidas deles em outro lugar confortavelmente.



– Ótimo. Quero que vocês redobrem a segurança da minha família e também... Eu quero que façam a segurança de Edward.



– Quantos seguranças para o Sr. Cullen?



– O máximo que puderem. Conversem com Tyler e arranjem tudo. E se algo acontecer com Edward, eu faço questão de chutar suas bolas o mais fortemente possível para o olho da rua, entendeu?



Ele acenou e se concentrou na rodovia. Meu celular vibrou em meu bolso e o peguei, lendo a mensagem de texto que eu recebi.



De: Seu Edward.


Para: Minha garota.

Sinto sua falta.

Eu te amo.



Uma pequena lágrima saiu de meu olho e digitei uma resposta rapidamente para ele.




De: Sua garota.


Para: Meu Edward.

Também sinto sua falta. Logo estarei em seus braços.

Eu te amo.



Desliguei meu iPhone e o guardei em minha bolsa, encostando a minha cabeça no vidro e sentindo o peso da raiva de James sobre meus ombros.




Eu irei te proteger, meu amor. Nem que para isso, eu tenha que morrer nas mãos daquele filho da puta.



When it crumbles we will stand tall and face it all together at the skyfall.


(Quando desmoronar estaremos de pé e enfrentaremos a tudo juntos ao cair do céu.)





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Notas finais do capítulo

Gostaram?!
James foi um FDP não?!
Agora, indiquem BM para os friends, comentem, recomendem para motivar a autora á escrever e beta (euzinha) á dar palpites além de nos deixar veadas com cada comentário/indicações.
Até semana que vem babies!