Chegando no apartamento do Francisco Dona Amanda veio me ver. Ela me abraçou e me deu beijos no rosto. Ela parecia com a mãe que eu não tinha, ela tava realmente preocupada comigo, não parava de perguntar se estava bem, ou se eu queria algo.

-Manhêe calma !! –Francisco falou para acalmar Dona Amanda.

-Estou melhor Dona Amanda, não 100% mas bem, não se preocupe comigo, e não quero nada não. –Eu falava enquanto íamos nos sentar no sofá.

-Mãe, a Dona Esllie meio que deixou a Kaue sem lugar pra morar, porque ela foi atras de um apartamento pra Kaue, enquanto a mãe dela não arranja um apartamento pra ela, não tem problemas de ela ficar aqui ne? –Perguntou Francisco.

-Claro que pode, fique aqui o tempo que precisar minha querida, tu já é da família. Tem café pronto vou la buscar pra vocês, vou aproveitar e fazer um pão pra vocês comerem tambem, tu deve ta morrendo de fome ne Kaue. –Disse Dona Amanda saindo da sala e indo pra cozinha.

-Eu não queria dar trabalho pra ela. –Falei com uma voz chorosa.

-Isso não vai durar muito Kaue, logo logo ela sai pra trabalhar, daí eu posso te mimar um pouco ne. –Ele disse me abraçando mas cuidando do meu braço que tinha o aparelho, no qual eu ainda sentia o sangue saindo e entrando da veia. Eu fiquei ali deitada no peito do Francisco uns 3 minutos ate que a Dona Amanda chegou com uma bandeja onde tinha 2 xícaras e 2 pratinhos com pão, alem disse tinha um açucareiro e 2 colherinhas.

-Muito obrigada Dona Amanda, mas eu não quero que a senhora se importe muito comigo não. Não quero dar trabalho pra senhora. –Falei pegando uma xícara de café.

-Não se preocupe você minha querida, so quero que tu fique bem enquanto estiver aqui. Não quero que te faltes nada, ate porque tu anda muito magrinha. Tens que se alimentar, principalmente agora ne. –Dona Amanda falou com uma voz amável, e me lembrou de quando eu era pequena quando minha mãe me trazia nescau no sofá enquanto eu via desenho animado. Lagrimas vieram aos meus olhos quando lembrei que minha mãe não me desejará mais em sua casa. Mas não me permiti chorar, não ali, não agora.

-Bom então, muito obrigada Dona Amanda, ta sendo uma verdadeira mãe pra mim. –O que minha mãe não esta sendo, porque ela nem me quer em sua casa, claro que eu não falei isso ne, o que ela pensaria da minha mãe. Se é que ainda posso a chamar assim.

Tomamos café e depois eu e Francisco fomos para o quarto dele. Eu pedi pra tomar banho, e perguntei onde tinha uma toalha para mim. Afinal as roupas que tinha comprado ainda estavam la. Pedi uma toalha pra eu tomar banho, entrei no banheiro e coloquei musica no celular. Enquanto tirava a roupa e entrava no chuveiro, fiquei pensando em tudo o que Francisco disse. Pudera ser verdade tudo aquilo, ele gostava mesmo de mim? E eu sentia algo por ele? Eu sentia, com certeza sentia. Mas como em tão pouco tempo? Como pudera se apaixonar por ele em 2 ou 3 dias? Fora tudo tão rapido. Mais se sentia bem, pela primeira vez. Era bom se sentir amada por alguém, e amar essa pessoa era muito bom tambem. Relembrei aquele momento no qual ele se declarava pra mim, diante de minha mãe, dizia o quanto me amava. Sabe não sei nem o que esta acontecendo comigo. Olha pra mim. To com os braços enfaixados, fazendo o maximo pra não molhar o curativo, esse aparelho conectado em meu braço verificando meu sangue, quase o fazendo pulsar em minhas veias.
Ouvi alguém batendo na porta e me chamando.

-Kaueeeee!! Ta viva fia!!!? –Gritou Francisco.

-To sim, já to saindo. –Nem me dei conta que tava la dentro a quase uma hora. Desliguei o chuveiro e me arrumei. Consegui deixar as faixas relativamente secas. Me arrumei, coloquei uma manga longa azul com o símbolo do super-homem, um short degrade, azul, azul claro e rosa e meu tênis da vans, e enrolei a toalha no cabelo e sai do banheiro.  (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=79099845&.locale=pt-br)

-Vai aonde posso saber? –Perguntou Francisco me olhando de baixo a cima.

-Em nenhum lugar porque?

-Ué toda arrumada achei que ia ver o namorado. –Falou Francisco. Quando ele falou isso, abaixei a cabeça e falei.

-Acho que precisamos conversar sobre o ocorrido no hospital ne Francisco.

-Kaue. –Ele disse se aproximando de mim e levantando meu rosto. –Foi tudo, tudo verdade. Eu realmente não consigo mais ficar sem você. Tu em 2 dias se tornou uma das pessoas mais importantes pra mim. Eu realmente sinto algo muito forte por ti. E acho que te amo. Como isso me aconteceu não tenho ideia. Mais eu to muito bem sentindo isso. Toda vez que vejo teu sorriso, meu cérebro entra em êxtase. Quando eu te toco eu sinto algo bem aqui. –Ele disse apontando para o coração. –Sinto que sem teus toques, sem o leve toque da tua boca, das tuas mãos. Parece que aqui dentro não bate, enquanto eu não estiver perto de ti, e com teus toques. Eu não consigo me sentir completo sem você. Eu preciso de ti, preciso do teu cheiro, preciso dos teus toques nem que sejam em tapas pra brigar comigo. A tua voz é como a minha musica preferida tocando. Eu pararia tudo so pra ouvir isso de ti. Eu acho que te amo. Pelo menos eu amo tudo em ti, amo teu gosto pra musica, apesar de ser o gosto mais estranho que eu já vi, tu escuta as bandas mais legais que já ouvi, eu amo teus olhos azuis, eu amo quando eles mudam de cor, eu amo a cor do teu cabelo, eu amo esse tua franja, principalmente quando ela cai no teu rosto quando tu ta lendo e tu fica brava com ela. Amo o jeito que tu fica brava, amo esse teu jeito escandaloso de rir. É, acho que eu te amo. –Quando Francisco terminou de falar isso eu já estava chorando, ouvir isso de alguém que realmente te ama, e realmente ta ali falando tudo aquilo pra ti. É uma sensação muito boa saber que és amada. –Kaue fala algo por favor.

-Eu não sei o que dizer. –Disse soluçando já de chorar. –So que eu sinto algo muito grande por você também. –Não sabia exatamente o que falar pra ele. Então simplesmente o abracei e o beijei. Beijei como se fosse o ultimo beijo que daria nele. Não aquele beijo de querer comer a pessoa. Mais um beijo que eu pudesse saber que era ali onde eu deveria estar. Que ali era meu lugar. Era com ele que eu queria estar. E nem acredito que de uma brincadeira eu fosse me apaixonar realmente por alguém.

-Eu te amo Kaue Taylor Lirf.

-Eu.. Eu te amo Francisco Bueno Viero. –Nos abraçamos e ele me convidou pra sentar na cama. Já eram 19:45 ele ligou a televisão e ficamos deitados na cama ate as 22:00. Ate que a mãe dele chegou. E entrou no quarto dizendo que tinha trazido a janta que era pizza. Não estava com fome, mais Francisco me fez comer pelo menos uma fatia. Então comi, obrigada, mas comi. Depois disso pedi licença e fui para o quarto, estava cansada. Fiz minha higiene, e deitei na cama. Não demorou muito Francisco veio ver como eu estava. Eu disse que estava bem.

-Precisa de mais coberta Kaue? –Ele perguntou carinhoso.

-Não obrigada Francisco. –Eu respondi.

-Qualquer coisa tu da um berro, vou dormir la na sala tudo bem?

-Porque vais dormi la? –Perguntei sabendo a resposta. Mais queria que ele falasse.

-Não sei, achei que tu te sentirias melhor dormindo sozinha. –Ele disse. Não esperava isso dele, achei que ele fosse dizer outra coisa mais deixa quieto.

-Se eu te pedir, tu dorme aqui comigo, que nem naquele dia?

-É claro Kaue, o que eu não faria por você. –Francisco falou. –Mas antes vou ao banheiro me arrumar pra dormir. –Francisco entrou no banheiro, e em 10min tinha voltado. A gente não se falou muito eu estava muito cansada pra qualquer coisa. Ele so deitou atrás de mim. E me abraçou. Ali dormimos juntos.