Tudo Começou Com Uma Brincadeira. escrita por Camila Liston


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. ^^



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Nunca pensei que pudesse ver mamãe assim, tão decepcionada com a filinha “perfeita” dela. Mal sabia mamãe o quanto me afetava, a separação dela com papai. Ela achou que talvez fosse simples e fácil aceitar mais não era.

-Kaue, porque tu faz ainda isso? –Mamãe perguntou com voz de decepção.

-Eu... E-eu não sei. –Respondi isso, porque não queria que ela soubesse o quanto me afetava a separação dela com papai. Eu já não aguentava mais, so chorava. Ela so me olhava ficamos assim durante um tempo. Ate que ela se retirou da sala. E o Doutor veio me medicar. Não demora muito eu estava sonhando.

*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

Acordo no hospital zonza, fico encarando o teto por alguns minutos escuto um ritmo muito baixo de musica. Mais não consigo virar o pescoço nem encarar nada. So me concentro no ritmo. Reconheço a musica e começo a reproduzi-la em minha mente.

“Todo bem que você faz pra quem te ama
E quem te ama te faz
E isso tudo é o que te faz levar a vida na paz”

Charlie Brown Jr. – Beco sem saída.

Faço um esforço para procurar de onde vem esse som. Consigo virar o pescoço e vejo Francisco sentado na cadeira com um fone de ouvindo, o boné dele, e... O uniforme do colégio? Ele ficou aqui desde ontem, ou foi ao colégio hoje?
Ele vê que estou acordada da um sorriso torto e tira os fones.

-Tudo bem criança ? –Ele perguntou rindo.

-Tudo sim adulto. –Falei e rimos

-Bom ainda vais ficar ai deitada durante uma semana. Eu fui em casa buscar umas coisas pra você e logo voltei. –Ele disse fazendo suspense.

-Vai dizer, ou vai tortura? –Falei curiosa

-Trouxe teus livros. E trouxe teu Iphone. Trouxe meu Ipod pra ti...

-Pera pera, baixa-se o CD do CBJR? –Falei semi-serando os olhos.

-Baixei criança. –Ele disse rindo

-Salvou minha vida. Merece um beijo. Porem não. –Falei antes que ele pudesse comentar qualquer coisa.

-Toma qual tu quer primeiro? Harry Potter, Jogos Vorazes, Percy Jackson, Invocação? Escolha trouxe todos. –Ele disse rindo.

-Primeiro quero ouvir musica e ler, huuuum, Harry Potter por favor. –Ele me alcançou o Ipod dele e fui direto na musica Champagne e Agua Benta e comecei a cantarolar.

“Atitude a gente tem
sorte a gente tem também
de um jeito ou de outro, pode crer que elas vem
Mas não só pra um rolé, pra muito mais que isso
O que elas querem é aquilo e você tá ligado disso
Vem, vem com tudo, me leva pro seu mundo,
Toda Patricinha adora um vagabundo
Se fui pobre não me lembro, se fui rico me roubaram
Meu esporte predileto é o mesmo do Romário

Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim
Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim

Minha vida é tipo um filme de Spike Lee
Verdadeiro, complicado, mal-humorado e violento
Você é bonito, e eu sou feio
Sua mãe te ama, mas eu te odeio
Quem tem boca fala o que quer, só não pode ser mané
Coração de vagabundo bate na sola do pé
Zica tem monte, zóião, da até em penca
Eu tomo banho de banheira com champagne e água benta

Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim
Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim

Você é bonito, e eu sou feio
Sua mãe te ama, mas eu te odeio

Eu vim de skate, sou guerreiro do asfalto
Quem fecha comigo, joga a mão pro alto,
Eu vim de skate, sou guerreiro do asfalto
Quem fecha comigo, joga a mão pro alto (bem alto)

Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim
Não tão complicado demais, mas nem tão simples assim’’

Peguei o livro que Francisco tinha me estendido quanto desenrolava o fio do fone e colocava no ouvido. O livro já estava todo desgastado mais ainda dava de ver o titulo ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’. O Abri na primeira pagina e comecei a ler.

Capitulo um, O menino que sobreviveu.

O Sr. e a Sra. Dursley, rua dos Alfeneiros, nº 4, se orgulhavam de dizer que eram perfeitamente normais, muito bem, obrigado. Eram as ultimas pessoas no mundo que se esperaria que se metesse em alguma coisa estranha ou misteriosa, porque simplesmente não compactuavam com esse tipo de bobagem.

O senhor Dursley era diretor de uma firma chamada Grunnings, que fazia perfurações. Era um homem alto e corpulento quase sem pescoço, embora tivesse enormes bigodes. A Senhora Dursley era magra e loura e tinha pescoço quase duas vezes mais comprido que o normal, o que era muito útil porque ela passava a grande parte do tempo espichando-o por cima da cerca do jardim para espiar os vizinhos. Os Dursley tinham um filhinho chamado Dudley, o Duda, e em sua opinião não havia garoto melhor em nenhum lugar do mundo.

Os Dursley tinham tudo o que queriam, mais tinham também um segredo, e seu mais receio era que alguém o descobrisse. Achavam que não iriam aguentar se alguém descobrisse a existência dos Potter. A Sra. Potter era irmã da Sra. Dursley, mas não se viam a muitos anos; na realidade a Sra. Dursley fingia que não tinha irmã, porque esta e o marido imprestável eram o que havia de menos parecido possível com os Dursley. Eles estremeciam so de pensar o que os vizinhos iriam dizer se os Potter aparecessem na rua. Os Dursley sabiam que os Potter tinham um filhinho, também, mais nunca o tinham visto. O garoto era mais uma razão para manter os Potter a distancia; eles não queriam Duda se misturasse com uma criança daquelas.”

Estava tão concentrada no livro que nem vi o doutor entrar na sala, mais não queria ouvir nada que ele dissesse. Então nem tirei o fone de ouvido e disse:

-Quero falar com a minha mãe. –Disse determinada voltando para o livro.

Quando o Sr. e a Sra. Dursley acordaram na terça-feira monótona e cinzenta em que nossa historia começa, não havia nada no céu nublado lá fora sugerindo as coisas estranhas e misteriosas que não tardariam a acontecer por todo o país. O senhor Dursley cantarolava ao escolher a gravata mais sem graça do mundo para ir trabalhar e a Sra. Dursley fofocava alegremente enquanto lutava para encaixar Duda aos berros na cadeirinha alta.”

Durante uns minutos continuei lendo. Depois me foquei na musica.

“A vida te pede mas a vida não te dá
Devagar com meu skate um dia eu cheguei lá
Eu não sei como se escreve mas sei como se faz
Minha fé é meu escudo pra tanto leva e traz
Conceitos se dissolvem num mundo globalizado
Eu tô na fé, tô legal, menos um revoltado
Os que correram comigo continuam do meu lado
Tenho poucos amigos mas não foram comprados
O Brasil é o grande rei do "nhêm nhêm nhêm"
Que embala seu delírio num grande vai e vem
Mas eu sou cabeça forte melhor do que ninguém
Muito menos pior, o tempo prova quem é quem”

Charlie Brown Jr. – Descubra o que há de errado com você.

Quando mamãe entra na sala.


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