– Boa noite, mãe. Não durma tarde amanhã você trabalha, ok? – O garoto beijou a mãe antes de subir pro quarto, mas mal sabia ele que poderia ser a última vez que veria sua mãe de novo em muito tempo.

Quando entrou no quarto não teve nem tempo de pedir por socorro, ele já havia desaparecido dessa dimensão assim que se deu conta que havia uma fumaça cinza no ar ao redor dele. A fumaça se transformou num leão, seu signo, e com um aceno ele rugiu e o menino caiu desacordado, levado por só Deus sabe quantos quilômetros por hora.

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A primeira coisa que eu pensei quando acordei foi exatamente assim: “O que diabos aconteceu?”

Depois te tentar lembrar, sem muito sucesso, o que exatamente foi aquela fumaça cinza no meu quarto, decidi ver onde eu estava, já que obviamente esse não era o meu quarto e eu não estava com meus típicos fones de ouvidos escutando musica alta. Era uma casa completamente fantástica: Não havia divisórias de cozinha, quartos e outras áreas que em uma casa normal haveria paredes por todos os lados para dividi-las, ao contrário, o que eu via eram várias camas e nelas, pessoas dormindo; No centro havia uma estátua de um Leão com a boca aberta, rugindo para o nada, e admito que eu estaria com muito medo se aquilo com os dentes arreganhados na minha direção não fosse uma estátua, mas eu até senti um pouco de familiaridade com ela. Meu signo é Leão então, sempre quis ver um de perto, mas não tão perto de seus dentes. Sem ofensas Estátua Rei Leão.

Antes de tentar entender onde eu estava, um garoto recém-acordado, para minha infelicidade ele me notou, e disparou em alto som:

–Olha galera, um novato na área. – É claro que o novato era eu. A partir daí o garoto já foi objeto de ódio pra mim. Ele era um pouco alto, chutaria uns 17 anos pra ele, cabelo ruim e corpo estranho meio desengonçado. – Aliás, meu nome é Regalus.

– Regalus? Isso é nome de homem? – Antes de Regalus tentar me dar uma resposta, uns 10 garotos e garotas haviam se aproximado de mim e começado a me encher de perguntas. Todos eram jovens e deviam estar na faixa de 13 a 19 anos.

– Não vá se achando o rei da selva nessa área aqui não novato. Regalus só falou o nome dele porque todos já sabem o seu. - Uma garota, a que parecia a mais velha dali falou em um tom pacificador. Ela tinha cabelos e olhos negros e tinha um semblante que era ao mesmo tempo superior e gentil dentre os outros

– Como vocês sabem meu nome? – Tentei lembrar, mas nem meu nome eu sabia, o que era muito estranho então tentei parecer o mais desafiador possível, o que não deu certo porque a resposta dela foi a mais lógica possível.

– Por que está escrito na cabeceira da sua cama, idiota. – Por incrível que pareça eu não fiquei chateado pela resposta dela ter me feito parecer um idiota, ela parece ser legal por trás dessa seriedade. O nome que estava na minha cabeceira era Souma, mas por alguma razão desconfiei desse não ser o meu nome. - Posso falar meu nome ou você vai querer dá uma de ignorante pra cima de mim? - Ela cortou meus pensamentos e como viu que eu não respondi, ela disse mesmo assim – Sou Clove, responsável por esse lugar.

– Esse lugar? O que exatamente é aqui? Como vim parar aqui? Porque vim parar aqui? – Fui atropelado nas perguntas pelo fôlego que tive que tomar dando tempo pra colocar as perguntas em ordem.

– Calma, uma pergunta de cada vez. Aqui, é a residência daqueles que nasceram sobre a constelação de Leão. E o que você deve saber sobre esse lugar? Apenas fique forte para quando O Dia chegar e você ter uma chance de sair daqui.

– O Dia? Que dia é esse? – Fiquei confuso porque cada vez que o sol surge um dia nasce, mas obviamente não era um dia qualquer ao qual Clove estava se referindo então decidi melhor perguntar de uma vez. Mas não foi Clove que me respondeu, ao contrário, foi um menino que ainda estava em sua cama olhando pra mim de um modo quase acusatório. Seu nome era Texer, isso pelo menos era o que estava escrito perto de sua cama, ele era magrelo com o cabelo meio desgrenhado por ter acabado de acordar.

– O Dia que vai ter que lutar por sua vida e por todos aqueles que você ama, Souma – Ele respondeu de modo direto e suas palavras quase me cortaram porque eu senti que ele falava sério e que eu não queria saber do que teria que fazer quando esse Dia chegasse.