Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 16
Capítulo 15 — Mentalmente incapaz.


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu quero começar falando que foi uma semana muito triste para os gaúchos devido ao que aconteceu em Santa Maria, então eu sinto muito por tudo... e desejo meus míseros sentimentos. Eu sei que isso é quase nada, mas... é a única forma que eu tenho de mostrar. Enfim, gente, espero que gostem desse capítulo e eu quero agradecer a quem comentou nos outros capítulos e pedir pra quem não está comentando... que comente, por favor? Nem metade dos leitores estão comentando... é isso ai.



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— Bella! — O Senhor Wilder me abraçou assim que eu abri a porta de meu apartamento para ele. Ele sorria menos contidamente do que Claire que estava ao lado dele, seu cabelo loiro em seus ombros contrastando com os olhos escuros que ela tinha. — Ah meu Deus! Eu fiquei tão preocupado com você!

Retribui seu abraço com um sorriso tímido e depois quando abracei Claire por longos três minutos, eu os convidei para entrar. Edward estava sentado confortavelmente no meu sofá e eu quase enfiei meu rosto dentro de alguma panela por causa disso. Eu sabia o que se era deduzido por ele estar no meu sofá e eu sabia que o Sr. Wilder o conhecia, conhecia muito bem. E conhecia também o meu ódio anterior pelo mesmo.

— Edward! — Ele exclamou, surpreso.

Senti minhas bochechas corarem quando eles trocaram um aperto de mão e depois um abraço de “camarada” com direito a tapinha nas costas e tudo mais.

— Se não for uma boa hora…

— Não. — Eu sorri para Claire. — É uma boa hora. Aliás… não se sinta intimidada pela presença de Edward aqui, ele tem sido bem gentil nos últimos meses. É um tipo de morfina. — A segredei com a voz baixa enquanto observava o Sr. Wilder fazer Edward sorrir tortamente e passar os dedos pelo cabelo bagunçado.

— E funciona?                  

— Sim, na maioria das vezes…

E então embarcamos em uma conversa sobre como eu estava me virando esses dias e, no entanto, o nome de Riley não foi pronunciado. Eu sentia que todo mundo tinha medo de falar dele perto de mim como se eu pudesse começar a chorar a qualquer hora, como se eu não suportasse ouvir o nome dele ou qualquer outra coisa do tipo. Eu queria ouvir o nome dele, necessitava, mas é claro que eu não pedia para ninguém falar sobre ele. Era patético.

Senhor e Senhora Wilder eram o que eu tinha mais próximo de família no dia em que eu vim parar na empresa e desde então eles cuidavam de mim e de Riley como se fossemos filhos legítimos deles. Eu entendia essa carência para cuidar de alguém porque, alguns anos antes, eles perderam três bebês seguidos e depois desistiram ao saber pelo médico que sempre perderiam se continuassem tentando. Então eles nos adotaram e vêm tomando conta de mim mais intensamente desde que Riley me deixou e que perdi meu bebê.

Eu iria voltar para o trabalho no dia seguinte, não por eles terem me pedido — eles não tinham —, e sim porque eu não aguentava ficar parada sem fazer nada. Eu tinha sorte quando Edward chegava de quatro horas da tarde de seu próprio trabalho e me tirava do tédio, mas tinha dias em que ele se atrasava e só chegava de oito — esses dias costumavam ser horríveis. Claro que tinha Alice, mas ela também tinha um trabalho e tinha o cara da Administração com o qual ela passava bastante tempo no apartamento dele.

Como era um Domingo, Edward não hesitou em chamar Jonah e Claire para um jantar em um dos vários restaurantes que tinha nas redondezas. Eu fiz uma carranca assim que ele os convidou porque eu realmente não queria sair do calor do meu apartamento nem queria me mover para canto nenhum. Para a minha infelicidade eles aceitaram e eu fui compelida a ir trocar de roupa.

Claire ficou comigo no quarto enquanto eu tirava a minha calça larga e trocava por uma calça jeans clara e perfeitamente apertada. Ela parecia se divertir com a minha falta de vontade de voltar a me socializar com pessoas e mesmo quando eu resmungava que eu não sentia falta delas, ela ria adoravelmente dizendo que eu era uma graça.

Vesti por cima de minha blusa um casaco que eu tinha comprado em uma das várias viagens para o shopping que fiz com Alice porque estava fazendo frio lá fora. Edward me olhou de uma forma estranha que me fez corar assim que eu fui à sala pegar a minha bolsa que eu tinha deixado na cozinha. Eu franzi meu cenho e sorri para ele, acenando discretamente com uma mão. Ele sorriu em resposta.

Voltei para o quarto com as bochechas coradas somente para dar um jeito em meu cabelo porque quando ele passava o dia inteiro preso em um coque no alto da cabeça normalmente estava um bagaço quando se soltava. O resultado disso eram cachos desalinhados e que eu não gostava nem um pouco, porém que eu ignorei veemente por não ter paciência para procurar uma chapinha dentro do closet do terceiro quarto.

Enquanto eu terminava de arrumar minha bolsa com Claire ao meu lado em silêncio, alguém bateu na porta calmamente do quarto.

— A porta está aberta! — Eu disse.

Edward entrou no quarto com as mãos no bolso e Claire sorriu levantando-se da cama de imediato, dando-me a desculpa que seu celular estava tocando e que precisava mesmo atender. Eu podia muito bem escutar o que estava tocando ou não e o celular dela não deu sequer um pio. Eu não sabia por que as pessoas pareciam querer me deixar constantemente sozinha com Edward, nós falávamos nada confidencial ou alguma coisa do tipo. Não tínhamos segredo algum a esconder.

— Houve algum problema? — Eu indaguei, franzindo o cenho. — Se for pela demora… — Sorri de lado, quase envergonhada — desculpe-me é que eu acabei conversando mais do que me arrumando. Eu sei que você tem de se acordar cedo amanhã e…

— Não. — Ele sorriu. — Eu já estou mestre em dormir tarde quando preciso me acordar cedo.

— Talvez seja por isso que você está parecendo um zumbi. — Falei maldosamente rindo após falar. — Talvez eu devesse te deixar dormir mais cedo um dia desses… faz bem, sabe? Tira esses círculos que você tem debaixo dos olhos.

— Vou tentar. — Edward prometeu.

— Então… tinha algo que você queria falar comigo em particular? — Eu franzi meu cenho ao me virar e ver como ele estava apreensivo, assumindo a timidez que tinha sido esquecida alguns meses atrás.

— Ah, sim, tinha…

— Que era…?

Ele se aproximou de mim incoerentemente porque estávamos em um quarto sozinhos e mesmo que estivesse alguém escutando atrás da porta — o que bem improvável — este mesmo só escutaria sussurros. De qualquer jeito, Edward se aproximou de mim e pôs as mãos em minha cintura para que eu não me afastasse. Eu o teria feito e ainda o esmurrado se seus lábios não estivessem em minha orelha e não perto da minha boca.

— Você está linda. — Ele disse, ou melhor, sussurrou.

Eu ri, o afastando somente o suficiente para que pudesse ver seu rosto.

— Grande segredo, Edward! Você não poderia ter me dito isso lá na sala ou em qualquer outro lugar? — Eu sorri de modo zombador. Ele somente negou com o rosto enquanto desviava os olhos dos meus para os meus lábios.

Essa era uma ótima hora para afastá-lo porque normalmente eu não teria tolerado tal aproximação, mas agora me parecia tão certo que minha mão que estava em seu peito não fez nenhuma pressão para afastá-lo. Ele se aproximou mais ainda e com os olhos indecisos, deixou que nossos narizes se tocassem levemente e como um adolescente o esfregou com o meu, docemente.

Eu até cheguei a fechar meus olhos. Foi esse o erro: fechar os olhos. De repente o modo como ele segurava minha cintura pareceu exatamente com o modo como Riley segurava quando estava me provocando e o hálito quente que saia dos lábios dele era da mesma forma que saia dos lábios de Riley quando ele estava ofegante. Nossas testas coladas e minha mão em seu peito… Era tudo tão igual que eu tive que me controlar para não entrar em pânico e soar mais patética do que eu iria soar a seguir…

— Não posso… — Sussurrei respirando fundo e finalmente o afastando. — Não estou em condições para me envolver com alguém agora, Edward. Desculpe-me, eu… — Ainda amo Riley, eu ainda quero Riley, ainda penso em Riley quando estou com você, pensei torturadamente e com os olhos marejados. 

— Não, Bella, não chora. — Ele envolveu seus braços ao meu redor e me abraçou com força e como costumava fazer, enterrou seu rosto em meu ombro.

— Por que eu não posso só… simplesmente seguir em frente e… e… — Sussurrei com o rosto aconchegado em seu peito.

Eu espero.

***

— Hey, Chess — A cumprimentei assim que entrei em minha sala e ela estava arrumando minhas coisas que eu tinha deixado anteriormente bagunçadas. — Bom dia.

— Bom dia, Srta. Swan…

— Ah Deus, eu passei tanto tempo assim fora? Já se esqueceu de como deve me chamar? É Bella, nada de Senhorita ou qualquer outra coisa formal. — Ela sorriu e assentiu. — Como é mesmo o nome do novo vice-diretor? Eu acho que esqueci ou… eles não me falaram ainda.

— Garrett Pucker. — Ela disse. — Ele não vai estar aqui agora porque sempre se atrasa, então você não terá de aguentar seu mau-humor e o ego inflado que ele tem. Pelo que parece o vice antes de diretor não o interessa tanto e eu o escutei falando que, segundo ele, alguém cujo estava dirigindo a Wilder deveria ser mais forte do que uma mulher a qual passa meses chorando porque alguém partiu…

— Mas que filho de uma mãe… — Murmurei.

— Só falei porque acho que… a senhora deve saber. — Chelsea disse e por minha falta de resposta retirou-se da sala com as bochechas pegando fogo.

Garrett Pucker e sua capacidade de falar coisas que não sabia eram o de menos quando eu me deparei com a pilha de relatórios e assinaturas que ficara acumulada. Fiz um lembrete inicial de reclamar com quem quer que tenha ficado no meu lugar e mandá-lo ser mais prestativo porque, por favor, parecia que fazia um ano que ninguém pensava em atualizar os relatórios ou as malditas assinaturas.

Foi um dia bem entediante e eu estava quase contando os segundos que faltava para a hora de almoço quando Edward decidiu me ligar e me chamar para almoçar com ele. Aceitei, claro, eu não tinha ninguém para almoçar comigo já que Alice resolveu cancelar de última hora e Claire tinha que resolver algo com o encanamento de sua casa e geralmente eu odiava ficar em um restaurante sozinha quando tinha tanta gente ao meu redor conversando e rindo…

Eu tinha terminado a parte dos relatórios quando Chess perguntou se Edward poderia entrar e eu quase podia escutá-lo bufar incrédulo e impaciente por ter que ter autorização para entrar em minha sala. Pedi para que ela o deixasse entrar sempre que ele viesse e escutando o que eu tinha falado, Edward soltou um enorme sorriso presunçoso.

— Que bom que agora não tenho que ter permissão para entrar na sua sala. — Ele resmungou com uma pontada de zombaria em sua voz. — Me sinto quase… um marginal que ninguém confia…

— Ah, por favor, Edward, menos drama. — Revirei meus olhos sorrindo.

Ele andava de um lado para o outro enquanto eu terminava de organizar as pilhas de papéis em cima de minha mesa porque eu odiava quando estava tudo jogado como deixaram. Organização, oh, organização! Faz um tempo que você não passa por aqui, hã? — Indaguei sarcasticamente em minha mente. Agora era definitivamente sério, quando eu chegasse eu perguntaria a Chess quem fora a criança que ficou no meu lugar porque sinceramente… minha sala estava um completo lixo.

Observei Edward ficar parado e depois olhar para o chão que estava coberto pelo tapete bege. Ele se abaixou e se levantou com alguma coisa entre seu dedo indicador e polegar. Merda! Era a aliança que eu tinha jogado essa manhã na sala, arrancando-a do meu dedo anelar

— O que é isso? — Indagou franzindo o cenho.

— Ah… — Quis morrer de vergonha somente por um segundo. — é a minha aliança.

— Você ainda usa? — Seu cenho continuava franzido.

— Se eu usasse tenho certeza que não estaria no chão. — Eu repuxei os cantos da boca em um sorriso sem graça e suspirei, contendo-me para não deixar as memórias escaparem da minha área de segurança e acabar comigo mais uma vez.

Dessa vez não foi tão difícil quanto nas outras já que eu estava adquirindo prática e raramente elas escapavam da minha área segura. Quando escapavam… bom, eu chorava baixinho como se meus baixos soluços anulassem o fato de eu estava chorando de novo. Talvez eu fosse como o Garrett dizia… Fraca e indigna do meu cargo na Wilder.

— Fico feliz que você esteja sem aliança agora. — Edward confessou enquanto andava ao meu lado para o elevador.  — Pelo menos agora quando você me der um murro não vai ficar tão machucado quanto ficou…

— Não é por isso que você tem que deixar de me dar motivos para um murro. — Eu sorri para ele. — Eu posso arrumar um anel qualquer, sabe… pior que esse. Somente para caso se precisar. — Dei de ombros fazendo pouco caso.

Ele gargalhou por alguns segundos e me olhou incredulamente. — Seria capaz de me dar um murro? Mesmo agora?

— Claro! — Revirei meus olhos. — Não é só porque somos amigos agora que você está isento disso.

— Estou realmente — Edward me olhou franzindo o cenho como se estivesse custando para encontrar a palavra certa. Ergui minhas sobrancelhas enquanto isso, cruzando meus braços de modo que desse a entender que eu era imponente demais para desafiar. — decepcionado com você. — Concluiu. — Amigos não batem em amigos. Por mais que sejam idiotas e…

— Você não sabe nada mesmo sobre amizade, não é?

— É… — Ele pareceu pensar de verdade sobre o assunto. — Ensine-me, então.

Passamos o almoço conversando sobre Edward e sua falta de amigos de verdade e mesmo não querendo, eu me senti honrada em ser a primeira amiga de verdade que ele teve. Alice não contava porque ela era irmã, dando-me assim um cargo de primeira amiga que ele teve em sua vida. Tarde demais, eu tenho de acrescentar. Pessoas normais arranjam amigos no maternal ou no ensino fundamental, no entanto Edward era um caso anormal.

Eu tive de voltar correndo para a empresa já que alguém se esqueceu de propósito que já havia se passado das duas da tarde e sendo assim meu horário de almoço já se fora. Eu sei, eu sei, o assunto estava muito bom enquanto eu zombava dele e todas essas coisas, mas eu tinha de ir. Mesmo querendo ficar e conversar pelo resto da tarde. Era simplesmente torturante ter que ler e assinar papéis pelo resto da tarde.

— Será que você não podia sair mais cedo?

— Eu não sei… — Mordi meus lábios, insegura. — Só se eu terminar tudo que eu tenho para fazer antes das cinco e você me pegar na Wilder… aliás, o que vamos fazer mesmo? Estou me dispondo a sair mais cedo do meu trabalho sem saber o que vamos fazer para que eu tenha mesmo que sair cedo…

Agradeci por o elevador não ter ninguém — eu era a única atrasada — quando Edward se virou na minha direção, sorrindo tortamente e estendendo a mão para empurrar uma mexa de meu cabelo para trás de minha orelha. Ele se manteve em uma distância confortável para mim e eu quase agradeci aos céus por isso porque eu queria/não queria afastá-lo e ficar sem graça perto dele.

— Nós vamos fazer o que amigos fazem quando não tem trabalho no outro dia — Seu sorriso se alargou mais ainda e eu pude perceber uma pontada de infantilidade no mesmo. — Parque de diversões, claro. Eu nunca fui a um se quer mesmo saber.

— O problema é que eu tenho trabalho no outro dia.

— Por isso que você deve sair cedo hoje assim não vamos sair tarde e você pode ter suas merecidas oito ou nove horas de sono. — Edward falava aquilo com um sorriso sem dentes no rosto, pareceria simpático a quem não escutasse o sarcasmo crescente em sua voz.

— E, hum, a Alice? — Indaguei cautelosamente.

— Você por acaso está com medo de ir a um parque de diversões comigo, Isabella Swan? — Ele ergueu as sobrancelhas com incredulidade.

— Claro que não! Pff! Até parece…

Edward sorriu notavelmente zombando de mim e, revirando meus olhos, tirei sua mão de meu ombro. Ele a colocou de novo com um ar de superior e dessa vez deixou seus dedos se entrelaçarem em meu cabelo que ficava perto da nuca. Tentei estremecer o mais discretamente possível para que ele não percebesse o quanto aquilo me afetava por eu estar algum tempo carente de toques como esses, de carinhos em meu cabelo como esse que ele estava fazendo agora…

— Edward, por favor…

— Amigos não podem se tocar? — A voz dele foi baixa como se ele estivesse me contando um segredo.

— Claro que podem, mas… — A mão dele em meu cabelo era tão… tão reconfortante que eu sentia vontade de dormir ali mesmo.

— Você faz um simples cafuné parecer uma das piores perversidades de toda a terra, Bella — Ele murmurou calmamente. — quando é tão inocente quanto uma canção de ninar.  

Eu não o afastei ou o disse que não se tratava sobre a inocência do cafuné que eu estava me referindo e sim às coisas que me fazia lembrar porque eu não estava me lembrando de nada, pelo menos naquele momento. Bom, não era completamente verdade isso. Eu estava lembrando sim de coisas, mas não coisas de Riley. Eu estava me lembrando do tempo em que eu estava com Edward no colegial, de como ele costumava ser carinhoso quando estava me beijando, como seus dedos não paravam em um lugar certo e sempre estavam se movendo por minhas costas e se entrelaçando em meu cabelo.

Edward beijou minha testa assim que o elevador começou a abrir as portas e saiu da minha frente sorrindo travessamente. Ajeitei meu cabelo desgrenhado com uma carranca na sua direção, recebendo apenas um sorriso torto em resposta. Edward me seguiu quando eu fui para minha sala após ter cumprimentado Chelsea

— Então… você não extrapolou seu horário de almoço?

— Não. — Ele deu de ombros. — Acabei mais cedo.

— Ah que sorte. — Resmunguei. — Me deixaram uma pilha de assinaturas e relatórios para fazer — Suspirei pesadamente, esparramando-me em minha caldeira de couro branco e que tentava ser confortável.

— Mas que maldade. — E pelo seu tom eu sabia que aquilo não era realmente o que ele pensava. Conti minha vontade de lhe dar o dedo do meio, por isso somente o fuzilei com o olhar por alguns segundos e voltei a ler atentamente e assinar as coisas que eu achava certo, deixando os em branco para o Sr. Wilder revisar.

Minha vontade era de deixar tudo em branco. Seria tão mais fácil e… relaxado. Ok, Isabella Swan nunca era relaxada com seu trabalho, por isso ela está onde está agora — Pensei isso mil vezes até ter a motivação suficiente para começar. Edward somente me observava e às vezes se levantava e cutucava alguma coisa que eu sempre dizia para ele deixar no lugar. Minha sala bagunçada não era minha sala.

Edward ficou por uma hora na minha sala, mexendo em minhas coisas e comentando coisas aleatórias enquanto eu lia depressa as coisas e assinava se estivesse de acordo comigo.

— Você tem um guarda-roupa aqui?

— É… — Eu sorri sem jeito. — Eu costumo derrubar café em minha blusa eventualmente, então eu meio que trouxe algumas roupas de reserva caso aconteça.

Depois que ele foi embora com a promessa que em exatas duas horas ele voltava para me buscar, caí de cabeça em meu trabalho enquanto cantarolava uma música qualquer da minha banda favorita. Eram quatro e quarenta quando eu terminei de revisar o que tinha assinado e o que eu tinha deixado de lado e eu dei um sorriso vitorioso e bobo para o relógio. Levantei-me e suspirei ao sentir minhas pernas doerem por causa das várias horas sentada na mesma posição. Tudo bem, eu já estava acostumada com isso e costumava culpar as saias ridículas.

Bati hesitantemente na porta do Sr. Wilder carregando junto ao peito os papéis que estavam em branco. Ele em dois segundos a abriu e quando percebeu que era eu, sorriu genuinamente deixando espaço para que eu entrasse em sua sala a qual era um pouco mais espaçosa e clara que a minha. É, eu tinha algum problema em trabalhar quando se estava com muita luz, por isso que aquela foi à sala que me pareceu perfeita logo de cara. Ela era quase um casulo.

— Sempre prestativa, Bella. — Ele comentou sorrindo. — Eu pensei que faria metade hoje e metade amanhã…

— Ah não… aquela mesa entulhada de papéis estava me dando nos nervos. — Minha expressão era de tortura e o meu sorriso a contradizia ao ser complacente.

— Amanhã não vai ter nada para você fazer, então. Só vir para a reunião que vai ter com os acionistas que vai ser de duas horas da tarde, assim que terminar o horário de almoço.

— Ótimo!

— Planejou algo para hoje à noite? — Ele perguntou já que o meu tom de voz pareceu mais animado do que era normal para mim.

— Sim — Sorri. — Vou ao parque de diversões.

— Com o Edward? Ele é um bom garoto… — Refletiu ele.

— Quem não é bom para o Senhor?

Só deu tempo de arrumar a minha bolsa com as coisas que eu precisaria em casa que meu celular tocou e era Edward que dizia já estar lá embaixo. Seu carro estava estacionado no meio fio, mas não foram nele que meus olhos focaram. Edward estava encostado ao mesmo e roubava vários suspiros e olhares cobiçosos das mulheres casadas que saiam e entravam na Wilder. Não era para menos… ele estava bonito com aquela camisa de botões e a calça jeans escura. Parecia um garoto de 17 anos.

Um garoto do qual eu lembrava muito bem cair de amores e suspirar toda vez que ele sorria ou passava os dedos pelos cabelos. Merda…


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Notas finais do capítulo

Quem surtou com esse quase beijo Beward? aaaaaaaaaa/ se vocês não perceberam, tem uma breve passagem de tempo entre o capítulo anterior e esse capítulo... e espero que tenham realmente gostado, ok? Comenteeeeeeeeem, please? ♥ e recomendem também porque isso faz bem para todas as autoras. Beijos gente, boa noite!