Alexithymia escrita por Meggs B Haloway


Capítulo 14
Capítulo 13 — Nunca partir.


Notas iniciais do capítulo

Ok, vamos lá. Esse capítulo é dedicado às três garotas que comentaram no capítulo anterior. Driih Regazini, Laura Morerira Galvão e Anne L. Eu não vou reclamar mais uma vez pela a ausência dos comentários porque eu cansei disso, simplesmente, e em breve eu vou me cansar de postar e saber que as pessoas leram, mas não mandaram reviews, parando de uma vez por todas de postar Alexithymia. Eu já sei o final porque eu já a terminei, vocês não. Então seria legal, sei lá, colaborar, talvez? Enfim, é isso, essa é a última vez que eu incomodo vocês com esse pedido. Espero que gostem desse capítulo, volto a postar semana que vem ou sexta-feira.



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POV BELLA.

Alice me olhou com uma cara de nojo assim que eu terminei de escovar meus dentes pela terceira vez e depois sorriu e ergueu as sobrancelhas — um sinal de sua empolgação. Ela me entregou uma toalha sem dizer nada e prensou os lábios em uma linha reta, olhando-me como se estivesse avaliando alguma coisa e eu estivesse deixando algo passar.

— Você está grávida! — Ela gritou, sorrindo com mais ardor.

— Venho desconfiando que sim — Comecei, hesitante. — Mas eu não quero dizer ao Riley que estou e depois dizer a ele que eu estava somente enganada. Ele esperou tanto por isso que é quase imperdoável o desanimar. — Eu sorri para o chão, levemente orgulhosa comigo mesma.

— Mas, Bella, meu Deus do céu, você está grávida! Olha só como você já está gorda.

— Se eu estiver, não tem nem um mês direito. Não deu para formar barriga ainda. — A informei paciente e ela corou.

— Ah é… bom, eu queria dizer a respeito de…

Eu ri com a sua tentativa de reverter o que disse e dei tapinhas em seu ombro, como se a estivesse confortando.

— Está tudo bem. — Murmurei. — Eu sei que você fala sem pensar e às vezes fala muitas besteiras, mas… Eu estou mesmo muito gorda? — Indaguei. Alice sorriu e negou com o rosto.

Riley chegou depois de alguns segundos e Alice foi embora com um olhar presunçoso na minha direção. Tudo bem, eu já tinha vomitado milhares de vezes, estava me sentindo tonta eventualmente e eu sentia algo diferente em mim. Como se não fosse somente eu e sim como se tivesse outra criaturazinha minha e de Riley dentro de mim.

Mal podia conter minha felicidade quando fui tentar contar para Riley. Ao contrário de mim, ele estava tão preocupado e absorto que eu me perguntei se aquela era realmente uma boa hora para lhe falar sobre o bebê. Os olhos dele tinham buracos fundos e escuros embaixo e eu sabia bem o porquê era: Ele não havia dormido nada ontem à noite e nem anteontem.

Eu queria saber o porquê, necessitava de alguma resposta para seu comportamento preocupado que agora eu sabia não ter nada a ver com a sua mãe nem com a empresa. Ele se manteve um túmulo, não me falou nada e ontem à noite eu perguntei a ele se era por questão de confiança que ele não me contava nada. Ele ficou calado. Calado!

Eu não fui para a empresa hoje porque estava me sentindo indisposta e com um beijo na testa, ele mandou que eu dormisse mais um pouco. Eu queria saber o porquê de Riley estar tão estranho, queria… tirar aquela preocupação dele de algum jeito. Mas eu não conseguia porque ele simplesmente não me deixava saber de nada. E isso era estranho o bastante para me fazer indagar o porquê daquilo.

Enquanto eu fazia o almoço, Alice tocou a minha campainha com a notícia que Edward já tinha melhorado — mesmo eu não perguntando nem me preocupado com o estado dele. Ao que parece, alguns dias antes ele tinha sido assaltado e, quando ele não deu a pasta onde estava seu trabalho secular, o assaltante o esfaqueou. Nada sério pelo que parece.

— Riley, eu… — Ele levantou os olhos para mim e eu queria tanto tirar aquela dor que eles demonstravam, perguntar e saber ao menos sobre o que se tratava. — Você está bem? — Eu perguntei.

Ele negou com o rosto e o enterrou em meu ombro, apertando-me em seus braços com uma força que era incomum em nossos abraços. Eu o abracei com força também, com uma mão em suas costas e outra em seu cabelo, acariciando-os para tentar fazer com que ele melhorasse. Eu nunca me senti mais impotente quando se tratava dele. A única vez que eu vi Riley daquele jeito que ele estava foi quando seu pai disse que não queria ter mais contato algum com a mãe dele e mesmo assim… não foi tão… intenso.  

— Eu te amo, Bella. — Ele sussurrou, encaixando as duas mãos em meu rosto, olhando-me com os olhos marejados e doloridos. — Nunca duvide disso.

— Eu não…

— Nunca. Está me entendendo? — Riley aproximou tanto o rosto do meu que seu nariz tocava o meu — Nunca.

Eu assenti e em um átimo de segundos, seus lábios estavam nos meus tão desejosos que eu acabei me esquecendo do que eu iria lhe informar. Sem perder nenhum segundo — que parecia ser precioso — Riley me pegou em seus braços enquanto caminhava para o nosso quarto com seus lábios ainda nos meus. Ele me apoiou na parede e se desfez da minha blusa, levando seus lábios até meu pescoço.

Arfei inclinando meu rosto para trás, dando-lhe mais acessibilidade. Desabotoei os botões de sua camisa social e ele soltou os braços que estavam apoiados na parede para me deixar passá-la por eles e deixá-la em qualquer lugar — provavelmente no chão — sem me preocupar. Ele beijou várias vezes o meu maxilar, voltando seus lábios úmidos para os meus.

Desabotoei sua calça sorrindo quando consegui rapidamente. Ela caiu aos seus pés no mesmo momento em que ele desabotoou meu sutiã, jogando-o no chão com impaciência. Com uma mão firme em meu rosto, Riley trouxe seus lábios novamente para o meu pescoço e colo; com a outra, tocou meu seio como se estivesse medo de me machucar.

Era como se eu estivesse mais sensível, o mínimo toque dele fez um arrepio passar por todo o meu corpo e um calor conhecido e desconhecido ao mesmo tempo tomar conta dele. Um gemido baixo foi reprimido quando ele voltou seus lábios novamente para os meus, entrelaçando sua mão em meu cabelo e o puxando delicadamente na sua direção. Como se fosse possível estarmos mais próximos…

Depois de se livrar de minha calcinha e eu de sua boxer, ele carinhosamente deslizou-se para dentro de mim, apertando sua mão em minha cintura com força e deixando os lábios em meu pescoço. Eu estaria com marcas amanhã e eu realmente não estava me importando com aqueles detalhes supérfluos quando estávamos tão intimamente ligados…

Apertando meus dedos com força no cabelo dele, eu tombei meu rosto em seu ombro, tentando respirar e não conseguindo. Meu coração batia rapidamente e os movimentos lentos e precisos de Riley o contradiziam ao tentar prolongar o momento o máximo que ele podia. Apertei meus olhos quando ele beijou meu pescoço para em seguida sugar.

— Ah Riley… — Eu sussurrei prensando meus lábios.

Eu teria gritado se tivesse fôlego para isso.

Acho que chegamos ao clímax ao mesmo tempo, mas era impossível ter certeza de alguma coisa com a minha mente nublada de prazer como estava. Ele beijou a minha testa, meus lábios levemente e me levou para a cama onde, depois de um tempo, fizemos amor de novo. E de novo. Perdi a contas de quantas vezes nos amamos naquela noite.

Entre uma vez e outras nós não conversamos sobre nada, ficamos em silêncio enquanto eu acariciava o cabelo dele e vice-versa. Mesmo sem conversar, eu sabia tinha alguma coisa errada. Ele estava tão carinhoso que era impossível pensar em algo quando ele estava acariciando minha cintura — dolorida, por acaso — ou meu cabelo e me olhando.

Seus olhos ainda tinha a dor que eu tinha visto horas antes e eu queria perguntar o porquê de ele não querer me dizer o que diabos estavam acontecendo. Juntos nós somos mais fortes, eu queria dizer, mas eu decidi que aquela noite não era para se falar nada. Então, deixando minhas dúvidas de lado, eu beijei seu rosto com carinho, mexi meus dedos em seu peitoral e murmurei em seu ouvido com o máximo de carinho e sentimento que consegui:

— Eu amo você, Riley.

Ele somente apertou seus braços ao meu redor e enterrou seu nariz em meu cabelo molhado do banho recente.

Mesmo com seus carinhos em minhas costas e sua respiração quente perto de meu pescoço, não consegui dormir naquela noite. Algo me mantinha alerta, algo estava pregando ferros para manter meus olhos abertos mesmo que eu estivesse com sono o bastante para fazê-los fechar. Eu não entendi o porquê da minha mente estar em alerta quando eu estava tão relaxada… Não completamente, claro, mas eu estava com sono e isso era um motivo bom o bastante para se dormir.

Eu tive um pequeno susto quando acordei de manhã com as janelas fechadas e a cama ao meu lado vazia e fria. Com o lençol ao redor de meu corpo, levantei-me e varri o quarto com o meu olhar, procurando por Riley em todo ele. Nada. E ele também não estava no banheiro já que o chuveiro estava desligado.

Hoje era domingo e não iríamos trabalhar. Então eu sorri na direção da cama, vendo um pedaço de papel em cima dela. Claro! Ele provavelmente não queria que eu cozinhasse e foi comprar alguma coisa para comermos. Eu iria contá-lo sobre o nosso bebê no almoço e tinha certeza que a dor que tinha em seu olhar sairia. Afinal, ele me pediu tanto por essa criança e agora eu me sentia animada em contá-lo que eu estava grávida!

Bella,

Você se lembra de ontem à noite quando eu pedi para que você nunca esquecesse que eu te amo? Pois bem preciso que o faça agora. Preciso que seja forte por mim e por você. Eu não vou voltar. Você deve estar confusa, mas eu não posso te explicar o porquê de ter saído à noite e escondido, eu somente não… consigo te encarar e dizer que eu preciso ir. Porque seria mentira já que tudo que eu preciso é ficar perto de você. Eu não vou voltar nem hoje, nem amanhã, nem semana que vem… Consegue me entender? Há coisas que precisam ser resolvidas e você tem de estar fora disso. Completamente fora. Eu te amo. Eu volto. Eu prometo.

Riley Biers

Minha primeira reação racional foi reler a carta várias vezes e depois rir, virando-me para procurar câmeras dentro do quarto porque aquilo realmente estava parecendo algum reality show medonho em que todo mundo ria com a sua reação. Aliás, não tinha como Riley ter ido embora do nada por que… por que… Isso simplesmente não tinha fundamento nenhum. Até parece que Riley iria embora!

Procurei meu celular pelo quarto bagunçado e o achei em cima da prateleira que tinha dentro do closet. Sentada na cama e olhando ao redor como uma psicótica, liguei para o celular do Riley. Demorou um tempão para a atendente eletrônica me informar que o maldito celular estava desligado ou fora de área. Não tinha problema, afinal, ele sempre se esquecia de carregar…

Então eu esperei. Por uma, duas, três horas! Eram duas horas da tarde quando eu fui para a sala com o pedaço de papel na mão, relendo e pressionando meus olhos na direção dele, tentando achar alguma prova que aquilo era verdadeiro. Era a mesma coisa que procurar por alguma coisa em um quarto isolado e escuro. Você tem de sair tateando até achar.

Liguei de novo para o celular de Riley e estava desligado. De novo. Então recorri à única opção que me restava: Liguei para o telefone residencial da mãe dele. O som que indicava que estava chamando fez meu coração acelerar em uma esperança doentia, mas na medida em que o tempo se passava e ninguém atendia, ele foi se acalmando.

A primeira lágrima que caiu foi quando eu liguei para o Sr. Wilder mesmo sabendo que as chances de ele saber onde meu noivo estava eram consideravelmente poucas. Se tivessem me fazendo esse tipo de pergunta, eu teria rido sem piedade alguma e dito: “Se você não sabe eu vou saber?”. Não que eu gostasse de ser má ou qualquer outra coisa, era apenas o costume de ser sarcástica.  

— Oi Bella, querida. — A esposa do Sr. Wilder atendeu. — Como adivinhou que eu te ligaria?

— Eu só… Não sei. — Suspirei.

— Bella, você está bem? — Ela indagou.

— Não, eu não… — Sentei no sofá e olhei ao redor, procurando pelo Riley mesmo que ele notavelmente não estivesse no apartamento. — A senhora sabe onde o Riley está? — Abri meus olhos apenas para as lágrimas acumuladas caírem deles.

— Na verdade não… — Claire hesitou. — Mas o Jonah me falou algo sobre ele ter dito “Sinto muito” para você.

Fechei meus olhos de novo e tentei normalizar minha respiração para que ela não tremesse e entregasse o meu choro inevitável. Eu pigarreei e com impaciência, limpei o meu rosto com uma mão tentando saber se minha garganta estava confiável o bastante para que eu falasse algo sem que minha voz me traísse. Claire esperou pacientemente enquanto eu me recompunha.

— Eu sei que é uma horrível hora para fazer perguntas, mas… vocês brigaram?

— Não — Sussurrei. — Não! — Eu afirmei com mais certeza. — Eu não sei o que aconteceu e… eu tenho que desligar. Meu telefone está tocando. — Menti.

— Amanhã eu estou indo ai! — Ela avisou.

— Tudo bem. — Sussurrei, mas tudo que eu queria era desligar sem ter de discutir nada.

Deixei meu celular de lado para em seguida tombar meu rosto no sofá, deixando as lágrimas silenciosas caírem por meu rosto até parar no sofá. Meus soluços teriam vindo se a campainha não tivesse tocado, fazendo-me levantar o rosto rapidamente com o coração batendo forte e um sorriso involuntário nascendo em meu rosto.

Limpei as lágrimas com o braço e corri até a porta, abrindo-a com um enorme sorriso que murchou ao ver que não era ninguém com 1 metro e 90 de altura ou cabelos revoltos e castanhos claros. Era Alice que sorria largamente e deslizava para dentro do meu apartamento olhando em volta e voltando seus olhos para mim.

— Por que você está com essa cara? — Seu sorriso largo foi diminuindo gradativamente até que estava em uma expressão preocupada. — Ah Bellinha, não… Não começa a chorar, por favor.

Mas era impossível não chorar quando, merda, eu não sabia de nada sobre a minha própria vida. Eu não sabia onde meu noivo estava, não sabia se a maldita carta que ele deixou é verdadeira, não sabia como ele estava. E principalmente: eu não sabia como eu ficaria sem ele. Como sobreviveria todo dia sem me acordar percebendo que ele estava ao meu lado, apertando-me em seus braços com preguiça.

Alice me deixou chorar por tanto tempo que quando ela se levantou era de madrugada e foi somente para pegar um copo de água para mim. Nunca poderia dizer-lhe o quanto eu fiquei grata que ela tivesse invadido meu apartamento e se recusado a ir embora, eu não sabia o que teria acontecido comigo. Talvez eu chorasse até desidratar. Talvez eu agarrasse meus joelhos e me encolhesse no segundo quarto, esperando que ele entrasse assim como fez quando brigamos.

Mas ele não iria voltar. Não tão cedo.

Alice ficou na sala quando eu disse que precisava tomar um banho, no outro dia, de manhã e eu não pude exprimir a minha verdadeira surpresa ao ver meu rosto inchado e vermelho no espelho. Meus olhos eram o pior de tudo: minhas pálpebras estavam inchadas como se eu tivesse levado um murro em ambos e quando eu me cansei de minha aparência, fui finalmente para o boxe tomar banho.

Vesti-me e depois peguei meu celular hesitando antes de ligá-lo. A esperança era a última que morria, então a minha continuava viva e me torturando. Esperei que tivesse uma chamada não atendida de Riley e ele tivesse deixando uma mensagem de voz dizendo que estava voltando e depois me explicava o que havia acontecido. Na verdade, eu só me importava em tê-lo aqui, não com as explicações. Eu faria qualquer coisa para ele voltar. Qualquer coisa.

— Eu me sinto culpada por te… — Parei de falar quando levantei meu rosto e vi que, em vez de Alice, era Edward quem estava na minha sala.

Ele me olhou receosamente alguns instantes antes de eu desviar meus olhos para os meus pés, mordendo meus lábios e agarrando com as pontas dos dedos o meu casaco desnecessário.

— Bella, é… — Ele gaguejou, parecendo constrangido. — Eu só vim deixar umas malas que deixaram acidentalmente no meu apartamento. Provavelmente pensaram que era onde você morava. Enganos ocorrem…

— Eu sei. — Sussurrei. — Bom, é… obrigada por ter trazido.

— Alice já vem, ela só foi pegar o celular dela e… — Ele hesitou por um momento e pressionou os olhos na minha direção. — Você está bem, Bella?

— Não na verdade… Mas eu vou sobreviver. — Olhei para cima e libertei meu lábio inferior. — E você? — Não queria que o assunto fosse direto para mim, eu não estava em condições em falar sobre como eu estava. Na verdade, eu estava em frangalhos e não queria que ninguém percebesse isso, nem soubesse. Principalmente Edward.

— O que aconteceu com o seu rosto? — Ele indagou, mais curioso do que deveria ao dar um passo. Eu recuei dois passos, receosa e ele meio que sorriu amargamente, logo desmanchando o sorriso ao ver que eu estava o observando.

— Nada. — Murmurei, cruzando meus braços.

— Tenho certeza que esteve chorando.

— É, mas já passou… — Eu assenti solenemente, forçando-me a não lembrar o que me fizera chorar desesperadamente com o rosto enterrado no ombro de Alice. — Estou bem. Vou ficar melhor. Eu só… preciso… — Chorar mais ainda, eu pensei. — Dormir.

— Mas está de manhã…

— É… — Cocei meu couro cabeludo, levemente ficando agoniada. — Eu não dormi nada ontem de noite por que…

— Ficou chorando por toda ela.  

Eu franzi meu cenho e neguei cuidadosamente com o rosto. Antes, se eu estivesse com o meu humor a mil, eu teria enlouquecido ao perceber que alguém tinha percebido que eu tinha um momento de fraqueza, mas hoje, agora, me sentia exausta demais para negar uma coisa que estava tão na cara. Não valia a pena. Eu tinha de me poupar para mais tarde.

Edward sorriu de lado.

— Bella, não me diga que o Riley…

— Não vamos falar sobre ele. — O interrompi, baixando meus olhos para o chão.

— Tudo bem — A voz dele agora tinha uma ferocidade e raiva que eu nunca tinha presenciado. Talvez só uma vez. —, você não quer falar como seu noivo foi idiota por ter… te deixado desse jeito? Céus, Bella! Eu nunca faria isso com você.

Fechei meus olhos e me apoiei no balcão que tinha ao meu lado, tentando controlar as lágrimas que queriam escapar dos meus olhos. Minha respiração tremeu quando eu tentei colocar algum ar no meu pulmão, mas o bolo que tinha em minha garganta impedia isso. Eu só iria abrir meus olhos quando as lágrimas que tinham se acumulado secassem, mas o toque morno dos dedos de Edward em meu ombro me tirara do torpor, fazendo as lágrimas caírem por meu rosto sem nenhum impedimento.

— Bella, eu…

Não sei como ele estava me abraçando sem que eu percebesse.

Edward Cullen estava me abraçando e eu estava deixando que ele o fizesse. Eu estava desesperada demais para voltar a ter raiva dele agora, eu estava me sentindo diminuta demais para engradecer meu orgulho para empurrá-lo e dizer que eu não queria que ele me abraçasse porque eu queria. Eu queria todos os abraços do mundo. De todas as pessoas só para suprir a necessidade imensa que eu tinha dos de Riley.

Edward tinha cheiro de perfume, hospital e creme de barbear, mas isso era o de menos tendo e vista que minhas lágrimas estavam ensopando a camisa escura dele. Repreendi-me por isso. E também, mentalmente, por estar sendo fraca mais uma vez na frente dele. Ele interrompeu meus pensamentos ao passar uma mão por minhas costas em um carinho reconfortante.

— Shhh, Bella, shhh — Ele sussurrou quando um soluço rompeu em minha garganta.

Não sei por quanto tempo Edward deixou que eu acabasse com sua camisa, só sei que quando eu me afastei ele tinha os lábios prensados em uma linha reta e rósea. Ele me olhou com uma expressão preocupada e apesar de ser grata pelo abraço, eu não queria ver que ele estava preocupado comigo. Eu estava bem sozinha. Mas se Riley voltasse talvez eu ficasse melhor…

— Venha almoçar comigo e com Alice. — Pediu ele.

Eu comecei a negar com o rosto quando a baixinha saltitante entrou pela porta de meu apartamento, um sorriso excêntrico em seu rosto enquanto já me puxava pela mão dizendo que não aceitava não como resposta. Eu estava complacente demais para tentar negar ou dizer que eu estava sem fome e eu tinha a sensação que não queria chorar mais do que eu já tinha.

De noite eu choraria mais. Muito mais.

— Você sabe, — Alice disse quando estávamos na mesa, sua mão apertando a minha. — quanto maior é o amor, maior é a dor, Bella. Eu estarei aqui até quando você não quiser… — Ela sorriu e eu me forcei a esboçar uma tentativa de sorriso fraco e torto.

— Eu também. — Edward disse. — Mesmo que você perceptivelmente não queira.

— Bom… — Hesitei por alguns segundos, baixando meus olhos. — eu não estou em condições de recusar nada agora. 


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Notas finais do capítulo

Pois é. Por qual motivo o Riley desistiu de lutar? Por que ele não incluiu a Bella nos planos dele? E uma dúvida da Driih no capítulo anterior me chamou a atenção, ela perguntou se o Riley ia embora por vontade própria ou se alguém sumia com ele. A resposta é que ninguém sumiu com ele, ele foi por vontade própria, medo por sua vida, a sua vida e a vida de Bella. É isso. Espero que tenham gostado. Quem vocês acham que está fazendo isso? Espero respostas!