Nico di Ângelo.

Andando em direção ao novo chalé, eu e Lyra estávamos em silêncio, ela olhava a pequena construção branca petrificada, assim como eu, mas eu pensava em outra coisa, porque o Sr. D falara aquilo?

A batalha se aproxima. Como se já não bastasse lutar contra o titã do tempo teríamos que lutar contra alguma outra coisa ainda? Vida de semideus não era fácil.

Ao pararmos na frente do chalé Lyra colocou a mão sobra a maçaneta e a manteve lá, parada, sem abrir a porta.

-O que foi? – perguntei olhando para seu rosto.

-Eu... É que é estranho ter... Ter um lar entende? – ela me olhou com cara de choro, abaixei a cabeça, triste.

-Entendo, mais do que qualquer um – coloquei minha mão sobre a sua, na maçaneta e dei um sorriso confiante, porém falso para ela, ela retribuiu timidamente e juntos, abrimos a porta.

...

Por dentro era como um chalé de esqui, de madeira, com um beliche, uma pequena escrivaninha e uma lareira a madeira.

-O seu é mais legal – comentou Lyra, não pude evitar um sorriso.

-Obrigado, mas esse é legal também, tipo, o meu não tem uma lareira.

-A sim, claro, grande diferença – ela levantou uma sobrancelha irônica – Então, por que viemos aqui?

Dei os ombros.

-Para ver seu chalé? – sugeri e ela deu uma risada.

-Certo, certo, o que temos na programação hoje?

-Não sei, que tal praticar arco e flecha?

-Pode ser, vamos? – ela abriu a porta e saiu, quando coloquei um pé na soleira da porta ela bateu a mesma no meu nariz.

Abri a porta esfregando meu rosto, quando olhei para frente vi que ela saiu correndo dando risada.

Essa garota me deixa maluco, pensei antes de sair correndo atrás dela.

Ela seguia para os chalés dos deuses olimpianos, a segui, mas parei quando ela deu um encontrão em um garoto, esse com cabelos loiros e olhos azuis, seus dentes tão brancos que deviam ter uma placa: Não olhe diretamente, perigo de cegueira.

Ele a segurou pelos braços impedindo-a de cair e abriu um sorriso quando a encarou.

-Ei, calma – ele olhou atentamente para seu rosto – Você não é a filha de Quione? Lya?

-Lyra – ela corrigiu o cara – E quem você é? E me solta!

Ela tentou se soltar, mas ele segurava-a fortemente, aproximando o rosto dela do seu, resolvi deixar de ser só um espectador.

-Solta ela – puxei-o pelo ombro e dei um soco em seu rosto, empurrando o para trás.

Ele me empurrou e deu uma joelhada em minha barriga e um soco em meu rosto, cai no chão, mas me levantei avancei contra ele, empurrando-o contra o chão, então comecei a desferir socos em seu rosto, enquanto isso Lyra me puxava para trás gritando:

-Nico, para! Nico! – só me soltei dele quando outras pessoas me pegavam pelos braços me puxando para trás, comecei a espernear, tentando me soltar, mas as mãos eram mais fortes que eu.

-Você é louco cara? – ele se levantou enxugando o sangue do lábio com as costas da mão – Porque você fez isso seu idiota?

-Argh, me larga – gritei para a pessoa que me segurava, meu braço atingiu o rosto da pessoa e ela me largou no chão e tentei avançar novamente contra o cara, mas Lyra se colocou em minha frente e me empurrou para trás.

-Nico, para, calma – ela segurou meu rosto e obrigou-me a encarar seus olhos azuis – Olha para mim – seus olhos começaram a brilhar levemente e eu me acalmei, a adre-nalina passando rapidamente.

-Obrigado – murmurei perdendo as forças nas pernas e caindo sentado no chão, quando olhei para cima vi que quem me segurava era Grover, seu nariz sangrando – Me desculpe – sussurrei envergonhado para o sátiro que disse:

-Tudo bem – ele tocou quatros notas com a flauta e o sangue parou – Mas eu precisava te conter, o que aconteceu?

-Aquele idiota tentou beijar Lyra e...

-Mike – uma garota me interrompeu correndo para o idiota, provavelmente ela era sua namorada, uma filha de Afrodite, por causa de seu cabelo negro liso, que parecia italiano e seus olhos verdes que pareciam esmeraldas – O que aconteceu?

-Aquele louco me atacou – ele falou limpando a fuligem do rosto, mas abriu um sorriso – Mas eu estou bem, a benção de meu pai me deixa limpo e lindo mesmo depois de ser atacado.

Filho de Apolo, óbvio.

A garota se virou para mim com uma fúria assassina nos olhos, estou duvidando de seu parentesco divino, acho que Ares tem uma ligação com ela.

-Você. Machucou. Meu. Namorado – ela falou entre dentes, então tirou um punhal de uma bainha na cintura e o jogou em mim, em um reflexo rápido eu o peguei pelo cabo, mas ela jogou outro (definitivamente ela não é filha de Afrodite). Desferi um golpe com o outro punhal e o segundo estancou com o contato com a outra lâmina.

O cara chamado Mike se aproximou da garota e a abraçou por trás fortemente.

-Ei, Alexia, calma – ele sussurrou em seu ouvido, mas eu consegui escutar daqui, a garota parou de se debater e começou a beijar o garoto vulgarmente.

-Mas o que está acontecendo aqui? – olhei para o lado e vi o Sr. D nos encarando, seus olhos brilhando em uma luz roxa o que deixava seu rosto com um ar de loucura (mais do que normalmente).

-Ferrou – murmurou Grover fitando os cascos.

-Sr. D – falei em uma voz falsamente feliz.

-Nick do Argélio – ele me chamou errado, mas me chamou – O que está acontecendo?

-Er, Sr. D – me levantei e estiquei a mão para ele, precisei me curvar para fazer isso, mas o deus do vinho não apertou – Eu estava andando com a Lyra quando esse projeto de Apolo agarrou ela e tentou beijá-la, mas eu bati nele...

-Nós brigamos – ele me interrompeu, ignorei-o.

-Então a louca da namorada dele chegou e começou a atirar punhais em mim.

-Certo – o deus falou seus olhos ainda brilhando – Mico, Alexiana – tive que morder o lábio inferior para não rir dos nomes que eles foram chamados – Um mês limpando o estábulo e a cozinha.

Os dois fizeram uma cara de “Por quê?”, mas o Sr. D os ignorou e continuou:

-Nick, Lya, venham comigo – seguimo-lo para a Casa Grande, Lyra correu e ficou ao meu lado, então sussurrou em meu ouvido.

-Eu não ia dizer isso, mas você fica muito sexy mordendo o lábio daquela forma.

Em resposta, eu corei.

Ps. As fotos do Mike e da Alexia:

Mike:

Alexia: