Capítulo 36

–E agora? – indagou Elena, enquanto Klaus arrumava as suas coisas numa mala de viagem.

–Agora vamos viver – ele sorriu, provocando covinhas no seu rosto. Elena sorriu, baixando o seu olhar e colocando uma madeixa atrás da sua orelha.

–Gostarias de ser um pouco mais específico?

–Bem, eu gostaria de abrir uma galeria em França. Claro, se tu vieres comigo.

–Em que cidade?

Os olhos claros de Klaus brilharam perante a pergunta da morena.

–Paris.

–E o que é eu faria lá?

–Ah, então isso é um “sim”.

–Eu só estou a pensar alto, Klaus – mas na verdade, para onde quer que Klaus fosse, Elena segui-lo-ia.

–Poderias estudar Literatura e tirar um Mestrado em Escrita Criativa. Iríamos viver depois dos nossos sucessos artísticos. Que dizes?

–É uma proposta bastante tentadora – Elena fingiu meditar sobre o assunto. – Tens uma sorte desgraçada por eu ter tido Francês em Mystic Falls.

–Então vens comigo?

–É claro que vou contigo – Elena levantou-se da cama e colocou os braços atrás do pescoço de Klaus. – Vamos ser o casal mais artístico de sempre – e selou os lábios dela aos de Klaus.

***

Elijah chegou a casa, confuso. Tinha uma leve dor de cabeça, como se alguém lhe tivesse batido com algo bastante forte.

–Elijah – a doppelganger de cabelos ondulados curtos aproximou-se do Original. – O que aconteceu? Estiveste fora por horas!

–Estive? – Elijah estava claramente confuso.

–O que aconteceu? Onde está a Helen?

–Helen? Quem é a Helen?

Tatia olhou para ele, confusa e ao mesmo tempo esclarecida.

–Ela apagou as tuas memórias sobre ela. De certeza que não deverá demorar muito para vir cá e apagar as nossas – murmurou para si própria a última frase, mas Elijah ouviu-a.

–Quem é ela?

–Alguém que não importa mais – respondeu Tatia. – Elijah, eu queria falar contigo sobre a Esther. Ela mexeu-me na mente, mas há uma coisa que não mudou: eu continuo a amar-te.

–Tatia… - Elijah colocou uma mão no rosto de Tatia, saboreando o calor da vampira.

–Deixa-me acabar – pediu. – Os meus sentimentos por ti não mudaram nem um pouco durante estes mil anos. Eu continuo a amar-te como se fosse o primeiro dia. Esther sabia disso e usou-o a seu favor. Perdoa-me.

Elijah suspirou, não proferindo uma só palavra.

–Eu amo-te, Elijah.

–Quando precisei de ti, afastaste-te.

–Porque estava com medo de me estar a meter entre ti e o Klaus outra vez. É algo que não voltarei a fazer. Eu magoei-vos muito, sei disso melhor do que vocês os dois juntos.

–Isso não muda o que aconteceu no passado.

–Mas muda o nosso futuro – falou. – Por favor, Elijah, dá-me uma hipótese.

–Eu não sei se consigo, Tatia.

–Então dá uma hipótese a ti mesmo, Elijah. Sempre foste o nobre da família, o que pensava demasiado nos assuntos. Peço-te, age desta vez com o coração. Ou ele perdeu a sua capacidade de amar? – Elijah desviou o olhar do dela. Tatia colocou uma mão no sítio onde estava o coração do Original. – Ele recusa-se a sentir isto?

–Tatia…

–E isto? – deu-lhe um beijo leve no rosto. Elijah virou pedra, não conseguia afastar-se nem corresponder. – E isto? – selou os lábios dela ao do Original, que no início não correspondeu, mas foi inevitável. Ele ainda amava Tatia.

***

Kol entrou no quarto de Katherine. A doppelganger estava a fazer as malas.

–Onde é que vais?

Katherine olhou estranha para ele. Não gostava de despedidas e Kol tinha ganho um lugar especial no seu coração, na sua humanidade.

–Vou embora. Agora não sou mais útil. Esther está morta.

–Não – rosnou Kol e prensou-a contra a parede. Katherine deu um sorriso de lado e os seus olhos semicerraram-se.

–Isso já são saudades?

–Nem imaginas, Katerina – Kol sorriu e de seguida roubou-lhe um beijo quente.

Fim