Capítulo 25

Parte 1 – Elijah Mikaelson

Tatia tossiu assim que acordou. O ar da cave estava cheio de pó e tínhamos colocado verbena em todo o lugar para a tornar fraca.

-Olá, Tatia.

Os seus olhos castanhos abriram-se assim que ouviram a minha voz. Aqueles globos oculares castanhos estavam confusos. Mas eu e os meus irmãos não seríamos tão facilmente manipulados como da primeira vez.

Não, eu e Klaus já tínhamos ultrapassado muito essa fase.

-E-E-Elijah…

-Podes começar a preparar a tua defesa, porque não sairás daqui viva.

-O-O-O que aconteceu?

Arregalei os olhos.

-Estás a brincar, não é? Achas que me vais enganar novamente? Eu não sou mais o teu brinquedo pessoal.

-Mas…

-Começa a pensar em tudo, muito bem argumentado. É incrível, mas a honra ainda mantém esta família de pé.

Saí da cave, trancando a porta. Kol apareceu à minha frente

-Como está ela?

-Fraca. E agora diz que não sabe o que aconteceu. Não acredito nela, Kol.

-Nem devias – disse ele. – Ela já nos traiu uma vez, não vamos deixar que nos engane de novo.

Acenei com a cabeça e ele colocou uma mão no meu ombro.

-Rebekah e Helen acabaram de sair rumo aos Hampton.

-Fazem bem. Rebekah não tem nada a ver com as Petrova e Helen… é a Helen.

Ele fez um sorriso fraco.

-Eu estou a ver aí uma pontada de tristeza?

-Nada disso, irmão. Helen é uma bruxa. Tenho suficiente auto preservação para saber que meter-me com uma bruxa não é o caminho certo.

Parte 2 – Elena Gilbert

Os dias tinham continuado e com isso, o medo de encontrar Klaus ou algum dos seus irmãos estava constantemente em mim.

Ele não tinha dado notícias e vi-me outra vez sozinha. Jeremy estava sozinho. Também andava tão depressivo como eu e ambos não éramos boa companhia. Ao menos, Matt fazia-o sair de casar e forçava-o a reagir perante a recente morte de Bonnie.

Lembrava-me de Stefan e o meu coração doía. A última vez que nos tínhamos encontrado, ele partiu-me o coração.

Lembrava-me de Damon. O irmão de Stefan tinha ido embora sem me dizer uma única palavra e não sabia se estava morto vivo.

Lembrava-me de Klaus e de como ele se tinha mostrado compreensivo quando me viu sem forças para continuar depois de Stefan me ter partido o coração. E depois, mais uma desilusão total.

Mas que estúpida! Como é que eu me apaixono sempre pelos maus da fita?

O único que tinha namorado e não era mau era Matt. E infelizmente, ele já não queria mais nada comigo. Éramos apenas bons amigos e no fundo, eu sabia que era bom manter esta zona de amizade confortável.

E o pior de tudo era que eu não me lembrava bem do que tinha acontecido naquela noite. A cada dia que passava, menos coisas eu me lembrava. Era muito estranho, eu sentia as memórias desaparecem e quando tentava recordar, elas causavam-me uma dor de cabeça que durava por várias horas.

-Ei, Elena – Jeremy encostou-se à ombreira da porta do meu quarto, com um sorriso triste. – Caroline está lá em baixo.

-Está bem – disse, mas não mexi músculo algum. Os dois estávamos depressivos, pelo que eu saberia que ele me deixaria em paz.

-Não, Elena! – exclamou a voz de Caroline, irrompendo pelo meu quarto. A minha amiga perfeita estava desfeita, mas de alguma forma, ela conseguia encontrar forças para seguir em frente. – Toca a levantar dessa cama!

-Deixa-me em paz – pedi. Notei então que Jeremy se tinha esgueirado para o seu quarto. Suspirei alto.

-Não! – disse ela com lágrimas nos olhos. – Se morresses, gostarias que eu ficasse assim?

Neguei com a cabeça e uma lágrima solitária escapou do meu olho. Limpei-a com brusquidão.

-Bonnie também não iria querer – afirmou, determinada. Sentou-se na ponta da minha cama e tomou-me as mãos. – Temos que reagir! Honrá-la!

-O que tens em mente? – forcei-me a sentar na cama, mas fiquei abraçada ao meu urso de peluche.

-Fazer um Memorial. E estive a falar com a Mayor Lockwood e ela disse que seria boa ideia fazer um banco de mármore com vários elementos que a Bon gostava. Acho que é uma boa ideia. Mas não posso fazer isso sem ti.

Fechei os olhos e sorri.

-Só tu, Caroline.

-É, só eu – a sua voz era fraca e suave. – Preciso da tua ajuda, Elena.

Passei as mãos pelos cabelos oleosos e abri os olhos para a fitar.

-Está bem. Deixa-me tomar um banho e escolher uma roupa bonita. Vamos almoçar ao Grill?

-Parece-me uma excelente ideia! – ela bateu palminhas e saltitou do meu quarto para fora. – Não te atrases!

©AnaTheresaC