Capítulo 17

Parte 1 – Elijah Mikaelson

Entrei na festa e circulei pelas mesas redondas, à procura do meu nome. Curiosamente, quando encontrei a placa que tinha o meu nome, Damon estava ao lado.

-Olá, Elijah – cumprimentou ele, levantando-se e apertámos as mãos. – Não esperava ver-te por aqui.

-Nem eu – admiti. – Daniel Grayson convidou-te?

Damon acenou e semicerrou os olhos.

-Não confio nele. Acho que ele desconfia da nossa existência.

-Daí ter-nos colocado um ao lado do outro.

-Precisamente – disse ele. – Não consigo hipnotizá-lo, pelo que está a usar verbena regularmente. Vi no outro dia os tipos de chá que tinha em casa e no escritório, e todos eles têm verbena.

Acenei com a cabeça.

-Então temos que nos comportar o mais humanamente possível.

-Elijah, que bom que veio! – exclamou a voz doce de Emily, aparecendo com um vestido dourado e beije com alças. Era justo ao corpo e para além de exaltar a sua figura feminina, mostrava a sua real beleza.

Dei-lhe um suave beijo no rosto e ela virou-se para Damon.

-Mr. Salvatore! Daniel e eu estávamos preocupados consigo. Há dias que não aparece no escritório.

-Lamento, Mrs. Grayson – Damon tomou-lhe uma mão e apertou-a gentilmente entre as suas. – Tive uns problemas familiares com o meu irmão mais novo.

Fiquei surpreendido. Ele sabia onde estava Stefan? Ou era tudo jogo?

-Oh, espero que já esteja tudo bem – disse ela, com os olhos arregalados.

Vi Daniel pelo canto do olho e troquei um olhar breve com Damon. Ele largou logo a mão de Emily e sorriu cavalheiro.

-Está sim, Mrs. Grayson. Obrigada pela sua preocupação.

Emily sorriu e disse:

-Mr. Salvatore, já lhe disse que odeio que me tratem por Mrs. Grayson. É Emily apenas.

-Emily é que começou primeiro, tratando-me por Mr. Salvatore, sabendo que eu adoro o meu primeiro nome.

Ela arregalou os olhos e sorriu enigmaticamente. Ela tinha um sorriso que apesar de cordial, escondia algo.

-Meu amor, estás aqui – disse Daniel, colocando uma mão possessiva na cintura da esposa e dando-lhe um beijo no rosto. Emily não tirou a sua cara de felicidade, mas o seu corpo ficou rígido. O que se passava entre eles? – Elijah Mikaelson e Damon Salvatore! Estávamos com medo que não viessem.

-Jamais perderia uma festa como esta, Daniel – pronunciou-se Damon.

Parte 2 – Tatia Petrova

-Rebekah está cada dia mais próxima de mim – confirmei, entrando na sala. – Hoje à noite vai dar uma festa.

-Ótimo. Tem cuidado com quem ela convidou, já que Elena Gilbert provavelmente aparecerá na festa. Não queremos habitantes comuns a questionar o motivo de serem iguais.

Sorri, confiante.

-Não irão – disse. – Rebekah irá hipnotizar cada uma das pessoas a não se lembrar do que aconteceu na festa.

Esther sorriu, triunfante.

-É bom saber que os meus filhos ainda são inteligentes ao fim deste milénio.

Acenei com a cabeça.

-Com licença, tenho que me preparar para a festa.

Saí da sala e subi as escadas em direção ao meu quarto. Tomei um banho de espuma relaxante e depois coloquei o meu vestido. A festa seria fora e dentro da casa dos Mikaelson, pelo que convinha não ir muito “descascada”, mas também não muito vestida. Coloquei um vestido vermelho largo que ia até bem acima do joelho, um casaco que tinha mangas ¾ e uns sapatos de cunha brancos. Maquilhei-me, coloquei perfume e penteei o cabelo para ele ficar com um aspeto bagunçado.

Saí de casa com o meu Ferrari preto e cheguei a casa de Rebekah rapidamente. Entrei e vi que a festa já tinha começado há algum tempo.

-Tatia! – exclamou Rebekah, descendo as escadas calmamente com cuidado para não tropeçar e fazer má figura. O seu vestido era de um cor-de-rosa escuro e bastante justo ao corpo. – Que bom que vieste!

Abraçámo-nos.

-Eu disse que viria – afirmei e um rapaz alto e loiro passou por nós. Tirei-lhe o copo de cerveja que tinha nas mãos e ele parou, olhando-me desconfiado.

-Matt – proferiu Rebekah, sorrindo afetada para ele. O que se passava ali? – Fico feliz por teres vindo.

O loiro não disse nada, apenas lhe deitou um olhar de ódio e depois fitou-me.

-O que estás aqui a fazer? Pensei que estivesses com Caroline.

Olhei confusa para Rebekah.

-Matt, esta não é a Elena, mas sim Tatia.

Arregalou os olhos e voltou a fitar-me atento.

-Pensei que estivesses morta.

-Tecnicamente morri – bebi um gole da cerveja, ignorando-o.

Temporariamente, porque talvez ele pudesse vir a ser muito útil ao plano de Esther. Ele odiava Rebekah, via-se pelo seu olhar de desprezo e Rebekah gostava demasiado dele, daí o seu sorriso afetado e o seu tom de voz parecer mel quando falava com ele.

-Tanto faz – encolheu os olhos e continuou a andar.

Quando ele se foi embora, virei-me para Rebekah.

-Quem é ele?

-Matt. Ex-namorado da Elena.

-E ele é o tal – completei. – Foi por ele que coraste no outro dia quando conversámos!

-Não! – contradisse ela, gargalhando nervosa e eu cerrei os lábios, inclinando a cabeça para o lado. – Pronto, está bem! Apanhaste-me, Tatia. É ele, sim.

Ela olhou para o chão e eu coloquei um braço por cima dos seus ombros.

-Há alguém apaixonado – cantarolei e caminhámos pela festa.

Parte 3 – Kol Mikaelson

Katerina.

Ela não me saía da mente, apesar de estar a dançar com uma loira de olhos azuis na festa que a minha irmã decidira dar.

-Por favor não grites – compeli-a. – Isto não vai doer.

Mordi-lhe o pescoço e ela não se queixou. Era assim que ultimamente afogava as minhas mágoas. Estes últimos dias tinham sido um perfeito inferno para mim. Mandei batedores á procura dela, mas nenhum tinha conseguido encontrá-la. Em breve teria que ser eu mesmo a ir à sua procura.

Vi Tatia a movimentar-se pela festa. Larguei a loira, que para sorte dela ainda estava consciente, e caminhei até à primeira doppelganger. Peguei-a por um braço e levei-a na nossa velocidade incaptável aos olhos dos humanos para o meu quarto.

-Kol! – exclamou ela, surpreendida. – O que queres?

Cruzou os braços sobre o peito e olhou-me ameaçadora.

-Escusas de ficar com essa pose. Preciso da tua ajuda.

O seu olhar mudou instantaneamente e ficou atenta.

-O que foi?

-Preciso de encontrar Katerina.

-A doppelganger número 2? – acenei com a cabeça. – Onde está ela?

-Se eu soubesse onde ela estava, não precisava de a encontrar.

-Gostas dela – ela semicerrou os olhos e eu acenei com a cabeça.

-Ela é a minha fraqueza, Tatia – admiti e senti as lágrimas quentes queimarem-me os olhos. – Se eu não a tiver comigo, não sou nada.

Tatia aproximou-se de mim com um olhar compreensivo no rosto.

-Eu ajudo-te. Afinal, estou a dever-te muitas.

Sorri fraco e desfiz logo o sorriso.

-Obrigado, Tatia.

-Assim que a festa acabar, partimos em busca dela – afirmou e saiu do quarto.

©AnaTheresaC