Capítulo 16

Parte 1 – Elena Gilbert

-Eu nem acredito que Katherine me esteve a enganar este tempo – lamentou-se Caroline, furiosa por ter sido enganada.

-Nem eu – concordei e bebi um gole do meu chá.

Depois das aulas, Caroline e eu fomos colocar a conversa em dia. Bonnie andava com Jeremy para todo o lado e os dois pareciam felizes. Não quis incomodá-los.

-Como correu tudo em Chicago? – perguntou ela e eu suspirei.

-Mal – foi tudo o que disse e olhei para os lados, tentando fugir do questionário de Caroline.

-Não encontraste Stefan?

-Encontrei-o. Caroline, não quero falar sobre isso. Ele magoou-me muito.

A minha amiga assentiu.

-Está bem – disse ela e continuou a beber o seu café quente.

Parte 2 – Kol Mikaelson

Entrei em casa de Katerina, mas não encontrei ninguém. Todas as suas roupas estavam lá, mas nada dela.

Telefonei-lhe e fui parar ao voicemail.

-Katerina, liga-me. Por favor – falei apressado e desliguei o telemóvel.

Saí de casa e andei por Mystic Falls, mas nada dela. O seu carro não estava em lado nenhum e o seu cheiro não se encontrava em lado algum. Precisava de ajuda, mas sabia que Rebekah jamais de ajudaria e muito menos Klaus que ainda queria a sua vingança. Elijah tinha desaparecido, não nos dizendo para onde ia.

Eu estava desesperado. Eu tinha que a encontrar. Katerina tinha mudado o meu mundo, tinha-o tornado mais colorido e sabia dos sentimentos que ela tinha vindo a nutrir por mim. Surpresa de todas: eu também acabei apaixonando-me por cada detalhe dela.

Tinha que a encontrar, dizer que a confundi com Elena. Ela tinha visto o que tinha acontecido e tinha fugido de mim e da verdade. Tão típico dela! E uma das coisas que eu aprendi com os meus irmãos é que quando Katerina não quer ser encontrada, ela não é.

Mas eu sei ser persistente. Não ia desistir tão facilmente.

Parte 3 – Elijah Mikaelson

Bati à porta e uma empregada atendeu-me.

-Bom dia.

-Bom dia – respondi. – Elijah Mikaelson. Gostaria de falar com Mrs. Grayson, por favor.

Pareceu surpreendida pelo pedido, mas afirmou:

-Claro. Vou chamá-la. Por favor, espere aqui.

-Obrigado – disse e ela fechou a porta.

Fiquei à espera no hall de entrada da família Grayson. E não foi surpresa alguma quando Helen apareceu com o seu marido, Daniel, ao lado.

-Elijah – disse ela, claramente apanhada desprevenida por me ver ali. – A que devemos a honra da sua visita?

Apontei para a mala que tinha na mão.

-Deixou a sua mala no hotel – expliquei. – Vim entregar-lhe.

Ela sorriu.

-Que atencioso da sua parte. Obrigada – pegou na mala e entregou-a á empregada. – Leve isto lá para cima.

-Não apanhei o seu apelido – disse Daniel.

-Isso foi porque eu não disse – estendi-lhe a mão. – Elijah Mikaelson.

A sua expressão politicamente educada passou para uma de desprezo. Apertou a mão com extrema força.

-Irmão de Klaus Mikaelson, presumo.

Helen olhou confusa para as nossas mãos, mas não ousei desviar o meu olhar do Grayson.

-Irmão mais velho.

Desfizemos o aperto de mãos e Helen colocou água na fervura. Pegou no antebraço do marido.

-Como posso pagar-lhe a sua generosidade, Mr. Mikaelson?

Ah, agora já não era Elijah. Baixei o olhar, sorrindo internamente. Era incrível o ódio que os Grayson tinham por nós, envenenando até mesmo quem não era originalmente da família.

-Não é preciso, Mrs. Grayson. Agradeço pela sua amabilidade, mas devo partir.

-Oh, que pena – lamentou-se.

-Nada disso! – o sorriso de Daniel era triunfante. – Amanhã darei um jantar com os principais investidores da Bolsa. Elijah podia representar os Mikaelson. Que acha, Elijah?

Sorri educadamente. Se ele esperava que eu ia recusar, estava errado.

-Seria uma honra.

Daniel frisou os lábios, tentando controlar a fúria por ter aceitado o seu convite.

-Ashley irá enviar-lhe as informações – informou Helen. – Vemo-nos amanhã, Mr. Mikaelson.

-Até amanhã, então – disse e retirei-me da casa.

©AnaTheresaC