Devotion escrita por AnaTheresaC


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Nova personagem: Helen - http://asminhasfanfics.blogspot.pt/2013/02/nova-personagem-de-devotion-helen.html
TRAILER DA FANFIC - http://www.youtube.com/watch?v=3OYm_AyFtqE



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Capítulo 14

Parte 1 – Elijah Mikaelson

Precisava de tempo para pensar, por isso, decidi afastar-me uns tempos de Mystic Falls. A única pessoa que sabia disso era Rebekah. Tive oportunidade de me despedir dela, de mais ninguém. Kol estava entretido com Katerina e Klaus tinha ido para Chicago com Elena, sem previsão de retorno.

Entrei num bar que ficava numa estrada nacional e que tinha um hotel para descansar ao lado. Paguei uma garrafa de whisky e depois pedi uma chave para um quarto. Ficaria apenas algumas horas, mas não me importei em pagar, afinal, a minha família nadava em dinheiro. Às vezes sabia bem pagar por algo em vez de compelirmos alguém.

Entrei no quarto que era pouco iluminado. Para mim, pouco importava. Peguei num copo e despejei para lá dentro uma dose dupla do whisky.

Bebi tudo de um só trago. A garganta ardeu-me e eu sentei-me no sofá que estava de frente para a janela. O pôr-do-sol era algo magnífico, mas nada me tirava Tatia da mente. A sua beleza, o seu sorriso, o seu olhar. E depois a sua traição.

Certo, ela não me traiu desse forma, mas traiu-me ao aproximar-se de mim e não conseguir dizer o quanto me amava. Amor era algo sobrestimado pela população, como é que eu, um vampiro Original de mil anos, pude ser tão estúpido ao ponto de acreditar que ao fim deste tempo todo ela poderia nutrir sentimentos por mim? Afinal, nem tudo é eterno. Ou então ela nunca me amou. Venha o Diabo e escolha a pior hipótese, porque as duas partiam-me o coração e eu só queria morrer, desaparecer, desligar-me do Mundo.

Mas não podia. A minha família podia precisar de mim a qualquer momento e aquela dor deixar-me-ia mais alerta em relação a ela.

A porta abriu-se e eu virei-me para trás.

-Ops. Desculpe.

Era alta, com cabelos loiros até ao pescoço, bastante esvoaçantes. Trazia na mão uma mala de viagem preta e trazia vestido uma saia preta até ao joelho bastante justa ao corpo definido, uma camisa larga branca de seda e um blazer da mesma cor da saia.

-Não faz mal.

-A senhora deve de me ter dado a chave suplente. Mais uma vez, desculpe – disse ela, largando um sorriso apologético.

Levantei-me e andei até ela.

-Por favor, deixe-me ajudar com a sua mala.

-Ah, não é necessário.

-Que cavalheiro seria eu se não ajudasse uma senhora a carregar a sua mala de viagem? – arqueei as sobrancelhas e o seu ritmo cardíaco aumentou.

-Bem, estamos no século XXI.

-A gentileza e o cavalheirismo nunca passam de moda – contrapus e ela alargou o seu sorriso, mostrando dentes brancos e perfeitamente alinhados.

-Bem, nesse caso, e só porque já não tenho mais argumentos, aceito a sua oferta. Cuidado, porque está… - peguei na sua mala e as nossas mãos tocaram-se delicadamente. – Muito pesada.

Sorri para ela.

-Vou pedir outra chave à senhora – disse ela e virou-me as costas, andando num passo apressado até á receção.

Rodou a maçaneta, mas a porta não se abriu. Uma ruga cresceu na sua testa. Puxou e empurrou a porta, mas nada aconteceu. Então tentou a outra, mas sem sucesso. Virou-se para mim, em pânico. Sorri para ela e voltei para dentro do quarto, colocando a mala dela em cima da cama.

Saí e fui até ela. Tentei abrir a porta, mas não resultou. Espreitei lá para dentro, mas não havia lá ninguém e o bar ao lado estava fechado. Já era de noite, pelo que não foi de admirar quando a senti dar um passo longe de mim.

-Não há problema. Prometo que não sou um assassino em série – disse. – Vamos voltar lá para dentro. Está escuro e não é seguro ficarmos aqui fora.

Ela assentiu e voltámos para o quarto.

Parte 2 – Tatia Petrova

-Depois disso, voltei para cá. E é tudo – concluí a longa conversa com Rebekah.

-E nunca pensaste no teu filho? – perguntou ela, chocada.

-Claro que sim, Rebekah – nem pensei na resposta, foi um ato automático. – Mas eu sabia que se voltasse para o ir buscar, Esther matar-me-ia ou faria pior: matá-lo-ia. E para além disso, sabia que ele estava seguro com vocês.

-Elijah e Niklaus não conseguiam olhar para ele nas semanas seguintes. Foi muito doloroso. Todos nós sofremos – comentou ela, tentando não chorar. – Mas agora explica-me, porque voltaste? Passaste tantos séculos a vigiar-nos, mas porquê agora o teu regresso?

Já estava há espera daquela pergunta, daí que tinha construído um álibi perfeito:

-Mikael morreu. Se ele alguma vez me visse, não hesitaria em matar-me. Sei disso e tu também.

-Claro – ela abanou a cabeça, como que afastando essa ideia da cabeça. – Estou muito feliz por teres voltado, Tatia, mas as coisas não voltarão a ser mesmas.

Sorri.

-Rebekah, se voltassem a ser mesmas cairíamos todos em desgraça outra vez. Acho que não é isso que queremos, certo?

-Certo – concordou ela com um meio sorriso afetado. – Quero reconstruir a minha vida.

-E quem é o sortudo?

Ela gargalhou.

-O que te faz pensar que há um sortudo no meio da história?

Inclinei a cabeça para o lado.

-Rebekah, observei-te por mil anos. Achas que não sei dos teus amores trágicos?

-Ei, não faças gracinhas disso – ameaçou ela. – Já bem basta o Nik.

Acenei com a cabeça.

-Eu sei. Ele sempre te tirou a felicidade.

Rebekah voltou a acenar e levantou-se da cama.

-Bem, tenho que dormir. Amanhã tenho aulas.

-Está bem, não te incomodo mais – levantei-me também e abracei-a forte. – Foi bom conversar contigo, Rebekah. Nem imaginas o quanto senti falta disso.

Ela retribuiu o meu abraço.

-E tu nem imaginas o quanto senti falta de ter uma amiga por perto para conversar.

O meu trabalho estava feito. Eu tinha reconquistado a confiança de Rebekah.

Parte 3 – Klaus Mikaelson

-E chegámos – disse, estacionando de frente para a casa dela.

Elena olhou triste para a casa.

-Obrigada – falou ela com rouquidão.

Abriu a porta, mas eu segurei-lhe o pulso.

-Tens a certeza que está tudo bem?

Ela acenou pouco convicta e saiu do carro. Fiquei a fitá-la e quando ela estava prestes a fechar a porta, parou e olhou para mim com uma expressão indecifrável mas cheia de sentimento.

-Eu sei que isto pode parecer uma loucura, mas… queres entrar e beber alguma coisa? Ver um filme, fazer qualquer coisa.

Olhei para ela, confuso com o seu pedido.

-Não conseguirei dormir, Klaus. E neste momento, preciso desesperadamente de companhia. O sentimento de solidão é… devastador.

Eu sabia bem o que isso era. Estar sozinho. Chegar a casa e não ter ninguém há espera, o que não era necessariamente o caso dela, já que Jeremy tinha acabado de sair de casa e vinha a correr na direção da irmã.

-Acho que já tens companhia, Elena – falei, apontando para Jeremy.

Elena virou-se e abraçou o irmão com força. Jeremy olhou para mim preocupado, olhando em volta à espera de alguma coisa. Essa coisa era Stefan, de certeza.

-Elena, o que aconteceu? Porque não está St…

-Sim, Elena, aceito o teu convite – interrompi-o.

Naquele momento percebi o Elena estava a precisar. Ela não necessitava de contar a história toda que aconteceu em Chicago, ela precisava de alguém que tivesse lá estado e não a fizesse recordar o que Stefan lhe tinha dito.

Jeremy largou Elena e olhou-me ameaçadoramente.

-Não te vou convidar a entrar.

-Jeremy, está tudo bem – assegurou Elena. – Fizemos uma longa viagem e ele vai só beber alguma coisa.

Jeremy olhou para a irmã e depois para mim. Voltou a fitar Elena e depois de acenar, olhou para mim e falou:

-Entra.

Desliguei o motor do carro e saltei para o passeio.

-Obrigado – educação nunca ficava mal, nem mesmo nas conversas com os nossos inimigos.

Abri o porta-bagagens, tirando de lá a mala de Elena. Tranquei o carro e entrei com eles em casa.

-Elena! – exclamou a bruxa Bennett, abraçando-a com força. -Estávamos tão preocupados contigo! Não sabíamos quando é que voltavas!

-Eu disse que seria uma viagem breve.

-Muito vago para nós – disse Jeremy, fechando a porta de casa.

Bonnie desfez o abraço e depois olhou para mim, confusa e com raiva.

-O que está ele a fazer aqui?

Sorri travesso.

-Bonnie, Jeremy, sei que isto pode parecer um pouco confuso para vocês, mas neste momento preciso de alguém que…

-Que tenha experiência suficiente em lidar com lados estripadores de vampiros – completei quando vi que ela não iria acabar com a frase.

Ela sorriu para mim agradecida, ao que eu simplesmente acenei com a cabeça.

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Klaus e Elena aproximam-se cada vez mais!
XOXO