Bring Me To Life escrita por Lunna Rosier


Capítulo 1
Cap. 01 - Promisses


Notas iniciais do capítulo

Os primeiros capítulos podem estar curtos, mas vou compensar nos próximos, ok.



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Nora acordou durante a noite, assustada. Os pesadelos, novamente. Conteve o grito e manteve-se imóvel, encarando o teto. Mais uma vez, não se lembrava do sonho, mas o que quer que fosse parecia real o suficiente para perturbá-la e deixá-la com medo. Ela fechou os olhos por alguns instantes, incomodada por não ver nada, devido a escuridão. Quando voltou a abrir os olhos, todo o quarto estava iluminado. Não via janelas ou luzes, apenas uma porta entreaberta. No entanto, uma luz branca refletia em tudo. Ela piscou algumas vezes, para se acostumar a luminosidade, e quando focou o olhar na porta, encontrou uma garota. Ela ajoelhou-se sobre a cama, livrando-se dos lençóis, tentando reconhecer a menina que estava sentada ao chão, encostada a porta e abraçando os joelhos. O cabelo ruivo e extremamente sedoso caía sobre os ombros da menina de forma desordenada, e a franja, longa demais, cobria suas sobrancelhas. Alguns fios de cabelo estavam colados ao seu rosto, pálido e perfeito. Foi então, que Nora percebeu que ela chorava em silêncio, com os olhos castanhos demonstrando medo. Levantou-se da cama e se aproximou da menina que ignorava completamente a presença dela ali.
- Quem é você? – Nora perguntou com a voz baixa e tranqüila, tentando não deixá-la ainda mais assustada. – Está tudo bem? – Voltou a falar, ao perceber que não teria uma resposta para a primeira pergunta.
Os olhos grandes e brilhantes da menina estavam distantes.
- Meu nome é Nora. E o seu? – Perguntou com a voz beirando o pânico. – Sabe onde estamos? – Ela desconhecia completamente aquele lugar. Paredes brancas, um pequeno armário ao lado da cama de solteiro com lençóis da mesma cor que a parede, onde anteriormente ela estava deitada, e nas paredes, alguns porta-retratos, com paisagens. Era tudo que dava cor ao lugar.
- Ele virá me buscar. Ele vai me tirar daqui. – A menina murmurou, ainda com o olhar distante. Suas mãos brancas tremiam. Entre os dedos dela, Nora percebeu um colar prateado.
- Quem irá te tirar daqui? Olhe pra mim. Está tudo bem, não vou machucá-la. – Ela disse da forma mais tranqüila que pôde, encostando as mãos no braço da menina. Ela olhou para Nora, e pela primeira vez, pareceu ter percebido sua presença ali, ao lado dela. – Deixe-me ajudá-la.
- Apenas ele pode me ajudar. – Ela disse firme, secando as lágrimas com a manga da blusa. – Ele me prometeu que viria. Disse que me tiraria daqui.
- Ele? Quem é ele? – Nora perguntou, afastando alguns fios de cabelo do rosto dela.
- Ele acredita em mim. Sabe que não sou louca e que não tenho motivos para estar presa nesse lugar. Ele virá me buscar. Ele prometeu. E eu confio nele. – Logo as lágrimas voltaram a cair, e ela começou a soluçar. – Ele prometeu. – Disse entre os soluços, e encostou a cabeça no ombro de Nora.
- Quem virá te buscar? – Nora perguntou.
A menina ergueu a mão, mostrando o colar entre seus dedos. Parecia extremamente familiar, não fosse pelo pingente que possuía. Uma única asa de anjo. Nora manteve-se calada, a espera de uma resposta. A menina afastou-se e sorriu com admiração para o colar.
- Patch.
[...]
- Nora! - Nora ouvia alguém chamá-la. A voz distante e baixa não era suficiente para fazê-la abrir os olhos. – Você está atrasada, Anjo. – Uma respiração quente e confortável batia em seu rosto.
- Patch. – Ela murmurou ainda presa entre os sonhos e a realidade.
- Hummm? Estou aqui, anjo. – Ele depositou alguns beijos pelo rosto de Nora, o que foi suficiente para acordá-la de verdade.
- Que horas são? – Ela quase gritou, lembrando-se da sua aula e da ameaça que recebera do seu professor de biologia, caso se atrasasse mais uma vez.
- Ainda tem tempo. – Patch disse despreocupado.
- Preciso passar em casa, esqueci um livro. – Ela esfregou os olhos, forçando-os a ficarem abertos.
- Te deixo em casa, de lá te levo ao colégio. Chegará no horário, eu prometo.
Eu prometo. Ele prometeu. Ele prometeu. Ele prometeu. Promessa.
Os olhos de Nora se encheram de lágrimas, e um pânico encheu seu coração.
- Anjo? – Patch chamou, preocupado.
Mas Nora não estava prestando atenção. A palavra promessa vagava por sua mente, e fragmentos do sonho que acabara de ter, apareciam em sua cabeça. A garota ruiva. O quarto branco. Promessa. Patch. Nora não percebeu, mas chorava. Grossas lágrimas desciam por seu rosto, e Patch as secava, enquanto tentava fazer com que Nora dissesse o que estava acontecendo.
- O que houve Anjo? – Ele perguntou, abraçando-a.
Ela não respondeu, mas alguns minutos depois, já estava mais calma e parara de chorar.
- Não precisa ir a aula hoje. – Ele disse, mexendo em seu cabelo. – Posso me entender com o Treinador, se for preciso.
Nora assentiu, concordando. Não queria ir a aula, não queria sair do estúdio, não queria sequer sair da cama. Queria permanecer ali, ao lado de Patch, aonde nenhum mal poderia atingi-la. Mas o sonho a incomodava, a deixava perturbada. A garota parecia tão desesperada e ao mesmo tempo, tão convicta de que Patch iria ajudá-la. E ela tinha um colar. O colar de Patch, mas com um detalhe a mais. Haveria entre eles alguma real ligação? Ou tudo isso era sua imaginação, sua cabeça que andava à mil e lhe fazia ter essas alucinações?
Ela permaneceu mais alguns minutos calada, deitada sob os lençóis de seda preta, com Patch deitado a seu lado, em silêncio, esperando o momento certo para perguntar novamente o que estava acontecendo.
- Anjo?
- Foi apenas um sonho ruim. – Ela respondeu rapidamente, quase em um sussurro.
- Fale-me sobre ele. – Ele pediu, tranqüilo.
- Não é importante. – Ela forçou um sorriso. – Foi apenas um sonho ruim. – Repetiu, mais para convencer a si mesma do que para convencer o namorado.
- Você precisa de um descanso. – Ele concluiu. – Sei que há muita coisa junta, com as quais você tem que lutar todos os dias, mas terá fim.
- Eu sei que sim. - Forçou mais um sorriso. - Posso perguntar uma coisa?
- Claro. – Ele sentou-se na cama, e ela fez o mesmo.
- A garota por quem você era apaixonado. Sua antiga namorada, que... Bem, você sabe. Envelheceu e morreu. – Ele assentiu lentamente, tentando entender aonde aquele assunto os levaria. – Por que não me fala sobre ela?
- Porque está falando disso? – Ele levantou-se, ficando de costas para Nora, por não conseguir encará-la. Os músculos estavam tensos. Nora havia tocado em seu real ponto fraco. Seu passado.
- Como ela era? – Ela ignorou a pergunta do namorado. – Como a conheceu?
- Qual é a relevância desse assunto? – Ele afirmou, ainda sem encará-la.
- Por que tem tanto medo em falar sobre ela? O que há de tão errado na história de vocês dois, que você sequer pode olhar nos meus olhos enquanto falamos sobre isso?
- Esqueça isso. Não entendo seu interesse nessa história toda, meu passado não pode ser mudado e acredite, não faz a menor diferença mais, porque não preciso dele para viver daqui em diante. – Patch agora a olhava. Seus olhos negros estavam frios e severos.  - Isso é coisa da Dabria, não é? Qualquer coisa que ela tenha lhe dito, é apenas a maneira de destruir o que nós dois temos. É uma forma de acabar com a confiança que você tem em mim. – A voz de Patch beirava a irritação.
- O que custa me dizer o que aconteceu? O que você fez que lhe dá tanta vergonha de seu passado?
- Eu já contei. Menti, trapaceei, feri gente inocente. O que mais precisa saber? Eu lhe disse tudo.
- Não, não disse. Eu a vi, Patch. Essa noite. Bom, não tenho certeza se era ela, mas... Ela parecia desesperada. Mas ela confiava absurdamente em você. Ela tinha certeza de que você apareceria. – Nora contou, ainda com as imagens passando por sua cabeça.
- Você viu? Quem você viu? – Os olhos negros de Patch eram indecifráveis.
- Uma garota. Ela esperava por você, para ajudá-la. – Nora contou.
- Isso é loucura. – Ele sentou-se na ponta da cama, fingindo não se importar mais com nada do que Nora tinha a dizer sobre sua ex-namorada.
- Ela tinha seu colar. – A voz da garota elevou-se.
- Foi apenas um sonho, você mesma disse. Esqueça isso. Eu vou pegar algo para você comer, fique aí. - Ele a cortou, e saiu do quarto ignorando qualquer demonstração de insatisfação de Nora.


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Notas finais do capítulo

Críticas, sugestões, elogios? Vamos lá, me ajudem. :s



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