Harry Potter E A Bruxa Semideusa 3 escrita por Livia Dias


Capítulo 8
Tratamento de Beleza no Spa de C.C - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem do capítulo. Agradeço pelos comentários no capítulo anterior. Continuem comentando e peço que deixem reviews neste capítulo também.
Até e Boa Leitura!!!!!



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Ela não podia negar que era relaxante. Mergulhou e notou que a banheira era bastante funda. Tinha o tamanho exato de uma piscina.

Voltou a superfície e ouviu a voz em grego antigo na sua cabeça novamente.

“Saia daí. Lembre-se do Velocino de Ouro”.

Selena não sabia ao certo o porque mas sentia que poderia confiar naquela voz. Saiu da banheira, se secou e vestiu o roupão.

-Hylla, já tomei meu banho. – disse ela e a funcionária abriu a porta.

-Foi medida de segurança. Espero que entenda. – disse Hylla sorridente. – Sua amiga já tomou o banho também. Estão prontas para arrumarem os cabelos? Ótimo, vamos.

Selena seguiu a funcionária.

-E nossas armas? – perguntou Annabeth.

-Estarão com vocês em breve. Não poderão andar com aquilo tudo o tempo todo, certo? – disse a funcionária com um grande sorriso.

Selena queria falar com Annabeth sobre a voz em sua cabeça mas era inviável. Não poderia comentar aquilo sem que Hylla não ouvisse.

Chegaram até o salão onde uma cabeleireira parecia esperá-las.

-Sou Ravena. Vou tratar dos cabelos de vocês. – disse Ravena e Annabeth e Selena se sentaram nas cadeiras de frente para os espelhos grandes com bordados de ouro nos cantos. Havia uma pequena mesa à frente da cabeleireira que era de mármore escuro.

Tinham vários produtos de como shampoos, condicionadores, laquês, escovas, etc.

-Primeiro na Annabeth. O caso é mais difícil. – disse Ravena e começou a lavar o cabelo da garota e acrescentar misturas e enxaguá-los em seguida. Em menos de meia hora, Ravena tinha deixado Annabeth com uma trança embutida com uma mistura de cabelos loiros com fios prateados.

Selena ficou se observando no espelho enquanto Ravena se encaminhava para ela. Logo, os cabelos de Selena tinham sido lavados e estavam perfumados. A cabeleireira penteava-os com grande empenho. Por sorte, Selena não teve seus cabelos cortados ou algo assim. Ravena só tinha lavado-os, escovado-os e agora os prendia em uma trança só que diferente de Annabeth, pois está, caia no ombro direito de Selena sendo torta propositalmente. Ravena passou fios banhados a ouro nos cabelos da morena. Por fim, a cabeleireira deixou a franja de Selena virada para a direita e jogou laquê para deixar o penteado firme.

-Gostou? Espero que sim. Bom, vou chamar Luisa para fazer as unhas de vocês enquanto faço a maquiagem. Preferem algo pesado ou leve? – perguntou Ravena se encaminhando para a porta.

-Leve. – responderam as garotas em coro.

Ravena concordou e saiu do salão. Hylla que estava sentada em uma poltrona lendo uma revista no canto do salão, encarou as garotas e sorriu.

-Estão maravilhosas. Com certeza C.C irá adorar. – disse a funcionária.

Selena concordou sem saber ao certo o que dizer. De alguma forma, ela não estava se sentindo ela de verdade. Não era de forma alguma o tratamento que estava recebendo no Spa. Ela tinha gostado bastante do penteado, do banho até. Mas a voz em sua cabeça. Ela tinha a sensação de estar desobedecendo e decepcionando aquela voz.

Minutos depois, Ravena voltou trazendo Luisa, uma mulher de cabelos presos em um rabo de cavalo e com um uniforme branco.
Está, começou a fazer as unhas de Annabeth enquanto Ravena investia na maquiagem de Selena. Não passou nada forte. Apenas acetinou a pele morena da garota dando um brilho especial.

Logo depois, Ravena foi para Annabeth e fez a maquiagem da garota diferente da Selena. Enquanto isso, Luisa fazia as unhas de Selena com empenho e dedicação. A garota observou que a manicure tinha feito “francesinha branca”, algo bastante simples.

-Gostou, Selena? – perguntou Luisa sorrindo depois de terminar o trabalho.

-Sim. Obrigada. – agradeceu Selena educadamente e Luisa sorriu mais e saiu do salão.

-Pronto. Agora podemos ir para o closet e de lá para a área de lazer. – disse Hylla animada.

Selena e Annabeth se despediram de Ravena e seguiram a funcionária Hylla.

Chegaram até o closet onde Hylla pegou dois vestidos brancos sem mangas e cintos especiais.

-Vistam isso. Vou pegar as armas de vocês que já devem ter sido preparadas. – disse ela e fechou a porta do closet. Selena entrou em uma cabine e fechou a porta. Tirou o roupão e colocou o vestido branco e o cinto (que parecia ser para carregar armas), e saiu da cabine.

No mesmo instante, Annabeth saia de outra cabine com a mesma roupa que Selena.

-Estranho estarmos vestidas do mesmo jeito. – comentou Annabeth e Selena concordou.

Foi até uma área do closet onde só haviam calçados e pegou um tênis branco. Colocou-o e Annabeth pegou uma sapatilha com cadarços que se entrelaçavam até a panturrilha e a vestiu.

Logo depois, Hylla entrou trazendo uma aljava de flechas com as armas lustradas, o arco, a pena que se transformava em Espada Prateada, a varinha e a faca de bronze celestial de Annabeth.

Selena pegou sua pena e colocou-a no cinto no lado esquerdo e no direito, colocou a varinha. Pegou sua aljava de flechas e seu arco e colocou-o nas costas.

Annabeth colocou sua faca no cinto e Hylla guiou-as para a área de lazer. Lá tinha uma biblioteca, uma sala de tiro ao alvo, piscinas e muitas outras coisas que fugiam do campo de visão de Selena.

-Sandra! – chamou Hylla e uma outra funcionária vestida de vermelho surgiu. – Guie Selena até a sala de tiro ao alvo. Vou levar Annabeth até a biblioteca.

Sandra concordou e indicou para que Selena a seguisse. A garota lançou um olhar a Annabeth que parecia fascinada demais em querer conhecer a biblioteca do que em se preocupar que as funcionárias tinham separado-as, talvez, propositalmente.

A sala de tiro ao alvo era espaçosa, com lanças, facas e outras armas em um canto e ao lado de uma parede, vários alvos desde formato de pessoas até os mais simples.

Selena não esperou que Sandra dissesse qualquer coisa. Pegou uma flecha em sua própria aljava, encaixou-a na corda do arco e mirou. Soltou a flecha na cabeça do boneco no centro.

-Você é boa nisso. Já praticou alguma vez em sala de tiro? – perguntou Sandra.

-Não. Mas na vida real sim. – disse Selena formalmente e atirou outra flecha.

Passou meia hora atirando e repondo suas flechas com as que havia na sala de tiro, até que a voz tornou a falar em sua cabeça.

“Saia daí. É perigoso. Concentre-se em buscar o Velocino de Ouro”.

Selena parou de atirar.

-Posso ir até minha amiga, Annabeth? – perguntou Selena.

-Por que quer falar com ela agora? Você estava atirando tão bem.

-Ah, bem, é que eu tenho que ver se ela está gostando dos livros. Geralmente é meio complicado impressioná-la com qualquer biblioteca. – mentiu Selena e pareceu convencer Sandra que a guiou até a biblioteca.

Annabeth lia um livro de mais ou menos quinhentas páginas, sentada a uma mesa. Hylla não estava por perto. Selena se aproximou e olhou para trás. Sandra estava seguindo-a bem de perto.

-Poderia nos dar licensa, por favor? – perguntou Selena e Annabeth levantou a cabeça de seu livro e encarou a amiga.

-Tenho ordens para protegê-las. – disse Sandra.

-Ah...! Bom você pode nos proteger do lado de fora da biblioteca? – perguntou Selena e Sandra negou.

-Tenho ordens para...

Mas a mulher não terminou a frase. Tinha recebido um soco no nariz e caiu no chão inconsciente com o nariz sangrando.

-Por que fez isso? – perguntou Annabeth fechando seu livro e se levantando.

-Temos que ir embora daqui. Esse lugar é perigoso. – disse Selena passando por cima de Sandra e caminhando rapidamente.

Annabeth seguia a amiga completamente surpresa e confusa ao mesmo tempo.

-Por que? Esse lugar é perfeito e...

-Velocino de Ouro... salvar acampamento ... Grover... lembra? Nosso lugar não é aqui. Além do mais, tudo isso é fachada. Percy corre perigo. – disse Selena começando a correr e Annabeth estava em seus calcanhares.

-Da para me explicar o porque de você estar tão desconfiada? – perguntou Annabeth acompanhando Selena.

-Uma voz, na minha cabeça. Estava me dizendo que era para eu ir embora daqui. Que era perigoso.

-O que? Você está fazendo isso tudo por causa de uma voz? – perguntou Annabeth segurando o braço de Selena e a virando. – É uma idiotice. Ninguém nos atacou e...

-E Percy ainda não apareceu. Por que você acha que ele tem que ter tratamento preferencial de C.C? – perguntou Selena impaciente.

-O que você está querendo dizer? – perguntou Annabeth.

-Que ele pode estar sendo atacado neste exato momento. – disse Selena.

-Agora? Mas...

-Vamos a sala de C.C. Temos que conferir se Percy está bem. Se estiver, vamos dar o fora daqui. – disse Selena.

-E se ele não estiver bem? – perguntou Annabeth nervosa.
-Faremos com que fique. – disse Selena colocando uma flecha no seu arco e recomeçando a correr.

Annabeth empunhou sua faca de bronze celestial e ambas subiram a escadaria até que chegaram à porta da sala de C.C.

-Deixa que eu falo com ela. – disse Annabeth passando na frente de Selena. – Não podemos tratá-la mal. E se ela estiver tratando bem de Percy?

-Tudo bem. – concordou Selena.

-Senhorita C.C.? – chamou Annabeth entrando na sala e Selena a seguiu.

Tudo parecia normal. Exceto que Percy não estava a vista. C.C. estava com um grande sorriso no rosto mas Selena estava observando tudo e não o sorriso de C.C. Tinha algo de estranho por ali.

Ambas as garotas passaram pela gaiola com porquinhos-da-índia onde um dos animaizinhos guinchava freneticamente.

-Onde está Percy? – perguntou Annabeth.

C.C. sorriu enquanto o porquinho guinchava cada vez mais na gaiola.

-Ele está passando por um de nossos tratamentos, queridas. Não se preocupem com ele. O que acharam da excursão? Vocês estão maravilhosas, diga-se de passagem.

Selena observou que Annabeth tinha os olhos brilhando de tanta excitação.

-Sua biblioteca é fantástica. – disse ela e Selena continuou observando tudo, inclusive a gaiola de porquinhos.

-Sim, de fato. – disse C.C – O melhor da sabedoria dos três últimos milênios. E você querida, Selena, o que achou da excursão?

-Gostei bastante da sala de tiro ao alvo. – respondeu a garota.

-Que ótimo. Sabem, vocês tem tudo para serem uma feiticeira como eu. – disse C.C.

-Feiticeira? – perguntou Annabeth e Selena olhou para C.C surpresa. Está, formou uma chama na palma da mão e deslizou-a pelos dedos como Selena costumava fazer.

-Oh sim. Mas de fato, você já é uma bruxa, Selena. – disse C.C. passando pela morena e andando ao redor dela.

-É. Eu estou estudando ainda, mas sim, sou uma bruxa. – disse Selena.

-Então, posso fazer com que você aprenda mais do que qualquer outro bruxo. E você Annabeth, poderá ser uma feiticeira também.

-Feiticeira, eu? – perguntou Annabeth dando mais dois passos para trás.

-Sim. Minha mãe é Hécate sabem, a deusa da mágica. Conheço uma filha de Atena quando a vejo e tenho que admitir que você se tornará uma ótima feiticeira Annabeth.

-Eu também poderia ser uma feiticeira? Mesmo não sabendo quem são meus pais? – perguntou Selena dando corda a C.C. Ela precisava bolar um plano para encontrar Percy e saírem dali.

-Claro que sim. Sabe, você é filha de bruxo. – disse C.C.

-A senhora sabe de qual bruxo eu sou filha? – perguntou Selena.

-Infelizmente não. Mas sei que é poderoso. – disse C.C.

Selena encarou a gaiola de animaizinhos para pensar. Um porquinho da índia guinchava em sua gaiola e agora, os outros porquinhos estavam surgindo para analisa-lo.

-Fiquem comigo. – disse C.C para Annabeth e Selena. – Podem fazer mais do que apostar naquele acampamento bobo de heróis ou naquela escola chinfrim de magia e bruxaria. Quantas grandes mulheres heroínas vocês podem citar?

-Atalanta, Amélia Earhart... -  disse Annabeth.

-Os homens ficam com toda a glória. – disse C.C cerrando o punho e extinguindo a chama mágica. – O único caminho das mulheres para o poder é a feitiçaria. Medeia, Calipso, essas eram mulheres poderosas! E eu, claro. A maior de todas.

-C.C... – murmurou Annabeth. – Você é Circe.

-Sim minha querida.

Annabeth recuou e Selena ficou com o arco em punho.

-Não precisam se preocupar. Não lhes farei mal.

-O que fez com Percy? – perguntou Selena.

-Só o ajudei a concretizar sua verdadeira forma. – disse Circe sorrindo.

Selena e Annabeth, como se tivessem combinado, olharam ao mesmo tempo para a gaiola com os porquinhos - da – índia. Um deles, o mais agitado, arranhava as grades e guinchava.

Annabeth arregalou os olhos e Selena encarou Circe, desafiadora.

-Esqueçam-no. – disse Circe. – Se juntem a mim e aprendam os caminhos da feitiçaria.

-Mas...- murmurou Annabeth.

-O amigo de vocês será bem cuidado. Ele será despachado para um maravilhoso novo lar no continente. As crianças do jardim de infância vão adorá-lo. E enquanto isso, vocês serão sábias e poderosas. Terão tudo o que sempre quiseram na vida. – disse Circe.
Annabeth olhou para Selena que assentiu. Entendia o olhar da garota. Iriam enganar Circe para salvarem Percy. Enquanto as duas fingiam um olhar sonhador no rosto, Percy arranhava as grades da gaiola, desesperado.

-Deixe-nos pensar a respeito. – disse Annabeth e Selena concordou.

-Só precisamos de um minuto. – disse Selena.

-Para nos despedir, sabe? – disse Annabeth.

-Claro minhas queridas. Um minuto. Ah, e é claro! Para que vocês tenham absoluta privacidade...- ela acenou com a mão e barras de ferro desceram nas janelas e quando Circe saiu, pode-se ouvir claramente o som de trancas na porta.

Annabeth e Selena desfizeram o ar sonhador e correram para a gaiola de Percy.

-Muito bem, qual é você? – perguntou Annabeth em tom desesperado mas não adiantou muito.

Os outros porquinhos começaram a guinchar também.

Selena olhou para os lados e viu a barra da calça jeans de Percy em baixo do tear.

-Pegue as vitaminas de Hermes. – disse ela para Annabeth que parecia estar pensando a mesma coisa.

-Sim!

Annabeth puxou o frasco de vitaminas que Hermes tinha dado a Percy de dentro do bolso da jeans do garoto. Logo, começou a lutar com a tampa e Selena correu para a amiga na tentativa de ajudá-la.

Conseguiram abrir o pote e Annabeth pegou uma pastilha de limão e colocou-a na boca. Selena pegou uma também e no momento seguinte, sentiu algo assemelhado com gelo penetrando cada parte do seu corpo.

Circe entrou na sala com várias assistentes atrás, entre elas, Ravena, Luisa e Hylla.

-Bem, como um minuto passa de pressa. – suspirou Circe. – Já se decidiram, minhas queridas? Qual é a resposta para minha pergunta?

-Esta. – disse Annabeth e sacou sua faca de bronze.

No mesmo instante, Selena apontou uma flecha para o peito de Circe que olhou para elas com surpresa, e logo em seguida, com desprezo.

-Há! Acham mesmo que uma faca e uma flecha serão suficientes contra minha mágica? Será que isso é sensato?

As assistentes de Circe riram com deboche e a feiticeira ergueu as mãos. Logo em seguida, as assistentes fizeram o mesmo.

-Como será a transformação destas garotas inúteis e patéticas? – refletiu Circe. – Algo pequeno e mal-humorado. Já sei. Musaranho!
Chamas azuis saltaram das mãos da feiticeira e atingiram as garotas.

Era como cordas rodeando-as mas nada demais aconteceu. Talvez o acontecimento mais extraordinário, fosse a raiva de Selena e Annabeth.

Selena apontou a flecha para Circe enquanto a amiga Annabeth, saltava para cima da feiticeira e colocava a ponta da faca no pescoço de Circe.

-Que tal nos transformar em panteras, em vez disso? Panteras que estão prestes a te matar. – disse Annabeth irritada.

-Como? – gemeu Circe aterrorizada.

Annabeth ergueu o pote de vitaminas na frente da feiticeira que uivou de frustração.

-Maldito seja Hermes com suas vitaminas! Elas não passam de uma moda ridícula e passageira. Não podem fazer nada por vocês duas.

-Faça com que Percy volte a ser humano. – disse Selena.

-Senão...- disse Annabeth em tom de ameaça apertando a ponta da faca no pescoço de Circe.

-Eu...eu não posso!

-Então você vai ter o que pediu. – disse Annabeth e Selena estava quase soltando a flecha.

As assistentes de Circe avançaram mas a feiticeira disse:

-Recuem. Elas são imunes à mágica. Por causa daquela multivitamina. A mágica não fará efeito até que o efeito passe.

Annabeth arrastou Circe até a gaiola de porquinhos – da – índia.Despejou o restante das multivitaminas do pote depois de derrubar a parte de cima da gaiola.

-NÃO! – gritou Circe mas já era tarde.

O porquinho – da – índia mais agitado já pegara uma das milhares de vitaminas espalhadas pela gaiola e já mastigava.

Os outros porquinhos também pegaram as vitaminas e botavam para dentro do estômago, entusiasmados com o novo alimento.

Em menos de dez minutos, a gaiola explodiu e Percy surgiu – totalmente vestido – sentado no chão, humano de novo e com mais seis homens desorientados e confusos que tiravam a serragem dos cabelos.

-NÃO! – gritou Circe novamente só que com mais pânico na voz. – Vocês duas não entendem. Estes são os piores.

Um dos homens se pôs de pé. Tinha uma grande barba negra e comprida, emaranhada e dentes da cor do piche. Usava roupas que não combinavam nem um pouco – de lã e couro, botas pretas que iam até os joelhos e chapéu grande de feltro mole. Já os outros homens, usavam roupas mais simples – calções amarrados abaixo do joelho, camisas brancas manchadas, lenços amarrados nas cabeças e não usavam nenhum sapato.

-Argggh – urrou o homem mais bem “arrumado” do grupo. – O que a bruxa fez comigo!

-Não. – gemeu Circe desesperada.

Annabeth respirou profundamente e Selena entendeu o porque. Já vira a imagem daquele homem em um livro antes e sabia exatamente quem era.

-Eu conheço você! Edward Teach, filho de Ares? – perguntou Annabeth.

-Sim garota. – rosnou o homem em resposta. – Mas hoje em dia sou conhecido apenas como Barba-Negra. E aquela ali é a feiticeira que nos capturou rapazes. Acabem com ela e depois quero uma tigela de aipo para mim.

Circe gritou e ela e suas assistentes saíram correndo da sala deixando Annabeth, Percy e Selena que baixou seu arco e se dirigia para o amigo.

-Como você está? – perguntou.

-Bem. Obrigado... – balbuciou Percy. – Realmente, sinto muito.

Annabeth segurou o braço de Percy só que depois se afastou. Pegou sua faca de bronze celestial e analisou-a.

-Estou feliz por você não ser um porquinho – da – índia. – disse ela.

-Eu também. – disse Percy.

Selena preferia estar em qualquer lugar naquele instante, qualquer lugar, exceto ali, segurando a tocha olímpica.

-Melhor irmos. – disse Selena rindo.

Annabeth soltou seus cabelos mas Selena preferiu deixá-los trançados daquela forma. Tinha gostado do penteado.

-Venha Cabeça – de – Alga. Precisamos dar o fora enquanto Circe está ocupada. – disse Annabeth.

Eles correram por terraços e mais terraços no spa descendo colina abaixo e passando por funcionárias que gritavam e piratas que roubavam e atacavam.

Selena não precisou atacar ninguém. Ela, Annabeth e Percy passaram despercebidos em meio aquela confusão. Os piratas pareciam estar se divertindo a beça.

Chegaram no cais finalmente e Selena olhou para os lados atordoada como os amigos.

-Qual navio? – perguntou Annabeth.

Tinham vários e vários barcos, submarinos e outras navegações incontáveis naquele cais.

Selena sabia que eles não poderiam seguir viagem em um bote a remo.

-Naquele ali. – disse Percy apontando.

-Tem certeza? – perguntou Selena surpresa.

-Posso fazê-lo funcionar. – disse Percy.

-Mas...

-Eu posso fazê-lo funcionar, Annabeth. – afirmou Percy confiante.

-Como? – perguntaram as garotas em coro.

Percy não respondeu. Agarrou a mão de Annabeth e a de Selena e as puxou para o navio de três mastros. Pintado na proa, estava escrito Vingança da Rainha Ana. Selena decifrou rapidamente mas Percy pareceu não se interessar por essa parte, já que os piratas donos do navio, se aproximavam e Barba-Negra berrava a altos pulmões.

-AQUELES PATIFES ESTÃO TOMANDO MEU NAVIO! PEGUEM-NOS RAPAZES!

-Nunca vamos conseguir zarpar a tempo. – disse Annabeth.

Percy fechou os olhos por longos instantes. Os piratas corriam escadaria abaixo com tochas e talos de aipo nas mãos.

Então, Percy gritou.

-Mastrodamezena!

Selena encarou Percy confusa e Annabeth encarou-o como se este fosse um maluco da pior espécie. Só que no instante seguinte, as cordas foram esticadas e as lonas se desfraldaram. Selena só se lembrava de que logo depois, o Vingança da Rainha Ana navegava pelo Mar de Monstros longe do cais do Spa e Resort de Circe que agora, era tomado pelos piratas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem de comentar ;)



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