Gil está no corredor, quando avista Lorenzo. O garoto está com os nervos à flor da pele, ele em um ato impensável joga o médico contra a parede e com as duas mãos o segura pela gola do jaleco branco.

Gil: VOCÊ É UM RIDÍCULO, VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO. É A SUA FILHA, VOCÊ VAI MATA-LA. Não acredito que concordou com isso, SABE O QUE EU TENHO VONTADE DE FAZER?

Lorenzo fecha os olhos por uns instantes, ele não reage, pois sabe que Gil está com toda razão. O médico deixa lagrimas escorrerem.

Gil: VOCÊ DISSE QUE ELA IA ACORDAR, DISSE QUE ELA PODIA FICAR POR ANOS E MESES, MAS AGORA ESTÁ A MATANDO COM APENAS TRÊS QUATRO MESES EM COMA, PORQUE NÃO A LEVA PARA OUTRO HOSPITAL? – Ele está fora de si, chora de raiva, custou a descobrir o que sentia pela Renata e agora ela estava ali, escapando pela suas mãos e ele não poderia fazer nada. – VOCÊ DISSE QUE ELA PODERIA CONSEGUIR OUVIR E EU ESPERO QUE ELA TENHA OUVIDO TUDO O QUE VOCÊ DISSE.LEMBRA?VOCÊ PROMETEU QUE IA SALVÁ-LA? – Gil solta uma das mãos da gola do jaleco – POR QUE NÃO DIZ NADA SEU COVARDE? VOCÊ NUNCA FOI PAI O SUFICIENTE.

Lorenzo: Vai pode dá.

Gil arma para dá um soco em Lorenzo.

Dinho: Ei o que você está fazendo?

Dinho chega na hora interrompendo o grafiteiro. Gil bate a mão contra a parede e empurra Lorenzo fazendo com que ele caia no chão.

Lia: Por que fez isso?

Gil: PERGUNTA PARA ESTE ASSASSINO AÍ.

Gil sai correndo nervoso e chorando muito, impaciente ele acaba descendo pelas escadas.

Dinho: Ele está descontrolado, não posso o deixar sair assim. Vou atrás dele.

Enquanto Lia ajudava o pai a se erguer e o mesmo lhe contava tudo, Dinho entrava no elevador querendo chegar antes de Gil.

Ele consegue e fica na porta esperando, em poucos segundos aparece Gil correndo. Dinho impede a passagem do grafiteiro.

Gil: SAI DA FRENTE CARA.

Dinho: NÃO, eu não vou deixar você ir embora neste estado.

Gil toma uma atitude surpreendente e abraça Dinho.

Dinho: Você ama a Renata.

Gil: Cara, eu já perdi o meu pai e agora isto.

Dinho: Por que nunca disse a ela que a amava?

Gil: Por que eu estava cego, achando que gostava da Lia – ele lembra-se de sua mãe dizendo sobre que iam desligar os aparelhos e nervoso se afasta de Dinho – ALÉM DO MAIS AO CONTRARIO DE VOCÊ EU NUNCA TIVE A OPORTUNIDADE.

Dinho: Mas você ainda vai ter cara, daqui a pouco ela acorda e ...

Gil: Acorda? – solta um sorriso sínico -  VOCÊ SÓ PODE TA TIRANDO UMA COM A MINHA CARA.

Dinho: Gil na moral estou aqui te ajudando...

Gil: Eu não preciso da sua ajuda.

Dinho: Cara – agarrando Gil pelos braços impedindo sua fuga – A Renata vai sair desta.

Gil: VOCÊ JÁ ME CANSOU, SE TOCA DINHO ELA ESTÁ MORTA.

Dinho: MORTA?

Gil: O que? Vai dizer que também não sabia.

Dinho: Explica isso direito ...

Gil: É ô espertinho, vão desligar os aparelhos, vão mata-la.

Dinho se assusta com o que Gil lhe diz e frouxa mão, deixando Gil escapar. O grafiteiro sai correndo e Dinho fica na porta do hospital sem reação, ele foi tomado por lembranças de conversas que teve com Renata e uma lagrima escorre do seu olho direito, o garoto limpa e sobe. Lia devia está precisando dele.