Pokémon - Candlelit Dinner (Season 1) escrita por nicoo


Capítulo 15
Capítulo 13 - Feliz Ano Novo (?) parte 1


Notas iniciais do capítulo

Capitulo de virada do ano atrasado tambem AEOIAEO
Revisado pela minha linda :3
Capítulo que leva a parte séria da história.



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               - Você tem certeza que vamos fazer isso? – a voz da menina ressoou na escuridão da noite.

               Ethan olhou para Alice ao seu lado enquanto a luz brilhante azul iluminava os dois. O garoto respirou fundo, não acreditava que estavam fazendo aquilo mesmo. Respirou fundo enquanto sua cabeça trabalhava rapidamente.

               Os dois estavam agachados na escuridão dos fundos da casa de Drayden. A iluminação ali era muito escassa, o que piorava tudo. Enquanto os dois estavam agachados ali, o último dia do ano rolava ao redor deles e provavelmente todas as pessoas do mundo estavam comemorando, menos eles dois e as duas pessoas dentro da casa.

               Desde o Natal a preocupação de Ethan com seu pai estava chegando a níveis catastróficos. O garoto não conseguia pensar em mais nada além de seu pai. O que frustrava a maioria das tentativas de conversa entre eles dois e Dave.

               Ethan decidira não contar a Dave sobre o sequestro do pai, mesmo sabendo que isso era um tipo de traição com o amigo. Talvez só ali, Ethan reparara o quanto estava sendo ruim com seu amigo. Parecia que a situação entre eles só piorava mais e mais e nenhum deles conseguia achar a maneira certa de começar a resolver seus problemas.

               O dia começou com a ideia já formada na cabeça de Ethan. Ele sabia que logo precisava agir. Durante sua noite de sono, Ethan se tocou que havia se distraído demais enquanto seu pai poderia estar sofrendo os piores tipos de tortura. Só o pensamento o fez ter algumas crises de ansiedade durante a noite e agora, de manhã, ele já tinha todo o plano formado em mente.

               Ethan logo bateu na porta do quarto de Alice. A menina abriu a porta antes que ele conseguisse ficar ansioso. A menina o puxou para dentro do quarto e fechou a porta.

               - Quando nós vamos? – perguntou ela olhando para ele.

               - Como... – ele começou assustado.

               Desde o Natal Ethan não conseguia ficar muito tempo perto de Alice sem virar o rosto. A surpresa que a garota havia feito para ele tinha mexido com o menino de maneira absurda. Não que ele não tenha gostado, pelo contrário. Ethan havia gostado demais.

               - Eu conheço você, te dei um prazo de dois dias para falar com Dave. Você não falou, então simplesmente parti do princípio que a qualquer momento você ia vir aqui e me pedir para ir com você até lá.

               - Ali, eu... – ele se sentou na cama dela e a Purrloin da menina subiu rapidamente em seu colo. Enquanto afagava o Pokémon, Ethan procurou as palavras certas para falar – Eu não sei se quero ir, quer dizer... Eu só não sei como falar pra ele que eu preciso usar o pai dele para achar o meu. Eu não consigo chegar e falar “oi, seu pai é um criminoso infeliz e eu quero ir na sua casa, acabar com ele e torturar ele até descobrir o que eu preciso saber para achar meu pai que os amiguinhos dele sequestraram”.

               - Torturar? – perguntou a menina para ele.

               - Eu não quis dizer isso... Eu só...

               - E, - ela sentou-se ao seu lado na cama – até onde você iria pra achar seu pai?

               - Eu... Eu não sei, Ali.

               Ethan e Alice esperavam Dave no restaurante que haviam marcado de ir no dia anterior. Segundo ele “não existe lugar melhor para ter o último almoço do ano do que aquele restaurante”. Surpresa foi a dos dois quando Dave apareceu cabisbaixo.

               - Olá, caras – sentou-se de frente para Ethan.

               - Ei, cara – Ethan respondeu. – O que houve?

               - É que eu recebi um recado do meu pai. – ele olhava para a mesa em que estavam sentados. – Ele quer falar comigo hoje.

               - Mas... O que você vai fazer? – Alice perguntou.

               - Não sei... É ano novo, eu achei melhor decidir com vocês o que fazer. – Dave comentou.

               “Droga, ele não pode ir pra casa hoje. Não, não pode. Hoje que nós vamos invadir lá, isso é perigoso.” A cabeça de Ethan martelava-o com pânico.

               - Dave, eu acho que você não deveria ir – falou sem pensar.

               O olhar de espanto de Dave fez Ethan perceber que começara a abordagem da maneira errada.

               - Olha, só acho que ele vacilou com você, ok? E... Você lembra o que a gente falou, certo? Pode ser um perigo ficar lá.

               - Mas ele é meu pai, ok? As coisas nem sempre são assim. Eu sinceramente acho que ele tem total capacidade pra me convencer de que isso é um grande engano.

               - Também pode ser algo errado. Você vai querer arriscar? – perguntou Ethan, não desistindo.

               - É, talvez você tenha razão – Dave se deu por vencido. – Ali, o que acha?

               A garota parecia a ponto de chorar quando percebeu que seu nome havia sido colocado no meio daquela discussão. Ethan tremeu pensando no que ela iria fazer, então respirou fundo e resolveu confiar nela.

               - Acho que... Você devia passar o ano novo com a gente e depois decidir isso.

               Ethan respirou aliviado quando percebeu que Dave não havia feito objeção nenhuma.

               Depois da refeição, Dave se levantou do nada e disse:

               - Preciso ir resolver algumas coisas, gente. Encontro vocês onde?

               O cérebro de Ethan voltou a trabalhar no mesmo desespero que trabalhava pouco tempo atrás. Até que se lembrou dos comentários que rodavam por ali que ia ter um espetáculo na praça na virada do ano.

               - A gente se encontra na praça, vai ter algo lá na virada do ano.

               Dave levantou o polegar para eles e saiu andando, enquanto dizia para trás:

               - Até mais, gente. Nos vemos depois.

               Ethan e Alice se olharam, perguntando silenciosamente o que iriam fazer e no que já estavam fazendo.

               Quando a noite caiu na cidade, Alice entrou no quarto de Ethan, que refletia sobre tudo que aconteceu. Um peso sombrio se assomava em seu estômago enquanto o menino respirava fundo. Os dois se encararam por alguns segundos até que ele tomou coragem e resolveu falar:

               - Então... Acho que é melhor nós irmos, né?

               - O que acha que Dave vai fazer quando não nos achar?

               - Não sei, por isso temos que ir rápido e descobrir do que a gente precisa.

               - O que você quer fazer exatamente, Ethan?

               - Só preciso saber onde meu pai está – a tristeza começou a se abater sobre o menino. – Só preciso saber se ele está realmente vivo.

               - Vale a pena lutar só por essa informação?

               - Esse é o único jeito de descobrir.

               Ethan, Alice e Abra apareceram nos fundos da casa de Drayden sem emitir nenhum tipo de som. Alice sorriu para seu Pokémon e sussurrou:

               - Parabéns, Abra, conseguiu nos teletransportar direitinho – e retornou o Pokémon para a pokébola.

               Alice apertou o botão que fazia seu PokéNav, que ainda exibia o mapa com a indicação certa de onde ficava a casa do Líder de Ginásio, escurecer a tela e os dois se agacharam e ali esperaram tentando decidir qual seria a hora certa para agir.

               A construção possuía dois andares e todas as janelas estavam fechadas. Mesmo assim, Ethan sabia que o homem estava ali, algo indicava isso. Qual não foi sua surpresa quando uma janela lateral foi aberta. Ethan empurrou Alice contra a parede de trás da casa e prendeu a respiração, se alguém colocasse a cabeça para fora da janela, não poderia vê-los. Entraram no ponto cego.

               Nos segundos de silêncio que se passaram, Ethan e Alice se encararam profundamente. Um peso começou a se abater no coração de Ethan e ele percebera que havia arrastado a garota para uma situação com um potencial perigoso enorme.

               - Ali, me desculpa por te colocar numa situação dessas? – ele falou o mais baixo que pode.

               - E, eu estaria em situações muito piores só pra saber se você estava bem – respondeu a menina enquanto tocava o rosto dele com a mão.

               A sensação quente da mão de Alice quase fez Ethan esquecer tudo e beijá-la. Mas uma batida na porta fez Ethan e Alice voltarem suas atenções para a casa.

               Escutaram uma série de passos e uma voz grave perguntou:

               - Quem é? – Ethan e Alice suspeitaram que a voz viesse de Drayden.

               - Sou eu, pai – respondeu baixo Dave.

               Ethan começou a suar frio. “Que que ele tá fazendo aqui?!” o nervosismo fez seu coração bater muito mais rápido “Era pra ele estar em Icirrus!”

               Ethan olhou para Alice e encontrou a menina com os olhos arregalados para ele. Estava tão surpresa quanto Ethan. O garoto tentou se acalmar, mas algo no seu estômago estava sendo formado e algum demônio da ansiedade estava atacando ele.

               - Entre, filho – escutaram a voz de Drayden de novo seguido dos sons de Dave entrando em casa. – Por que não tira sua touca? Onde estão suas malas?

               - Ahn... Eu as deixei no local onde estava. Só vim para conversar com você. Sobre a touca, acho que é melhor não tirar ela agora. – os dois escutaram a voz nervosa de Dave.

               - Sabe, - Drayden disse depois de alguns segundos – fico feliz que tenha voltado, por onde esteve?

               Ethan começou a ficar com medo daquela conversa e pesou o quanto aquilo poderia entregar ele.

               - Eu passei uns tempos por aqui pela cidade mesmo – mentiu Dave e Ethan ficou aliviado.

               - Ah, sim. Achei que estivesse com seus amigos. Aquele tal de Ethan... – Alice apertou o braço direito de Ethan, nervosa com o assunto.

               - Não, não tive contato com ele. Pra ser sincero, eu tentei falar com ele, mas ele não se deu ao trabalho de me responder. Ele não seria mesmo meu amigo se sumisse do nada, não é? – Ethan sabia o que Dave estava fazendo, mas sentiu uma pontada de culpa com o tom de voz sofrido de seu amigo.

               - Entendo... Filho, porque não sobe e toma um banho, nós vamos passar a virada do ano com um amigo – Drayden falou com um tom de voz casual.

               - Que amigo, pai? – perguntou Dave.

               - Ah, você não conhece, o nome dele é Thor.

               - Mas que merda! – Ethan reclamou e logo tampo sua boca, havia falado muito alto.

               Os dois amigos que estavam escondidos ficaram esperando temerosos que algo acontecesse, mas nada parecia dar sinal de nada. Aparentemente, ninguém teria escutado.

               - E agora, como vamos entrar sem Dave saber? Isso é muito errado, Ali – Ethan murmurou para ela.

               - Acho que não dá, E, temos que ir embora – Alice falou e ele conseguiu sentir o medo na voz da menina.

               Os dois começaram a caminhar silenciosamente e abaixados em direção a parte lateral da casa para poder desaparecer no meio da multidão que começava a lotar as ruas. Quando estavam quase chegando à lateral da casa, a porta dos fundos se abriu. O coração de Ethan martelou tanto que ele achou que toda a rua estaria escutando.

               - Pretendem ir a algum lugar? – a voz de Drayden ressoou no fundo.

               Ethan olhou para o lado e se assustou com o enorme vulto que já estava em cima dele. Pensou em abrir a boca, mas uma pancada extremamente forte na sua têmpora o fez abraçar a escuridão e desmaiar.

               Dave estava sentado em sua cama enquanto refletia o que tinha acontecido. Tudo parecia estar errado. Ele não conseguia dizer se o que seu pai estava fazendo era certo ou errado. Dave estava ali só para saber se seu pai tinha algum jeito de melhorar.

               A conversa que tiveram parecia ter sido bobeira, mas Dave sabia que tinha algo demais naquilo. Ele já estava quase desistindo e fugindo de novo. Ele pensou em Ethan e Alice que estavam esperando ele na cidade ao lado. Respirou fundo e pensou, ele precisava saber porque todos estavam procurando Ethan. Ele precisava saber se sua vida ia voltar ao normal. Dave precisava saber muitas coisas.

               Respirou fundo e entrou no banheiro em seu quarto e ligou o chuveiro.

               Ethan acordou com uma tremenda dor de cabeça, tentou colocar a mão na cabeça, mas percebeu que seu pulso também doía. Abriu os olhos com um tremendo esforço. A luz que bateu em seus olhos fez parecer que um Snorlax tinha pulado em sua cabeça.

               Olhou para sua direita e percebeu que Alice estava ali, ajoelhada e com as mãos amarradas nas costas. Depois de um tempo percebeu que estava da mesma maneira. Alice tinha os olhos molhados e estava prestes a chorar.

               Ethan olhou para frente e viu o enorme vulto que era Drayden. Sua cabeça fazia tudo girar e ver Drayden de perto fez Ethan perder a voz. Tudo estava insano e distorcido. Quando Drayden falou, todos os pelos da nuca de Ethan se arrepiaram.

               - Achei muito bom você vir até mim, sabia, moleque? Só não achei seu Pokémon querido. Será que você finalmente pensou e o colocou numa maldita pokébola?!

               Ethan entrou em pânico e agradeceu por sua genialidade em ter deixado Eevee escondido no seu quarto do Centro Pokémon. Sua cabeça latejava, então não conseguiu responder nada.

               - O que vai fazer com a gente? – Ethan ouviu Alice falando e começou a se xingar mentalmente por ter deixado ela vir junto.

               - Vou apresentar vocês para um amigo – falou Drayden sorrindo. – Meu filho ta envolvido nessa merda?

               - Não, eu não sei nada sobre o Dave há muito tempo... – Ethan se esforçou para falar, mas sua voz saiu embolada. Não sabia se tinha sido convincente.

               - Bem, eu vou jantar com meu filho e meu amigo e logo depois viremos falar com vocês, ta bom? – Drayden gargalhou enquanto subia a escada do cômodo escuro onde eles estavam.

               Ethan percebeu que a luz vinha do alto da escada, presumiu que estavam num porão.

               - Feliz ano novo, amigos – Drayden falou enquanto fechava a porta – Ah, podem gritar a vontade, a sala tem isolamento sonoro.

               Dizendo isso, Drayden fechou a porta e o escuro dominou Ethan e Alice.


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Notas finais do capítulo

Espero qeu gostem e comentem :3