Pokémon - Candlelit Dinner (Season 1) escrita por nicoo


Capítulo 14
Capítulo 12 - Feliz Natal.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo natalino atrasado.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/295038/chapter/14

               Os olhos de Ethan demonstravam o quanto o menino estava distraído na noite de Natal. Ele ainda não conseguira contar a Alice sobre o que Dave havia contado para ele. Ele não sabia se era um segredo e na verdade, não quis perguntar, com medo de que o menino o pedisse para não contar nada para Alice.

               Dave, Ethan e Alice estavam sentados à mesa em um restaurante chique de Icirrus. O local, com tema medieval era bem enfeitado e possuía diversos artefatos belos que fizeram Ethan e Alice ficarem admirados.

               - Eu vim jantar todos os dias desde que cheguei a Icirrus até encontrar vocês. Acho engraçado o nome daqui, Restaurante Plasma – comentou Dave. – Então, feliz natal pra vocês, esse é meu presente, comam tudo de graça.

               Como se isso fosse um aviso, o estômago de Ethan soltou um ronco alto que fez Alice gargalhar um pouco. Ethan chamou um garçom sem graça e pediu uma serie de pratos exóticos que o local possuía. Alice fez seus pedidos e logo após Dave pediu também.

               - Bom, eu acho que eu deveria me desculpar por ter ficado esquisito durante todos esses dias... – Dave comentou, sem graça – Eu acho que...

               - Cara, cala a boca – Ethan falou rindo – Ta tudo bem, né Ali?

               - Claro – Alice sorriu.

               Os três ficaram jogando conversa fora enquanto eram servidos e riram de várias histórias antigas, coisas do tempo em que eles ficavam na Rede conversando por horas a fio. Discretamente, Ethan jogava pedaços de comida para dentro da sua mochila, alimentando Eevee que continuava calmamente lá dentro.

               Depois de se alimentarem, os três resolveram voltar para o Centro Pokémon. No caminho, Alice falou de repente.

               - GENTE! Que tal se nós déssemos um natal feliz para a enfermeira Joy?! – os outros dois encararam-na.

               - Como assim? – Dave perguntou.

               - Ah, não. – Ethan respondeu, percebendo o que a menina queria dizer – Não, não. Ali, por favor, não me obrigue a fazer isso.

               - Ah, cara, por favor, E! – ela fez cara de cachorro sem dono e Ethan virou a cara.

               - Não, nem vou olhar pra você. Não adianta, Ali!

               - Mas... E, por favoooor! – ela continuou insistindo.

               - Gente, dá pra explicar para o burro aqui? – Dave falou incomodado.

               - Ela quer que a gente faça o trabalho da enfermeira Joy – resmungou Ethan.

               - Exatamenteeee! – ela comentou feliz levantando os braços.

               - Pode ficar tranquila, vamos fazer tudo direito. Se quiser, pode ficar aqui supervisionando – Alice falou para a funcionária que olhava para eles com uma expressão de divertimento.

               - Vocês tem certeza? – perguntou ela sorrindo.

               - Claro, NÉ MENINOS? – perguntou ela por cima do ombro.

               - Claro, claro – os dois responderam de má vontade.

                - Viu? Sem problemas – Alice sorriu.

               Um jovem entrou no Centro Pokémon carregando um Meowth nos braços, uma expressão de desespero e preocupação dominava seu rosto enquanto ele se encaminhava para o balcão.

               - Boa noite, Feliz Natal e... – Alice se interrompeu olhando para o Pokémon – AAAAAAWN, aimeudeusdocéu! O que aconteceu?!

               - Meu Pokémon se feriu num treinamento que estávamos tendo agora pouco, e eu vim recuperá-lo para voltarmos a treinar – o garoto respondeu com indiferente.

               - Qual é o seu problema?! Que tipo de irresponsável você é?! Caraca, seu monstro! É natal! Acha que seu Meowth... – Alice começou a gritar e logo foi interrompida por Ethan.

               - Ali, Ali, calma... Deixa que eu resolvo isso aqui – ele se colocou entre ela e o treinador. – Boa noite, nós vamos cuidar do seu Pokémon, só pedimos para que tome um pouco mais de cuidado com seu Pokémon, por favor.

               Dizendo isso, ele pegou o Meowth nos braços e levou para a ala de recuperação, guiado por Chansey e deixando para trás uma Alice cuspindo mais fogo do que qualquer Charizard poderia fazer.

               Ethan andou pelo corredor branco que ficava trás da porta do balcão e Chansey o guiou até uma sala com várias incubadoras. Indicou uma para que o Meowth fosse depositado e apertou uma série de botões na máquina.

               Ethan sorriu para ela e disse:

               - Você é bem inteligente, né? Acho que eu não teria capacidade de lidar com os problemas que você lida – a Pokémon deu um pulo de alegria com o elogio e voltou animadamente para a entrada.

               Ethan olhou para o corredor e viu uma porta escrita “Armazém”.

               “Aqui é bem tranquilo, eu preciso falar com Alice, quando der, eu trago ela aqui para conversar” o garoto pensou andando de volta para a porta de onde havia vindo.

               Quando Ethan chegou, Dave estava carregando seis pokébolas nos braços e escorregou. As pokébola voaram para todos os lados soltando diversos Pokémon no espaço do balcão.

               - Ai, minha nossa! Use a bandeja da próxima vez, Dave. – a enfermeira Joy falou rindo enquanto os três tentavam recolher os Pokémon e colocar as pokébolas nos espaços da máquina restauradora do Centro Pokémon.

               Vários erros depois e Ethan, Dave e Alice estavam indo bem, atendendo no Centro Pokémon, quando um homem usando um avental com uma pokébola apareceu e falou:

               - Algum de vocês esta livre?

               - Eu. – respondeu Ethan que estava sentado para descansar depois de correr para todos os lados. – Diga.

               - Eu preciso que vá lá atrás e pegue uma caixa de Pokébolas. Acabou o nosso estoque aqui, e as vendas estão maravilhosas! – respondeu ele animadamente.

               - Ok, eu vou – Ethan levantou-se e abriu a porta que dava para o corredor. Foi então que ele percebeu que poderia usar aquela oportunidade. – ALI! TA OCUPADA?! – gritou para a porta.

               - Fala, E – ele escutou o som da voz dela abafada do outro lado.

               - Vem aqui me ajudar rapidinho?!

               - Ah, eu não vou carregar peso não, daqui a pouco o Dave vai aí te ajudar! – ela respondeu enquanto ele abria a porta do Armazém.

               - Não é pra carregar peso não, relaxa – ele pegou a caixa de Pokébolas e ficou esperando.

               - Ethan, eu te conheço! Eu não vou carregar caixa! – ela respondeu rindo.

               Ethan irritado por não conseguir fazer com que a menina fosse falar com ele, fez a única coisa que pôde. Virou a caixa de pokébolas no chão. O barulho foi tão alto que Ethan duvidava que ela não tivesse escutado, ou que qualquer pessoa tivesse escutado em quilômetros de distância.

               - Ali, pode vir agora? Eu realmente preciso de ajuda – ele respondeu.

               Ethan escutou os resmungos da menina enquanto ela abria a porta e se encaminhava para onde ele agora estava sentado catando pokébolas e colocando-as na caixa.

               - O que você tanto queria? – perguntou ela sentando de frente para ele e catando as pokébolas no chão também.

               - Conversar – ele sorriu para ela e a simplicidade da resposta não deixou a menina ficar sem sorrir.

               - Diga, Ethan Dalles.

               - Então, Ali... – ele chegou mais perto e começou a narrar rapidamente a conversa que teve com Dave enquanto estavam no campo de treinamento.

               - O que? É sério isso?! – ela falou depois de escutar tudo.

               - Parece que sim, não sei como ele vai reagir quando eu for até o pai dele – respondeu Ethan tristemente.

               - E o que você quer fazer quando encontrar com esse cara? – Alice perguntou olhando-o nos olhos.

               - Eu sinceramente não sei... – sentimentos confusos dominavam a cabeça de Ethan. – Finalmente eu achei a primeira parte de algo muito importante, mas mesmo assim não sei como vou achar...

               - E? – Alice perguntou olhando-o com pena – Não precisa falar, se quiser.

               - Eu não sei como vou achar meu pai – disse o garoto olhando para o chão.

               Poucos segundos depois, o aparelho no pulso de Alice começou a apitar e uma voz eletrônica disse:

               - Feliz natal, boas festas! – Ethan e Alice olharam para o aparelho ao mesmo tempo e sorriram um para o outro.

               - Ei, Ali. Feliz Nat... – Ethan foi interrompido por Alice, que do nada se inclinou para frente e o beijou.

               A primeira sensação foi o susto do acontecido. Quando ele poderia esperar por isso? E logo após, percebeu que no fundo, era o que mais desejava, do fundo de seu ser. A sensação dos lábios macios de Alice em contato com os seus. Aquela sensação de mundo, a gravidade saindo do chão, e indo pra ela. Durante segundos, Alice foi o mundo de Ethan. Ele não conseguia pensar em nada. Nenhuma preocupação, nada de ruim, nada de razoável. Ele estava no único lugar onde deveria.

               Alice se afastou vermelha e olhou para o chão, sem graça. Ethan conseguia sentir o calor emanando do corpo dela e começou a ficar preocupado com a menina, mas ele mesmo não conseguia pensar em mais nada além do beijo. Tentou abrir a boca para falar, mas não conseguiu pronunciar nenhuma palavra. O silencio parecia deixar com que os dois absorvessem cada sensação do beijo.

               - Feliz Natal, E – Alice falou e saiu correndo para frente do Centro Pokémon.

               Ethan ainda estava em choque enquanto olhava para a porta pela qual Alice saiu, alguns segundos depois disse:

               - Feliz Natal, Ali – e saiu sorrindo, carregando a caixa com as pokébolas.

               Uma hora depois, Ethan, Alice e Dave foram liberados dos serviços do Centro Pokémon e se reuniram em uma das mesas onde as pessoas se alimentavam no Centro e pararam pra descansar um pouco. Ethan colocou a mochila em cima da mesa e abriu. Vee colocou a cabeça para fora, esperando o dono falar algo, mas Ethan só sorriu para ele.

               - Bem, gente. Eu tenho que entregar isso pra vocês – Ethan estendeu duas toucas, uma para cada um. – Feliz natal! Não quero nenhum dos dois doentes!

               Dave deu um curto sorriso, desde que Ethan voltara do Armazém o garoto estava daquela maneira. Alice abriu um de seus maravilhosos sorrisos e abraçou Ethan.

               - Obrigado, E! Adorei – e colocou a touca na cabeça. – Como estou?

               - Linda – respondeu Ethan baixo e sem graça.

               A garota corou e pegou uma caixinha pequena e estendeu para cada um dos dois. Os dois pegaram a caixa e abriram. Dentro havia uma pequena pokébola, porém onde deveria ser vermelho, era preto e possuía um detalhe amarelo ouro que lembrava muito uma letra u.

               - Uma ULTRA BALL?! – Dave arregalou os olhos – Isso é muito caro!

               - Ali, você não precisava fazer isso – Ethan reclamou. – Deve ter custado muito.

               - Não para vocês, feliz natal! – e a menina sorriu para os dois. – Me disseram que as chances de capturar um Pokémon com essa pokébola são incrivelmente altas.

               - E o que estamos esperando? – Ethan sorriu.

               Os três andavam pela floresta enquanto Ethan se tocava que nunca havia capturado um Pokémon antes. Ainda tinha as pokébolas de presente de seus pais, mas estava ali pela pokébola que Ali havia dado de presente.

               Dave voltara alguns segundos depois de entrar no mato com uma expressão vitoriosa gritando:

               - Tenho um Shinx, tenho um shinx! – ele gargalhou.

               Alice, que comprara uma Ultra Ball para ela também entrou sozinha na floresta logo depois, seguindo o combinado de que cada um entraria de uma vez. Ethan e Dave sentaram no chão de frente para a floresta. Eevee, que estava correndo ao redor, voltou para perto do dono e deitou.

               - Então, Ethan... – começou o menino de cabelo verde.

               Ethan respirou fundo, esperando algo ruim. Seu sensor de problemas começava a gritar enquanto ele respondeu:

               - Fala, cara.

               Nesse instante, Alice voltou correndo e gritando de alegria. Ela correu em direção deles e ajoelhou na frente de Ethan.

               - Eu tava morrendo de medo do escuro, aí eu respirei fundo e achei isso! – ela apertou o botão da bola e um brilho forte iluminou o local, mostrando um Koffing. – EU TENHO UM KOFFING TAMBÉM!

               Ethan sorriu para a menina e levantou. Eevee correu em direção a floresta e parou, esperando Ethan. O garoto resolveu entrar atrás de seu Pokémon.

               Em segundos o escuro cobriu Ethan. O garoto só conseguia ver as árvores quando estava quase batendo nelas. Ele começou a andar com bastante calma, para não quebrar o nariz quando Eevee começou a chama-lo um pouco mais para frente.

               - Fala, carinha – Ethan falou para seu Pokémon quando chegou perto dele.

               - Vee, Vee! – o Pokémon começou a rosnar olhando para frente. Ethan abaixou um pouco e olhou. O que viu, deixou-o sem palavras.

               Um pequeno vulto flutuava próximo ao chão. Sua silhueta era extensa, mesmo tendo um corpo pequeno, a cauda era no mínimo duas vezes o seu tamanho. Ethan discretamente tirou a Poké-Agenda do bolso e tirou o som no botão lateral, abriu e apontou para o vulto.

               Um Pokémon rosa de olhos azuis apareceu na tela. Com a escrita:

               Mew, o Pokémon lendário. Mew é considerado o ancestral de todos os Pokémon por conter material genético de todos e conseguir usar todos os movimentos conhecidos.

               - Q-qu-que? – Ethan arregalou os olhos. Olhou de novo para Eevee como se pedisse socorro.

               Vee o olhou sem entender e esperou com que fizesse alguma coisa. Ethan começou a entrar em pânico quando o Pokémon começou a sumir de sua visão e disse.

               - Vee, use Esfera das Sombras – o Pokémon rapidamente obedeceu e acertou o vulto na lateral, fazendo-o cair em um arbusto.

               A esfera sombria que Eevee cuspiu foi enorme. Ethan observou como seu Pokémon havia se esforçado no ataque, mas logo voltou para a preocupação da captura. Sem pensar, Ethan arremessou a ultra ball. O equipamento voou girando em direção do arbusto e soltou um brilho vermelho no meio dele. A Ultra Ball rapidamente engoliu o Pokémon. Depois de vibrar duas vezes, um brilho leve avermelhado apareceu no botão de ativação da Pokébola.

               Os olhos de Ethan não paravam quietos, ele queria gritar, espernear, ele havia capturado um Pokémon daqueles da maneira mais incrível possível. Um Pokémon que é considerado um dos mais poderosos.

               O garoto saiu correndo animadamente com a esfera na mão, ele sorria muito quando chegou perto dos amigos que estavam parados esperando no mesmo local que estavam quando Ethan entrou na floresta.

               - Finalmente, E! – Alice falou – O que você precisou fazer? Pedir por favor?

               Ethan sorriu pra ela e disse:

               - Não vai falar isso quando vir o que eu capturei! – ele abriu a pokébola e fechou os olhos, esperando os gritos de aprovação e surpresa.

               - CARACA! Você capturou um Zorua! – gritou Dave.

               Ethan achou estranho a maneira que Dave havia pronunciado o nome do lendário e ficou pensando nisso. Até que seus olhos se abriram quando o choque tomou conta do garoto. Em sua frente, um pequeno Pokémon raposa preto olhava-o nos olhos. Seu pelo tinha alguns detalhes vermelhos e seus olhos eram de um azul profundo.

               - Zorua – falou a pokédex de Ethan enquanto ele encarava o Pokémon – o Pokémon ilusionista. Assim como sua evolução, Zoroark, Zorua tem a habilidade de criar uma ilusão fazendo com que os outros achem que ele é outro Pokémon ou até mesmo um ser humano. Zorua gosta de surpreender as pessoas.

               Alice olhou para Ethan e começou a rir. Em poucos segundos, a menina entendeu que o garoto havia sido enganado pelo Pokémon e, junto com a expressão de choque de Ethan, isso foi muito para a menina aguentar. Ela sentou no chão, ainda rindo do garoto e falou com o Pokémon.

               - Olá, pequenino – ela passava a mão no topo da cabeça do Pokémon – como você enganou o E?

               O Pokémon olhou para Ethan e sorriu, pulou enquanto um brilho rosado assumia seu corpo e em dois segundos, um Mew estava parado na frente dos três. Dave começou a rir extremamente alto junto com Alice. Vee parecia irritado com o Pokémon raposa e Ethan abaixou para falar com ele.

               - Olá, carinha – O Pokémon lambeu sua mão. – Meu nome é Ethan, e a partir de hoje, eu serei seu treinador, tudo bem?

               O Pokémon deu um pulo e deitou de barriga pra cima aos pés do garoto. Ethan sorriu enquanto Dave parava de rir do nada e lembrava-se de algo.

               - Espera, Zorua só pode se transformar em um Pokémon se ele o tiver visto antes. – Dave levantou e parou do lado do novo Pokémon de Ethan – Você viu esse Pokémon aqui?

               O Zorua/Mew olhou para o garoto e respondeu afirmativamente com a cabeça. Dave deu um berro muito alto e saiu correndo pra floresta.

               - Pra onde você vai? – gritou Ethan.

               - Procurar o Mew! – Dave berrou de volta e entrou na floresta.

               Ethan sentou no chão ao lado de Alice e os dois ficaram olhando para Zorua ainda transformado em Mew. Alice sorriu para Ethan e disse:

               - Você ganhou um ótimo presente de Natal.

               - Eu sei, foram os melhores da minha vida. – Ele sorriu de volta.

               E naquelas poucas horas, Ethan conseguiu esquecer todos os problemas que ainda aconteciam no mundo lá fora. Mas ninguém pode abandonar os problemas no mundo, porque o mundo nunca quer mais problemas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem.
No próximo capítulo:
- O que Ethan decidirá fazer agora? O homem que ele tanto procurava está uma cidade de distancia.
- Como Alice reagirá a seus planos
- Dave saberá o que está acontecendo?