Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 43
Seguindo o curso


Notas iniciais do capítulo

"Pouco se questiona quando se está consumido pelo viver"
~Rivana Adryelle



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_Você está bem?_ Jacob perguntou pegando o último prato limpo de minha mão para enxugá-lo. Eu o olhei assentindo, enquanto limpava a pia. Ele beijou minha testa tomando minhas mãos molhadas nas suas.

_ Sabe que pode me dizer qualquer coisa, não sabe? Quero que você esteja feliz e plenamente satisfeita com suas escolhas.

_Você é um bobo. Não me arrependo de nada. Decidi quero você e isso não tem nada a ver com Nahuel, isso não foi uma troca_ ele tocou meu rosto.

_Certo_ disse parecendo preocupado, mas então sorriu.

Billy nos havia dado boa noite e ido para seu quarto enquanto lavávamos a louça do jantar. Então nós ficamos no sofá até que ambos não suportávamos mais a distância imposta por nossas roupas e fomos para o quarto de Jacob.

Estávamos deitados, Jake distribuía beijos inocentes em meu tórax e eu afagava seus cabelos.

_Minha vida por seus pensamentos_ disse-me.

_Estou pensando se... Não devíamos nos proteger.

Jacob apoiou-se no cotovelo, levando um segundo para entender.

_Ah, claro, claro! Você..._ ele lutou com as palavras um momento. _Bom, eu pensei nisso, quero dizer, se você tem ciclos férteis.

Eu ri, sentindo o rosto esquentar, o que era uma bobagem. Eu devia ser capaz de falar sobre esse tipo de coisa com alguém com quem fiz sexo constantemente nos últimos três meses, principalmente quando essa pessoa era Jacob Black. Passei a mão por seu rosto, enquanto ele esperava pacientemente.

_Eu não tenho ciclos férteis ou de qualquer tipo. Ainda, ao que parece.

Suas sobrancelhas ergueram-se com seu interesse.

_Posso ter logo ou daqui 100 anos_ dei de ombros. _Sobre fertilidade, isso é pouco provável_ busquei em seu rosto qualquer sinal de decepção, não houve nada. _Ainda que alguma célula reprodutora possa introduzir-se num óvulo hibrido-vampiro, parece que um corpo híbrido não comportaria o desenvolvimento de um embrião..._ deixei minha voz morrer.

_E como sabem essas coisas?

_Jennifer, irmã de Nahuel, me explicou algumas coisas uma vez. Carlisle não tinha como testar nada, ao menos não enquanto eu fosse virgem, _trocamos um sorriso_ talvez ele esteja esperando um oportunidade_ Ou talvez não, levando em conta o que eu disse para Johan certa vez.

Jacob levantou remexendo no quarto e voltou com um pequeno envelope metálico e um sorriso matador.

Nossa grande e improvável família estava reunida na casa de Charlie para o primeiro natal de Matt: meus pais, Rachel, Paul e Sarah, Billy, Seth, Leah, Jacob e eu.

Matthew me havia feito descobrir que eu gostava de bebês mais do que sempre pensei, ou talvez fosse só dele, eu o amava. Bella, Leah e eu estávamos sempre disputando para ficar como ele, que gostava mais de Leah e eu; minha mãe era gelada de mais. Matt tinha a cor dos olhos de Charlie, como eu, perguntei-me se meus olhos pareciam tão calorosos como os dele.

_Vamos, Nessie, devolva-me, Matt_ disse Leah, os braços extendidos. Hesitei no meio da sala de jantar, mas o entreguei a ela.

_Isso, Matthew, devolva-me minha garota_ disse Jacob vindo da cozinha e me abraçando, automaticamente procurei seus lábios.

_Eu sabia!_ disse Charlie ao batente da cozinha. _Qual o seu problema, Jacob?!

Uma veia saltava em sua testa.

_Você sabia disso?_ Charlie apontou por sobre mim, onde agora, Edward estava vindo da sala, Leah se retirando para a sala.

Meu pai assentiu e Charlie fez uma careta.

_Charlie, _Sue surgiu atrás dele_ Jacob é um bom homem, você o viu crescer. Além disso, Renesmee é inteligente e adulta.

_Não, é não!_ disse Charlie, meu pai riu. Não tinha certeza de qual afirmação ele contestava.

_Eu a amo, Charlie. _Os braços de Jake se estreitaram a minha volta. _Eu faria qualquer coisa por Renesmee_ Jacob me olhou com sempre olhava, a expressão maravilhada.

Charlie hesitou, desconcertado, atrás de nós meu pai falou:

_Não se preocupe, Charlie, estou de olho em Jacob. Ele não estaria vivo se não fizesse por merecer Renesmee.

Eu ouvia apenas parcialmente. Ainda estava paralisada, presa nos braços de Jacob; era a primeira vez que ele dizia que me amava, assim com todas as letras.

***

Eu mal podia acreditar que hoje, Jake e eu completávamos um ano. Bom, quero dizer, um ano desde que nos conhecemos; era aniversário dele também. Havia acabado de chegar em casa, comprara um novo sistema de som para carro para dar de presente a ele, que logo estaria aqui. Corri para me aprontar.

Acendi a lareira e diminuí as luzes da sala, não que estivesse frio o bastante ou que a iluminação precária nos impedisse de ver algo, mas o ambiente ficou aconchegante e sensual.

Quando Jacob chegou trazia comida italiana, em geral eu gostava de massas.

_Você nunca tocou para mim_ Jacob falou da sala enquanto eu pegava pratos e talheres.

_Não é verdade, toquei no seu segundo fim de semana em Vancouver_ falei voltando à sala. Coloquei os pratos sobre a mesa de canto junto da comida.

_Isso não conta, Edward tocava com você.

_Bem, eu não tenho tocado muito realmente_ senti remorso pelo abandono de meu piano. _Entre você, os estudos e as antigas preocupações com Hannah, música tem estado bem abaixo em minhas prioridades.

Jacob afagou a superfície lustrosa do piano no canto da sala, convidativo, e eu avancei, sentando na banqueta, ele sentando na pontinha ao meu lado. Eu iniciei minha canção, Jacob nunca a ouvira.

Meus dedos deslizaram pelas teclas de marfim enquanto as notas doces e delicadas soavam, o homem ao meu lado apreciando.

_ Gostei dessa. Como se chama?

_Renesmee_ sorri.

_Uma canção de ninar de Edward?_ adivinhou e eu assenti. _Combina com você_ ele pôs meu cabelo para trás do ombro, suas mãos permanecendo em meu pescoço e seus lábios encontrando os meus com candura.

Não demorou até que fôssemos um só, no carpete em frente à lareira.

Comemos o jantar, nos preenchemos um do outro para além do cansaço... Acordei em minha cama e sozinha, havia um bilhete ao meu lado.

Não quis acordar você, parecia cansada.

Tenha um bom dia, meu amor.

Obrigado pelo maravilhoso aniversário e pelo último ano.

Ele tinha razão, há quatro meses minhas horas semanais de sono diminuíram consideravelmente, assim como as dele, ainda assim eu preferia ter me despedido dele, eu nem ao menos o percebi saindo. Lancei-me para fora da cama ou chegaria atrasada a aula.

Eu estava em La Push para o dia dos namorados, Hannah também. Eu com Charlie, ele não havia ido à pescaria de sábado, Sue havia deixado Matt com ele para ir ao supermercado, eu estava maravilhada com a dedicação de Charlie, ele parecia meio desengonçado às vezes, mas Matt não reclamava.

_Mamãe era tranquila assim?

Vovô me olhou com um sorriso de escárnio.

_Não era, não_ ele suspirou com o que parecia pesar. _Mas só durou alguns meses... Até Renée decidir ir embora. Eu lamento, sabe, menina? Lamento não ter visto Bella dar os primeiros passos, aprender falar... Eu sempre a amei muito, e amava Renée também.

Fiquei curiosa e decidi arriscar, não era sempre que Charlie falava coisas assim.

_Porque você não as procurou? E porque Renée quis ir embora? Mamãe disse que ela não gostava da chuva.

Ele deu um meio sorriso triste, acalentando Matt em seu peito.

_Eu não soube perceber, não soube lidar, mas ela estava muito triste durante a gravidez, essa coisa dos hormônios... Seus bisavós ainda eram vivos.

_Geoffrey e Helen_ sorri.

Charlie assentiu.

_Eles já eram bem idosos e doentes, meu pai precisava de ajuda para cuidar de minha mãe, todos os dias. Renée queria que eu saísse daqui com ela. Eu teria ido, sabe, mas não podia deixar meus pais sozinhos. Quando Bella nasceu, a depressão de Renée piorou e ela se foi. Eu não pude abandonar tudo aqui e ir atrás delas.

Renée me pareceu muito injusta, mas o que eu entendia de depressão pós-parto? Antes que eu dissesse algo Sue e Leah entraram com algumas compras. Charlie sorriu, a soturnidade de nossa conversa ficando para trás.

Jacob e eu passamos a tarde inteira na casa da praia, já estava quase tudo pronto. Ele havia insistido que eu ajudasse e desse opinião quanto a decoração. Ainda faltava a cozinha, mas a sala estava pronta, o tento, em madeira, era claro como as paredes onde que havia duas janelas largas envidraçadas. Um lustre simples pendia no centro da sala.

Nosso dia dos namorados não foi muito diferente de tantos outros em que estivemos juntos, mas não foi menos fascinante.

Eu aprendia um pouco mais cada vez que Jacob me tomava para si, sempre diferente. O amor se revelava para mim em muitas profundidades e matizes.

No domingo tomei café com Hannah no resort. Ela me contava que estava pensando em se mudar da casa de meus avós já que sua recuperação era cada vez melhor.

_Vou sentir falta deles_ ela admitiu.

_Pensa em voltar para o seu apartamento?

_Estava pensando em vir para Forks.

Senti meu queixo cair. Ela sorriu.

_Embry me beijou ontem.

_E vocês estão namorando?_ perguntei me inclinando sobre a mesa. Ela aquiesceu.

_Acho que eu nunca me senti tão feliz!_ seus olhos verdes brilhavam o rosto corado e saudável. Senti meus olhos úmidos de emoção.

_Mas isso de se mudar para a cidade... Vocês vão casar ou...?

_Não!_ balançou a cabeça. _Mas não faz sentido toda essa distância. Morando aqui nós poderemos nos ver sempre e manter uma relação normal. _então acrescentou sussurrando: _Sou só humana, não aguentaria seu ritmo.

Sorri tomando um gole de suco. Ela continuou:

_Além do mais estou quase cem por cento, está na hora de voltar a estudar, pensar em algo para fazer de agora em diante e viver!

_Estou muito orgulhosa de você, Hannah, e muito contente.

_Isso eu sei, mas seu contentamento não é por mim. Sua felicidade tem um metro e noventa e nove.

_E a sua um metro e noventa e dois_ acusei.

***

_Adivinha!_ pediu Jacob enquanto descíamos do carro na casa da praia. Franzi o cenho. _A cozinha está pronta! Os eletrodomésticos chegaram ontem.

_Isso quer dizer que a casa tá pronta? Finalmente!_ já era final de março, Jacob havia trabalhado árdua e pacientemente por sua casa e agora ela completamente habitável.

_Estou orgulhosa de você_ anunciei enquanto entrávamos.

_Quer inaugurá-la?

Já era tarde da noite e nós comemos um monte de bobagens no cinema em Port Angeles.

_O que você quer cozinhar?

Jake sorriu ardilosamente, me pegou pela cintura e me sentou sobre o tampo da mesa da cozinha.

_Adoro sua inocência_ tocou minha bochecha se posicionando entre meus joelhos. _Não estou falando de cozinhar.

_Jake!_ falei no meio de um arquejo alto. Jacob parou imediatamente, um braço firme em minha cintura e uma mão em meu rosto.

Minha visão havia escurecido e tinha uma sensação de peso em minha cabeça, como se todo o sangue de repente tivesse subido, meu coração pulsando em meu crânio.

_Respire fundo, Ness_ ele espalmou meu peito obrigando-me a fazê-lo subir e descer. _Respiração superficial por muito tempo.

_Sim, você tem razão_ inspirei profundamente várias vezes sentindo alívio, podia sentir o oxigênio clareando meu cérebro. Eu gargalhei. _Você vai acabar me matando.

_Então é melhor..._ Jacob saiu dentre mim, sem me soltar.

_Não, já passou!_ agarrei sua blusa e o puxei para mim.

Sábado de manhã fui ver Matthew, Charlie não estava em casa, estava com Billy. Ele estava crescendo tão rápido... O que me fez pensar que deve ter sido horrível para meus pais me ver crescer daquela maneira. Matt se agitou quando me viu, ciciando e balançando nos braços de Leah. Ela vinha todos os fins de semana desde que o menininho nascera há seis meses.

_Como vai nosso garoto?_ estendi os braços para ele, que se lançou animado.

_Olha só_ disse-me Leah e estalou os dedos na frente dele, que gargalhou borbulhantemente, em meus braços. Ela fez de novo e ele continuou rindo, de novo e de novo...

Nós rimos junto, completamente dominadas por ele.

_Que delícia!_ o apertei delicadamente.

Passamos parte da manhã mimando e brincando com o bebê, quando então senti algo estranho. Fui ao banheiro e havia sangue, muito pouco, mas havia. Procurei no banheiro e não encontrei nada que pudesse me ajudar.

Procurei a mente de Leah e a chamei. Ela bateu a porta do banheiro com Matt no colo, era bobagem, mas eu hesitei, constrangida.

_Tudo bem?_ Leah parecia preocupada.

_Preciso... De absorventes_ franzi o cenho.

_Certo, vou pegar sua bolsa.

_Não, eu não tenho. É a primeira vez...

_Ah! Desculpe, eu não preciso há algum tempo. Minha mãe deve ter, vou procurar.

Assenti enquanto Leah desaparecia no corredor. Liguei para Carlisle, era algo automático: em qualquer mudança, meu avô era informado. Isso era uma grande coisa, considerando tudo. Ele não atendeu e caiu na caixa de mensagens, não deixei uma.

Leah voltou com o que eu precisava.

Antes do meio dia passei na farmácia e eu voltei para a casa da praia, almoçaríamos lá como uma espécie de inauguração, embora Jake não estivesse se mudando oficialmente, Billy não queria sair de casa e ele não queria deixá-lo.

Jacob até tinha feito adaptações com rampas na entrada e nos fundos, havia também um quarto no andar de baixo, além dos dois em cima, todas as portas eram largas o bastante para a cadeira, Jacob pensara no pai até mesmo quando posicionou os móveis.

Rachel cozinhava e Hannah ajudava quando cheguei. Oferecia-me para ajudar quando o celular tocou, Carlisle retornava a ligação.

_Oi, vovô_ fui para a varanda dos fundos, Jacob estava no quintal fazendo a base para uma cerca. Hesitei, mas Billy via Tv na sala e as meninas estavam na cozinha. Sentei na escada, ele sorriu e caminhou até mim.

_Você queria falar comigo? Desculpe, eu estava numa reunião com a junta médica.

_Sim... Eu tive a menarca_ murmurei de uma vez. Nesse momento Jacob me alcançou e sentou ao meu lado.

_Certo, querida. Você está sentindo alguma coisa? Algum inchaço, dor, qualquer alteração é significativa_ a voz de Carlisle era técnica; Jacob me olhava enquanto ouvia a conversa.

_Não. Sinto-me exatamente como sempre, exceto talvez um cansaço, mas acho que as viagens constantes são culpadas_ meu avô não precisava saber das noites insones ao lado de Jake.

_Tudo bem, princesa, eu peço que anote as datas e qualquer coisa que você sinta, e não tem com o que se preocupar, mas se você quiser fazer alguns exames, sabe onde me encontrar.

_Certo, vovô. Obrigada. Te amo.

_Eu também, docinho, até mais.

Desligamos.

_Não prefere fazer os exames?_ Jacob indagou.

_Não! Tem ideia do que é ser medida, pesada e examinada todos os dias?!_ exagerei um pouco. _Sabe quantos exames inúteis ou inconclusivos eu já fiz nos últimos nove anos?! Não vou fazer exame algum se me sinto bem, é bobagem.

_Claro, claro. Desculpe-me.

_Sem problemas_ toquei seu braço pousando a cabeça. Jake tocou meu rosto e beijou o alto de minha cabeça. _Vou ajudar Rachel. _ lhe dei um beijo rápido e levantei.

***

Repentinamente os dias passavam muito rapidamente, um rio incontinente, seguindo seu curso. Hannah se mudara na última semana de março e até o final de abril estaria oficialmente formada pela Forks High, onde ela faria as provas, nas próximas 3 semanas ela se prepararia um pouco mais.

Espreguicei-me ainda sonolenta, lembrando vagamente que Jacob se despedira de mim, sorri ao pensar nele, mesmo com minha mente nublada; tudo o que eu queria era ficar na cama. Entretanto, era melhor levantar, eu já perdera uma manhã de aula, por dormir demais, era melhor não perder a tarde também. Tropecei para fora da cama em direção ao banheiro. O cheiro de Jacob por todo o ambiente.

Hoje mais que nos últimos dias eu estava cansada, custava mesmo manter os olhos abertos; e não é que eu não tivesse motivos, eu não dormi antes das 4 da manhã, talvez Jacob e eu precisássemos de férias um do outro para descansar. Meu estômago roncando me tirou de meus devaneios.

Foi só quando desci à cozinha, depois de ter decidido que não aguentaria sair pra caçar antes que meu estômago me devorasse por dentro, é que vi as horas; eram quase três da tarde, o que significava que eu não acordara no meio da manhã, depois de uma noite de amor e sexo, mas no meio da tarde.

Sentei-me amuada por ter perdido um dia inteiro de aula, enquanto mastigava, com fome, um sanduiche de peito de frango, que outrora não encararia, mas que agora me parecia fantástico. Terminado o sanduíche, deitei no sofá zapeando rapidamente enquanto cogitava comer mais alguma coisa e se seria correto ligar para Jacob pra fazermos algo juntos, uma vez que era cedo para isso e ele deveria estar no trabalho e talvez mais cansado que eu. Provavelmente me ligaria mais tarde...

A pontada quente no estômago me despertou, o telefone estava vibrando sobre a mesa de centro, eu devia ter sonhado, não estava com dor.

_Oi_ a voz rouca e doce disse na linha.

_Olá_ bocejei.

_Posso passar na universidade? Diga sim, acabo de passar pela entrada de Seattle.

_Estou em casa. Você precisa parar de dirigir ao celular! Venha logo, prefiro que ganhe uma multa por excesso de velocidade_ ele riu e desligou.

_Como foi sua aula?_ Jake perguntou quando em fim nos separamos, ele estava ajoelhado diante de mim, no chão.

_Não sei, eu não estava lá_ sorri. Ele me olhou confuso. _Não consegui acordar a tempo.

_Você está bem? Parece um pouco abatida_ tocou minha bochecha.

_Me sinto cansada_ falei sentando, ele vindo para o sofá, colocando minhas pernas sobre as dele. _Preciso caçar, mas dormi de novo antes de pensar em qual lugar ir.

_Vou ligar para Carlisle, tenho certeza que você não costuma ter saúde fraca.

_Claro, e dizer: vovô, tenho estado muito cansada, porque tenho passado noites acordada fazendo sexo e não estou caçando o bastante_ bufei. _Além do mais, deve ser essa coisa de ter ciclos menstruais, tipo, tpm, ou sei lá!

Jake riu alto e me puxou para seu colo, eu me encaixei nele; sensações trêmulas e candentes correndo todo meu corpo; encontrei seus lábios grossos ávida. Depois de um momento ele me afastou, puxando-me pelos cabelos em minha nuca, suspirei.

_Acho melhor se alimentar bem, Nessie. Já comeu hoje?_ assenti e meu estômago roncou e doeu. Jacob estreitou os olhos.

_Eu comi!_ afirmei. _Mas ainda estou com fome, já falei: peguei o sono antes de comer mais.

_Vou fazer uma sopa, se não se sentir melhor amanhã de manhã, vou ligar para o Carlisle_ falou categórico. _Você vai dormir a noite toda hoje, também.

Não respondi, mas eu duvidava. Fui para a cozinha ajudá-lo.

_Se não se sentir melhor amanhã, vou falar com o doutor presas. Talvez você precise de algumas vitaminas...

_Claro, claro!_ revirei os olhos, Jacob riu.

A sopa de carne e legumes estava muito boa, a comi toda em três porções e Jacob parecia muito satisfeito. Estávamos abraçados no sofá, de alguma maneira conseguimos caber os dois muito confortavelmente, ele assistia qualquer coisa, beijando meu ombro e pescoço enquanto eu pairava entre a vigília e o sono.

_Vou pedir uma pizza, estou com fome_ murmurou ele a certa altura.

Jacob levantou para buscá-la meia hora depois; no exato momento em que ele abriu a porta o cheiro invadiu a sala, minha boca salivou asquerosamente, eu conhecia essa sensação, trinquei os dentes e levantei abrindo a janela da sala.

_Qual o problema? _ indagou Jacob, sério. Fiz uma careta.

_De que é essa pizza? Não vou beijar você se comer essa coisa, o cheiro é nojento!_ inspirei o ar limpo vindo da janela.

_Anchova e alcaparra_ disse-me confuso, os olhos de mim à caixa em sua mão. Então ele desapareceu pela cozinha e voltou sem a pizza.

_Vocês humanos comem cada coisa!_ voltei para o sofá fazendo careta para o cheiro de peixe estragado assado que ainda estava na sala.

_Claro, claro, vampirinha. Mas estou com fome _ Jacob parecia frustrado.

_Devíamos sair pra jantar ou comer qualquer coisa no centro, o que acha?

_Parece bom, ainda é cedo.

_Só um momento_ voejei escada a cima a fim de trocar de roupa.


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Notas finais do capítulo

Olá, de novo!
Um capítulo de transição, sem grandes acontecimentos, mas cheios de pequenas e importantes dicas.
Espero que a passagem de tempo tenha ficado clara pra vocês como para mim. Obrigada, meus amores.