Dusk (Sombrio) escrita por MayaAbud


Capítulo 25
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui!
Bora ler!



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Jacob

Os lábios eram quentes e receptivos movendo-se com o meus lentamente, por um segundo me detive na novidade de beijar alguém com a mesma temperatura que eu, era diferente; Minhas mãos desceram de seus ombros até sua cintura, as dela vieram hesitantes através de meu peito nu até meus ombros. Havia algo ali, uma sensação dúbia de entrega e apreensão, como um teste, a prova dos nove. Eu não estava pensando muito que era a Leah que me odiava n em que era a Lee minha amiga, o beijo só tomou o caminho que acho que era normal que tomasse, nossas línguas se aprofundaram e acariciaram por algum tempo, mas então Lee, ou melhor Leah, pareceu voltar a si. Eu não tive muito tempo para perceber nada, Leah se afastou de mim alguns centímetros e seu joelho foi parar... Ahhhh!!!

—Ah, Leaaaah!_ grunhi, sem ar, caindo de joelhos no chão molhado. As mãos entre minhas pernas, onde Leah deu uma joelhada.

—Isso é por ser um idiota_ disse ela acima de mim de pé, cruzando os braços. Meus olhos lacrimejando.

—Vou matar você Leah_ chorei_ É melhor sair da minha frente porque eu juro que vou matar você!_ gritei, ela deu um passo pra trás.

—É melhor não ficar sozinha porque vou pegá-la! Saia, Leah!_ gritei com tanta força que ela levou a sério, ou nem tanto, porque ela transformou-se ali mesmo, seu vestido chovendo em frangalhos, ela rosnou curto e desapareceu.

Como Leah pode fazer isso? Como se ela não tivesse correspondido ao beijo! Como se eu a tivesse obrigado! Não importa se você é humano, super forte, um cachorro maior que um cavalo... Um homem preza seu... Todos os seus membros, uma joelhada lá acaba com qualquer um!! Era melhor que Leah nãoi cruzasse meu caminho tão cedo, ai. Já estava passando, eu teria me transformado para curar mais rápido a dor, mas não queria arriscar o mergulho na mente dela, assim eu caminhava devagar em direção a minha casa, conforme a dor cessava eu caminhava mais rápido, logo amanheceria e nem sinal de perigo, portanto eu terminaria de dormir na minha cama.

E perguntava-me também: como eu pude beijar Leah?! Quando em minha vida imaginei que a beijaria e que seria correspondido?! Logo quando discutia sobre meu possível casamento! E ainda: quanto Leah estava certa? Talvez estivesse, mas eu não queria perder tempo e esperanças, as coisas estavam bem desta forma...

Eu estava me sentindo culpado quando acordei, mas decidi que não diria nada a Anne antes de conversar com Leah, eu não tinha certeza do que esperava dessa conversa, talvez ouvir: “Foi uma bobagem” ou talvez “Foi sério”, de uma maneira estranha e surpreendente eu não sabia dizer o que eu temia mais. Mas a ideia sobre me tornar definitivo para Anne ainda estava ali, e por outro lado não era como se de repente eu quisesse Leah, a insuportável ou mesmo a minha amiga, sempre disposta a me aferroar com suas opiniões cruas e honestas...

Ela não apareceu o dia todo, eu não sabia dizer se por minhas ameaças ou se me dando um tempo, ou se dando esse tempo. Mas emergi em minhas horas no trabalho e fomos, Quil e eu levantar uma parede, numa obra que pegamos para fazer. Anne havia ido a capital para fazer o tal teste, assim decidi que a noite falaria com Leah.

Billy e eu jantamos na casa de Rachel aquela noite e quando Sarah ficou de mau humor por causa do sono eu decidi que já era hora de ir até a casa de Sue e falar com Leah.

Hesitei dentro do carro em frente à casa de Sue e Charlie. Pelas janelas não parecia haver nenhum movimento, mas dentro eu podia ouvir Sue e Charlie conversando amenidades, provavelmente no quarto e mais ao fundo da casa rock suave tocava, no quarto de Leah pensei... E se eu podia ouvi-la ela sabia que eu estava aqui. Desci do carro e caminhando pela calçada em direção à varanda falei para o nada:

— Não quero mais matar você, mas quero conversar_ humano algum ouviria minha voz baixa, tão fraca que era como se Leah estivesse ao meu lado, no entanto ouvi pacientemente seus passos enquanto ela vinha ao meu encontro. Ela abriu a porta, eu esperava de frente para a pequena varanda.

—Oi_ ela disse com naturalidade fechando a porta atrás de si. Leah sentou-se na varanda e eu avancei sentando ao seu lado. _Então eu já estou segura?

—Estou pensando sobre isso_ respondi, ela sorriu.

—E o que veio fazer aqui há essa hora?

—Ora, Leah, não se faça de boba, quero conversar sobre o que houve, saber o que houve_ demandei sem rodeios.

—Jacob, eu não retiro nada do que eu disse, mas foi só um beijo eu..._ ela deu de ombros.

—Curta e grossa_ murmurei.

—Como a velha Leah_ disse-me ela, eu assenti. _Foi coisa do momento, Jake..._ Leah apoiou-se nos joelhos, a mão direita na nuca, a expressão desconcertada.

—Honestamente, Lee, primeiro você fica toda revoltada porque me ouve pensando em casar, depois... Você precisa ver na minha cabeça, fica toda fragilizada por isso e então nos beijamos; ok, coisa de momento, mas foi um momento bem longo e correspondido.

Eu estarei mentindo se disser que sei exatamente o que aconteceu, só sei que nada mudou, eu ainda sou sua amiga e vou te dizer as verdades que você precisar ouvir..._ ela hesitou, mas eu sabia que ela queria dizer algo_ Algo mudou pra você?_ a voz era baixa como um suspiro.

—Não_ falei por baixo da respiração_ Mas achei que...

—Eu sei_ interrompeu ela assentindo. Eu pensei em tudo que ela me disse e se algo hovesse mudado pra ela talvez mudasse para mim também, não sei, talvez eu estivesse sendo muito racional em minhas escolhas, sem paixão, sem sentimento, exatamente como Leah dissera.

—Você acha que..._ falei sem pensar e por um momento busquei uma forma de não dizer aquilo, mas não vi sentido; o que era dizer quando havíamos ido fisicamente tão longe?! _Nós dois nos daríamos bem como um casal?_ Não a olhei, mas ela bufou um riso.

—Talvez, sei lá! Mas eu percebi que não é isso que rola entre a gente, eu pensei que era_ admitiu_, não é esse tipo de atração. O que não quer dizer que agora eu esteja feliz com a possibilidade de você casar com Anne.

Eu assenti, mesmo não entendendo.

—Por quê?

—Ainda não acho que está fazendo a escolha certa, e honestamente, começo a duvidar que você tenha condições de escolher por si mesmo.

—Porque não?! Anne é...

—Ah, não me venha com essa de Anne é uma boa garota!_ Leah falou exasperada_ Tá, talvez ela seja, mas não para você, Jacob, não para quem você é e para tudo que isso envolve. Entenda como quiser, eu só acho que você devia se dar mais oportunidades, mais opções.

—Ah, ok, Leah, agradeço sua opinião, mas nós dois já sabemos o que pensamos sobre esse assunto_ falei levantando.

—Você não vai desistir, não é? _ perguntou Leah, levantando-se. Eu não disse nada apenas a fitei. _Tudo bem. Mas eu não posso, sendo quem eu sou, ser cética e ignorar o que eu sinto com relação a isso e você também não deveria, mas não é você quem está sentindo.

—O que Leah?_ falei impaciente.

—Não é ela, Jacob. Chame de implicância se quiser, mas não é ela.

***

Leah partiu dois dias depois, de volta a Seattle, e eu tinha a sensação de algo que ficara pendente entre nós dois, talvez só me sentisse mal por não considerar a opinião dela, no entanto era minha vida ali, e eu não queria como ela sugeriu, abrir novas opções, eu estava bem como estava.

Anne estava triste, não passava no teste que foi fazer em Washington e eu vi aí uma boa oportunidade de fazer uma surpresa (ANEL DA ANNE:https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRBiF6PUC5QD6tvfotTaUx4b7PtNNrxrnR3_qVmgHUAVpsF03_-).

Eu a amava de alguma maneira, o bastante para decidir que era ela, que Anne me bastaria, que sua alegria seria a minha, que suas risadas seriam as minhas. Eu acreditava que ela estava apaixonada o bastante par ame dizer sim. Estávamos na praia, era fim de domingo e não chovera durante todo o dia, um verdadeiro milagre para o mês de novembro.

O sussurro de nossos lábios movendo-se dividiam espaço com o som das ondas. Selei nossos lábios e olhei seu rosto, os olhos castanhos de canela e terra brilhavam num sorriso que resplandecia o rosto inteiro, beijei-a nova e levemente por um momento.

A caixinha recém adquirida pesou em meu bolso, não havia porque adiar ou hesitar, eu estava decidido, o pior que poderia acontecer é Anne não ter certeza, e não acho que eu lidaria mal com a situação. Soltei-a delicadamente, levando a mão direita ao bolso, Anne não antecipou minha atitude.

Eu então abri a palma com a caixinha vermelha jazendo nela. Seu rosto ficou tenso, os olhos da caixinha ao meu rosto. Eu abri a caixa revelando o aro de ouro com um diamante solitário.

—Jake!_murmurou em um arquejo, dando meio passo atrás , as mãos voando para a boca, os olhos ficando enormes_ Ah, Nossa!

Ela ria, os olhos duvidosos do que eu fazia.

—Casa comigo_ eu não perguntei, soou mais como uma sugestão.

—Ah!_ seus braços envolveram meu pescoço enquanto ela gargalhava daquele jeito só dela. _Sim, sim!_ eu a ergui do chão, apertando seu corpo junto ao meu e suas pernas envolveram meu tronco. Sua risada ecoando no ar junto das ondas no mar.

**

Eu entrei no quarto imaginando que Anne estava dormindo, mas seu suspiro de alívio me mostrou o contrário, ela estava muito desperta, até demais, pensei ao ouvi-la suspirar novamente, desta vez com irritação. Já passava muito de uma hora da manhã e Embry me chamou porque encontraram um rastro, era de meia hora mais ou menos, Seth disse que veio da praia. Seguia em linha reta, não encontramos nada e pela direção deduzimos que estava só de passagem atravessou nosso território e se foi. Eu voltei, porque Anne estava dormindo na minha casa esta noite, mas os garotos estavam lá, na floresta congelada, a espreita de qualquer coisa.

Deslizei para a cama, Anne sentou enrolada entre os lençóis e abraçou os joelhos.

—Volte a dormir, Anne, está tudo bem_ falei abraçando-a, ela se deixou cair em meu peito e acho que dormi primeiro que ela, eu sabia que teríamos alguma conversa no dia seguinte e que se fosse mais cedo a teríamos naquele momento mesmo.

No dia seguinte, um domingo gelado de dezembro, Anne estava estranha, uma coisa que acontece com as mulheres era o que eu sabia, a diferença é que para caras como Paul, Jared ou Sam isso não ia muito adiante, já eu preferia deixá-la à vontade para falar quando preferisse ao invés de bajulá-la até que falasse o que havia de errado. Não era maldade minha, só que eles é que eram muito complacentes e indulgentes com suas parceiras.

Mas aquele dia achei melhor perguntar, nós tomávamos café, Billy tinha ido pescar com Charlie, estávamos só os dois em casa.

—Eu sei que não vamos casar até pelo menos o fim do ano que vem_ respondeu ela, os dedos brincando com o aro da aliança de noivado que ela fitava. _Mas pelo que entendo disso leva tempo, então acho... Imagino que você deva começar a controlar o lobo e deixá-lo_ ela ainda não me olhou.

Eu realmente não esperava isso, que fiquei surpreso e depois me senti afrontado, as palavras de Leah ecoando de alguma parte de minha mente... Eu não havia mesmo cogitado a ideia de deixar o lobo e não achei que ela me pediria isso tão cedo. É claro que se eu pensava em ter uma família tinha de pensar nisso e em estar ao lado de Anne sempre, mas... Por fim, ela ergueu a cabeça.

—Você não está envelhecendo, Jacob. Em cinco anos eu não vou mais parecer tão jovem e você ainda vai estar..._ ela gesticulou vagamente em minha direção, passou a mão no cabelo e voltou a fitar o anel em seu dedo. _Sei que parece egoísmo, mas acho que devemos estar juntos nisto, não em tempos diferentes... E você parece estar sempre no passado, não só em mente, mas também fisicamente.

—Anne você tem apenas 19 anos, não vai haver mudanças drásticas em pelo menos sete anos...

—Não se trata apenas de vaidade, Jake, mas de estarmos juntos. Eu quero que esteja comigo e eu... Peço que deixe essa forma, eu quero uma vida normal, comum.

—Anne, eu vou, mas não posso, ainda não posso fazer isso. A tribo precisa de mim eu sou o alfa— foi o argumento mais real que encontrei, o mais fácil de assimilar. Ela não entenderia o que aquilo era para mim e quanto custava abandonar a forma lupina, deixar o animal esfriar em mim, era como matar parte de mim.

—Você não vai começar a... Não sei... treinar... Tentar parar, não é?_ demandou ela, os olhos úmidos.

—Não ainda, Anne_ falei firmemente sustentando seu olhar.

—Eu amo você, Jacob, mas não vejo como podemos construir uma vida juntos quando vivemos em mundos tão diferentes._ e dizendo isso ela se levantou e partiu em direção a porta.

—Anne... Anne!_ chamei enquanto ela saía pela porta. Droga! Meu punho bateu na mesa fazendo todas as coisas quicarem sobre o tampo.

Renesmee

Ao chegarmos a nossa casa, eu não sabia se a tensão era da apreensão de minhas tias e mãe ou se Jasper não estava lidando bem com o ar conflitante dentro da casa. Eu soube pelas mentes dentro da casa, e pelo cheiro, que Nahuel estava ali (e isso me fez sentir melhor), mas havia também outra mente, uma que parecia menos consistente em seus sinais: isso era porque eu não havia sido exposta a ela ainda, ou então era uma cabeça dúbia, conflituosa, do tipo que pensa algo e diz outra. Mas eu só saberia disso com o tempo.

Quando entramos, Nahuel era quem estava mais perto da porta, de pé, logo depois do hall de entrada, Emmett o pareava, embora estivesse do lado oposto, há alguns metros, Edward estava no sofá logo depois de Nahuel, no canto mais distante estavam meus avós, com Jasper logo atrás dele, e entre meus avós e meu pai, numa poltrona, os olhos rubros faiscando para mim, quem inegavelmente era pai de Nahuel. Johan.

Mesmo sentado via-se que não era um homem alto, não chegava a ter o porte de Jasper tampouco de Emmett, mas era musculoso, sua pele possuía o tom azeitonado inerente a vampiros que tinham a pele escura antes da transformação, e então eu via que Nahuel se parecia mais com a mãe, exceto os olhos, traço que também era marcante em Jennifer, que claramente herdara de Johan.

—Ora, ora, se não é minha nora_ disse ele levantando-se num movimento humano de tão lento, em seu rosto um esgar admirado. Nahuel não deu as costas a ele, mas virou-se em minha direção, a mão estendida; eu a peguei. Atrás de mim todas entravam: Rose em sua altivez deu um sorriso forçado para o vampiro que nos visitava e foi em direção a Emmett, enquanto Alice atravessava a sala elegantemente com uma expressão simpática e milimetricamente calculada, minha mãe tinha as mãos sobre meus ombros, por trás de mim, assim eu não podia ver seu rosto, enquanto ela me seguia para mais perto de Nahuel e Edward.

—Olá_ falei tentando sorrir, afetada por toda a cautela e tensão na sala. Eu sabia que ele era uma espécie de cientista maluco e que, comparado a minha família cheia de princípios, era um inescrupuloso que não tinha apreço pela vida humana muito além de seus sabores, mas não era como se ele fosse me raptar para usar de ratinha de laboratório.

Enquanto posiciona-me a frente de Nahuel e ao lado de meu pai, ainda sentado vi com minha visão periférica Edward sorrir e me olhar de esguelha, possivelmente respondendo ao meu pensamento. Nahuel não parecia confortável, apertei sua mão e lhe dei um sorriso que intencionalmente era tranquilizador.

—Johan colocava Carlisle a par de suas descobertas e estava curioso sobre você, querida_ falou Edward e sorriu para minha mãe, que avançou sentando ao seu lado.

—Ah_ foi só o que consegui dizer.

—Imagino que como médico tenha mesmo grande apreço pela ciência_ Johan falou virando-se para Carlisle.

—Sim, mas eu procuro agir com a ética_ respondeu meu avô e isso soou como uma farpada.

—Não sei se entendo, mas imagino_ rebateu Johan. _É uma pena que não possa ter certeza de minhas teorias enquanto n ao for da vontade de nossos filhos, não é?_ meu estomago congelou e meu rosto esquentou. Eu não acreditava que ele estava falando disso assim... Edward ficou tenso e tenho certeza que a mão de Bella na sua o manteve impassível.

—Realmente não temos preocupação ou ansiedade quando a isso_ a voz de Edward soou doce e casual, mas de alguma forma muito ameaçadora.

—Acha mesmo que eu vá lhe dar netos para pesquisas?_ Nahuel rosnou atrás de mim. Aquela conversa estava mesmo me deixando desconfortável.

—Johan, eu não conheço ou entendo a sua visita, mas para que seja bem-vindo por mim, sua nora, é melhor que entenda que este assunto não é da sua conta e de ninguém aqui._ olhei para minha família, estática. Rose me olhava com orgulho, sua expressão espelhando a de Bella. Emmett segurava o riso e provavelmente alguma piada maliciosa. Suspirei resignada.

—É apenas minha empolgação com a ciência falando mais alto, por favor, não me interpretem mal, é claro que isso não compete a ninguém mais além de você, Renesmee_ seu olhar consternado teria me convencido se não fosse os sinais dúbios em sua mente. Perguntei-me sobre ele saber que meu pai lia mentes...

—O que acha que os Volturi fariam ao descobrir suas experiências?_ Carlisle se meteu na conversa, acho que mudando de assunto. _Da existência de híbridos e da possível validação deles como raça?

—Não sei... É certo que eu não estou quebrando nenhuma lei, é possível que eles não conheçam essa possibilidade então não há decreto sobre isso, pouquíssimos conhecem; não é algo que se diga a qualquer um e os que sabem, sabem por intermédio meu, exceto Edward, é claro_ respondeu Nahuel, mas eu não prestava atenção. Parei na parte sobre os Volturi descobrirem sobre híbridos, o que queria dizer que eles não sabiam.

Queria dizer, e isso era óbvio, que Bella fora sozinha a Volterra a fim de esconder minha existência, e quando (se) eles soubessem isso seria perigoso?! Porque eu não sabia disso? Porque não me disseram que eu estava às escondidas mesmo em nosso mundo? Sim, porque não conheço muitos vampiros e isso de repente pareceu muito bobo para que eu não tenha percebido antes. Senti-me uma tola!

Foi sem pensar que eu voltei pela porta da frente apenas murmurando um “Com licença”, saindo de casa e deixando-os em seu jogo de xadrez sem sentido com nosso visitante. Eu não estava gostando nada dos segredos que de repente minha família parecia esconder.

Não demorou que Nahuel viesse me fazer companhia e para minha surpresa, Johan logo veio se despedir do filho e de mim. Depois disso voltei para casa querendo saber por que de esconder algo da realeza de nosso mundo. E antes mesmo de chegar despejei minha mente na cabeça de meu pai.

—Renesmee, achamos perigoso_ respondeu meu pai antes de dar uma explicação a família sobre o que estávamos falando.

—Porque seria perigoso? Os Volturi são o governo e a ordem, o que haveria de mal?_ demandei, todos ficaram imóveis e pareciam não concordar muito com o que eu dizia, mais uma vez eu percebia quantas coisas eu não sabia. Fitei intensamente cada olhos dourados na sala.

—Lembra-se da história com os recém criados?_ indagou meu pai e esperou uma resposta. Suspirei, tentando me acalmar, Nahuel afagou meus ombros.

—Criados pela tal Victória_ demandei.

—E permitidos pelos Volturi para matar nosso clã_ rebateu meu pai para meu completo choque.

Foi aí que ele se lançou com a confirmação de todos os outros sobre o interesse de Aro nos dons dele, Alice e na promissora humana cuja mente era impenetrável e explicou-me sobre a última recém-criada morta na campina em Forks e seu aviso sobre o que ela ouviu entre os Volturi e Victória.

—É claro que nosso mundo precisa de ordem e limites, mas eles não são apenas benéficos_ falou Carlisle quase apaziguadoramente.

—É tudo um jogo de poder_ percebi.

—E tratando dos Volturi, querida, não saber é uma dádiva_ acrescentou Jasper. Me fazendo entender a razão de nunca terem me contado tudo.

—Bree ainda estaria viva se não houvesse ouvido o que ouviu_ murmurou Edward, perdendo-se em pensamentos.

O tempo passou e pouco a pouco eu digeri a visita de Johan e os “segredos” de minha família. Segundo Edward preferiram não contar sobre ele ser um leitor de mentes e pouco falaram de meus dons; Johan estava apenas verificando o clã do qual o filho de alguma forma fazia parte agora, além de verificar as possibilidades de suas teorias serem confirmadas, n ao gostei dessa parte.

Era outubro, o meio da primeira semana do mês e eu estava em Seattle; eu havia sido aceita em todas as universidades em que me inscrevi, mas optei pela de Seattle ( para ficar mais perto do, ainda, lar de minha família), onde eu cursaria astronomia, afinal seria apenas minha primeira formação, as aulas começariam no meio do mês. Minha família me ajudara com a mudança no inicio da semana, a casa que Bella e eu ficávamos com Charlie seria onde eu moraria sozinha durante os anos da faculdade. Estava quase tudo organizado, faltava apenas alguns detalhes como porta-retratos, quadros, meu closet, embora esse Alice tomara como tarefa pra si... Revirei os olhos ao lembrar minha tia baixinha enquanto dava um tempo na arrumação e comia um bolo de chocolate e cereja que minha doce avó fez pra mim antes de voltarem a Vancouver.

Não me surpreendi quando o celular tocou, ainda não tinham me ligado hoje e já passavam das três da tarde...

—Mãe?_ balbuciei de boca cheia.

—Renesmee, como você está?

—Vou bem e todos por aí?

—Bem, muito bem, liguei para dar uma boa notícia..._ meu coração disparou durante o milissegundo em que Bella hesitou. _Hannah despertou!_ anunciou ela em júbilo preâmbulando minha reação.

A próxima coisa que percebi é que muito rápido eu pegava as chaves de minha Ferrari ainda com o celular pressionado no ouvido.


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