Diário De Rachel escrita por jessysodre


Capítulo 40
Capítulo 39


Notas iniciais do capítulo

Noite...
Ando meio desestimulada de postar, desculpem mais uma vez a demora.
Espero que estejam ainda acompanhando a história.



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Tudo estava escuro, Rachel tinha dificuldade de saber se seus olhos estavam abertos ou fechados. A menina balançou a cabeça e tentou lembrar-se do que aconteceu, seu corpo parecia repousar em um lugar macio, nada parecido com o que lembrava de ter caído. Ela aperta os olhos e tenta ver ao seu redor, mas tudo parecia sombras.


—Não vou machucá-la. —Rachel se assusta com a voz desconhecida. Ela queria ver quem era, mas a escuridão não lhe permitia.


—Quem é você? —Ela se encolhe e percebe que estava em uma cama. —Onde eu estou? —Ela segura os joelhos desejando que o medo parasse de fazer seu corpo arrepiar.

—Onde queria estar. — Rachel arregala os olhos e antes que pudesse terminar seu pensamento, lembra de Brittany.

—Cadê a Brittany? —Rachel grita e coloca os pés no chão.

— Nos aposentos ao lado, com meus criados cuidado dela. –A voz era doce e parecia se aproximar. Rachel aperta mais os olhos e em seguida os fecha sentindo o medo tomar seu corpo. Ela havia lembrado onde desejava estar, e se era lá que ela estava, essa voz doce era a dele.

—Você é o Noah? —Rachel tenta conter o grito e uma risadinha confirma sua pergunta.

— Como devo lhe chamar? — A escuridão a incomodava. Rachel queria olhar nos olhos de quem ela tinha certeza que poderia matá-la.

—Rachel. Porque estamos no escuro?

—Está com medo Rachel?

—Não! —Ela responde rápido demais. —Quer dizer, você quer me matar desde que sou um bebê. —Outra risada invade seus ouvidos.

—Quem lhe disse? Jesse? Quinn? —Rachel não responde e Noah estala os dedos fazendo as luzes se a acenderem. Rachel Arregala os olhos

—Como você fez isso?

—Tecnologia. —Ele solta um sorriso sarcástico, fazendo as luzes apagarem estalando os dedos. —Sei que a magia é mais fascinante, mas a tecnologia não fica atrás. — Ele faz as luzes se acenderem novamente. — Posso sentar ao seu lado Rachel?

Rachel estava fascinada com Noah, ele era exatamente igual Emily havia mostrado, até o tom doce e educado era o mesmo. Quando ela leu o diário de Lea imaginou Noah de outra maneira. Aquela mudança de imagem era confusa para sua cabeça.

—Preciso saber se Brittany está bem. — Rachel fala olhando nos olhos verdes a sua frente.

—Isso significa que não confia em minha palavra. — Noah sorri. — O que veio fazer aqui, Rachel, se acha que posso matá-la?

—Está lendo minha mente? — Rachel o encarava.

—Não. Só farei isso se me permiti. Mas sua expressão está péssima criança.

— Como me achou?

— Posso me sentar? — Rachel faz sim com a cabeça e Noah senta ao seu lado na cama grande e macia. Rachel olha rapidamente ao redor e diferente do quarto de Jesse, aquele quarto era claro com cortinas brancas e lençol marfim. O chão era de um azulejo moderno que combinava perfeitamente com o estilo dos móveis. — Não permito que meus vampiros se alimentem em minhas terras, mas com você sumida, os vampiros de Jesse estão atacando, então a ordem é matar todos que entrem sem serem convidados. A vampira que mordeu sua amiga é Tina, ela é novata e anda fazendo algumas besteiras. Estou conectado a ela de um jeito que posso saber seus passos, então não foi difícil ouvir sua voz.

— Como assim? — Rachel não entendeu uma palavra do que Noah havia dito. Ele sorriu e olhou para dentro dos olhos de Rachel que sentiu seu corpo tremer.

— Sou conectado com meus vampiros, isso faz com que eu saiba, o que eles fazem, o que eles veem e escutam.

— Magia? — Rachel pergunta.

— Pode ser dizer que sim. —Ele sorri achando engraçado a expressão da menina.

— Você os trata como fantoches. — Rachel fala sem pensar.

— Veio em minha casa me dizer com devo tratar minhas criações? — O tom de Noah continuava o mesmo. Rachel abaixa a cabeça.

— Não! Vim pedi sua ajuda. Jesse pegou Quinn e você é minha última esperança para salvá-la. — Noah segura o olhar de Rachel e em seguida levanta andando até a janela.

— Rachel... Rachel. Passa vida entra vida e aqui estamos nós. — Noah puxa a cortina tapando a luz que entrava da janela. Ele virou para Rachel que estava com os pés no chão observando cada movimento dele. — Lea veio me procura a alguns bons anos atrás. — Ele era irônico. — Ela estava nesse quarto. É claro que o quarto não tinha essa decoração, mas ainda assim, era esse quarto. — Sabe o que mais me fascinava nela. Era a intensidade das palavras. Lea sempre foi intensa. —Ele avalia Rachel dos pés a cabeça. —Vocês reencarnaram com a mesma aparecia, isso deve ser devido ao feitiço, não é mesmo? — Rachel faz sim com a cabeça. — Eu não a matei, Rachel. — Noah se aproxima. — Lea era uma dama adorável. — Ele sorri o que fez Rachel ergue uma sobrancelha. — Não se lembra dela, não é? — Rachel fez não com a cabeça. — Imaginei.

Rachel queria perguntar se era verdade o que Emily havia lhe dito, mas resolveu ficar calada, afinal ela se sentia perdida em todas aquelas versões da mesma história.

—Então me conte Rachel, o que acha que posso fazer por você?

Rachel pensou antes de falar. Ela sentia-se como estivesse entrando em um labirinto que ela não fazia ideia de como saia. A garota respirou fundo.

—Tenho milhares de perguntas Noah, mas não tenho tempo. Quinn está nas mãos de Jesse e até onde eu sei ele é louco. Emily invadiu minha cabeça e me mostrou histórias que não sei se são reais, mas é contando que sejam que estou aqui. Preciso que me ajude a tirar Quinn das mãos de Jesse. Tudo que eu sabia sobre você até hoje cedo era que queria me matar, para assim matar Jesse. Mas depois que senti o que Diana sentia por você, tudo mudou. —Noah arregalou os olhos e se posicionou na frente de Rachel como em um passe de mágica.

—Como sabe sobre Diana? — Rachel encolheu o corpo e Noah abaixou em sua frente. — Desculpe, não queria assustá-la. — Rachel mordeu os lábios, tentando não gritar. — O que Emily lhe mostrou?

—Me ajudaria a salvar Quinn? —Rachel ignora a pergunta de Noah.

—Porque quer minha ajuda?

—Não queria estar no meio da briga de vocês. Só quero Quinn de volta e quero poder ter o direito de escolher em ser vampira ou não. Jesse precisa de mim para voltar a ser jovem e não morrer e eu preciso me desligar dele para acabar com toda essa palhaçada. — Noah levantou e foi até a porta. Rachel manteve os olhos nele. — Porque queria me achar? Joe foi atrás de mim, seus vampiros quase e mataram. Por quê? — Noah olhou para Rachel. — Tudo pela vingança?

— Preciso de você morta Rachel. —Rachel sentiu sua saliva amargar. — Jesse me fez muito mal e perder Lea deu a ele um gosto da dor que senti.

— Você disse que não a matou.

— Ele a perdeu muito antes de ela morrer. Lea se apaixonou. Você sabe dessa história ou quer que eu a conte? — Ele debochou. — Jesse nunca poderia tê-la como Quinn a tinha. Na verdade ninguém. —A voz dele terminou como um sussurro.

— Então você sabe. —Rachel pensou alto demais. Ela contava que Noah não soubesse, mas pelo jeito que ele falava de Lea, parecia que ele sabia que ela era metade da alma de Diana.

—Sei o que? — Rachel ficou de pé e sua respiração começou a ofegar.

— Sabe que a alma de Diana foi dividida? — Rachel sente seu coração acelerar. Se Emily mentiu para ela, sua chance de salvar Quinn tinha ido por água abaixo.

— Não chore criança. Odeio vê-la chorando. — Noah fala aparecendo na frente de Rachel que dá um passo para trás ao senti o toque de Noah em seu rosto que ela nem tinha percebido que derramava lágrimas. — Se Jesse lhe transformar meu plano estará perdido.

— Qual é seu plano? —Rachel não tira a mão de Noah de seu rosto e ele escorrega as costas do dedo no rosto da menina o observando com cuidado. —Você me quer morta para fazer Jesse sofrer?

— Também. — O dedo de Noah descia para os lábios de Rachel e os olhos deles de encontraram.

— Sente-se atraído por mim. — Rachel afirmou e Noah tirou o a mão do rosto da menina como se as palavras dela o tivessem afetado. — O que aconteceu entre você e Lea? — Noah deu dois passos para trás. — Você não conseguiu matá-la como gostaria, não é mesmo? — Rachel falava sem pensar. Ela precisava salvar Quinn e cada minuto sem ela estava fazendo-a perder a cabeça. — Por isso Emily a matou. — Noah apertou os olhos. — Ela a matou antes que você descobrisse que ela era metade da alma de Diana. — Noah arregalou os olhos. — Emily está te enganado. Você não sabe, não é mesmo? —Rachel sentia uma esperança brotar, talvez seu plano não estivesse indo por água abaixo como imaginava.

— Cale a boca! — Noah disse pela primeira vez em tom arrogante. Rachel queria se calar, mas algo nela obrigava a falar. Talvez fosse a possibilidade de ver Quinn novamente.

— Há dois segundos, eu tive dívidas sobre o que Emily falou, mas com você me olhando eu tenho certeza. Eu sou metade da alma de Diana e você não sabe disso, mas sente. Não sente?

— Cale a boca! Isso não vai funcionar. Não vai jogar comigo de novo. — Noah se aproximou de Rachel rapidamente e segurou os braços da menina, com uma mão em cada braço. Rachel prendeu a respiração. — Eu vou te matar Rachel e foi um grande erro você ter vindo pedi ajudar a mim. Porque eu pouco me importo com você e seu amor pela vampira. Quero que Jesse me pague pelo o que ele fez. Eu não matei Lea porque ela se matou antes. Mas tenha certeza que a mataria com prazer, assim como vou matar você.

Rachel precisava pensar rápido, tudo estava dando errado. Ela fechou os olhos e pensou em como Quinn agiria. Então a menina soltou o ar e olhou nos olhos de Noah.

—Se vai me matar, me mate agora, essa é uma ótima oportunidade. Me mate Noah. Faça Jesse me perder de novo e de novo. Vamos acabar com essa vingança. Me mate!


— Preciso de sua ajuda. — Lea entrou na casa empurrando a porta e derrubando três dos vampiros que a tentavam impedir.


— Nossa! Vampira forte e decidida. —Disse Noah sorrindo. — No que possa ajudá-la minha querida cunhada?


— Sem essas formalidades idiotas Noah. Sei que me matará na primeira oportunidade só para se vangloriar para Jesse.

— Se sabe disso o que a traz aqui?

— Quero Jesse morto.

— Isso é sem dúvidas uma surpresa. Posso saber por quê?

— Não lhe interessa. Vai me ajudar ou não?


— Vamos Noah me mate! — Rachel gritou e Noah largou os braços da menina ficando de costas para ela.

— Ver meu irmão morto seria um prazer e tanto. Mas sinto lhe dizer Lea, Jesse não morre. Não é mesmo Emily? — Disse Noah e Lea se virou para Emily que estava se aproximando por suas costas.

— Olá Lea! Quanto tempo. Traindo meu irmão com uma humana. Quem diria. — Noah arregalou os olhos.

— Traindo?! É por isso que quer o matar? Quer ficar livre para brincar de casinha. — Ele gargalhou.

— Jesse se ligou a mim. – Lea ignorou os deboches. — Se eu morrer ele morre e ninguém corre perigo. — Noah parou de rir.

— Como tem certeza disso? — Perguntou Emily se aproximando. Lea odiava aquele jeito que as bruxas tinham de se aproximar, mas ela não recuou e continuou a olhar nos olhos escuros de Emily.

—Kurt nos ligou. Depois que Jesse ficou com medo de você. — Lea olhou par Noah. — Me matar.

— Então é isso? Quer que eu lhe mate? — Disse Noah e Lea fez sim com a cabeça.

— Se eu preciso morrer para protegê-la eu morrerei.

—Emily nos deixe sozinhos. — Disse Noah e Emily sorriu para Lea de um jeito assustador e se retirou. — Acho que meu irmão fez uma péssima escolha. — Noah debochou e Lea manteve o olhar nele. — Uma humana. Morrerá para manter viva uma humana. Tanto vampiros homens para você ter Lea, porque foi escolher uma humana?

— Não me envergonho disso Noah. Então não perca seu tempo com ladainhas e me mate logo.

— Não é simples assim, acho que vou gostar mais de ver Jesse descobrir que sua querida esposa o trai com uma humana.

— Quer que eu escreva uma carta? — Lea debochou e Noah sorriu.

— Gosto de você e do estrago que tem feito na vida de Jesse. Quando a vi naquela festa, pela primeira vez, eu já sabia que não era um vampira comum. Depois que soube dos seus assassinatos e de como os vampiros temem a mulher de meu irmão, confesso que me encantei. Você me parece despudorada e isso é uma qualidade e tanto para uma mulher.

— Vai ficar falando ou vai me matar? Não era isso que queria? Me matar para se vigar, então cale a boca e faça. — Noah gargalhou.

— Decidida Lea, agora entendo porque Jesse não quer te perder. Mas sabe o que é engraçado. Pensei que a vampira não tivesse coração, ainda mais depois da morte das criancinhas e de Jesse ter mandado tirar todas as crianças e mulheres...

— Cale a boca e me mate logo.

—A vampira sem dó se apaixonou?

— Não consegue me matar? Talvez seja um babaca como seu irmão.

— Porque não se mata sozinha? Tire seu anel e fique no sol.

—Acha que eu não tentei. Tem alguns bons anos que o anel não sai do meu dedo. Jesse ficou com medo de eu me matar e pediu Kurt para enfeitiçar o anel. Respondi sua pergunta. Para mim, seria um prazer seu me matar. Nenhum outro vampiro faria isso, nem mesmo os seus. — Ela riu.

—Talvez eu precise de vampiros mais corajosos. — Noah debochou. — Como vou saber se isso não é uma armação? Preciso agir com cautela.

— Emily saberia se fosse. Afinal ela acabou de contar sobre a humana.

— É. Você tem razão. —Noah sorriu e se aproximou rapidamente de Lea, mordendo seu pescoço com força.

—Pensei que mataria de outro jeito. —Ela debochou sentindo seu sangue ser puxado por Noah, que a cada gota sentia como se seu coração voltasse a bater. Fazia um bom tempo que ela não dividia sangue com Jesse e aquela sensação era realmente estranha e até um pouco prazerosa. Ela não se mexia e Noah a segurava nos braços sentindo seu corpo da vampira amolecer. —Porque não enfia uma estaca me meu coração? —Ela sussurrou quase sem voz. Noah tirou seus dentes de sua carne a colocando nos braços e a levando para seu quarto. —O que você está fazendo? —Lea perguntou sentindo seus olhos fecharem. Noah chutou a porta do quarto e a colocou em cima da cama.

—Sabe o que dizem sobre dividir sangue, não sabe? —Noah falou segurando a cabeça de Lea que insistia e ficar deitada. —Quanto tempo não se alimenta? Não era para estar tão fraca. Lea abra os olhos. Abra os olhos. Merda! Emily!!

—O que houve com ela? —Perguntou Emily aparecendo na porta.

—Não pergunte como se não soubesse. —Noah respondeu sem tirar os olhos do rosto adormecido de Lea. —Não era para isso acontecer. Ela é uma vampira. A mordida não está cicatrizando.

—Uma vampira que não se alimenta de sangue há um bom tempo. —Emily se aproximou da cama colocando a mão no braço de Lea.

—Quanto tempo? – Noah perguntou.

—Um ano, dois, não sei. Uma boa explicação para uma assassina como ela está com uma humana.

—Como pode? Ela deveria estar desidratada.

— Não se Kurt estiver alimentando-a com porções.

—Porque Kurt a ajudaria. —Noah perguntou e Emily ergueu a sobrancelha.

—Ela é uma assassina Noah. Uma assassina indócil. Talvez pior que você e Jesse juntos. —Noah não tirava os olhos de Lea que parecia morta em sua frente. —Qualquer coisa para deixá-la mais parecida com uma humana, Kurt faria.

—Kurt sabe da humana?

—Não falo com ele, você sabe disso. Agora pare de olhar para essa assassina dessa maneira e enfie uma estaca no coração dela e acabe logo com isso. — Noah olhou para Emily.

— Você quer matar Jesse? Pensei que estivesse comigo esse tempo todo tentando arrumar uma solução para meu ódio pelo Jesse. Se eu a matar e o feitiço que ela disse for real, ele morre. E isso que você quer?

— Noah pelo amor de Deus! Me mate ou me ajude. — Disse Rachel recebendo o olhar dele que ainda via Lea.


— Pensei que fosse me matar. — Disse Lea vendo Noah deitado ao seu lado olhando para o teto.

— Volte para casa Lea. Aproveite seu humano e logo sua hora vai chegar. Não vou te matar. Mas você precisa se alimentar. A mordida era para me divertir, não para me deixar a noite toda entediado do seu lado. Eles se olharam e Lea sorriu.

— Esperava mais de você. Não me pareceu um vampiro sem coração que tenta matar o irmão há milênios. — Noah gargalhou.

— Não matá-la hoje, não significa que não a matarei amanhã.

— É. — Lea levantou ficando sentada na cama. — Me ajude protegê-la?

— Que? — Noah soltou outra gargalhada. — Só pode estar fazendo piada.

— Noah, me ajude?! Você é minha última esperança.


—Noah me ajude. — Diz Rachel segurando no braço dele.

— Não vou lhe matar, nem lhe ajudar. Não dessa vez. — Noah empurra a mão de Rachel.

—Dessa vez? — Rachel segura novamente o braço de Noah que volta a encará-la. — O que eu não sei. Não aguento mais ficar perdida me conte. —Noah olha para a mão pequena de Rachel em seu braço e em seguida olha para os olhos castanhos.

— Lea pediu para eu proteger sua humana e por algum motivo eu fiz. Vampiros meus acobertavam o encontro das duas e criavam pistas falsas para Jesse, que passou bons anos procurando o amante de sua esposa. Ver Jesse sofrer parecia divertido.

Rachel ouvia as palavras de Noah e lembrava das páginas arrancadas do diário de Lea. Milhões de perguntas passaram por sua cabeça. Talvez naquelas páginas tivessem coisas sobre Noah e Lea que ela nunca descobriria.

— Mas dias depois de termos brigado, eu parei de ajudá-la. E só voltei a vê-la depois que Quinn estava morta ou pelo menos ela achava que estava.

— Então ela morreu mesmo achando que tinha matado Quinn? — Rachel sentiu uma dor desconhecida. Como se aquilo a entristecesse em algum lugar. Noah não respondeu ele havia se perdido em suas lembranças.


— Pensei que não viria me ver. — Falou Noah se aproximando de Lea.

— Olá Noah, está muito difícil vir para suas terras. Jesse está colocando vampiros para me seguir todo o tempo.

— Mas isso não a impede de ver sua humana. Quanto tempo tem que vocês se veem? Dez quinze anos?

— Você está bêbado? Cadê Emily? — Lea se aproximou de Noah que a puxou pelo braço aproximando o rosto.

—O que você está fazendo Noah? Ficou louco? — A vampira riu.

— Porque vem me ver? Porque está fazendo isso comigo Lea?

— Isso o que? — Lea empurrou o rosto dele. — Pare!

— Você me obriga a te ajudar, mas nunca me beijou. — Noah aproximou o rosto de Lea.

—Noah pare com isso. — Lea o empurrou. — Somos amigos lembra? Apenas amigos.

— Por quê? Quero matar seu marido e mataria sua humana.

— Vou embora Noah. Você está bêbado. — Noah aparece na frente dela.

—Eu não sei por que Lea, mas desde o dia que provei seu sangue há sei lá, quantos anos atrás eu não paro de pensar em você, quero que seja minha. Quero que seja mais que minha amiga. — Lea arregalou os olhos. Ela sabia que aquela amizade que mantinha com Noah era realmente estranha, mas aquele foi o único jeito de consegui ficar com Quinn sem que Jesse descobrisse e a matasse. — Quando você para de ver seu humano e fica aqui comigo eu me sinto vivo como nunca me senti. — Lea, sabia que os meses que evitava ver Quinn, para despistar Jesse ela ia visitar mais Noah, mas aquilo era somente uma amizade, nada mais que aquilo. Ficar perto de Noah era um jeito de manter todos vivos.

— Noah porque você bebeu? — Ela tentou mudar o assunto, ele daquele jeito realmente a assustava.

— Isso não importa. O que importa, é que hoje seja por bem ou por mal você será minha. — Noah agarrou Lea que tentou o empurrar, mas ela não tinha força o suficiente para afastá-lo, já que ela não bebia sangue há anos.

— Noah pare! Você não quer fazer isso. Eu não sou quem você ama. Você ama a Diana. — Lea tentava sair dos beijos que Noah dava em seu pescoço. Era um luta injusta, ela se sentia humana com aquele vampiro em cima dela. — Noah pare, por favor!

— Diana morreu pelas mãos de Jesse, mas foi minha culpa, eu não deveria ter deixado ele tocar nela. — Noah se afastou e Lea se colocou de pé disposta a correr. — Jesse merece morrer. Vou matá-lo. Você vai embora? — Noah estava jogado no chão da sala e Lea estava em pé, um pouco assustada com o que acontecia. Depois que Noah aceitou a proteger Quinn, com a condição de que ela visitasse-o, eles realmente se tornaram amigos, pelo menos foi isso que Lea havia pensado.

— Acho melhor não nos vermos durante algum tempo. Alguma coisa estar errada...

— Você queria morrer, eu te deixei viva. Você queria matar Jesse eu o deixei vivo. Sua humana só está viva porque eu quero.

— Eu estava com raiva e com medo de Jesse descobrir sobre a... — Lea nunca havia dito o nome do humano, ela não queria que Noah soubesse, apesar de ter quase certeza que ele sabia. — Gosto do Jesse. —Lea se sentia muito humana e viva, era como se cada ano com Quinn a tivesse feito enxergar tudo de um jeito novo. — Jesse tem um bom coração assim como você... Mas...

— Cale a boca. — Noah ficou de pé. — Faça amor comigo ou eu mesmo caço sua humana. —Lea arregalou os olhos e demorou alguns segundos para consegui falar.

— Não teria coragem de fazer isso, teria? Pensei que éramos amigos.

— Deixe de falar besteira, você me usa Lea, me usa para proteger sua humana. Não tem sentimento nenhum por mim.

— Porque está fazendo isso? Vou simplesmente fingir que você só está bêbado e vou passa por aquela porta e voltar para minha casa, daqui algumas semanas eu volto e conversamos como sempre fazemos. — Noah soltou uma gargalhada e Lea se virou caminhando em direção à porta.

— Sabia que eu quase não bebo sangue? Tem anos que não transformo pessoas em vampiros e anos que não penso em nenhum plano maligno e arrepiante para matar meu irmão. Sabe por quê? Estou apaixonado por você Lea. — A vampira para de andar, ela não esperava por aquela revelação. Ela sabia que Noah era apaixonado por Diana e que ele junto a Emily tentavam há décadas descobri um jeito de trazê-la de volta. Aquelas palavras a surpreenderam. — Tudo que eu consegui pensar nesses malditos anos é em como fazer para lhe conquistar. — Lea não se vira, mas Noah aparece em sua frente. — Você não sente nada por mim? —A vampira tentava assimilar aquelas palavras, ela se sentia encurralada com Noah tão perto.

— Noah me obrigar a transar com você não vai me conquistar. — Lea coloca a mão no peito de Noah para afastá-lo, mas ele pega em sua mão e a beija.

— Nada vai Lea. São quinze anos tentando e nada, você continua apaixonada por aquela humana. — Noah colocou a mão no rosto de Lea, que não se esquivou apesar de querer.

— Então é isso que você quer? Sexo. –Lea era sarcástica. — Tudo bem Noah, se você vai se sentir melhor, então vamos para seu quarto. — Ela bateu na mão dele. — Não vou transar nesse chão duro. — Lea seguiu para o quarto. Ela estava blefando na tentativa de fazer Noah desistir, já que ele não a deixaria ir embora.

— O que está fazendo? — Noah a seguiu. Lea olhou por cima do ombro.

— O que, você quer. Não quero mais um louco atrás dela, se você quer sexo, te darei sexo, mas fique longe dela.

— Vai transar comigo com medo de eu matar sua humana? — Ela já estava na porta do quarto, mas antes de abri-la virou-se para Noah.

— Eu o amo. E sei que não posso me defender de você e nem muito menos a defender. Ela só está viva esses anos porque você me ajudou. Se não fosse você ela estaria morto. Então, se é esse o pagamento que quer, eu lhe dou. Vamos, entre. — Lea abriu a porta do quarto e Noah a seguiu. Ela não olhou para trás e Noah apareceu em sua frente.

— Não é assim que eu quero. — Ele tocou no rosto dela. — Quero que faça amor comigo por vontade própria.

— Não pareceu quando me agarrou lá em baixo.

— Você não entende, estou com todas minhas emoções direcionadas a você e eu não faço ideia do por que. Tudo só está piorando conforme os anos passam.

— Já falou isso com a Emily? —Lea perguntou preocupada com Noah, ela realmente sentia um carinho por ele, assim com sentia por Jesse.

— Não! Ela anda estranha ultimamente, além de não aprovar você aqui. Sabe disso.

— Acho que as bruxas não vão muito com minha cara. Kurt também tem agido estranho ultimamente. Mas podemos resolver isso juntos. — Lea colocou a mão no rosto dele que fechou os olhos sentindo seu toque.

— Queria que não fosse apaixonada por ela. — Noah mordeu os lábios e Lea sorriu. —Tenho certeza que poderia ser mais feliz aqui comigo. Não iria te exigir nada, nada. Apenas que... —Ela o interrompe.

— Se eu não fosse apaixonada por ela, tenho certeza que não seria por mim. Antes dela eu era escuridão, só sangue me matinha calma. Uma vida sem sentido. Preferi diversas vezes está morta. Ela devolveu a humanidade que os anos me fizeram perder. Por isso que a amo. — Noah saiu do toque dela e sentou na cama ficando calado. O efeito do álcool não parecia mais tão forte, mas a magoa das palavras de Lea sim.

— Você me lembra a Diana, eu olho para você e é como se eu a visse, suas palavras são tão parecidas com as dela. — Lea sentou ao lado dele e segurou sua mão.

— Mas eu não sou ela e a falta que ela te faz, não vai ser suprida por mim. — Noah a olhou nos olhos.

— Me deixe tentar. Antes de você aparecer eu nunca quis tentar, eu nunca senti isso. —Ele levou a mão dela até seu peito. —Lea é como se meu coração voltasse a bater com você aqui e essa sensação só piorou com passar dos anos.

— Por favor, pare com essa loucura Noah. Você vai estragar tudo. — Ela soltou a mão dele e se jogou na cama olhando para o teto. Noah debruçou o corpo por cima do dela e ela passou a mão nos cabelos curtos dele. — Podemos ficar conversando sobre coisas banais, o que acha? Gosto muito de você, tem um bom tempo que não tenho amigos e não quero perde-lo. Não faça nada idiota, porque está confuso. Por favor. — Noah aproximou os lábios dos de Lea que virou o rosto. —Noah, por favor, eu não sou a Diana e não tenho nada a ver com ela. —Ele puxou o rosto dela para si.

—Você me fala de uma Lea sem humanidade e diz que eu não gostaria dela, me deixe decidir.

—Que? —Na mesma hora que Lea perguntou ele mordeu o próprio pulso colocando seu sangue na boca dela. Lea se debateu, tinha anos que não provava sangue e era ausência daquilo que a deixava parecida com a menina de dezessete anos que foi morta pelo pai. Era a ausência de sangue a lhe dava possibilidade de ficar com Quinn sem que a pulsação dela a fizesse querer mordê-lo. Ela se debatia, mas Noah forçava seu sangue a encontrar o paladar da vampira que começava a gostar do sabor. Noah sorriu ao perceber que ela começava a sugar seu sangue cedendo ao seu gosto.

— Não! —Ela o empurrou e ele cedeu ao empurrão gargalhando. — Porque fez isso? — Ela se levantou da cama e correu para a porta do quarto sentindo todo seu corpo idolatrar aquelas gotas de sangue. — Você não podia, não podia!

— Pare de ser boba Lea. Venha pegar mais. — Ela passou a mão nos lábios e aquele sangue parecia tão doce. A vampira fechou os olhos e tentou lutar com toda força a vontade que tinha de beber cada gota de sangue que lhe era oferecido.

— Não! — Ela colocou a mão na maçaneta da porta e Noah a puxou pelo braço a deixando de frente para ele. — Me solte! Agora!

— Por quê? Você quer Lea, e eu posso te dar um prazer que jamais sua humana poderia. Me prove. — Noah corta o pulso com a unha do indicador fazendo as gotas pingarem na roupa de Lea. —Deixe meu sangue descer pela sua garganta. Eu posso ver em seus olhos que seu prazer só é pleno se for acompanhado com uma boa dose de sangue, algo que ela nunca vai poder te dar, a não ser que vire vampira...

Lea não deixou que Noah terminasse sua frase e o puxou mordendo seu pescoço e retirando cada gota do seu sangue. Ele agarrou na cintura da vampira que o fez andar para trás o fazendo-o deitar na cama. Noah sentia-se cada sugada mais excitado, nunca havia deixando nenhum vampiro retirar sangue dele sem que fosse para fazer uma transformação. Ele entrelaçou os dedos nos cabelos de Lea e a puxou para seus lábios que não hesitou e os mordeu com vigor, fazendo Noah gemer.

Ela queria pensar em algo que a fizesse largar aquele sangue que nutria cada célula morta do seu corpo, mas nada aparecia em sua mente. Noah desceu as mãos pelo corpo de Lea abrindo seu vestido rapidamente. Ela não percebia e nem sentia nada que não fosse a excitação e a euforia que o sangue descendo por sua garganta a fazia sentir.

Noah puxou os lábios sentindo sua carne ser rasgada pelos dentes de Lea que se recusava a soltar. Ele sorriu vendo os olhos da vampira arder em chamas. Ela o desejava de alguma forma e aquilo era tudo que ele precisava naquele momento. Lea não permitiu que ele a olhasse por mais de um segundo e o puxou para um beijo sangrento. Cada gota que descia pela garganta de Lea era nova sensação para Noah que se sentia pleno e vivo como não se sentia há milênios.


—Noah! Noah! — Rachel o chamava. —O tempo está passando eu preciso de você. —Ela sentia-se desesperada, Noah a olhava de um jeito que a fazia tremer. Todos seus instintos diziam para ela correr, mas suas pernas continuavam imóveis. Ela precisava convencê-lo a ajudá-la, mas não sabia como.


 

—Para onde você vai? —Noah perguntou vendo a vampira se vestir rapidamente. —Não vai falar comigo? Depois de nossa noite juntos, vai simplesmente fingir que nada aconteceu. —Ela se virou para ele e ficou olhando em seus olhos durante alguns segundos antes de falar.

— Deveria ficar feliz em Diana não estar viva para ver o ser pequeno, hipócrita e podre que você se tornou. Pensei por um momento que pudéssemos ser amigos, mas vejo que Jesse tem razão. Você não joga limpo. Já paguei pelo que fez por mim, agora me deixe em paz e fique longe deles.

— Deles? Pensei que não sentisse nada pelo Jesse.

— Não sinto nada por você!


—O que Emily te disse? —Noah pergunta fechando os olhos e sacudido a cabeça para tentar tirar o olhar de nojo de Lea o direcionava. —Me mostre! —Ele grita.

—Você não... Está bem. — Rachel fala assustada e gaguejando. O vampiro em sua frente estava diferente do vampiro de minutos atrás. Ele era ameaçador. Noah segura no braço dela com força.

— O que Emily te mostrou?!

—Noah está me machucando. —Rachel fala e ele afrouxa o braço.

—Não consigo entrar em sua mente. Preciso que você me fale.

—Não?! —Rachel se assusta com a revelação. “Ele é um original como ele não consegue entrar em minha mente”? —Por quê?

—Nunca consegui ler a mente de Lea, quer dizer, não do jeito que consigo ler as dos demais. —Noah tentava conter a voz, mas ainda olhava para Rachel de um jeito assustador e também segurava seu braço, porém não forte como antes.

—Noah, não tenho tempo para dizer. Mas você pode me morder se...

—Não vou mordê-la. — Ele a interrompe. — Da última vez que fiz isso me arrependi. Também não vou ajudá-la. —Ele soltou o braço dela. — Emily saberá o que fazer com você quando chegar. — Ele caminhou até a porta.

— Por favor, me ajude. Não posso viver em um mundo onde Quinn não esteja. Sei que se ela morrer, demorará duzentos anos para reencarnar e com certeza Jesse me transformará em uma vampira me fazendo ter uma vida de espera. Assim como a sua. Emily me mostrou o que aconteceu com vocês. Sei que você é bom Noah, mesmo com raiva e ódio de Jesse, em algum lugar você sabe que ele te amava tanto ao ponto de não te deixar morrer. — Noah vira encarando Rachel que deixava as palavras saltarem como se elas fossem sua última esperança. — Eu senti cada coisa que Diana sentiu naquele dia. — Ele apertou os olhos.

—O que ela sentiu?

— Amor.

— Amor? — Noah não se moveu, mas Rachel começou andar até ele.

—Emily me contou que tentou durante todos esses anos achar a alma de Diana, para poder desligar você e Jesse da dor que a perda dela causou. Então quando ela encontrou a alma estava pela metade. — Noah se aproximou de Rachel e olhou no fundo dos olhos da menina a hipnotizando.

— Me diga a verdade.

— Estou dizendo. Eu e Quinn juntas fazemos a essência de Diana. Pelo menos foi isso que Emily me falou.

— O que você sente? Quando encontramos um pedaço de nossa alma nos sentimos plenos. Você sente-se plena com ela?

— Totalmente.

— O que mais Emily disse?

— Que ela matou Lea achando que Quinn estava morta e que assim poderia unir as almas.

— Ela não fez isso! — Noah ficou surpreso com a revelação. — O que mais, ela falou?

— Pediu que eu a encontrasse amanhã ao meio dia na antiga casa do Evans.

— Ótimo, amanhã estaremos lá. Agora venha Rachel. Vamos ter uma conversa com Jesse.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que achou?
Não me deixa no escuro. Comentários são combustíveis.
Prazer e luz.



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