15 de julho de 1793

Acordei e tudo parecia igual, a casa, o cheiro, tudo... Nada poderia ser mais entediante que o igual de todos os dias...

_//_//_

_Como assim? Não pode ser! – Rachel esquece que não podia fazer barulho e começa a reclamar em tom alto. _ Arrancadas? Não! Não pode ser 19 anos faltando. _Rachel passa e repassa as folha do diário e só consegue ver marcas de folhas que um dia estiveram ali.

_Lea! _ Jesse chamava na porta.

_Merda! _ Exclama Rachel sem som. Rachel precisava pensar em alguma coisa antes que Jesse percebesse o que ela estava fazendo no quarto todo aquele tempo.

_Abre a porta! O que está acontecendo? _ Rachel coloca o diário atrás de um quadro, com a pintura de uma cachoeira parecida com a descrição de Lea sobre o lugar onde Jesse falou de sua família. Ela precisava pensar em algo rápido, provavelmente ele havia a ouvido reclamar._ Lea, se não abrir a porta agora, vou colocá-la no chão.

_ Me deixe em paz Jesse, eu não sou a Lea! _ Rachel grita puxando as cortinas e derrubando, tudo que podia no quarto.

_O que está fazendo? _ Jesse pergunta ouvindo o barulho. Rachel grita pensando nas aulas de teatro que frequentou com Brittany no verão retrasado. _ Arrancadas! Cortinas arrancadas! Colchas arrancadas! Odeio esse lugar!_ Rachel gritava torcendo para aquele teatro dar certo, ela gritava as mesmas palavras que provavelmente fizeram Jesse subir para ver o que ela fazia. Ela precisava disfarçar, então destruiu o quarto o máximo que pode até a porta ser arrombada.

_ O que está fazendo?_Pergunta Jesse quando olha Rachel colocando o quarto abaixo.

_Olhe, estão todas arrancadas, cortinas lençóis, tapetes. _ Rachel estava desesperada caso seu teatro não funcionasse e Jesse percebesse que ela lia o diário de Lea.

_Porque está fazendo isso?

_Porque quero ir embora, agora Jesse! Meu lugar não é com você!_ Jesse senta na cama e olha para Rachel eufórica próxima a janela.

_ Eu lembro feito hoje a primeira vez que você destruiu nosso quarto, era janeiro 1793, você chegava de uma suposta caçada e eu estava aí onde você está agora, com uma xícara de sangue, quando você entrou furiosa. _ Rachel desconfiava do tom sarcástico de Jesse, ela não fazia ideia de onde ele queria chegar falando aquilo, mas não falou nada e continuou a ouvir imóvel perto da janela olhando para ele, que era totalmente diferente da discrição que Lea fez no seu diário. _ Você tinha descoberto que...

_ O que é aquilo lá fora Jesse?

_Olá amor!

_Não quero seus empregados me seguindo, está ouvindo Jesse?

_Não!

_ É o quarto empregado que vejo me seguindo essa semana, qual é seu problema?

_ Nesse momento? Você!

_Então me deixe ir embora desse lugar horrível!

_Agora é um lugar horrível! Alguns anos atrás era seu lugar favorito. “Nunca tinha visto um quarto tão grande e lindo” e agora é um lugar horrível, você é uma ingrata!Uma menina minada que eu deveria ter deixado morrer, ou melhor, deveria deixar casar com aquele idiota. Lembra-se dele?

_ Cala boca Jesse!

_Fale-me Lea!Quem é o vampiro com quem você está se encontrando?

_O que?

_ Com que está me traindo?

_Deixa de ser idoita Jesse!

_ Não me dê as costas Lea. Eu te dei uma vida e posso tirá-la

_Pode? Pode mesmo! Então a tire! Vamos Jesse me mate.

_Que?

_ Eu não quero nada daqui, não preciso de nada, desse quarto, nadaaaaa, nadaaaaaa!

Rachel esperava Jesse falar, porém ele se perdia em seus pensamentos, sua expressão ficava amarga e com dor.

_Eu quero ir embora!_ Rachel interrompe seus pensamentos, pois expressão que ele fazia olhando para ela, estava a assustando.

_Não tranque a porta! _ Diz Jesse levantando da cama e ignorando Rachel. A garota acompanha com os olhos Jesse passar pela porta, seus passos eram fortes, parecia que alguma decisão tinha sido tomada naquele momento. Rachel corre até atrás do quadro e pega o diário novamente, a porta ainda estava aberta ela corria um risco ainda maior. Ela sabia que não teria tempo de continuar a lê-lo, não agora, que ela havia estragado tudo. Ela abre o diário na página após a todas as outras arrancadas, então com força ela arranca todo o resto e as dobra o máximo de vezes para caber dentro de sua roupa. E quando ela coloca o diário novamente atrás do quadro uma voz muito conhecida invade sua cabeça.

_ “Venha até a janela, agora.”

_Q..

_ “Não fale nada, ele pode ouvir você, venha!”

Rachel corre até a janela e quando olha para baixo não havia nada além de escuridão.

_ “Pule!”

_Que?_Rachel se sentia louca, ela não via nada além de uma profunda escuridão abaixo da janela, que não tinha menos de três metros da altura.

_ “Rachel pule agora ele está subindo!” _ Rachel olha para porta aberta do quarto e escuta barulhos se aproximando, se ela não pulasse Jesse a transformaria em vampira, mas se ela pulasse e aquela voz fosse simplesmente fruto da sua imaginação ela poderia morrer ou caso o sangue de Quinn ainda estivesse em seu sangue ela poderia virar vampira do mesmo jeito. Rachel respira fundo e pensa: “Não tenho nada a perder!” Ela fecha os olhos e sente gravidade a puxar com toda força. As palavras que rodavam sua cabeça eram:

_ “Se eu morrer agora tudo será mais fácil. Queria poder ver os olhos de Quinn novamente”.

_ Então veja! _ Diz Quinn com sua voz sexy e aveludada em seu ouvido.

_Quinn!_ Antes que Rachel terminasse seu nome, Quinn já estava correndo com ela nos braços. _Eu morri?

_Ainda não e espero que isso não aconteça.

_Pensei que nunca mais iria te ver. Como você estava na minha cabeça?_ Rachel esconde o rosto no peito de Quinn, sentindo seu cheiro. Ela pensava no que Lea havia escrito em seu diário. O cheiro de Quinn era realmente maravilhoso.

_ Fique calada, não quero que vomite em mim. _ Quinn solta um sorriso. Ela corre em alta velocidade. Rachel fecha os olhos deixando que o peito de Quinn a acolhesse, se aquilo era um sonho, ela realmente não queria acordar.

Amanheceu e Quinn ainda tinha Rachel nos braços. Pela sua leve respiração a menina dormia. Ela parou de correr e sentiu o cheiro de Rachel dando um leve beijo em sua cabeça.

_Desculpe. Eu tive medo de te perder._Ele diz antes de Rachel abrir os olhos.

_Estou sonhando?

_Não!_ Ela solta um sorriso e Rachel toca de leve em seu rosto.

_ Meu Deus! Você está aqui! Onde você estava Quinn? _Rachel desce dos braços dela.

_Desculpe Rachel! Eu achei que... Seria melhor. Desculpe!

_Seria melhor me entregar para Jesse? Por quê?

_ Você estava morrendo? Meu sangue não estava adiantando então achei que... Ele poderia ajudar.

_ Ajudar? Ele quer me transforma em uma vampira!

_ Eu sei. Desculpe.

_ Você também quer isso?_ Rachel não queria brigar com Quinn, mas ela não podia esconder que estava desapontada por ter sido entregue para Jesse.

_ Prometo nunca mais te deixar. _Diz Quinn se aproximando de Rachel que andava de um lado para o outro, ela sorri e logo toda raiva e mágoa desaparece, ela aproxima seus lábios dos de Quinn dizendo:

_Eu sei de tudo.

_Que?

_ Você foi amante de Lea _ Quinn levanta uma sobrancelha _ Não foi?

_Porque está falando isso?

_Eu li o diário de Lea.

_Você o que? _ Quinn dá um passo para trás se afastando da boca de Rachel.

_Onde estamos?_ Pergunta Rachel olhando para um lugar parecido com onde brincava com Brittany, Marley e Finn quando crianças.

_Rachel o que você leu? _ Quinn ignora a pergunta de Rachel.

_Por quê? _ Rachel olha para Quinn novamente, que agora tinha o olhar um pouco estressado.

_Rachel, no diário da Lea pode estar como foi o feitiço que Jesse fez para lhe obrigar a ser vampira nessa vida.

_Na verdade eu li um monte de coisas sangrentas, nojentas e inúteis e acho que as que poderiam ajudar ou foram arrancadas ou eu não li.

_Quem te deu o diário? _ Quinn segura o braço de Rachel.

_Kurt.

_Kurt? Porque ele faria isso?

_Kurt escreveu um bilhete que dizia que ele precisava cumprir a promessa que me fez. Acho que foi isso.

_A você? Cadê o diário?

_ Está lá.

_Não! _ Quinn coloca a mão na cabeça e anda de um lado para outro.

_Mas eu li quase todo e além do mais as últimas páginas eu arranquei e trouxe comigo.

_Sério? _ Um sorriso se abriu no rosto de Quinn.

_Sério, eu precisava saber o que houve entre vocês, já que você não me fala nada. – Quinn solta um sorriso e se aproxima de Rachel acariciando seu rosto.

_Não precisa ficar com ciúme. _ Ela solta seu sorriso sexy deixando Rachel com as pernas bambas. _ Me desculpe ter lhe entregado a ele, mas eu achei que...

_Tudo bem Quinn! Você voltou. Isso que importa. _ Rachel se aproximou ainda mais da boca apetitosa de Quinn, mas ela desvia perguntando:

_Cadê as páginas? – Rachel curva as sobrancelhas e morde os lábios, achando estranha a reação de Quinn.

_Aqui! _ Ela puxa as páginas da roupa e Quinn as pega.

_ De nada senhora educação. _ Fala Rachel fazendo Quinn soltar um sorriso de canto de boca.

15 de janeiro 1810

Acordei nos braços de Quinn, seu cheiro seu coração, tudo é incrivelmente perfeito, amo o jeito que ela acaricia meus cabelos, o jeito que ela aperta minha cintura. Quinn ainda estava sonolenta, eu aconchegada no seu peito quando ouvi passos, passos fortes se aproximando da casa.

_Quinn acorde! Quinn acorde! _ Eu sabia que aqueles passos só podiam ser de Jesse.  _ Quinn levanta agora.

_ O que foi amor?

_ É Jesse, ele está aqui. _ Quinn sabia sobre mim, sabia que corríamos perigos e que Jesse podia matá-la, por isso eu tomava tanto cuidado, por isso tínhamos nos separado tantas vezes, mas dessa vez eu fui burra, coloquei a vida dela em perigo.

_Que? Como? _ Quinn se levantou. Não daria para ela correr, já podia ouvir Jesse arrombando a porta da sala, demoraria menos de cinco segundos para ele achar nós duas. Me posicionei na frente de Quinn. _ O que está fazendo? Não vou deixar você me defender _ Quinn era muito corajosa, mas naquele momento sua coragem não me dava orgulho nenhum, eu queria que ela fosse embora, que ela se escondesse, corresse, mas não, ela ficou ali esperando Jesse abrir a porta e nos encontra seminuas.

_Lea! _ A voz de Jesse era incrivelmente assustadora._ Então é por isso que eu venho procurando há vinte e um anos. Uma humana?!

_Jesse a deixe em paz, não faça nada._ Me posicionei entre Quinn e Jesse.

_Sinto muito, mas eu a amo! _ Quinn me empurrou e encarou Jesse de um jeito que nenhum humano teria coragem._ Eu amo Lea, se precisar vou morrer por ela.

_Ainda bem, pois vai precisar! _ Jesse chega tão rapidamente no pescoço de Quinn que eu fico impossibilitada de fazer algo.

_Largue ela Jesse, por favor! _ Eu puxei o braço de Jesse, mas ele não se movia, ele era muito mais forte que eu, ainda mais sem me alimentar o suficiente, eu me sentia uma mosca em seu braço._ Largue, por favor! Não a mate!

_Se queria que ela vivesse, porque não a transformou em vampira?

_Porque não a transformaria em um monstro com nós._ Quinn estava sem ar. Seus olhos verdes me olhavam, mas não pediam ajuda.

_Iria a deixar envelhecer? Ou ia continuar usando as ervas de Kurt nela? Acha que eu não sei?

_Jesse, por favor, largue-a. Eu faço tudo que você quiser.

_Lea eu te dei tudo. _Dinheiro, vestidos, casa, amor, eu te dei vida eterna e você preferiu uma humana. Por quê? Diga-me por quê?_ Jesse larga Quinn e se aproxima de mim, eu queria ver como Quinn estava, ainda ouvia seu coração bater, mas sua respiração era muito fraca. Jesse me encostou na parede. _Por quê? Diz-me por quê?

_ Jesse!_Ele apertou meu rosto, senti meu maxilar deslocando.

__ Larga ela! _ Grita Quinn com a voz rouca e falha. Jesse não olhou para ela, mas soltou um sorriso e me jogou do outro lado do quarto. Ele andou até Quinn, que tinha uma estaca nas mãos.

_Você ama esse pedaço de carne inútil? _ Ele me perguntou enquanto se aproximava de Quinn, eu levantei sentido meu maxilar voltar para o lugar.

_Jesse me desculpe! _ Jesse pegou Quinn imobilizando-a por completo, senti as lágrimas saindo dos meus olhos, nunca o meu desespero foi tão grande._ Para!Para! Por favor, Jesse pare! _ Jesse quebrava o braço de Quinn e os gritos dela eram como facadas em meu coração. Preferia morrer ao ver toda a dor que Jesse estava causando nela, tentei impedir diversas vezes. Jesse me jogou longe muitas e muitas vezes, minha feridas não estavam cicatrizando com a rapidez que eu gostaria. Eu havia caído no ferro da cama, eu podia sentir o ferro em minhas costelas, mas isso era o de menos perto da dor de ver Quinn ensanguentada, com o coração batendo tão lentamente.

_Você deveria ter pedido para ela lhe transforma em um vampiro – Jesse ria, sua satisfação era enorme em ver Quinn morrendo. _ Poderia lhe matar logo, mais assim não seria divertido._ Ele sussurra para Quinn.

_Pode... Me... Matar, mas é a mim que ela vai continuar amando!_ Jesse estava com a mão nas costelas de Quinn, havia sangue por toda parte, naquele momento eu torcia para Jesse matar Quinn, só para não deixá-la sentir toda aquela dor. Mas ele não fez isso, ele a mordeu.

_O sangue desta mulher é amargo como a sua traição! _ Jesse diz rindo com o sangue de Quinn escorrendo pelos seus lábios.

– Jesse largue-a, por favor! Eu te imploro.

_ Me diga por que ela? Porque ela? Porque ele Lea?!_ Eu queria poder acabar com aquilo, mas meu corpo estava imóvel na barra de ferro. Puxei sentindo minha pele se partir, doía muito, mas nada comparado a dor de ver Quinn semimorta. Eu quis morrer naquele momento, então peguei uma estaca e a coloquei em direção ao meu peito.

_ Se não largá-la eu me matarei e você nunca mais terá a chance de ficar comigo._ Jesse não largou Quinn, mas me olhou como na primeira vez que me viu, seus olhos encheram de lágrimas e dor.

_ Se mataria para salvar ela?_ Não queria falar, não queria ter que magoar Jesse, mas não seria capaz de viver em mundo onde Quinn não estivesse._ Me responda?_Jesse deixou a lágrima escorrer e finalmente largou Quinn e veio em minha direção. _Se você se matar, você também me mata, você lembra disso? _ Eu não lembrava, mas em segundos a imagem de Kurt veio em minha cabeça com Jesse se permitindo morrer caso eu morresse.

_Ninguém precisa morrer, vamos deixar Quinn em paz, eu vou para casa com você._ Jesse parou de andar, olhou para Quinn que estava em seus últimos minutos de vida e voltou os olhos para mim que ainda ameaçava meu coração.

_ Porque Lea? Por quê?

_ Jesse, me deixe ajudá-la!

_ Ela é uma humana idiota que mal consegue se levantar sozinha, porque me trair com ela?

_ Ela vai morrer!

_ Ela vai morrer de qualquer jeito, seja hoje ou amanhã.

_Não! Por favor!

_Se você me disser por que me traiu eu posso dar uma chance a ela.

_ Jesse... Me mata, mas por favor a deixe viver.

_ Diz!!!!!! O que ela tem de tão especial assim? É porque ela é mulher?

_ Não!

_ O que é então Lea?O que ela te dá que eu não posso te dar? Fala! Ela não tem nem onde cair morta! Ela é uma mulher medíocre nada parecida com as que você me pedia. Porque querer me trocar logo por ela? Me diga!

_ Jesse se você a matar eu nunca mais olharei para você!Eu não te perdoarei.

_ Lea, vou contar até três. Um... Dois...

_ Vida! Ela tem vida! Não é como nós. Nós somos aberrações Jesse. Aberrações!_Jesse me olhou nos olhos de um jeito que nunca mais me esquecerei, então um sorriso se abriu em seus lábios e ele pegou novamente Quinn do chão que cuspia sangue.

_Você a ama porque ela é humana?Sabe o que e faço com sua humana?

_Não Jesse! Não! Por favor, eu imploro não faça isso!

_ Vamos ver se você vai continuar a amando depois que ela se tornar uma aberração!_ Jesse estava pronto para torcer o pescoço de Quinn e me deixar uma eternidade de sofrimentos. Eu queria Quinn viva, queria que ela fosse humana e tivesse filhos e netos, queria que ela tivesse tudo que eu jamais poderia ter, não queria que ela fosse vampira, pois tinha medo de que tudo que ela me causava morresse com ela, porém vê-la ali semimorta me causou a pior sensação do mundo, não podia deixá-la morrer mesmo sabendo que ela virar vampira seria a pior escolha.

_Jesse se você a matar, todos nós morreremos. _ Enfiei a ponta da estaca na minha pele.

_Tudo bem Lea. Justo! Nem eu, nem ela, nem você. Enfia, vai. Nos mate! Agora! _ Jesse não parecia ter medo, mas Quinn sim, agora ela me olhava com dor, tudo que a gente viveu parecia passar diante de mim. A estaca caiu de minhas mãos e o pulso de Jesse invadiu a boca de Quinn.

_ Não! Não Quinn! _Tentei reagir, mas já era tarde. Quinn havia bebido o sangue de Jesse e em seguida, Jesse havia a matado. Não puder ver sua pele corada pela última vez. Jesse me arrastou de lá e tudo escureceu.

_//_//__

Quinn tinha lágrimas nos olhos, Rachel passa a mão nos cabelos dela que caiam sobre a testa.

_Você lembrava disso?_Rachel pergunta sentindo um nó na garganta.

_Não desse jeito. _ Quinn não olha para Rachel, ela continua olhando as palavras escritas por Lea.

_O que aconteceu depois?_ Quinn demora a responder.

_O que você acha? Todos viveram felizes para sempre, não percebe?

_Não precisa ser grossa! _ Rachel sai de perto de Quinn.

_Foi mal.

_Tudo bem. _ Um silêncio fica no ar enquanto Quinn ainda olhava para as folhas nas mãos._ Onde estamos Quinn?

_Perto de sua casa. _ Ela diz guardando a folha no bolso.

_Que?

_Foi o único lugar que achei que Jesse não te procuraria.

_Quinn você ficou louca? Eu posso estar colocando meus amigos em perigo, minha tia, meu irmão.

_Rachel fique calma, tenho um plano, só preciso encontrar uma coisa. _ Quinn passa as folha do diário procurando uma, ela parecia saber exatamente o que ele procurava.

_O que você tá fazendo?_

_Procurando uma data.

_Que data?

_Jesse e Lea tinham feito um pacto, se ela morresse ele morreria também.

_ Eu li sobre esse pacto.

_Só que Jesse não poderia reencarar nunca mais caso ele morresse.

_Porque não?

_ Reencarnação segundo as bruxas é algo natural, algo da natureza humana, por isso que quando um vampiro morre ele demora aproximadamente duzentos anos para reencarnar. É como se estivesse limpando a alma.

_ E como a natureza negou Jesse e sua família, ele nunca poderia morrer e muito menos reencarnar. _Rachel fala lembrando-se da história do diário de Lea.

_ Isso mesmo! Mas ele ligando sua morte na de Lea, ele poderia morrer.

_Mas isso é triste. Porque ele morreria, mas nunca voltaria como ele disse a ela.

_ Ele disse isso a ela?_ Quinn pergunta olhando para Rachel.

_Pelo menos foi o que eu li no diário._ Quinn engole a seco e continua a procurar nas folhas uma data.

_ Que data que está procurando?

_O dia que eles fizeram o pacto que liga você a Jesse. Esse pacto pode ter anulado a pacto antigo.

_Será? Acho que Jesse deve ter pedido a Kurt para desfazer, quando soube que Lea seria capaz de se matar para salvar você._ Quinn olhou para Rachel, como se ela tivesse descoberto algo que nunca tinha percebido.

_Um pacto não pode ser desfeito. _ Diz Quinn.

_ Mas pode ser anulado?_ Pergunta Rachel.

_ Na verdade ele pode ser revertido, o que explicaria ele ficar velho, mas não morto._ Quinn tinha expressão de quem acabava de descobrir tudo que sempre quis. _E como Lea ligou sua alma a ele, era certo dela reencarnar e ele a transformar em vampira antes que a velhice o matasse.

_ Nossa! Você sabe quando foi?

_Imagino!_ Quinn volta a passar a folhas.

_ Estava lá?

_Para de perguntar Rachel, sabe que odeio responder.

_ Você sempre foi assim?_ Quinn levanta a sobrancelha sem muita paciência.

_ Achei!

20 de janeiro de 1810

Estava descendo as escadas quando ouvi meu nome ser gritado.

_ Lea! _ Era a voz de Quinn. Corri até a porta e Kurt a fechou.

_ O que você está fazendo?

_Senhora pode ser perigoso, não saia.

_ O que? Ficou louco? É a Quinn, ela não é perigosa.

_ Agora é.

_ Kurt abra as portas, por favor.

_Espere Jesse.

_ Lea! _ A voz de Quinn ficava ainda mais forte. Abri a porta quando Jesse a fechou.

_Não! Vá para seu quarto!

_Jesse não a machuque, por favor. – Jesse sorriu.

_ Venha Kurt!

_Para onde vão? _ Jesse abriu a porta e eu puder ver vampiros, animais, tudo ali drenado jogado no chão.

_Cadê Lea? _ Kurt segurou a porta para eu não sair, mas eu ouvi tudo através dela.

_Ela quer que você vá embora. Ela não gosta de vampiros lembra?_Diz Jesse.

_Ela não gosta de você! Eu vim busca lá. _ Jesse solta uma gargalhada.

_O sangue que te dá poder é o meu, vampirinha idiota ainda posso lhe matar.

_Mate! Faça o que deveria ter feito.

_ Kurt! _ Quando Jesse disse o nome de Kurt eu já sabia o que ele faria, os gritos de Quinn começaram e provavelmente eram por causa das dores horríveis que Kurt era capaz de produzir.

Tentei sair, mas então as dores de cabeça começaram a bater em mim. Meu cérebro parecia que iria derreter. Havia muito anos que não sentia dores, mas também fazia muitos anos que não bebia sangue de Jesse o que não me deixava mais imunes àquelas dores.

_Pare! Pare! – Eu gritava dentro da casa e Quinn gritava fora o meu nome.

_Lea!

_A coloquem na jaula!_ Ouvi Jesse dizer. Minha dor só passou quando Jesse entrou em casa e colocou seus braços em volta do meu corpo.

_O que vai fazer com ela?_ Foi a primeira coisa que perguntei.

_Pensei que tivesse dito que não se importava, afinal ela agora está morta como nós.

_Jesse, por favor, me diga o que eu posso fazer para você não a torturar. Não a machuque.

_Não pode fazer nada Lea! Ela vai morrer e se quiser ficar com ela vai ter quer espera uns duzentos aninhos.

_Eu não quero ficar com ela Jesse, mas não quero que ela morra. _ Jesse subia as escadas eu andava atrás dele.

_Queria acreditar em você novamente Lea, mas não consigo. Você traiu minha confiança da pior forma possível.

_Eu sei que não mereço você Jesse mas, por favor, me dê uma chance. Se ela ficar viva eu posso lhe provar que nunca mais a verei, nunca mais a procurarei, mas se você a matar viverá a eternidade com essa desconfiança de mim. Me deixe tentar consertar as coisas.

_Não acredito mais em suas palavras Lea.

_O que quer que eu faça?Diga. Eu farei!

_Você está mentindo?

_Não! Se me deixar falar com ela, eu juro que ela nunca mais aparecerá em nossas vidas e eu e você voltaremos a ser um casal como éramos antes, nos amando e trocando sangue. _Peguei na mão de Jesse e ele a puxou.

_ Eu me arrependo de lhe amar Lea. _ Jesse nunca mais confiaria em mim, eu precisava o fazer acreditar em mim naquele momento.

_Eu faço!

_ Que?

_ Lembra-se do pacto que me pediu uma vez e eu recusei? – Jesse chegava perto da porta do nosso quarto, tive medo de aquilo não ter o menor valor agora, mas Jesse abriu a porta.

_Entra! – Aquele gesto me fez perceber que Jesse estava cedendo ao meu pedido, então continuei.

_ Posso fazer, posso ligar minha alma a você para sempre, assim você terá certeza que eu sempre serei sua.

_Isso tudo para poder ir falar com a vampirinha?

_ Isso para salvar nosso casamento, para lhe dar a certeza que ela pode estar viva por aí que eu não me importarei, pois se eu quero algum vampiro esse vampiro é você.

_ Então porque estava com ela?

_Ela não era uma vampira! Eu precisava me sentir mais viva, mais humana.

_Você a amava?_ Eu queria não mentir para Jesse, queria dizer que sim, claro, mas isso não ajudaria.

_ Não! Eu gostava dela sim, mas pela aventura de estar com um humano, isso me ajudou no autocontrole. _ Tentei sorrir.

_ Você me ama?_ Eu não sei se um dia conseguirei voltar a amar Jesse depois de ter amado Quinn, mas um dia eu sei que já havia o amado, mesmo que não fosse o amor que conheço hoje, um dia eu tive a certeza que o amei e isso naquele momento bastava.

_ Sim, sempre! Só que viver eternamente é muito difícil Jesse. _ Sentei na cama torcendo para Jesse acreditar nas minhas palavras. Ele sentou do meu lado, colocou meu cabelo para trás deixando meu pescoço nu.

_Ela pode lhe matar sabia? Lembra-se do poder que é meu sangue correndo nas veias?_ Jesse beijava meu pescoço, eu senti meu estomago se revirar, seus beijos eram frios e causavam agonia no meu corpo.

_Não lembro. Faz tanto tempo que não tenho! _ Eu virei para ele e olhei para seus olhos, seus lábios se aproximaram de mim, mas antes que ele pudesse encostar seus lábios nos meus eu disse:

_Você me perdoa?

_Depende, vai ser minha por toda eternidade?

_ Sim! Vou conversar com Quinn, ela vai embora, então faremos pacto.

_ Não! Vamos fazê-lo agora! _ Jesse levantou da cama e chamou Kurt pela porta. Eu sabia que estava fazendo uma das maiores besteiras, não queria ligar minha alma a Jesse, mas qual alternativa eu teria?Tentei pensar em algo rápido que me fizesse sair daquela situação a tempo, mas Kurt chegou muito mais rápido que eu podia imaginar.

_Lea vai unir alma dela a mim por toda a eternidade.

_O que? _ Kurt me olhou, como se me fuzilasse. _ Por quê?

_Kurt sem perguntas, faça logo! _ Eu troquei olhar com Kurt como um apelo, tentei entrar na sua cabeça, mas ele me bloqueou.

_Jesse, não posso fazer esse feitiço em plena lua minguante, preciso da lua negra, preciso da lua nova para isso._ Um alívio subiu pelo meu corpo.

_Quando entra a lua negra?

_Daqui a cinco dias.

_Nem pensar. Faça acontecer agora. _ O alívio sumiu do meu corpo me dando uma profunda agonia

_ Você quer que eu mexa céu e terra para pode fazer isso?

_ Sim!

_Isso é ridículo!_ Disse Kurt.

_Faça!_ Kurt fez sinal de não com a cabeça e andou até a porta.

_ Está bem, preciso de algumas coisas. Já volto.

_ Pegue rápido.  _ Espero que eu me perdoe um dia por estar fazendo isso com todas as “eus” que virão depois de mim.

Jesse me olhava, como se esperasse eu desistir, mas retribuí o olhar e perguntei.

_ Se eu morrer, vamos reencarnar juntos, certo?_ Jesse riu.

_ Prefiro lhe esperar aqui!_ Não entendi o que ele quis me dizer, mas algo dizia que aquelas palavras não eram boas. Kurt chegou muito rápido.

_Pronto. Só falta a lua apropriada, mas já que não pode esperar, caso o feitiço dê errado...

_Kurt! Espero que dê certo._ Jesse tinha um tom ameaçador.

_Preciso do sangue dos dois.

_ Kurt, quais as consequência do feitiço? _Levantei da cama e olhei para Jesse em pé ao lado de Kurt.

_Está pensando em desistir amor?_ Jesse debochou.

_Já disse que vou cumprir minha palavra, espero que cumpra a sua também e deixe Quinn livre.

_Então corte seu pulso_ Ele jogou o punhal para mim.

_Corte você primeiro!_Joguei novamente para ele.

_Tudo bem!_Jesse passou a lamina na mão e deixou escorrer o sangue para dentro da vasilha que Kurt segurava.

_Sua vez Lea._Jesse pensou em jogar o punhal para mim , mas eu cravei os dentes em meu pulso e deixei o sangue escorrer para a vasilha.

_Pelo poder da terra, do sol, da lua e de todos os elementares eu junto a alma de Lea na vida de Jesse, para que toda a reencarnação dela, eles se encontrem e ele a torne eterna. Ligados para todo o sempre, além da morte.

_ Você dois confirmam?

_Sim! _ Disse Jesse olhando para mim.

_ Sim! – Olhei para Kurt, ele me causava certa dúvida, nunca consegui entender se ele estava do meu lado ou do lado de Jesse. Bebia o sangue dele misturado ao meu e naquele momento alguma coisa balançou minha cabeça. A minha alma estava ligada a vida de Jesse e não a alma dele, ou seja, ele não morreria. O que houve com nosso antigo pacto? Será que esse pacto anulava o antigo ou Jesse já havia feito isso? _ Agora posso ir?

_ Não! Deixe para amanhã.

_Não? O Combinado não foi esse. _ Digo querendo sair daquele lugar o mais rápido possível.

_ O combinado foi que eu a deixaria livre, mas eu não disse quando, certo?

_ Não seja ridículo Jesse!

_//_//__

_ É melhor seguirmos caminho. _ Diz Quinn amassando as folha. – Já sabemos como foi feito o feitiço.

_ Porque está fazendo isso?

_ Isso o que?

_ Quinn, não acabamos de ler, precisamos dessa folha para ver o feitiço.

_ Precisamos dessa aqui._ Ela levanta uma folha. _ Temos pouco tempo, não podemos ficar brincado de ler historinhas.

_Não quer que eu saiba que você a mordeu e quem a salvou foi Jesse? _ Quinn não olhou para Rachel, ela simplesmente desamassou a folha e deu em sua mão.

_Que ler? Leia.

_Prefiro que me conte.

_ Nunca!_ Quinn sai de perto de Rachel que volta a ler.

/_/_/

Jesse me deixou no quarto, acho que ele tinha ido caçar. Esperei tudo ficar calmo e quando só se ouvia o som da noite, pulei a janela e fui até o jardim, era bem capaz de Jesse saber que eu faria isso, então não ficaria surpresa se ele estivesse embaixo da janela do quarto. Para minha sorte ele não estava, fui até o fundo do jardim e vi a jaula e me aproximei vendo Quinn com a cabeça entre os joelhos agachada no canto.

_Vai ficar tudo bem, vou tirar você daí.

_Não Lea! Eu quero morrer se não puder ficar com você.

_Para de ser idiota, eu sempre vou estar com você.

–Mentira! Ele me contou do pacto._ Naquela hora eu havia entendido, porque Jesse não me deixou ver Quinn em seguida, claro ele precisava dizer para ela antes, idiota!

_Eu não podia deixar você morrer!

_ Lea eu estou morta!_ Quinn falava com a cabeça ente os joelhos, não vi seu rosto.

_ Não está. Sai dessa jaula, agora!_ A jaula estava coberta por verbena, isso eu já imaginava, rasguei um pedaço do meu vestido e enrolei nas mãos puxando a grade com força.

_ Ele me transformou em um monstro.

_ Monstro? Pensei que você pensava diferente ao meu respeito? _ Disse percebendo que ela não quis sair da jaula uma só vez.

_Ao seu respeito eu penso, mas eu sou diferente. Eu sinto a fome dentro de mim, sinto vontade de matar.

_O que? Não faz sentido Quinn, agora somos iguais. Saia dessa jaula. Vai ficar tudo mais fácil na medida em que você for envelhecendo.

_Feche isso, por favor! _ Ela segura a grade com as mãos, vejo sua mão queimar por causa da verbena e puxo a grade de sua mão.

_Ficou louca? Venha! O que tá acontecendo? Me dê a sua mão.

_Não Lea! Eu não posso me controlar, corre!_ Quinn se levantou e veio na minha direção, seus olhos estavam deformados como nunca imaginei ver. Seus dentes apareciam ter uma forma estranha.

_O que? Não! Quinn!_ Tentei colocar a mão em seu peito e impedir que ela fizesse uma loucura, mas ela foi mais rápida me puxando para ela _Para! para! Paraaaa!_ Seus dentes entraram em meu pescoço, isso não seria ruim se ela não sugasse meu sangue com tanta velocidade e força, eu senti o sangue sendo sugando, me senti uma humana em seus braços novamente, é engraçado, pois até das piores formas ela me fazia sentir exatamente o que eu queria.

_ Largue ela! _ Parecia a voz de Jesse, estava me sentindo fraca demais para abrir os olhos, o aconchego do corpo de Quinn ainda era o mesmo. Uma mão me puxou _ Você poderia ter a matado, é assim que a ama? Animal! _ Um vento passou e o vulto na minha frente sumiu. Jesse me levou para o quarto ele tentou me dar sangue, mas eu queria sentir cada momento daquela fraqueza.

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_ Você deveria ler a versão dela da história. _ Diz Rachel atrás de Quinn _ É bem melhor que a do Jesse e tenho certeza que a sua também.

_Não obrigada! _Quinn andava e Rachel ia atrás dela.

_Vocês se viram novamente?

_ Não!

_ Ainda a ama?_ Quinn para de andar, mas não se vira.

_ Por que quer saber?

_Você não acredita que eu sou a reencarnação dela, acredita?

_Porque está perguntando isso?

_Acredita?

_Eu não estava sentindo falta de suas perguntas chatas e cansativas. _ Quinn volta a andar.

_Jesse disse que você me entregou porque não acredita. Eu também não acredito, pra falar a verdade acho tudo isso uma babaquice. _ Quinn se vira e encara Rachel.

_ Porque é tão importante pra você saber de minha vida com Lea?

_Queria entender porque resolveu me ajudar. Porque resolveu me proteger de Noah e agora de Jesse.

_ Rachel eu gosto de você. Isso não tem nada a ver com o sentimento que eu senti pela Lea.

_ Então nos trata como duas pessoas diferentes?

_Sim!_ Rachel puxa o braço de Quinn.

_Se eu não fosse ela fosse ela você me ajudaria? _ Quinn olha nos olhos de Rachel.

_ O que você quer ouvir Rachel?

_ Não sei! _ Rachel sente seu coração acelerar, ela queria que Quinn a tratasse diferente, ela queria sentir seus lábios, seu abraço, mas não tinha coragem de dizer.

_ Vamos. Precisamos encontrar a bruxa logo!_ Quinn se vira e puxa Rachel para a garota andar mais rápido.

_Bruxa?

_ Sim bruxa.

_ Aqui em Lima?_ Fala Rachel reconhecendo o lugar.

_É. Vem. Estamos quase chegando.

_Chegando? Estamos no caminho da casa da mãe da Marley, seria péssimo encontrar com a Marley depois de ter a feito ficar todos esses dias sem noticias minhas.

_ Fica tranquila que ela não vai estar lá.

_Quinn onde estamos indo? _ Rachel puxa o braço da mão de Quinn e ela se vira, fazendo seus lábios chegarem tão perto dos de Rachel que ela sente seu corpo tremer de emoção, seus olhos se fecham esperando os lábios perfeitos de Quinn que morde os próprios lábios e fecha os olhos virando rosto.

_ Para a casa da senhora Rose._ Rachel balança a cabeça percebendo o quanto pode ter parecido idiota.

_ Que?

_Você perguntou para onde estávamos indo, eu disse, para a casa da Senhora Rose.

_ Rose é o nome da mãe da Marley!

_ Nossa que inteligente! Ela desvendou a charada.

_ Quinn isso é serio, você vai envolver a Rose nessa confusão toda?

_ Até onde eu sei, elas já estão envolvidas. _ Quinn volta a andar.

_ Como assim?_ Quinn andava na frente e Rachel vai atrás tentando acompanhá-la em seus passos.

_Você realmente não percebeu nenhuma semelhança entre Kurt e Marley? _ Rachel parou de andar e rapidamente, lembrou-se de Kurt e como ele a fez lembra-se de Marley.

_Mas como? _ Rachel pergunta encostando-se a uma árvore. _ Eu li o diário de Lea e nele não dizia nada de Kurt ter descendentes.

_Eu não sei como os bruxos procriaram. Só sei que procriaram. E agora precisamos da ajuda delas, só alguém da linhagem de Kurt poderá desfazer o feitiço.

_Então o feitiço pode ser quebrado?

_Tudo indica que sim, ainda mais se Kurt o fez em lua errada.

_ Como sabe?

_ Tive que fazer alguma coisa depois que Jesse te levou, não poderia deixar que você se tornasse algo que não quer ser. Então fui procurar umas bruxas por aí.

_ Obrigada! _ Rachel sorri para Quinn. Elas chegam a porta da casa da Rose. Rachel segura na mão de Quinn que olha para os dedos de Rachel entre os seus, ela levanta a sobrancelha e volta os olhos para Rachel.

_Está com medo?_ Quinn pergunta apertando a mão da menina.

_Não! Com você eu não tenho medo!_ Quinn sorri e bate na porta. A porta se abre.

_ Rachel!

_ Marley!