Minha Estranha escrita por GreenTop


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

Yoo, pessoal!

One-Shot editada ; ) Tentei corrigir os erros e melhorá-la um pouco. Não deu para melhorar muito... mas espero que gostem!

Boa leitura!



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Tudo parecia normal na guilda mais barulhenta de Fiore, se é que aquilo poderia ser chamado de normal, mas para a Fairy Tail o termo se encaixava, mesmo que de uma maneira diferente. Barulho, agitação, cadeiras, mesas, garrafas e pessoas voando, isso era o normal da Fairy Tail. Aquele dia não era diferente, quase ao meio-dia a guilda estava lotada, exceto pela ausência de dois magos. Estes, porém, logo chegaram, mas estavam estranhos. Diferente dos outros dias, não chegaram conversando e brincando. Pelo contrário, os dois mal se olhavam.

A maga loira foi direto para o bar, onde se sentou sem dizer uma única palavra. O Dragon Slayer foi até a mesa onde estavam Erza, Gray e Juvia. Também se sentou, com a cara emburrada, nem ligando para as provocações do mago do gelo.

No bar, Mira percebeu que o clima entre os dois magos não estava nada bom. Era a única, pois em meio a toda a confusão, a maior parte dos magos mal havia notado a chegada dos outros dois.

― Está tudo bem, Lucy? ― Ela perguntou, tentando descobrir o motivo do silêncio entre os dois.

― Sim Mira-san ― Lucy respondeu sem muita animação.

― Tem certeza? Você e o Natsu estão estranhos.

― É que ele é um idiota. ― Desabafou, olhando para Mira.

― Então vocês brigaram? ― A albina perguntou, demonstrando preocupação em seus olhos azuis.

― Sim. Mais uma vez ele destruiu metade da cidade e nós não conseguimos a recompensa! ― Ela respirou fundo, desviando o olhar. ― O pior é que meu aluguel vence logo e já que não conseguimos o dinheiro, não tenho como pagar. Quando nós chegamos a Magnólia eu briguei com ele por causa disso, ele foi extremamente infantil e começou com suas brincadeirinhas, nem ligando para o que eu estava falando.

― Mas vocês sempre fazem as pazes, por que ficou tão magoada? Natsu sempre faz isso. ― Mira perguntou, compreensiva.

― Eu cansei dele sempre sendo um idiota e não se importando o que eu falo. Foi a gota d’água. Dessa vez não vou falar com ele até que ele venha se desculpar. ― Lucy murmurou, decidida, debruçando-se sobre a mesa e franzindo a testa.

― Mas do jeito que o Natsu é cabeça dura isso vai demorar. Você tinha me dito que gostava dele mais do que como amigo, tem certeza de que vai aguentar ficar sem falar com ele?

― Não importa o quanto eu goste dele, cansei desse Natsu infantil que não liga para nada. Já tomei minha decisão, enquanto ele não se desculpar, não vou falar com ele. ― A loira disse, totalmente decidida a cumprir com o que dissera.

― Tudo bem, boa sorte então. ― Mira murmurou, tristemente.

― Acho que vou pegar um trabalho Mira-san ― A loira avisou após alguns segundos de silêncio, se levantando logo em seguida.

― Tudo bem, mas escolha um mais fácil se o Natsu não vai junto. ― A albina alertou, indo lavar alguns pratos sujos.

― Eu sei. Vou pegar um que seja suficiente para pagar o aluguel.


Não muito distante dali, os amigos começavam a se preocupar com Natsu, já que nunca o tinham visto tão calado e de mau humor. Gray já até havia desistido de provocá-lo ao perceber que nada adiantava.

― Natsu, você está bem? ― Perguntou Erza. Happy, que estava com Natsu quando a confusão começou, respondeu antes dele.

― Ele brigou com a Lucy.

― Por que brigou com ela? ― Perguntou Erza novamente, esperando uma resposta do mago.

― A Lucy é estranha. ― Ele disse apenas, cruzando os braços.

― Aye ― Happy concordou, com nem tanta animação.

― Ela disse que eu sou infantil e não levo nada a sério porque nós perdemos a recompensa do trabalho de novo, depois me deu uma bronca e disse que não falaria comigo até que eu me desculpasse e me expulsou da casa dela.

― E o que você está esperando para se desculpar? ― Erza respondeu simplesmente.

― Não vou me desculpar, foi ela quem me insultou, ela quem tem que se desculpar. Não fiz nada de mais. ― Respondeu irritado.

― Vocês nunca ficaram sem se falar, mesmo brigando. Por que isso agora?

― É porque a Lucy é estranha.

― Aye. Dessa vez eles brigaram feio Erza. A Lucy está muito brava com o Natsu. ― Happy completou.

Lucy já havia escolhido o trabalho. Um fácil e não muito demorado. À noite já deveria estar de volta. Pegou o papel, levou até Mira para que ela autorizasse e caminhou em direção à saída da guilda. Deu uma breve olhada para Natsu e ele a olhou saindo. Mais rápido do que quando seus olhares se encontraram foi quando se separaram, ambos decepcionados e irritados. Dois orgulhosos que não se convenceriam facilmente a acabar com uma briga estúpida que poderia levar a uma grande dor.

Ela saiu da guilda, triste, já que mesmo o Dragon Slayer sempre destruindo as coisas, tudo era mais divertido quando ele estava junto. Aquele seria um trabalho chato, já previa isso.

― Happy, vamos treinar um pouco, quero me distrair. ― Natsu disse, se levantando subitamente.

― Aye ― Happy concordou, seguindo o amigo.

Naquele dia específico, todo o barulho produzido na guilda estava incomodando o rosado. Por mais estranho que parecesse ele queria apenas um pouco de paz. Era raro vê-lo de mau humor, mas quando isso acontecia preferia o silêncio, além de uma boa distração: Seu treino.

Happy e Natsu foram para a floresta, passaram a tarde inteira lá, com ele descontando o que estava sentindo nas árvores que atingia com seus golpes, era o que o fazia se sentir melhor. Quando terminaram, os dois decidiram voltar para a guilda.

― Nee Happy, você acha que a Lucy já se esqueceu do que aconteceu?

― Aye, a Lucy não conseguiria ficar sem falar com você por tanto tempo.

 ― Hum, tomara que você tenha razão. Eu estou com saudade dela. ― Murmurou com um ar tristonho.

Enquanto os dois conversavam sobre Lucy, Mira se aproximava, com o rosto molhado pelas lágrimas, correndo até Natsu, que se assustou ao ver a situação da maga.

― Natsu... até que enfim eu te encontrei.

― Mira? O que aconteceu?

― É sobre a Lucy.

― Lucy?! O que foi?! Aconteceu alguma coisa com ela?!

― Na verdade, sim ― O rosado prestava atenção em cada palavra de Mira, a aflição já tomava conta de seu corpo, com medo do que ela fosse falar. ― Ela saiu em um trabalho sozinha, mas esse trabalho era muito mais difícil do que Lucy pensou que seria... ― Mira o olhou nos olhos ― Natsu... a Lucy está morta.

O rosado não acreditava no que seus ouvidos ouviram. Não podia ser verdade. Ele desejava mais do que tudo que aquilo fosse apenas uma brincadeira, ou quem sabe um sonho. Poderia ser qualquer coisa, menos a realidade. Happy também não acreditava, por mais que brigasse com a loira ela era parte importante da vida de ambos.

― Não... não, isso não pode ser verdade. POR FAVOR, MIRA! DIGA QUE ISSO É MENTIRA!

Ele já não mais conseguia controlar as lágrimas, que saiam incesavelmente. Era a única forma de expelir a tristeza criada em seu coração a partir daquele momento.

― Sinto muito, Natsu. Eu... também não consigo acreditar... mas é verdade.

Natsu se virou e saiu em disparada, enquanto Happy ficou parado, ainda sem acreditar, também chorando. O exceed decidiu voltar para casa, era melhor deixar o amigo sozinho, sabia que a ligação que ele tinha com Lucy era muito forte. Iria para casa tentar esquecer, era o melhor que podia fazer.

Natsu corria sem rumo, apenas queria poder voltar no tempo. Se não tivesse brigado com Lucy ela não teria ido a um trabalho sozinha e nada teria acontecido. Se ela estava morta a culpa era dele. Seus pés o levaram à casa da maga. Ele entrou, aquele lugar exalava o mesmo cheiro que a loira, era confortante e, ao mesmo tempo, sufocante, por só poder sentir seu cheiro sem poder tocá-la.

Deitou-se na cama, fitando o teto. O buraco em seu coração era gigante. Se sentia sufocado pela tristeza e dor. Nunca imaginou que a perda de alguém iria fazer isso com ele. Era muito mais forte do que quando pensou que Lisanna estivesse morta, era mais forte até mesmo que a dor que sentiu quando Igneel desapareceu. Tudo o que desejava era o que menos poderia ter naquele momento: Sentir novamente o toque das mãos quentes de Lucy.

De repente, como se tudo tivesse se passado há um segundo, as lembranças com a loira lhe vieram à mente: Quando a conheceu e salvou; seu primeiro trabalho ao lado da maga, na mansão Everlue; quando pegaram um trabalho classe S sem permissão do mestre; a vez em que ela foi sequestrada, se atirou da torre e ele a salvou; em Edolas, quando o seu abraço confortante o fez voltar a si, impedindo-o de atacar o exército; quando tentaram usá-la para criar o pesadelo infinito, depois de finalmente conseguirem pará-lo, ela caia como uma estrela, e ele a salvou mais uma vez. Salvou-a diversas vezes, nenhuma por obrigação, mas sim porque perdê-la significaria perder uma parte de si. E era exatamente isso que se passava naquele momento.

Por mais que tentasse protegê-la, não conseguiu protegê-la de si mesmo, de sua infantilidade e ignorância. Por culpa de coisas tão tolas iria enfrentar um sofrimento eterno, uma dor irremediável. Se pudesse voltar no tempo, se pudesse salvá-la só mais uma vez para voltar a ouvir sua doce voz...

As lágrimas passaram a cair com mais intensidade depois de se lembrar dos momentos junto de Lucy. Colocou seu braço em cima do rosto, na tentativa de enxugar as pequenas gotículas de água que caíam de seus olhos, mas não adiantava, porque na mesma intensidade que ele as enxugava, novas lágrimas eram formadas. Ele a amava mais do que qualquer coisa, e só percebeu isso quando já era tarde demais.

A porta da casa se abriu, mas Natsu nem ligou, pensando que era a síndica.

― Ahh, até que enfim estou de volta. A recompensa daquele trabalho pode ser boa, mas foi muito cansativo, um banho seria ótimo agora ― Ao entrar em sua casa, a loira percebeu a presença do rosado, que não acreditava estar ouvindo aquela voz novamente. ― Ahn? Natsu? O que está fazendo aqui? Se veio se desculpar tudo bem, mas senão pode sair, porque eu... ― Ela não pôde terminar a fala. O abraço quente, junto com as lágrimas que molhavam sua blusa a impediram ― N-Natsu, o que você tem? Por que está chorando?

Natsu chorava muito. Abraçava fortemente Lucy, com medo de soltá-la e realmente perdê-la, como se da mesma forma que desejava que sua morte fosse um sonho, pensava que ela estar ali também podia ser um sonho, que logo ele acordaria para se lembrar da triste realidade. Mas a realidade era aquela. Lucy estava mesmo viva, e ele muito feliz. Chorava ainda mais do que quando pensou que ela estava morta, porque mais forte que a dor da perda era o alívio por tudo não passar de uma mentira.

― Eu... eu pensei que nunca mais fosse te ver. Me perdoe, Lucy. Me perdoe por tudo, por favor.

― Nunca mais fosse me ver? Como assim? ― Perguntou confusa a loira. Realmente não entendia nada do que estava acontecendo.

― Pensei que você estivesse morta.

― Morta? Quem foi que te disse isso? Por que pensou algo assim? ― Lucy estava ainda mais confusa do que antes.

― A Mira, ela me disse que você havia ido a um trabalho sozinha e que não conseguiu sair dele viva.

― Não sei por que ela te disse isso, mas pare de chorar. Eu estou aqui não estou?

― Lucy... por favor, me perdoe. Eu fiquei desesperado quando ela disse que você estava morta. Pensei que nunca mais fosse te ver, ouvir sua voz. Não faz ideia do quanto isso foi torturante. Eu não conseguiria viver sem você. Nesse tempo em que pensei que fosse ter que viver dessa forma... foi insuportável.

Lucy retribuiu o abraço, sorrindo.

― Mas não fique assim, eu estou bem, você não vai ter que viver sem mim. Vai ter que me aguentar por muito tempo ainda. ― Brincou.

― Então você me perdoa? Se você tivesse morrido mesmo seria por minha culpa, por eu ter sido um idiota, se não tivéssemos brigado você não teria ido a esse trabalho sozinha.

― É claro que te perdoo, mas eu sei me cuidar, e não seria sua culpa se isso tivesse mesmo acontecido. Agora vem ― Lucy segurou a mão de Natsu e o levou até a cama ―, sente-se aí, eu vou pegar um copo de água para você se acalmar.

A loira foi até a cozinha, deixando o garoto ali, refletindo sobre o que acontecera. Natsu estava muito feliz, depois do susto que levou, o alívio tomava o lugar da tristeza. Ela logo voltou e entregou o copo de água a ele.

― Lucy, nunca mais me deixe brigar com você. Não sei o que faria se tivesse te perdido, a sensação foi pior do que quando eu pensei que a Lisanna tivesse morrido, pior até mesmo do que quando o Igneel desapareceu.

Lucy corou. Sabia que Igneel era a “pessoa” mais importante na vida de Natsu. E naquele momento ele havia dito que a suposta perda de sua amiga doía ainda mais do que a perda de seu pai.

― C-Certo. Só não entendo por que a Mira te disse isso.

― Isso me lembra de uma coisa. O Happy também pensa que você está morta. Tenho que avisá-lo, mas acho que se eu disser, ele não vai acreditar.

― Então vamos até lá ― Lucy sugeriu, sorrindo. ―. Acho que ele vai acreditar se me ver, não é?

Os dois foram até a casa de Natsu e Happy. Na guilda, Erza conversava com Mira.

― Mira, você não acha que foi muito cruel com o Natsu? ― Disse a titânia.

― As pessoas só se dão conta da importância que algo tem para elas quando perdem esse algo. Era o único jeito de fazer o Natsu perceber o quanto a Lucy é importante para ele.

― Ainda acho que foi muito cruel. Ele deve estar sofrendo muito

― Logo ele vai estar bem. Só fico com pena do Happy, ele estava junto com o Natsu, então tive que mentir para ele também.

― Pensando por esse lado... Mas tenho que admitir que você é uma excelente atriz.

― Foi difícil, mas era pela felicidade daqueles dois. Guarde o que eu digo Erza, amanhã teremos o anúncio de um novo casal na Fairy Tail.


Natsu e Lucy entraram na casa, onde Happy dormia na pequena almofada encharcada pelas lágrimas.

― Ei, Happy, acorda. ― Natsu falou. O pequeno Exceed logo acordou, mas continuou com os olhos fechados.

― Eu não quero Natsu, não quero lembrar que a Lucy está morta. Eu já estou com saudades daquela estranha.

― Mesmo pensando que eu estou morta você me chama de estranha?! ― Exclamou Lucy. Happy nunca mudaria...   

― Essa voz...

― Happy, abra os olhos ― Natsu ordenou, tendo sua ordem cumprida. A surpresa estava estampada no olhar de Happy quando viu quem estava à sua frente.

― Lucy... ? Lucy! ― O gato pulou em cima de Lucy e a abraçou o mais forte que pôde. ― Você está viva! Mas a Mira tinha dito que você estava morta. Você é um fantasma?! ― Perguntou assustado.

― Não, eu não sou um fantasma. Mira mentiu. Não sei por quê disse isso, mas eu estou bem.

Happy voltou a se sentar, enquanto Natsu abraçou a cintura de Lucy, ao mesmo tempo em que entrelaçava sua mão com a dela.

― Isso é ótimo! Mas, Natsu, por que você está abraçando a Lucy?

― Porque eu a amo. E só percebi isso quando pensei que a tinha perdido para sempre.

Lucy corou absurdamente com o comentário e declaração do rosado.

― N-Natsu ― Ela sorriu, olhando para ele ― Seu idiota!

― E você é estranha! Quase me matou por causa de algo que nem aconteceu. Mas é a MINHA estranha.

Ele aproximou um pouco mais seu rosto, selando seus lábios. Um beijo que pensou que nunca sentiria, mas que quando sentiu, percebeu que era a melhor sensação do mundo. Beijar a sua estranha era a melhor coisa do mundo. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? Ficou muito ruim? Acharam que a Lucy tinha mesmo morrido ou não consegui enganar vocês? Deixem reviews, ok? É importante para saber o que acharam.