Start Of Something Good. escrita por story4you
Fiquei sabendo de uma festa que teria numa casa noturna jovem na cidade. Arrastei a Barbara, pois não queria ir só. Coloquei um vestido preto tubinho e uma sapatilha azul, já a Babi colocou um short jeans e um tomara que caia verde, com um all star branco.
Só tinha menino bonito e da nossa idade. Começamos a dançar loucamente e avistei de longe um menino lindo de cabelo negro e olho misterioso. Comecei a olhar pra ele até que ele piscou pra mim e eu enlouqueci. Fiquei sorrindo como boba.
-vai La falar com ele, boba. – a Babi gritou.
-não vou te deixar sozinha.
-to de olho em um também. Eu vou lá.
Tomei coragem e me aproximei do cara, que fez o mesmo com a maior cara de safado.
-oi. – eu disse.
-André.
-Laura. – ele me deu dois beijinhos no rosto e ficou sorrindo.
-tem quantos anos?
-quase 16. E você?
-18. Você é da cidade?
-infelizmente, e você é turista, né?
-como sabe?
-sua roupa. Olha... é diferente da roupa dos outros.
-nem tinha reparado. – ele encostou a Mao dele na minha e eu fiquei olhando pro teto, tentando disfarçar a timidez. – você ta afim de me beijar?
Respondi com um beijo. Foi a única coisa que eu fiz e no final ele pediu bis por 3 vezes. Depois disso ele saiu e eu o vi falando com outra menina. Alguém pegou no meu braço e olhei assustada, afinal ninguém havia feito isso comigo.
-o que você ta fazendo aqui? – o Rafael indagou, bravo.
-tentando esquecer quem nunca me amou. – respondi rudemente.
-você tinha algum outro namorado alem do Roberto?
-é o Roberto.
-ele te ama, Laura. É difícil eu falar isso, mas ele te ama muito. Ele ta indo pra são Paulo, e a vagabunda vai com ele.
-jura? – gelei, mas mantive uma postura.
-vamos lá fora? Aqui é ruim pra conversar. -Afirmei com a cabeça... achei que ele nunca mais iria querer ver minha cara, mas já que ele me chamou não posso recusar. Principalmente pelo motivo da conversa. – ele está indo contrariado, não queria levar a Pâmela, mas minha mãe obrigou e agora ele deve estar terminando de arrumar as malas.
-quando ele vai?
-amanhã.
-Rafa... porque aquilo foi acontecer? Tava tudo tão perfeito.
-destino, La.- ele falou e pegou na minha mão. Na hora a tirei.
-eu vou voltar pra pista, to afim de dançar e esquecer da vida.
-Laura. – ele pegou no meu braço e eu arrepiei até o ultimo fio de cabelo. – Não acredito que vou falar isso, mas... Lembre-se que o Roberto te ama, acima de tudo.
-ele vai ser pai.
-mas ele te ama.
-não queria que ele me largasse grávida, então não quero que ele faça isso, por mais ridícula que a Pâmela seja. Tchau, Rafa.
Entrei e comecei a procurar a Babi, que estava agarrada com um menino. Comecei a dançar perto dela, e logo chegaram vários em mim, em nós. Um mais lindo que o outro... Fiquei com alguns, mas sempre lembrava do Roberto, principalmente por causa do que o Rafael disse.
Resolvi então, ir até a rodoviária, como a Julia disse que ele iria, e fiquei o observando de longe. Vendo a despedida, os abraços e a tristeza no olhar de todos. Quase chorei junto, mas fiquei forte. Pelo menos tentei.
Por mais que o Roberto estivesse dando tchau atenciosamente a todos o olhar dele estava longe, a procura de alguém. Sai andando feito louca antes que eu pudesse ser avistada pelo olhar dele.
-ta perdida moça? – um menino perguntou-me.
-não, só um pouco desnorteada, mas está tudo bem.
-então você pode me ajudar? –afirmei com a cabeça e ele prosseguiu – preciso ir pra praia no setor 3 da cidade, você sabe onde é?
-claro! Moro próximo dali. Você vai ficar no Hotel Blasment?
-como você sabe?
-todos ficam ali. – eu deu uma risada fraca e ele me acompanhou.
Saímos juntos de lá e vi que o Rafael me viu. Ele veio em minha direção e todos o observaram.
-ora, ora. O que fazes aqui? – ele perguntou e eu gelei.
-vim pegar meu primo.
-prazer, Gustavo. – ele estendeu a mão, mas o Rafael não a apertou.
-temos que ir. Minha mãe nos espera. A gente se vê. – acenei e puxei o coitado do Gustavo.
-seu ex?
-ex cunhado. Meu ex acabou de partir com a futura mãe do filho dele para são Paulo.
-ele te traiu?
-não. É uma longa historia. –sorri e ele retribuiu.
Pegamos um taxi que o deixou na porta do hotel. Ele me passou o numero de seu celular e pediu para que eu o ligasse no dia seguinte, para conversarmos mais e para que eu apresentasse a cidade para ele.
Fomos a praia juntos no outro dia. Ele começou a contar sobre a vida turbulenta dele e eu só observava. Ele era mineiro, um sotaque fofo que dava vontade de morder, principalmente quando ele falava da família.
-me conte sobre você... – ele disse.
-meus pais são separados e minha mãe vai casar daqui a alguns dias, tenho duas irmãs, um sobrinho e um ex namorado que vai ser pai, acabei de ganhar o concurso da escola cantando e eu quero me matar.
-não se mate. Alguém se mataria por você.
-prefiro morrer no lugar da pessoa. – olhei pro sol e lembrei-me das sábias palavras do meu avô, quando ele falava sobre a morte eu delirava.
-que seja. – ele sorriu e ficamos calados, olhando o mar.
O meu celular começou a tocar e vi que era a Julia. Precisei atender, então sai loucamente e o Gustavo ficou sem entender.
-fala ju!
-sabe de quantos meses a piranha ta?
-quantos?
-três meses, Laura.
-Calma, mas três meses atrás...
-é! três meses atrás o Roberto tava com você.
-não é possível. EU LEVEI CHIFRE? – gritei e senti as lagrimas rolarem, quentes, por todo o meu rosto.
-vou tentar descobrir isso com o Jonas, fica de boa ai. Daqui a pouco te ligo.
Não tive tempo de responder. Ela simplesmente desligou, eu dei tchau pro Gustavo e fui pra casa.
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