Cops escrita por sobrehumana


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee eehehehe falei que não tinha data de atualização mas aqui estou,huh? Lapso de inspiração momentâneo!!!!
Esse capitulo ficou mais curto, e meio chato, mas ele foi REALMENTE necessário para o seguimento da história. Eu realmente espero que gostem e espero que não me odeiem ( de novo) ehehehehe
Beijos e apreciem sem moderação ;)
P.S.: Postei na pressa, desculpem-me se aparecer qualquer erro!



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      Os dois primeiro estágios de luto são, de longe, os piores de qualquer um. Ao total, são quatro: Choque, realização, negação e aceitação.

      Choque ao receber a noticia de que uma pessoa querida, um amigo ou familiar, partira dessa para melhor. É o momento único, quando o telefone toca e a noticia é dada e então suas pupilas dilatam,seu coração perde uma ou duas batidas, suas pernas tremem e seu corpo pode ou não chegar a sucumbir.

      A realização adquire uma forma um tanto pior. Quando se dá conta, que realmente percebe, que seu amigo ou familiar nunca mais irá sorrir para você. A realização de que você não poderá mais estar lá quando ela precisar, pois ela não estará lá ao final de contas. A realização de que ela já não vive. Que nunca mais poderão voltar a se ver.

      Daí vem a negação. De que isso não pode estar acontecendo. Ela não pode estar morta. Isso não pode estar acontecendo.

 Então, a negação desencadeia uma fase secundária: a possível depressão. Você não consegue se lembrar dela sem derramar lagrimas. Não consegue sair de casa e sentir o olhar  de pena sobre si. Não consegue dormir a noite sem ter alguém para te segurar.

        E, por fim, vem a fase de aceitação. Ela está em um lugar melhor. Nós vamos sentir seu falta, mas nada pode reverter o dano. Nós vamos sentir sua falta e não há nada que possa se fazer a respeito.

          Nós vamos sentir sua falta.

XxX

          O velório aconteceu dois dias depois do ocorrido. Nova York nunca parecera tão sombria. O clima não era favorável para qualquer "evento" do tipo, sendo que o chão estava completamente coberto de neve e estava tão frio que não se podia sair de casa sem no mínimo três casacos.

          Um número considerável de conhecidos fez questão de ir. Minerva e Dumbledore, alguns colegas do Departamento. A mãe de Lily,que conhecera Em guardara extremo apreço por ela. Sirius e Remus pareceram arrasados e se desculparam vezes o suficiente por não poderem comparecer, pois estavam do outro lado do mundo em uma viagem de ferias. Snape assistira tudo de longe. Após Lily ter apontado-lhe um revolver furiosamente o acusando de ser o então assassino, preferia não arriscar, principalmente na presença da família de Emily. Além de estar em prisão preventiva, é claro.

           Pensar nela fazia com que seu coração doesse. Pensar nela fazia com que sua alma doesse. Dali, de longe, assistindo a todos lamentarem a tragédia, Evans chorando silenciosamente contra o peito de Potter, ele sentiu raiva. Ressentimento. Ódio. E mais que tudo, saudade. Pois ninguém ali tinha conhecimento de seus momentos com Emily Gilbert. Ninguém dali sabia que ela havia o tornado um homem melhor. Ninguém sabia que Severus Snape, aquele cara individualista e arrogante, tinha sentimentos e por deus, como sentia falta dela. Que quem quer havia feito aquilo com sua Em, iria pagar na mesma moeda.

Naquele momento, foi sua única certeza.

XxX

O trajeto para casa fora extremamente desconfortável.

James se recusava a deixar Lily, e ela se recusava deixa-lo ir, mas ainda sim o silencio melancólico o incomodava. Não tinha ideia do que dizer em situações como aquela, principalmente quando a envolvia.

         Ela havia sofrido tanto em sua vida e perder pessoa mais próxima de família de verdade que tinha era mais que James jamais se imaginara aguentando. Ele sabia que Lily chorava silenciosamente no banco do carona, e não pode fazer nada além de apertar sua mão com força e rezar para que tudo ficasse bem o mais rápido possível. Joan Evans, que insistira ficar com a filha durante um tempo, assistia a tudo calada no banco de trás do carro.

- Acredita nele? - Lily perguntou ao chegarem ao apartamento. - Snape?

 - Você não?- respondeu James.

 - Não tenho certeza. Quero dizer, tudo indica que ele esta falando a verdade, mas... É meio difícil acreditar que Severus Snape era o - ela engoliu seco - Noivo de Emily.

 Ela se sentou no sofá e James sentou-se ao seu lado. Lily continuou, e ele percebeu que ela se segurava para não cair no choro novamente.

 - Como... Como posso acreditar James? Aquela cena. Não sai da minha cabeça.

 E finalmente ela caiu no choro. Não eram aquelas lagrimas silenciosas que derramara desde o incidente. Era um choro doloroso, de perda, que fazia com o que James se sentisse completamente desolado e desesperado por não poder fazer nada a respeito. Joan não parecia diferente, e com um olhar de culpa foi para a cozinha para fazer um chá.

 Ele a abraçou forte, deixando que Lily enterrasse a cabeça em seu ombro e chorasse o necessário.

 - Porque as pessoas entram e saem da minha vida de forma tão rápida? - sussurrou ela e James quis chorar. - Eu nem consigo deixar nelas uma saudade.

 - Mas é claro que deixa saudades, Lil. Não diga isso.

 - É verdade, James. Eu ao menos sabia quem era o namorado da minha melhora amiga, quase nunca estive lá por ela por causa desse estúpido trabalho... E o pior de tudo é que se ela me dissesse que era Snape, eu sei que não aceitaria tão fácil. É isso que faço, afasto pessoas. Minha irmã, minha mãe, você... Acabo não fazendo falta.

 - Você faz falta para mim, ruiva. Sempre fez.

 - Quando ninguém sente falta da gente, é uma espécie de morte. - ela riu amargamente. - Já morri muitas vezes, não?

 Ele não respondeu e esperou ate que Lily se acalmasse. Precisava saber sobre o caso, mas não podia simplesmente deixa-la. Após um tempo, a respiração da ruiva se acalmou, e James percebeu que ela estava dormindo. A carregou para a cama e tirou seus sapatos.

 - Eu nunca vou te deixar, Lily. - sussurrou ao beijar sua testa. - -Nunca.

Precisava ligar para Dumbledore. Ao que parecia, Emily havia sido vitima do tal serial killer obcecado por olhos verdes. Fora um fardo e tanto para Lily ter que lidar com a imagem da amiga morta de orbitas vazias.

 - Dumbledore? Como andam as coisas?

 - Tudo na mesma. O suspeito continua foragido e já lançamos uma recompensa por sua localização. Snape ainda esta em prisão preventiva*, foi liberado apenas para ir ao velório.

 - Há algo que eu possa fazer?

 - Não pode fazer nada, James. Apenas cuide de Lily, se precisarmos de algo mandarei um recado.

 E então desligou. Ele não sabia mais o que fazer. O FBI já havia colocado seus melhores agentes especiais para o trabalho, e o rosto de Mark estava estampado em todo pais. Não havia nada mais a fazer a não ser esperar.

Então ele esperou.

XxX

O som da cela se fechando o fez despertar-se de seu transe.

Tornara-se um hábito, este estado de torpor. Era reconfortante. Era bom mergulhar em sua mente e encontrar memórias que o faziam esquecer por um minuto ou dois da realidade dolorosa. Estancava a ferida saber que ele tivera a chance de dizer que a amava e que a recíproca era verdadeira. Mas era um fardo acordar.

Por isso ele se isolava. Num canto de sua cela, ele encostava a cabeça na parede e imergia em momentos passados e não mais futuros. Ás vezes perdia noção do tempo, às vezes se pegava em um sono profundo cheio de sonhos ruins e acordava soando. Ás vezes ele ouvia a voz dela.

Os dias se passavam e ele não se dava conta. Para Snape, se não poderia ser real naquele momento, seria real em sua mente e ele ignorava qualquer tentativa de conversa com seu colega de cela acima do peso.

- Ei, cara.

Ele o ignorou.

- Estou falando com você, babaca.

O silencio respondeu.

- Vem cá, sua mãe não te deu maneiras? – uma voz completamente feminina disse – Seja educado, Sev!

Ela estava ali, bem ao seu lado. Ele sentiu um enorme vazio por dentro.

Só podia estar ficando louco.

- Severus, estou falando com você. Vai me ignorar agora também?

Ele sabia que era loucura. Ele sabia que aquilo não era possível.

- Emily?

Porém não custava tentar.

- Hey, Sev.

E então ele desabou.

- Severus?  - ele podia sentir o toque dela acariciando suas costas carinhosamente. – Não chore meu amor.

Ele a abraçou forte e suspirou ao sentir a maciez de sua pele. Como era bom tocá-la novamente. Deus, como sentira falta daquilo.

- Sei que é difícil.  – ela o olhou nos olhos – Mas tem que fazer uma coisa para mim.

- Uma coisa? O que...?

- Você tem que fazê-lo pagar, Severus. Você tem que ir atrás dele.

Isso o fez parar. Ela tinha razão. Não iria deixar que ele saísse impune.

- Eu não consigo esquecer. – ela falou já chorando – Aqueles grandes olhos castanhos me encarando com um brilho maníaco e...

- Eu vou fazê-lo pagar, Em. – falou com certeza absoluta. – Vou fazê-lo pagar.

XxX

- Lily? – ela acordou com uma batida leve de porta. – Posso entrar, meu amor?

Encarou o teto e então sua mãe. Ela parecia mais velha e cansada. Fazia meses que não a via.

- Onde está James?

Joan pareceu constrangida.

- Ele está na sala descansando um pouco.

- Por que não falou para ele deitar aqui?

Lily não entendia por que sua mãe se preocupara com ela de uma hora para a outra. Não fazia questão de ligar, e sempre que se falavam, era distante. E agora ela estava ali, de pé na porta de seu quarto, parecendo raivosa sobre qualquer coisa. Que direito tinha ela de sentir raiva?

Fizera cinco anos, pelo amor de Deus!

Joan entrou e se sentou ao seu lado, parecendo constrangida.

- Não me disse que estava namorando novamente.

Lily ergueu uma sobrancelha.

- Não é como se você ligasse, então não faz diferença.

Percebeu que aquilo a machucou. Porém não ligou, afinal, fora ela que saíra mais machucada.

- Eu ligo Lily. Você é minha filha, é claro que eu ligo.

- Ah, sério? Mesmo depois de todas aquelas barbaridades que me disse?

- Eu me desculpei.

- “Aquilo foi inapropriado.” Isso não é desculpa mãe.

- Me desculpe! Me desculpe, Lily. – disse com os olhos marejados – Eu não queria ter dito aquelas coisas, não é culpa sua... Nada disso é culpa sua.

De repente Lily sentiu uma amargura inexplicável. Era como se ela estivesse tentando se desculpar por pena. Pura e simples pena.

- Não preciso da sua compaixão. Desaparece por anos e acha que pode se redimir assim?

- EU PERDI UM FILHO, DROGA!

O grito de sua mãe a assustou. Ela realmente estava fazendo aquilo? Naquele momento? Dizendo aquelas palavras?

- Não sei se se recorda, mas eu também perdi um irmão. E eu também perdi um filho, então não venha se fazer de coitada por que depois do que aconteceu eu não vivi mais. Eu não saí mais, não tinha mais amigos, namorados e agora a minha melhor amiga está morta. Tenho James então, por favor, não estrague tudo novamente.

Isso a faz calar-se. Durante longos segundos as duas se encararam em um silencio incomodo.

- Não estou me fazendo de coitada. – murmurou Joan finalmente. – Eu só pensei que você não ligava pro meu sofrimento.

- Será que não se deu conta que eu também sofri? Sofro até hoje? É tão hipócrita da sua parte vir falar de sofrimento pra mim. Logo agora, mãe. Quer saber? Vá embora. Eu não quero você aqui agora, outro dia conversamos.

- Lily.

- Vá embora! – ela gritou e as lágrimas que tanto tentou não derramar acabaram por escorrer por seu rosto. – Vá embora, eu não quero você aqui.

Então ela saiu porta a fora e deixou Lily desolada. Mais do que estava.

Como ela pudera dizer aquilo? Lily sabia como era perder um filho, Joan não precisava esfregar aquilo na sua cara. Era tão comodista, tão egoísta... Ela se perguntava se aquilo no final das contas era realmente sua culpa.

James acordou com o grito de alguém. Sobressaltado, levantou rapidamente e estava pronto para usar seu revolver quando percebeu que não passava de uma discussão entre Lily e a mãe.

Quando que iriam perceber que Lily já sofrera demais para complicarem ainda mais sua vida?

Não pode deixar de ouvir e se sentiu mal ao ficar feliz quando ouviu Lily dizer que tinha a ele. Mas é claro que ela o tinha. Sempre o tivera.

Ouviu Lily a mandar embora, e Joan saiu do quarto soluçando. Ele tentou perguntar o que houvera, mas ela simplesmente o olhou e disse:

- É melhor não a decepcionar, garoto.

E foi embora.

Ouvira Lily chorando e entrou no quarto as pressas. Ele a perguntou o que podia fazer para que a dor melhorasse.

 Ela apenas o pediu para ser abraçada.

XxX

Ele precisava falar com Dumbledore. Ele sabia quem era, ele apenas sabia. Ele lera o arquivo. Ele sabia quem era.

- Ei! – sacudiu as grades e um dos guardas o olhou feio. – Quero falar com Dumbledore! Preciso falar com Dumbledore, chame Dumbledore!

- Não vamos chamar ninguém. Cale a boca e fique quieto. – falou o policial.

- Eu tenho direitos! Chame Dumbledore, ou a Assistência Social!

- O que a Assistência Social tem a ver com isso?

- Chame a Assistência Social. – respirou com dificuldade. – Diga que sem que é o assassino.

XxX

Os dias se passaram e James procurava animar Lily o máximo possível. A levava para passeios, alugava filmes, fazia piadas... Ela pareceu melhorar com um tempo, e isso o deixou extremamente feliz.

Estavam assistindo a um filme que envolvia índios seminus e caras que brilhavam e Lily tinha a cabeça encostada em seu ombro.

- O que vocês garotas veem tanto nesse cara brilhoso? É por que ele tem diamante incrustado na pele ou...?

Lily riu.

- Não. É só a maneira como ele a ama. É... Bonito.

 - Sou muito mais eu. Quer dizer, ele só quer transar depois do casamento. – bufou – Que mané.

Ela riu novamente. Estava encantada com a maneira perfeita que James a tratara ao longo da semana. Ela ainda estava triste, claro, mas havia algo nele que era... Revigorante.

- Eles nem conversam! Como se amam se não conhecem um ao outro? – ele parecia indignado – E se ele for um nazista necromante e ela a favor da escravidão?

- Necromante?* - ela gargalhou

- É, Lily... Tem muita coisa sem sentido. E essa filha monstro deles aí, se a vampira mãe Diná não consegue ver o futuro dela nem do lobo depilado, como se explica essa cena final? E isso não é pedofilia? Por que se Sirius se apaixonasse por nossa filha de cinco anos de idade, eu realmente...

- O que?

Lily o olhou maravilhada. Ele realmente havia dito aquilo sem distraidamente. Não fora algo planejado, ou uma declaração... Simplesmente escapou.

Ele a olhou confuso.

- O que o que?

- Você disse nossa filha.

James pareceu constrangido. Lily sorriu, seu peito explodindo em felicidade. Ele planejava um futuro para eles.

- É. Eu... – ele suspirou. – Me desculpe Lily, eu não queria te assustar.

Ela o olhou nos olhos e finalmente se sentiu inteira.

- Não me assustou. – sussurrou seus lábios a milímetros de distancia. – Não mesmo.

E o beijou, calma e lentamente. Era algo que Lily poderia fazer para todo sempre. O beijo dele a fazia se esquecer de qualquer problema, seu toque a levava a loucura e...

- Seria indelicado demais – disse ele entre beijos, sua respiração ofegante – Querer fazer amor agora?

Lil quase derreteu em seus braços.

- Não. Na verdade, eu estava exatamente pensando em...

Mas foi interrompida pelo toque de um celular. James bufou em irritação e ela riu.

- O que é? O que...  – de repente ficou pálido – Não é possível, ele está morto.  Sim, o nome é Nicholas Harris Moore. Certo.

Ele encarou o nada.

- James? James,o que aconteceu? Você está me assustando...

- Lily. – ele falou com a voz fraca. – Encontraram meu irmão.

- O que? Mas ele não...?

- Ele está vivo.

Ela tentou processar a informação. Até que caiu a ficha.

- James, isso é maravilhoso! Você tem que encontrá-lo!

- Maravilhoso? Como ele nunca procurou por mim?

- Talvez ele tenha esquecido, vocês eram tão pequenos.

Ele respirou fundo tentando se acalmar.

- Venha comigo, Lily. Eu não posso ir sozinho.

Ela o abraçou forte e acariciou seus cabelos revoltos.

- Claro que sim. Mas primeiro tome um banho, se acalme.

Ele acenou e foi direto ao banheiro.

Lily sentou pesadamente no sofá. Que bagunça. Mas ela não podia evitar se sentir feliz por ele. Se descobrisse que Carter estava vivo teria a mesma reação.

Era engraçado como James parecia partilhar cada pensamento seu. Era engraçado que estava começando a aceitar o fato de que ela talvez o ...

E então a campainha tocou.

- Legal, segunda interrupção do dia. – falou caminhando até a porta e a destrancando. – Será que não podemos ter um pouquinho de paz por um... Mark?

O homem sorriu.

- Acho que não me apresentei devidamente. – e estendeu a mão – Sou Nicholas Moore, prazer em conhecê-la. 


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Notas finais do capítulo

*Prisão preventiva é quando se dá a um suspeito, para que ele não atrapalhe nas investigações. Snape é suspeito,então... É isso aí.
*Nacromante é um tipo de feiticeiro ou bruxo que usa defuntos ou animais mortos para a pratica de bruxaria.
É isso aíiiii, espero que tenham gostado,não esqueçam de comentar e recomendar.
Infelizmente não tenho data de atualização... Mas qualquer duvida estou no twitter @sweetmrscarol
COMENTEM!!! RECOMENDEM!!!
Obrigada por todos os comentários e recomendações, significa muito!
Beijos, Carol.