Cops escrita por sobrehumana


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo foi feito com tanto carinho e capricho,espero realmente que gostem!
P.S.: Hoje descobriremos quem é o tão secreto namorado da Emily!
Apreciem sem moderação.



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PROXIMA ATUALIZAÇÃO COM 60 REVIEWS!

A luz do sol invadia o quarto por uma pequena brecha nas cortinas e uma acanhada faixa de iluminação matinal desenha perfeitamente o rosto de Lily Evans, fazendo-a mexer-se incomodamente no colchão macio. Sua respiração é calma, ritmada, e quem a visse naquele momento poderia apostar que tivera uma ótima noite de sono.

De certo modo, ela teve sim, uma ótima noite. Mas não de sono.

Seus olhos se abriram devagar e preguiçosamente, ainda se acostumando com a claridade que agora parecia invadir o quarto ainda mais. Ela fechou os olhos novamente, disposta a dormir a maior quantidade de tempo possível.

Foi quando se virou para o lado direito da cama, e algo faltava. Ela sentiu um movimento no colchão e ao abrir de novo os olhos se deparou com a imagem de um James vestindo sua boxer preta.

– Já indo embora? – perguntou Lily, sua voz soando sonolenta e brincalhona ao mesmo tempo – Não sabia que era do tipo que fugia.

Ele se virou e sorriu com a imagem de Lily, que tinha o corpo coberto por apenas um lençol.

– Na verdade. – falou ele voltando para a cama e a abraçando – Eu estava me preparando para fazer nosso café da manhã.

Ela sorriu e se aconchegou mais em seus braços, enterrando o rosto na curvatura de seu pescoço e entrelaçando suas pernas com as dele.

– James, você não sabe cozinhar. – sua voz saiu abafada.

Ele riu.

– Certo, eu estava me preparando para comprar o nosso café da manhã. Bom dia, aliás.

Lily sorriu e beijou sua mandíbula.

– Bom dia. – sussurrou.

James a observou fascinado. A cascata de cabelos ruivos derramados sobre o travesseiro, a voz rouca e sonolenta, seu corpo se juntando cada vez mais ao dele,pernas e braços enredados uns aos outros,sua respiração calma contra sua pele, seu cheiro.

As imagens da noite passada voltaram a sua mente e ele sorriu.

James Potter acabara de descobrir o conceito de fazer amor.

Ele acariciou as costas nuas de Lily até a cintura.

– Eu poderia ficar aqui para sempre. – murmurou ele. – Sem trabalho, assassinos, crimes para resolver...

Ela o encarou com seus grandes olhos verdes.

– Para sempre é um conceito meio errôneo, não acha?

– Depende. – falou ele enlaçando sua cintura e depositando um beijo leve em seus lábios. – Para sempre é muito tempo. Mas eu não me importaria de passá-lo ao seu lado.

Ela riu e passou suas mãos pelo pescoço dele.

– Se essa não fosse a coisa mais adorável que já me disseram, eu estaria te repreendendo por tamanha estupidez. Ninguém vive para sempre, Potter.

– Deus, como você é metódica.

E os dois se encararam sem dizer mais uma palavra. O silencio prevaleceu, mas ninguém fez questão de quebrá-lo. Era confortável, aconchegante e de certo modo significativo.

Ambos entendiam o que cada um sentia. Ambos estavam bem com isso. Mas havia, de fato, um problema.

– O que vamos fazer agora, James?

– Bem... – respondeu ele com um sorriso maroto enquanto deslizava sua mão direita pela perna da ruiva. – Eu tenho algumas ideias para por em prática, sabe...

– Não isso, seu pervertido. - ela se deu o luxo de sorrir um pouco – Digo a respeito do caso. Não temos certeza se é Mark o cara que procuramos.

– Eu sei que é ele. Algo me diz que Mark é o assassino, tudo se encaixa. Ele queria que soubéssemos quem ele era, e agora só está esperando o momento certo para aparecer.

– E a hora certa será quando ele vier até mim.

– Será que você ainda não entendeu – disse ele acariciando seu rosto – que eu não vou deixar nada de ruim acontecer com você? Nunca?

Ela riu.

Será que ele não entendia que era a única pessoa com que Lily realmente se sentia segura?

– Não estou preocupada com isso. Eu só me sinto culpada.

James franziu o cenho.

– Culpada?

– Há tanto trabalho a fazer, eu me sinto sobrecarregada. Nós somos agentes do FBI, pelo amor de Deus. É nosso dever proteger as pessoas e ao invés de fazê-lo, estamos deitados nus um sobre o outro sem intuito algum de nos mover.

Os olhos de James brilharam e ele sorriu como nunca havia antes.

– Vai me dizer que não gosta da sensação dos nossos corpos colados?

Lily corou.

– É curioso.

Ele rolou e a colocou por cima, segurando sua cintura.

– Curioso? – sussurrou James no ouvido de Lily,mordendo levemente seu lóbulo e a fazendo suspirar. – Eu acho extremamente excitante.

Lily tentou recuperar o fôlego. Tente fazer algo coerente sair de sua boca quando James Potter,vestindo apenas uma cueca, está beijando seu pescoço sem pudor e seu corpo está tão colado ao seu,que é capaz de sentir seu coração bater.

– James, é sério...

– Lily – ele disse a olhando nos olhos – não precisa se preocupar. O Departamento está em alerta, eu falei com Dumbledore antes de vir para cá.

– Mas nós precisamos trabalhar!

– Lily Evans, qual foi a ultima vez que tirou um dia inteiro de folga? Sem relatórios, sem casos, absolutamente nada?

E parando para pensar, Lily não tinha um dia de paz havia muito tempo. Desde a morte de Carter, tudo o que fez fora trabalhar mais e mais, como desculpa para ocupar a mente. Agora ela tinha James, que ocupava não só sua mente como seu corpo.

– Um bom tempo.

– Fique aqui comigo. Eu não vou te deixar, de qualquer jeito. – ele sussurrou provocante, passando o nariz por seu rosto salpicado de sardas, distribuindo beijos aqui e ali – Nós poderíamos assistir a um filme, conversar besteira, fazer amor...

– Eu não estou muito a fim de assistir a um filme. – ela respondeu e sorriu marota, o beijando com carinho, mas interrompeu o beijo. – Mas primeiro preciso de comida.

Ele jogou a cabeça para trás gargalhando.

– O homem mais gostoso do universo quase nu na sua cama e quer comida? Sério, ruiva?

Ela riu.

– Universo? Não acha que é exagero?

– Nem um pouco. – disse e então soltou um gemido de frustração quando Lily se levantou.

Ela procurou por sua roupa de baixo e após vesti-la se dirigiu à cozinha, pegando seu celular no meio do caminho.

Três Ligações Perdidas – Simpson

– Ué. – pensou alto – O que Simpson tanto quer?

James apareceu na porta vestido apenas em suas boxers e ao ver a ruiva apenas de calcinha e sutiã sorriu safado.

– Não sei o que Simpson quer, mas... – ele a abraçou por trás e beijou seu pescoço – Sei muito bem o que quero nesse exato momento.

– James Potter,se comporte. – ela o repreendeu, mas não se soltou do abraço. – Simpson?

Ele falou algo, mas James não pode escutar. Estava ocupado demais acariciando a cintura de Lily e beijando cada centímetro de pele encontrada.

– Emily? Não, não falo com ela desde ontem... Certo. Tudo bem, tchau.

– O que ele queria? – perguntou James, e Lily se virou para enlaçar seu pescoço.

– Falar com Emily. Diz que tem uma surpresa, mas ela não atende ao telefone. Provavelmente está com o namorado.

Ele franziu as sobrancelhas.

– Quem é esse namorado afinal?

– Não sei... Ela me deu umas dicas, pensei até que fosse Simpson, mas se ele está procurando por ela... Oh.

– O que?

– Agora tudo faz sentido.

XxXxXx

Ela nunca esteve em uma situação como aquela.

Em seus seis anos de idade namorar não passava de dar as mãos e dividir o lanche no intervalo das aulas. Quando ainda não tinha noção do que era realmente estar em um relacionamento, ter comprometimento e responsabilidade, o que era segurar as rédeas em uma discussão, querer voltar no tempo e retirar algo dito.

O que era ser a que corre atrás.

Ela não sabia o que era amar. Bem, talvez o conceito tenha lhe passado pela cabeça uma ou duas vezes, afinal, era apenas daquilo que as pessoas diziam o tempo todo.

"Eu te amo" para cá, "Eu te amo" para lá,era tudo o que falavam,falavam e falavam, mas uma vez sequer Emily havia visto alguém demonstrar o dito.

Talvez fosse falta de sorte. Talvez fosse pessimismo.

Lily já havia falado sobre isso milhões e milhões de vezes. Os anos de escuridão (o termo que chamava o então acidente com Lily devido ao excesso de confiança cego pela ideia de amor que a amiga tinha por Malfoy) fizera Emily abrir mais a mente para essa palavra tão pequena, mas tão cheia de becos, saídas secretas e labirintos intermináveis.

Para ela, amar era acima de tudo confiar. O que Lily tinha por Malfoy era um costume. Ela não o amava de verdade. Era apenas o costume de tê-lo ao seu lado, o fato de que Lucius Malfoy fazia parte de sua rotina, assim como James Potter fazia naquele momento.

Mas James era um cara completamente diferente, e apenas pelo modo de falar de Lily,a suavidade com que o nome "Potter" escapava de seus lábios as vezes era espantosa.
Emily jurava que nunca havia visto Lily tão...bem.

Ela nunca esteve em uma situação parecida com aquela.

Nunca teve a paixonite de adolescência,ou a ideia de paixão,ou qualquer coisa do gênero. Ela namorava caras que a faziam sorrir, caras dos quais ela gostou, mas nunca amou.

Ele fora o único que fez seu coração bater mais rápido.

O único que a deixou sem respostas.

Não foi amor à primeira vista, claro que não. A principio, não suportavam a presença um do outro, principalmente pela sua rixa com sua amiga Lily, e pelas coisas que a havia dito.

A ruiva e ele haviam sido bons amigos. Quase parceiros, diriam. Mas a estupidez dele, o orgulho, fizeram com que Lily se afastasse e reforçasse ainda mais a barreira que tinha em volta de si. O que fez com que Emily recuasse também.

Mas havia algo naqueles olhos castanhos escuros, algo naquele rosto que a primeira vista não era nada atraente, que a fazia se sentir intrigada.

Houve uma festa no Departamento.

Continuava metido, mesquinho e orgulhoso como sempre, mas havia algo mais. Uma certa...mudança de postura?

Eles conversaram, saíram uma vez ou outra e Emily começou a gostar de verdade da companhia daquele homem que em tão pouco tempo se tornara agradável.

Ela quis contar a Lily,mas sabia que teria de dar tempo ao tempo e não apressar as coisas, afinal ,estavam apenas "se conhecendo".

Veio o primeiro beijo, o segundo encontro, e muitos outros beijos, carinhos e palavras que ela nunca pensou em um dia sequer pronunciar.

"Estou apaixonada por você." Foi o que ela disse, pois não era mulher de esconder nenhum sentimento e Deus, ela se sentia tão bem e completa ao seu lado.

Isso o deixou com raiva.

Dizia que estava indo rápido demais, que sentia algo também, mas não sabia exatamente o que.

Isso fez com que Emily recuasse.

Ele teria seu tempo, e então ela prepararia Lily.

Mas então uma semana se passou e ele a ligara, dizendo que estava arrependido e que céus, como ele estava apaixonado e não parara de pensar um segundo sequer em como queria encontrá-la.

Ela nunca, nem ligeiramente, estivera em uma situação ao menos semelhante àquela.

Ela estava mais do que apaixonada.

Era um sentimento capaz de fazer seu coração acelerar apenas à menção de seu nome, suas pernas amolecerem ao o olhar nos olhos, sua pele arrepiar-se ao som de sua voz.

E cada vez mais eles se envolviam. Os dias passavam e faziam de tudo para se encontrar, qualquer oportunidade que surgia, qualquer tempo livre. E ela tinha medo do que as pessoas iriam pensar quando assumissem o relacionamento. Ele não era do tipo de cara que namorava. Ele era do tipo de cara que só vive pelo trabalho, nada mais, e seu pequeno desentendimento com Lily o fizera se fechar mais ainda, trazendo mais dificuldades para que ele assumisse o namoro dos dois.

Sim, namoro.

Pois a principio,quando ainda não se conheciam direito,Emily o julgara pelas suas ações com Lily. Emily o achara o pior ser humano da face da terra.

Mas ele mudara. Ela o fizera mudar, pois não importava seus erros do passado, mas sim o que era no presente o que seria no futuro. E seu futuro era com ela, Emily Marianne Gilbert.

Seria possível amar uma pessoa que conhecia a menos de um ano? Talvez fosse algo no olhar. Um entendimento, um significado oculto.

Ela não acreditava em amor a primeira vista, ou destino, mas se havia algo de que Em tinha mais certeza do que tudo no mundo era que sim, ele era o certo.

Mas porque havia de ser tão complicado? Porque ao menos para Lily,sua melhor amiga,ele não a deixava explicar? E porque diabos Lily não entendera o recado? Emily havia deixado uma pista mais do que óbvio, porque a ruiva não entendia?

Na noite anterior, no bar... Oh, Lily havia entendido!

Lembrava-se do que ela falara.

"Ei!" ela exclamou "Não desconte a raiva que tem pelo Simpson em mim..."

Opa,mas isso queria dizer...

O som do telefone tocando desfez sua linha de pensamento e ela hesitou antes de atendê-lo.

Ficara a semana o evitando,pois a ultima vez que se falaram ocasionou uma discussão da qual ela não gostaria de se lembrar. Esbarrar com ele no Departamento era ainda pior.

Ela o chamara de egoísta, orgulhoso, prepotente. Tudo porque tudo o que ele precisava era de tempo para entender tudo, e ela se setira tão envergonhada por não ter visto aquilo, tão arrependida de não ter falado que o motivo de querer assumir o que tinham era pura e simples felicidade.

Ela estava tão completa ao seu lado e queria mostrar que pela primeira vez na vida estava apaixonada e feliz,mostrar que ele era muito melhor do pensavam,que ele mudara.

Mas quando atendeu,a voz dele não parecia raivosa. Não parecia triste, ou arrependida, parecia...

Calma. Doce.

– Oi. - disse ela.

– Em.

– Olha, eu não quis dizer aquilo, me desculpe, eu...

– Não,não se desculpe,eu fui egoísta...

– Você vai me escutar,quer queira ou não. Eu só... Assustei-me. Eu fiquei assustada por te querer tanto, por querer, pela primeira vez, que desse certo e pela primeira vez estou apaixonada e totalmente feliz. E eu senti medo, pensei que depois daquela discussão você não me quisesse mais. Eu fui egoísta e prepotente, fui eu quem não esperou, pois eu sei que é a primeira vez que está realmente apaixonado. Deveria ter-lhe dado mais tempo. E eu não te procurei exatamente por isso, você precisava de tempo para pensar e eu precisava de tempo para entender. E eu entendi. Completamente.

– Emily...

– Deixe-me terminar. Eu entendi o que eu quero, e não é apropriado dizer isso por telefone, mas... Eu quero você. Eu te amo e por mais que pareça rápido demais, por mais que tenha sido de repente, eu tenho certeza disso. Não se sinta na obrigação de responder...

– Emily.

– Sim.

– Estou atolado em trabalho... Será que pode passar por aqui para almoçarmos? Eu tenho uma surpresa.

– C-claro. - ela gaguejou um pouco trêmula.

– E Em?

– Sim?

– Eu também.

E ela soube exatamente do que ele estava falando.

XxXxxX

– Obrigado. - sussurrou.

– Pelo o que?

– Por cuidar de mim quando não há ninguém para fazê-lo.

Ele sorriu e beijou sua têmpora.

– Eu sempre vou cuidar de você.

E mais uma vez Lily Evans se perdeu nos beijos e toques de James Potter,e ali estavam eles,sem nenhum tipo de roupa,corpos se fundindo e lençóis bagunçados.

Por Lily,eles poderiam ficar por ali pelo resto de suas vidas,sem trabalho,pessoas ou roupas para atrapalhar. Tudo o que era queria era mergulhar nessa imensidão vasta sem pudor, e pela primeira vez na vida se sentir apaixonada de verdade.

O toque de James era como fogo interminável. Onde sua pele a tocava era como chamas ardentes em seu corpo coberto de suor, deixando rastros dormentes por onde seus lábios a beijava e fazendo-a perder seu fôlego cada vez que sussurrava algo em seu ouvido.

– Você é tão linda. - era o que ele dizia - Tão linda, Lily.

Lily sentiu-se estremecer sobre seu corpo,trazendo-o para mais perto de si,o mais perto possível.

James tinha esse poder sobre ela,o poder de fazê-la esquecer qualquer preocupação, qualquer dor do passado e simplesmente viver. Viver como nunca vivera antes, sentir-se leve, como se o mundo que estava sobre suas costas de repente desaparecesse, sentir-se completa e segura.

Porque por ela, seria sempre assim.

Ela queria ter James ao seu lado. Como parceiro, amigo, amante. De todos os jeitos possíveis e inimagináveis, ela o queria tanto.

E havia a certeza de que sim, era recíproco, era possível ver em seu olhar, seus toques, manias e o jeito que pronunciava "ruiva",os lábios se curvando em um sorriso convidativo e adorável.

Poderia não parecer que James Potter era um cara lá muito carinhoso,e de certo,nunca fora. Ela o fez mudar, ela fez com que suas mãos soassem, sua voz falhasse e ele ficasse completamente sem ação quando ela estava por perto. Porque Lily o fazia se sentir como um adolescente, descobrindo o que é amar e ser amado, e era algo tão bom. Com ela, ele se sentia seguro como nunca. Ele sentia que, não importa as circunstâncias, Lily sempre estaria ao seu lado, o apoiando. E ele a apoiaria.

Ele queria tomar conta dela, fazer de tudo para que ela se sentisse bem, segura.

Ele queria tomá-la em seus braços e chamá-la de minha, pois era isso que James queria que ela fosse. Sua.

Sua parceira, sua amiga, sua amante.

E Deus, que amante.

Cada gemido, cada suspiro, cada "James." o fazia se sentir cada vez mais excitado.

Mas não era só sexo. Era algo mais.

Era paixão, era necessidade de ter um ao outro somente, era a verdade explícita através dos beijos e toques.

James sem dúvida era o cara mais sortido do mudo.

– Eu quero você, James. - disse ela, após fazerem amor, o olhando frente a frente. - Te quero tanto, que chega a ser assustador.

Ele não poderia ser mais sexy com seu cabelo mais bagunçado - por ela - que o normal e seus olhos brilhando mais que nunca.

– Não precisa. - ele sorriu e apertou sua cintura a trazendo para perto. - Não precisa ser assim, ruiva.

– Quando foi que percebeu? Digo, que...

– Era apaixonado por você? – sorriu e beijou o canto de sua boca. – Quando me contou que perdeu a virgindade com Remus. Fiquei louco de ciúmes, liguei para Sirius, brigamos por que me achei no direito de saber disso tudo, sendo que não tinha nada a ver com a vida de vocês e... Bem, não me orgulho disso, mas bebi um pouco e...

Lily riu.

– Você foi afogar suas mágoas em cachaça, James Potter?

– Bom, sim... – ele fez uma careta – E então uma garota se apresentou para mim e-

– Transaram.

Ele pareceu constrangido.

– Sim. E no meio da coisa toda eu acabei falando seu nome. Foi ai que eu percebi.

Ela o encarou por alguns segundos e James se preparou para todo o xingamento que estava por vir, mas nada aconteceu.

Ela simplesmente jogou a cabeça para trás e gargalhou.

James a olhou confuso.

– Não está com raiva?

Ela pareceu surpresa.

– Por que eu estaria com raiva? Não tínhamos nada, James. Não me devia satisfações.

Isso o fez se sentir mal.

– Me desculpe por ter ficado com raiva quando soube de você e do Remus. Eu não deveria ter te pressionado sobre aquele assunto daquele jeito, mas é que eu quero saber tudo da sua vida, Lily Evans. Cada momento que eu perdi durante todos esses vinte e sete anos.

– O que quer saber?

– Tudo. – ele sorriu.

Ela riu.

– Sim, James, mas é meio difícil contar sua vida toda, eu não me lembro de tudo.

– Certo... Primeiro beijo?

– Jeremy Connor, quinta série. Ele foi me dar um beijo na bochecha, e eu virei sem querer.

– Sem querer? Tem certeza? – perguntou ele sorrindo maroto.

– Não. – ela riu.

James fez uma cara surpresa.

– Oh, olhe para a Senhorita Evans, já era safada antes mesmo de saber amarrar os sapatos.

Lily deu de ombros.

– É de família. Minha irmã Petúnia já namorava sério aos doze.

Ele riu e a encarou por um tempo, passando o polegar em sua bochecha levemente.

– Nunca falou dessa sua irmã Petúnia. Ela também...

– Oh, não. Não, ela não morreu. É só que... Depois da morte de Carter, ela parou de falar comigo. Definitivamente. A última vez que nos falamos foi por acidente, quando liguei na casa da minha mãe e foi ela que atendeu.

James franziu o cenho.

– Mas porque ela parou de falar com você?

– Digamos que ela ainda me culpa pela morte do nosso irmão... Ficou com tanta raiva que nem me convidou para o casamento dela, e só fiquei sabendo que eu era tia depois de Duda ter nascido.

James pareceu indignado.

– Mas não foi sua culpa, Lily! Como você poderia adivinhar que Malfoy era um desgraçado maluco que...

– Ei, James, está tudo bom. – ela sorriu, o tranquilizando, mas havia algo em seu olhar que o dizia que não estava tudo bem – Eu sei que não foi minha culpa, mas... Ás vezes eu sonho com ele. Só sonho, sabe? Sonho com ele sorrindo, rindo, brincando e tem vezes que ele está lá, me olhando. Só me olhando, parado, sem dizer nada. E eu me sinto tão mal por ter confiado na pessoa errada. E me sinto mal por ter perdido Petúnia. Tem horas que eu penso ter perdido até a minha mãe. Ela me liga uma vez a cada mês e... Eu só tenho Emily. Ela é a única que se lembra de mim, sempre. E tem você, que entrou na minha vida tão inesperadamente, mas de uma maneira boa.– ela estava chorando – Por favor, não me deixe. Eu não quero te perder assim como perdi meu pai, meu irmão, Petúnia e minha mãe.

– Ei. – ele sussurrou e limpou suas lágrimas, a aninhando em seu peito – Eu nunca vou te deixar, Lily. Nunca. Olhe para mim.

Ela enxugou o rosto com as costas das mãos e o olhou nos olhos. Aquele profundo castanho esverdeado que sempre a acalmaria.

– Você não merece tanta dor. Não merece todos esses anos de sofrimento. É a mulher mais forte, independente e sem dúvidas, a mais bonita que já conheci.

– Me desculpe. – Lily disse envergonhada. – É que quando tem algo me incomodando intimamente faço de tudo para arrumar uma desculpa para colocar isso para fora. E nos últimos anos eu tenho tido tantas coisas me incomodando intimamente...

– Tenho certeza de que Petúnia voltará a falar com você. Irmãos não se separam por besteira.

– E o que você sabe sobre ter um irmão? – perguntou ela de uma maneira rude, e logo se arrependeu ao ver a expressão de dor de James. – Desculpe isso foi rude.

– Não, está tudo bem... É que eu tenho um irmão, Lily. Ao menos, tinha.

– Tinha?

– Eu tinha sete anos, ele tinha apenas três quando nos separaram. Quando nossa mãe morreu, não havia ninguém para tomar conta de nós dois, e fomos parar num orfanato. Eu não entendo por que nos separaram. Quero dizer, ele era meu irmão. Eu sempre cuidei dele, eu sempre estive lá e eles simplesmente o tiraram de mim. Ao que parecia, Nicholas dependia demais de mim... Mas é claro que dependia,ele tinha três anos de idade,três! Meus pais adotivos fizeram de tudo para encontrá-lo,mas a notícia que recebemos era que ele fugira da casa da família que morava quando tinha seis. Um ano depois encontraram seu corpo no rio Brooklyn.

Lily o encarou surpresa. James nunca mencionara ter um irmão. Isso a fez perceber o quão egoísta havia sido. Ele aguentara todas suas birras durante meses sem reclamar, apenas guardando sua dor para si.

– Porque nunca me falou sobre Nicholas?

Ele deu de ombros.

– Já estava sofrendo demais, eu não queria te preocupar com problemas que não existiam.

– Eu me sinto um monstro por sofrer por tão pouco, eu-

– Lily, você não sofre por pouco. Acho que em questão de sofrimento somos compatíveis. É por isso que damos tão certo.

Ela sorriu envergonhada.

– Quando você deu conta? – perguntou ele divertido – Que era apaixonada por mim?

Ela cerrou os olhos.

– Nunca disse que era apaixonada por você. Eu disse que gostava de você,é diferente.

Ele apenas levantou as sobrancelhas. Lily riu.

– Certo,aí vai... Lá estava eu, sentada numa cadeira por tanto tempo que minha bunda estava quadrada-

– Parece bem redondinha daqui.

– Shhhh! Estou falando! Numa cadeira desconfortável, os pés e mãos amarrados e sangrentos,um armário me vigiando...Eu até flertei com ele,veja só. E então comecei a falar da minha vida toda para o cara, como se ele fosse meu psicólogo! Simplesmente comecei a falar. Ele era um desconhecido, qual mal teria? Foi então que eu disse: "Eu tenho esse amigo, James. Eu menti, eu fiz uma escolha que somente ele poderia ter feito. Mas eu fiz isso para salvá-lo, entende? Fiz tudo para o seu bem, não consigo imaginar ele se machucando." – James sorriu ao ouvir as palavras. Lily nunca o vira mais glorioso. – Esse momento eu percebi que você era mais que um amigo,que faria de tudo para mantê-lo a salvo. Mas não foi o momento em que eu aceitei.

– E quando aceitou?

– Noite passada. – ela sorriu. – Mas tem mais! O Senhor Sobretudo (era esse o meu apelido para ele) respondeu: "Talvez você devesse tê-lo contado. Talvez não. Se você se importa e queria salvá-lo, então fez a decisão mais sensata. Ás vezes o amor nos deixa assim, meio loucos." Então eu pensei: "Não! Não é nada mais do que amizade! Talvez atração física! Tenho certeza." No final das contas acabei tendo que rever todas as certezas sobre você.

Ele riu e beijou sua têmpora. Nunca pensou que um dia estaria apaixonado. Ou talvez gostando o suficiente de uma mulher para terem uma coisa fixa. Mas Lily fazia com que ele quisesse ter algo fixo, algo sério. Ela o fazia uma pessoa completamente diferente, mas nunca o mudaria.

– Já sabe de quase toda minha vida. – disse Lily o despertando de seu transe – Conte-me a sua. Primeiro beijo?

– Kristine Day, oitava série. Eu estava tão nervoso e gaguejei tanto... Tenho certeza que ela só ficou comigo por pensar que eu era gago e ficou com pena.

Lily quase gargalhou.

– James Potter, o Lorde dos Egos, está me dizendo que ficou com medo de uma garota?

– Não fiquei com medo! – ele exclamou indignado – Era...receio. Quer dizer,era meu primeiro beijo,eu não sabia onde colocar a língua,imagine as mãos.

Mais risos de Lily.

– Não acredito que dei meu primeiro beijo antes de você... Primeira relação amorosa?

James franziu o nariz de uma forma fofa. Lily segurou o impulso de mordê-lo.

– Não tenho certeza se vai querer ouvir essa...

– James.

– Violetta Bulstrode.

– Quem?

– Minha prima. Bem,não prima de verdade, mas filha do irmão do meu pai adotivo.

Lily franziu a testa.

– Quantos anos você tinha?

– Dezessete. – Lily riu debochada. – O que foi?

– Eu perdi minha virgindade antes de James Potter! – cantarolou.

James fez a cara mais indignada possível e tentou não rir.

– Pois saiba que com muita honra! Ao menos eu não ocasionei lesbianismo.

A boca de Lily despencou em um "O" perfeito e ela o encarou com os olhos arregalados.

Ele sorriu amarelo.

– Brincadeira?

Mas foi interrompido por um travesseiro que acertou sua face em cheio. Lily o acertou várias vezes até que se cansou e suspirou.

– Isso é realmente cruel. – disse ela fazendo um biquinho. – Faz parecer que não gostou da noite passada, ou uma hora atrás, ou há vinte minutos...

Ele a interrompeu puxando-a pela cintura, fazendo-a cair no seu colo. Beijou seu pescoço devagar e sensualmente,mordendo seu lóbulo e a fazendo suspirar não pela primeira vez naquele dia.

– Nunca na minha vida tive um sexo tão maravilhoso.

Lily jogou a cabeça para trás e riu.

– Mentiroso.

– Não estou mentindo. Nunca mulher nenhuma fez me sentir do jeito que você me faz sentir.

Ela o olhou por cima e passou a mão por seus cabelos irremediavelmente bagunçados. Nunca estivera tão feliz em sua vida. James era sua felicidade,ela sabia disso, e faria o que pudesse para ter estar com ele sempre. James era seu ponto seguro.

– Primeira paixão? – perguntou ele.

– Jude Law.

James riu.

– É sério. Desde Beijo Roubado a minha vida nunca foi a mesma. E a sua?

Ele observou seus olhos verdes e pôde ver tudo. A felicidade de Lily,a incerteza,ao mesmo tempo certa,sobre o relacionamento dos dois. O calor acolhedor, o carinho, tudo que o fazia querer nunca sair do lado dela.

Respirou fundo e numa certeza absoluta, respondeu:

– Lily Evans.

XxxXxXXx

Ele sempre fora um cara orgulhoso.

Cheio de si? Sim.

Invejoso? Talvez.

Um tanto grosseiro? Com certeza.

Mas isso não o impedira de sentir.

Era algo diferente, esse negócio de sentimentos. Mexe com sua cabeça, seus atos, seu jeito de ser, sua maneira de enxergar o mundo, mexe com seu coração. Por que depois de Emily, ele era uma pessoa completamente diferente. Não deixara de ser ele, mas todo orgulho e inveja se fora, e se tornara algo positivo por causa dela.

Ele não entendia como o amor funcionava, mas se amor fosse o que sentia por ela, era a melhor coisa do mundo. Tirando as brigas e discussões (que devem existir para um relacionamento saudável) ,fora a melhor coisa que poderia acontecer a ele. O fez enxergar tanto, mudar para melhor, ser o cara certo para Emily. Porque ele havia certeza, ela era a certa.

Então ele deixou o orgulho e medo de lado, resolveu que queria sim que todos soubessem que estavam juntos e que não se importava com o resto do mundo sendo que ela estava com ele e estava feliz.

Não importava o que Lily Evans dissesse, sua história com ela no passado não tinha nada a ver com o presente. Ele se sentia arrependido por ter pedido sua amizade, mas nunca fora mais que isso. Sempre fora Emily,e sempre seria Emily.

Mas ele não sabia como demonstrar. Sempre fora um cara frio, distante, um tanto rabugento. Ela era uma das poucas pessoas capazes de lhe arrancar um sorriso verdadeiro.

Suas mãos transpiravam e seu coração batia desgovernado enquanto esperava por ela. Marcara em um restaurante perto do Departamento, já que o caso do serial killer ainda não havia sido solucionado. Lily Evans e James Potter não apareceram, e Dumbledore havia dito que Lily talvez fosse a próxima vítima, e que Potter cuidaria dela. Isso o preocupou. Não eram mais amigos, mas se preocupava com ela. Além do que, todas as vítimas tinham olhos verdes, o que queria dizer que Emily poderia estar em perigo também.

A cadeira a sua frente se moveu e Emily se sentou.

– Ei. – sorriu ela.

– Olá.

Seu coração aumentou o ritmo e ele poderia jurar que, ao fitar aqueles olhos verde musgo e sua pele amendoada, o resto do mundo desaparecera.

E ela tinha essa coisa nos olhos. Não era propriamente verde, era uma mistura acastanhada que...

– Como foi seu dia? – pergunta ela interrompendo seus pensamentos.

– Cansativo. Em,sobre aquela discussão...

– Me desculpe. Você não é prepotente ou orgulhoso, não mais. Certo, talvez um pouco orgulhoso sim...

– Porque não atendeu as minhas ligações anteriores?

Ela hesitou. Uma mecha de cabelo castanho caiu em seus olhos.

– Precisava de um tempo. Você também. Não queria forçar mais a barra.

Ele suspirou.

– Eu só queria te falar que você... Não forçou a barra. Eu estava sendo... – ele sentiu dificuldades em falar. Parecia uma criança orgulhosa,se recusando a pedir desculpas. – Hipócrita. Me desculpa,Em.

Ela pareceu surpresa e sua testa franziu.

– Uau! Isso é...bastante. Vindo de você.

Ele suspirou novamente.

– Aquilo que falou ao telefone... Era verdade?

Ela sorriu um tanto tímida. Emily Gilbert,tímida. Está aí algo que não se vê todo dia.

– Sim. Pura e totalmente.

– Ótimo. – disse ele sentando-se ao lado dela e segurando seu rosto com as duas mãos.

– Ótimo? – sussurrou ela. – Ótimo por quê?

– Porque eu também.

E então ele a beijou, ali, no meio de um restaurante qualquer, rodeados por pessoas que no momento não importavam. E ele quis ficar ali para sempre, pois Emily o fazia uma pessoa melhor. Ela era seu ponto seguro.

– É muito em cima da hora. – disse após se separarem. Ela o olhou interrogativamente. – É muito mal organizado, muito inesperado e impulsivo, mas... Emily Marianne Gilbert, você aceita se casar comigo?

E então o mundo definitivamente parou. Ela o encarava surpresa e um brilho diferente no olhar. Admiração? Choque? Carinho?

Ele sabia que era uma decisão importante, algo que mudaria suas vidas, mas ele não se importava. Ele a queria de todas as formas possíveis e inimagináveis,como nunca quis outra pessoa.

– E então... O que me diz?

Um casal de amigos sentados na mesa ao lado olhava com expectativa e Emily não poda fazer nada a não ser sorrir.

– Você é louco, sabia?

Pela terceira vez, ele suspirou.

– Mas é claro que sim! – exclamou ela rindo. – Porque não?! Vamos nos casar!

Ele não poderia estar mais feliz.

XxXxXxX

Poderia ser sempre assim. A sensação das mãos de James correndo por seu corpo, a pele de James em contato com a sua, James por completo.

Tudo ao seu redor era James, e nada importava mais naquele momento. Lily gostaria de abraçá-lo e desaparecer em seus braços,sem nunca precisar sair.

Ela queria que eles continuassem assim. Rindo, despreocupados,fazendo amor e conversando por horas a fio sem nenhuma restrição de assunto.

– Vai me dizer que depois dessa, Jude Law continua sendo seu preferido? – pergunta ele com a respiração ofegante e sua testa colada na dela,suas mãos apoiadas uma de cada lado de sua cabeça,seu tórax tocando seus seios. Ela estava por toda parte.

E tudo o que Lily fazia com ele, todas as sensações, o frio na barriga, a antecipação dos toques, a conversa, a risada, o sexo.

Deus, o sexo.

Era tudo nela, seu sorriso, seus olhos, sua maneira metódica e mandona, sua voz sussurrando "Potter." Cada vez mais provocante. James se perguntou o porque de nunca ter se apaixonado e sentir como era o sentimento de reciprocidade. De sintonia, de harmonia, de... Paz.

– Oh, eu não sei... – respondeu Lily,a voz não mais alta que um sussurro. – Ele era muito bom em minhas fantasias.

James riu e se deitou ao seu lado. A puxou pela cintura e Lily deitou a cabeça em seu peito, suspirando feliz.

– Você acredita em destino? – pergunta ele.

– Acho que quem faz nosso destino somos nós. As nossas decisões fazem nosso caminho. Por exemplo, se não fosse pela sua decisão de dizer que esta apaixonado por mim, não estaríamos aqui.

– E isso seria uma pena. – murmura ele. Lily riu. – Mas, pense. Mesmo se eu não tivesse essa coragem, eventualmente tudo iria acontecer. Pense comigo: Se eu não viesse para Nova York, eventualmente lhe conheceria por meio de Sirius e Remus. Quero dizer, isso quase aconteceu antes, não é? Você nasceu na Inglaterra, eu morei lá. Nós temos amigos em comum e acabamos por trabalharmos juntos, isso não parece...

– Coincidência? Porque se não fosse por você trabalhar comigo, eu poderia nunca mais ter visto Sirius ou Remus,ou seja...

– Destino.

Ela levantou uma sobrancelha.

– Não existe outro destino a não ser o que nós mesmos traçamos.

Ele riu baixinho e eles ficaram em silencio por um tempo,enquanto James acariciava os cabelos ruivos de Lily,que estava quase dormindo.

– Seu cabelo é vermelho. – murmurou ele – Eu gosto de vermelho.

Lily de repente se sentiu acordada e o olhou com espanto.

– É você? – perguntou ela.

Ele sorriu de lado e acariciou sua bochecha.

– Desculpe, não sou eu.

Mas Lily não se importou. Não se importou porque no momento,não era o garotinho irritante que a deixava segura,e sim James. E James era... Ele mesmo.

Ela sorriu e o beijou.

– Sim, você é.

E James entendeu o que ela quis dizer, e não poderia ficar mais feliz.

Ele acariciou suas costas macias até chegar à tatuagem.

– Como a conseguiu?

Lily franziu o cenho.

– A tatuagem? – James fez que sim com a cabeça. – Eu estava bêbada e Emily me levou para tatuar algo pequeno. Mas eu estava tão louca que acabei escolhendo essa e...Bem,acabei gostando. É bom ter uma mudança de vez em quando.

Ele sorriu safado.

– Fico muito feliz que fez essa mudança.

Lily riu e mordeu seu lábio inferior.

– Já demonstrou isso muitas vezes.

E então o telefone tocou. James gemeu em frustração.

– Alô? Sim. Não, não sei. Certo, até mais.

– Quem era?

– Snape. Estava perguntando de Simpson, ele desapareceu.

O rosto de Lily pareceu iluminar-se.

– Ele está com Emily!

– O que?

– Paul é o namorado secreto de Emily,por isso ela ficou tão relutante em me contar.

– Vocês dois já...

Lily revirou os olhos.

– Digamos que já fomos grandes amigos há uma época, mas ele... Não só ele, mas enfim... Ele meio que me culpou por termos "perdido" o Malfoy.

James a abraçou forte.

– Onde eu estava esse tempo todo em que você sofreu, hein?

Ela fez um biquinho.

– Na Inglaterra, se pegando com sua prima.

Ele gargalhou,mas e então ficou calado.

– Lily,posso te perguntar algo meio pessoal?

– Pode me falar o que quiser,sabe disso.

Ele beijou sua testa.

– No dia em que nos conhecemos... Por que ficou tão assustada com o corpo daquela mulher?

Lily se encolheu.

– Se não quiser responder tudo bem, eu só estava curioso, me...

– Tudo bem. – sussurrou ela contra seu peito. – É que dois dias antes do assassinato de Carter, eu descobri que estava grávida. Estava esperando ele chegar para dar a notícia...

Ele a abraçou mais ainda.

– Aí aquilo aconteceu e o choque foi tão grande... Foi aborto espontâneo.

– Ah, Lily,eu sinto muito. – murmurou ele contra sua testa. – Me desculpe por ter sido tão medíocre naquele dia, eu não sabia...

– Está tudo bem.

– Mas... Você ainda pode ter filhos, não é?

Ela hesitou.

– Sim, mas seria uma gravidez de risco.

– Você sabe que – ele levantou seu queixo para que ela o olhasse. – pode contar comigo,não é?

Uma lágrima solitária escapou e escorreu pelo rosto de Lily. James a limpou com um beijo.

– Sim. Sempre.

– Então que tal – ele falou a ajudando a se levantar da cama e a empurrando para o banheiro. – tomarmos um banho e descobrir de vez quem é esse namorado da Emily?

Ela sorriu.

– Acho uma ótima ideia.

O sol estava se pondo e após se arrumarem, Lily e James se dirigem para o prédio de Emily, que ficava apenas cinco quadras do de Lily.

Eles passaram pela portaria e o porteiro, que já conhecia Lily,os cumprimentou.

– Olá Philip.

– Senhorita Evans.

– Emily está em casa?

– Sim senhorita.

– Ela tem visita?

Philip, o senhor simpático, franziu as sobrancelhas.

– Oh, sim! O namorado dela está aí.

Lily sorriu e agradeceu, puxando James para o elevador, sua mão sempre na dele. Eles se encaminharam para o apartamento da morena. A ruiva sorriu em expectativa.

– Hoje eu finalmente vou descobrir quem é!

James riu.

– Não era mais fácil perguntar para o porteiro?

Lily balançou a cabeça em sinal negativo.

– Deve haver emoção. Agora,deixe-me pegar a chave...Pronto. Ué. Tá aberta.

James deu de ombros.

Lily entrou primeiro e percebeu que todas as luzes estavam acesas,mas Emily não se encontrava na sala nem na cozinha. Ela franziu o cenho.

Ouviu alguns murmúrios vindos do quarto,e sorriu marota. James abafou um riso.

Caminharam cuidadosamente para o quarto,e, ao ver a porta entreaberta, Lily a abriu com tudo.

Ela gritou.

Emily jazia no chão, sem vida, e sobre seu corpo ensanguentado se encontrava ninguém mais ninguém menos que Severus Snape.



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Notas finais do capítulo

Sem comentários sobre a ultima cena,ao menos de minha parte.
Desculpem?
Só queria agradecer ao senhor Steven Moffat por ser uma grande inspiração heheh
E à Luiza,Samanta e claro,Rachel porque...bem,porque elas são foda. E como eu havia dito no começo do capitulo,só atualizo com 60 reviews!! Eu preciso saber se estão ai,leitores!!
Um feliz ano novo a todos e obrigado pelas reviews!
Com carinho,Carol.