Cops escrita por sobrehumana


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Opaaaaaaa e ai galera como vão vocês? Tudo na paz? nEspero não ter desapontado vocês no ultimo capitulo, prometo que esse compensa rssrsrs. AVISO: CENAS QUENTES NO FINAL DO CAPITULO,NÃO DIGAM QUE NÃO AVISEI.
Aproveitem sem moderação.



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Ps.: Pode parecer meloso,e é, mas esse capitulo foi inspirado na musica For The First Time do The Script. Dá uma olhadinha na letra depois ;)

-X-

Os faróis das duas viaturas encostadas na calçada cortavam a parcial escuridão como uma faca. As luzes das sirenes ainda estavam ligadas e ao redor da casa as faixas de "Interditado" enfeitavam com as cores amarelo e preto o local do crime. Havia uma pequena multidão em volta da entrada, tentando entender o que acontecera.

– Não acredito que flertou com aquele cara.

– Não flertei com ninguém.

– "Oh, você por acaso já morou na Inglaterra?" – imitou James com uma falsa voz feminina. – "Que tal nos casar e ter cinco filhos de olhos verdes e cabelos cacheados? Quem sabe James ainda pode ser o padrinho e almoçar conosco no domingo".

Lily desviou de James e suas pálpebras que teimavam em piscar de modo artificial.

– "Mark, você é tão másculo com esses seus braços magros e olhos castanhos que por acaso se parecem com os do meu pretendente James. O padrinho dos nossos filhos lembra?".

Ela o olhou com desprezo.

– Você me enoja.

– Não foi o que disse noite passada.

– Na verdade – respondeu num tom cortante – foi exatamente o que eu disse.

E ao entrarem no local do crime se calaram completamente. Naquele caso, não haveria nada para atrapalhá-los e todas as brigas e sentimentos seriam deixadas de lado.

– Potter, Evans. – disse o agente Snape ao vê-los entrando. – Chegaram bem a tempo.

– Digamos que estávamos por perto. – disse James com um sorriso amarelo.

Severus olhou para o vestido de noite de Lily.

– Posso ver. – disse – Certo, Marlene Price, 29 anos estudante de direito, estava noiva de Adam McKinnon. O corpo foi encontrado por ele. Assim como as duas outras garotas, os olhos arrancados.

A mulher se encontrava na cama, as mãos cruzadas sobre o abdômen e no local dos olhos havia apenas dois antros.

– Nenhum sinal de luta, a banheira foi esvaziada recentemente e na lareira havia vestígios de tecidos com sangue. Ainda não interrogamos o noivo.

– Pode deixar que eu faço isso. – Lily logo se voluntariou. Ela se dirigiu a Adam, que se encontrava encolhido num canto, nunca deixando de perceber o olhar de James sobre suas costas.

– Adam McKinnon? Sou a agente Evans, preciso lhe fazer algumas perguntas. Sei que é difícil, mas quanto mais ajudar, mais rápido tudo vai se resolver.

Ele tentou secar as lágrimas que teimavam cair e a encarou.

– Acha que tudo vai se resolver? – perguntou numa voz embargada. – Minha noiva foi assassinada.

Lily quase conhecia o sentimento.

– A dor não vai passar. Mas você não gostaria que encontrássemos quem fez isso a ela?

– Que o desgraçado morra da pior forma possível. Minha Lene. – sussurrou. – E seus lindos olhos brilhantes.

Ela esperou que ele se recuperasse.

– Marlene tinha algum inimigo?

Ele franziu o cenho.

– Não. Não que eu saiba. Todos a adoravam.

– Ela agiu estranha? Como se estivesse sendo ameaçada?

– Também não. Marlene me diria se alguém a tivesse ameaçado.

– O senhor esteve aqui noite passada?

– S-sim.

– E houve algum estranho nessas redondezas, talvez algum morador que acabou de se mudar?

– Não. Quer dizer, eu não moro aqui, mas pelo que vi, não tem nada de incomum por essas bandas.

"Você iria se surpreender com o número de mortes incomuns nos lugares mais pacíficos." Pensou ela, mas resolveu não falar nada. O pobre homem parecia tão frágil a ponto de quebrar com qualquer movimento.

Ela se voltou para a cena do crime e a examinou.

– É melhor mandar para o legista antes de qualquer coisa. – disse James.

A perícia examinava cada canto da casa, enquanto Snape ligava para o legista.

– Temos um assassinato em série. – murmurou Lily para o parceiro.

James tinha certo brilho nos olhos e ela poderia jurar que ele estava amando tudo aquilo. Não as mortes, mas a oportunidade de colocar sua capacidade de perito em mentes criminosas em ação. Até aquele momento, nunca tinham trabalhado com nenhum serial killer.

– Oh sim. – sussurrou ele coçando o queixo. – E dos bons.

Recolheram todas as provas possíveis e se prepararam para trabalhar.

– O que temos aqui – disse ela – são três mortes em duas semanas: Uma terça na passada, outra na quinta e outra essa noite. Parece que o nosso amigo quer ser encontrado.

– Sim, ele com certeza quer ser encontrado. – James falou analisando atentamente as provas.

Ele era sempre assim, concentrado no trabalho. James poderia ser um cara brincalhão e divertido, mas quando se tratava de traçar perfis ele mudava completamente. Sua postura se endireitava, seus cotovelos eram colocados na mesa, suas mãos apoiavam o queixo, suas sobrancelhas franziam e seus olhos se tornavam desfocados.

"Pense como o assassino, ruiva." Era o que ele dizia "Pense. O que faria se fosse ele?".

– As três eram mulheres entre 25 e 30 anos, comprometidas, mas moravam sozinhas. Nenhum vizinho ou conhecido notou algo estranho, e as ferramentas do crime não foram encontradas.

– Ao que tudo indica, ele (ou ela) as matou no banheiro. – disse Lily. – Quer dizer, com certeza houve sangue, os olhos das vitimas foram arrancados, então ele as levou para a banheira e para não haver muito sangue esparramado, fez isso na água. Por isso as banheiras foram esvaziadas recentemente. Quer dizer, a banheira, as outras duas só tinham chuveiro. Os tecidos com sangue encontrados na verdade eram as roupas que elas usaram na hora da morte, ele as queimou. As roupas, não as mulheres.

James riu.

– Bom, nós temos que encontrar uma ligação, além do óbvio. – disse ele.

– Ei, James... – disse Lily com o cenho franzindo – Isso aqui é uma cruz?

Ele olhou para ela, que segurava cuidadosamente o pulso da vítima, onde nela havia uma cruz marcada.

– Sim. Sim, é uma cruz.

– Mundialmente é conhecido como o símbolo da libertação. Então ele quer libertá-las, por isso limpou os corpos, era algum tipo de ritual.

– Mas porque ele extraiu os olhos?

Lily franziu o cenho. Todas as vítimas tinham olhos verdes, era uma das ligações.

– Mas é claro! – exclamou – "Os olhos são a janela da alma." Quem disse isso mesmo?

– Leonardo da Vinci. – murmurou ele. Seu pai biológico costumava falar isso. Quando chegava em casa, bêbado, ele olhava nos olhos de cada um,principalmente de sua mãe. Dizia ele que os olhos dizem tudo sobre uma pessoa.

– James. – disse tensa. – Esse símbolo já foi usado antes, algum serial killer tinha isso como marca.

– Pode se lembrar de quem?

Lily engoliu seco.

– Avery.

James a olhou cauteloso. Ela nunca havia mencionado isso.

– É possível que seja ele. – disse ela. – Mas pode ser um imitador. Há uns anos atrás, Avery ficou bem conhecido por sua matança, mas depois que fugiu e não foi achado, o FBI perdeu o interesse, afinal, as mortes haviam parado. Malfoy dissera que ele esteve aqui ano passado, é uma possibilidade. Mas pela fama, pode ser que esteja usando apenas o símbolo em comum. Avery assassinava gestantes que não tinham condições de criar uma criança, ele achava que no nome do Senhor, estava fazendo a coisa certa, as mandando para o Céu.

Ele franziu o cenho.

– Vamos analisar todas as possibilidades. Apenas não fique carregada sobre isso, ok?

Ela acenou afirmativamente. Avery não passava de uma memória ruim.

– Talvez haja um padrão.

James a olhou como que diz "Não me diga!"

– Digo de lugar. A primeira morte foi no Lower East Side, a segunda, Flatron District,e e agora Murray Hill. A próxima morte será em Greenwich Village!

– Greenwich? Não seria Garment District ou Times Square?

– Talvez... Eu estava pensando na cruz. Seria então Greenwhich e depois...

– East Village.

Lily fez uma careta.

– São muitas possibilidades.

– E essa coleira?

– Coleira?

– Sim. – ele levantou o objeto que antes estava na mesa de cabeceira. – Ela tinha um cachorro?

– Parece que não... Do que importa a coleira, James?

Ele deu de ombros, mas a ruga entre seus olhos não desapareceu.

– Façamos assim: - disse Lily – Eu checo as possibilidades do assassino estar pelas bandas de Greenwich e você vai dar uma olhada pelas bandas do Garment District. Só precaução. Umas perguntas pela vizinhança se tem algum sujeito suspeito pelos bairros etc. Tenho um pressentimento sobre isso.

– Não é melhor irmos juntos?

– Não nasci colada com você, Potter. Além do mais, adianta o trabalho.

Ele pareceu preocupado e a ruga entre os olhos pareceu se aprofundar.

– Estou com um mau pressentimento, ruiva. Está tarde,você andando por aí sozinha a essa hora não é uma boa ideia.

De certo modo, ela o achara extremamente fofo naquele momento.

– Não precisa se preocupar, eu sei como usar uma arma.

Ele sorriu maroto.

– Com o que acha que eu estou preocupado? Lily Evans mais revólver igual a desastre.

– Ao trabalho, Potter.

– E Lily? – ele a chamou mais uma vez.

Ela se virou de vez e deu de cara com sua imagem refletida nos óculos de aro fino dele, narizes quase se tocando.

– Tome cuidado. – disse.

Mais uma vez ela se perdeu em seus olhos castanhos.

– Sempre.

Greenwich Village, 23h07min da noite.

Era estranho andar pelas ruas de Nova York sem ele.

Quase um ano de convivência fez com que ela se acostumasse com sua presença, e mesmo odiando ter que admitir a adorando.

Talvez ela realmente gostasse de ter James por perto. Talvez fosse a segurança que ele emanava, o ar despreocupado, as brincadeiras. Era algo quase relaxante encontrá-lo pela manhã com seus sorrisos e gracejos.

Depois que o conheceu, ela passou a dormir melhor.

"Talvez – pensou enquanto estacionava o carro num canto qualquer do bairro. Uma ou duas pessoas passeavam pelas calçadas. Um cão de porte médio passou correndo pela rua e sumiu na noite, deixando apenas o eco de suas patas batendo ao chão e sua respiração ofegante no ar. – talvez se eu não fosse tão teimosa, poderia dar certo."

Ela checou seu revólver e observou mais uma vez o local. Nada parecia suspeito, apenas duas amigas cambaleando bêbadas, provavelmente voltando de uma festa.

"Talvez, se você o conhecesse melhor. Se o tivesse conhecido antes de Malfoy. Talvez. Se."

Um homem alto parou as duas jovens e perguntou algo. Elas pareceram pensativas e por fim sorriram, disseram algo, e acenaram com a cabeça.

O corpo de Lily se tencionou e ela segurou o revolver com força.

O homem disse algo a elas, e se virou. Pela distancia, ela não conseguia ver seu rosto, e ele estava indo em sua direção. Ele chegou mais perto e Lily ficou cada vez mais tensa, não conseguindo se mover.

– Lily? – disse o homem, e então ela reconheceu sua voz.

– Mark?

Garment District, 23h21min da noite

James estava ansioso.

Tinha algo errado, ah se tinha. Lily não deveria ter saído sozinha, ele deveria ter a acompanhado. E se acontecesse algo? Se ela se machucasse? E se ela encontrasse o assassino?

James estava mais do que ansioso.

Ele tivera um pressentimento, algo importante estava faltando. Uma peça mais do que essencial. Mas o que?

Era óbvio que se tratava de algum tipo de ritual de libertação. Mas libertá-las do que? Todas as vítimas eram comprometidas, e o que isso significava?

Talvez ele sofrera um trauma em algum relacionamento. Talvez a namorada morrera e ele não queria ser o único a sentir a dor da perda. Talvez ela o traíra e ele a matara, e em sua mente, ele estaria poupando os então namorados das vitimas de uma possível traição?

Não, não traição. Era algo mais. Tinha a ver com os olhos. "Lindos lhos brilhantes." Foi o que dissera o noivo da ultima mulher.

Obsessão? Traição? Saudades?

E como ele passara despercebido pelo bairro,como ele saiu do local sem ser notado?

James estava mais do que ansioso. Ele estava apreensivo, inquieto, nervoso, intrigado... Qualquer adjetivo relacionado a apenas um. Preocupado.

Como pode deixar sua ruiva sair sem ninguém?

Sua ruiva.

O pensamento possessivo o fez parar. Para James, ela sempre seria sua. De mais ninguém.

Não era preciso mais nenhuma prova, mas esta seria analisada apenas mais tarde, quando ele descobrisse quem estava matando aquelas garotas.

Sua mente se voltou para um objeto não tão importante. A coleira.

Mas é claro! Como não pensara nisso antes?

Ele imediatamente pegou o celular. Precisava avisar Lily, precisava encontrá-la, ter certeza de que estava segura.

– Droga, ruiva, porque não atende ao telefone?!

Greenwich Village, 23h23min da noite.

– Mark? O que faz aqui?

Ele sorriu e mais uma vez a fez se lembrar de alguém.

– Posso perguntar o mesmo.

Lily franziu a testa.

– É meio complicado... Mas como veio parar em Greewich? Está me seguindo? Quer dizer... Uma hora atrás estava no bar, a dois bairros daqui.

Ele chegou mais perto, e de algum modo, fez com que ela se sentisse ainda mais tensa.

– Minha irmã mora no Chelsea, estou passando uns dias lá, reformando meu apartamento.

– Oh. Me desculpe por ser tão enxerida.

– Não, tudo bem. É que há uma hora você não estava mais no bar. Depois que foi embora tudo ficou bem sem graça.

Esse comentário fez Lily corar. Dera seu telefone para Mark apenas por impulso. Na verdade, poderia dizer que queria causar ciúmes em James.

E ali, sozinha e flertando com um desconhecido, ela se sentiu mal.

Seu lugar era com James, não com Mark, O Bonitão Estranho.

– Não vai me dizer o que faz aqui, ruiva?

O apelido soou estranho saído da sua boca. Não era a voz certa, o tom aveludado que a faria ter arrepios, nem os olhos castanhos tão conhecidos.

– É pessoal. – respondeu. – O que perguntava para aquelas garotas?

Ele pareceu se lembrar de algo importante.

– Oh, sim! Meu cachorro fugiu, fui dar uma volta com ele o louco se soltou da coleira, saiu correndo por algum motivo desconhecido. Será que viu ele por ai?

– Claro! Ele foi por ali – ela apontou para direita. – Espero que o ache. Preciso ir, até mais.

Mark deu mais um passo e deu um beijo na bochecha de Lily.

– Tchau Lily. Espero te ver mais vezes. E obrigado.

– Erhm... – ela limpou a garganta constrangida – Claro. Até mais.

E então ele foi embora, gritando "Simon! Aqui, garoto! '', sua voz firme ecoando e então desaparecendo junto com sua forma alta na noite.

Até que Lily ficou sozinha, e o pressentimento de que algo aconteceria naquele bairro e naquela noite, simplesmente foi embora.

Ela entrou no carro, e só então notou que esquecera seu celular no console.

6 Chamadas Não Atendidas

1 Mensagem de Voz

Ela ligou para o correio de voz, e ficou surpresa ao notar que James lhe deixara um recado.

Lily, porque diabos não atende o celular? Estou te ligando há séculos! Eu descobri como o assassino passa despercebido, ele sai procurando pelo cão perdido. Não sei se o cachorro é real, mas ninguém acha suspeito um homem procurando pelo seu animal de estimação, certo? Ligue-me assim que receber esta mensagem. Tome cuidado, ruiva.

Procurando pelo cão perdido? Mas isso queria dizer que...

Mark.

Não, claro que não.

Mas e se...

Dando uma arrancada no carro, Lily saiu o mais rápido possível à procura do dito cujo, cada canto, beco, rua, mas ele pareceu desaparecer.

– James? – falou ao telefone. – Me encontre no meu apartamento o mais rápido possível.

– Lily o que houve? Aconteceu algo?

– Eu acho que Mark é o cara que estamos procurando.

– O que?! Mark, do bar?!

– Sim, não surte agora, falo com você quando chegar lá em casa.

-X-

Tick-Tock, Tick-Tock, Tick-Tock

Ela acompanhava o ritmo de seu relógio de parede, olhando fixamente para os ponteiros que se mexiam em intervalos de tempo.

Os acontecimentos dos últimos anos voltaram com tal rapidez que fizeram sua mente girar.

A morte de Carter, sua própria mãe lhe rejeitando, seu pai também morto, sua irmã desgostosa. Sua vida amorosa arruinada, sua confiança já não mais restaurada e James.

Ah, James.

Tick-Tock, Tick-Tock

De repente ela se sentiu sufocada, as paredes pareciam se fechar ao seu redor,diminuindo cada vez mais.

Tick-Tock

E então ela já não aguentava mais toda a pressão acumulada, toda a angustia carregada e ela quis desaparecer. Ela quis nascer de novo, ter feito as escolhas certas e assim não teria de viver com toda aquela dor.

Ding-Dong – soou a campainha

James entrou sem se importar em esperar Lily abrir a porta, e logo ela estava em seus braços.

Ela o abraçou forte, pois sabia o que aquilo significava. Sabia que ele estava com medo por ela, sabia que se Mark fosse realmente o assassino, então ela seria sua próxima vítima. Sabia que se ele fosse mesmo cara que estavam procurando, ela correra perigo, estivera sozinha com ele, dera-lhe seu número.

Sabia que se Mark fosse o cara que estavam procurando, cedo ou tarde iria atrás dela.

– Eu nunca deveria tê-la deixado ir sozinha. – sussurrou James contra o cabelo ruivo. – Droga, Lily, porque tem que ser tão teimosa?

Ela o afastou levemente.

– Mas pode ser Avery o nosso cara, certo? Quer dizer, muitas pessoas perdem seus cachorros por aí.

– Não, Avery não é nosso cara.

– E como tem tanta certeza disso?

– Porque Avery Lestrange foi morto há dois dias.

Lily de certo modo não se sentiu surpresa.

– Mas se for Mark... É uma coisa boa, certo? Eu posso servir como isca e pegamos o cara, fim de papo.

– Está completamente louca? – ele exclamou os olhos castanhos se tornando cada vez mais intensos. – Se por em risco dessa maneira... Não vou deixar que isso aconteça.

– Ah não? – ela cruzou os braços. – Já estou condenada de qualquer maneira, James, ele virá atrás de mim. Diga-me se há alternativa.

E ele também soubera. Soubera desde o momento que Lily o ligara,avisando que Mark talvez fosse o cara. Avisara ao Departamento, e até pensou em levar alguns agentes com ele para ficar de olho nela, mas sabia que Lily não iria gostar. Por isso,pediu a Dumbledore para que uma viatura ficasse pelas redondezas, para caso o cara aparecesse.

– Vou ficar com você até que encontrem esse homem. – ela tentou protestar, mas ele a interrompeu. – Não vou te deixar, Lily. Não vou deixar que nada aconteça a você novamente. Nunca mais.

Lily o olhou nos olhos.

– Por quê? – sussurrou. – Porque se preocupa tanto comigo?

James soltou um suspiro pesado.

– Porque você acha ruiva?

Ela apenas o encarou.

– Você quer que eu diga as palavras, não é isso? – ele sorriu irônico. – Porque quando eu fui para a cama com uma mulher qualquer,foi seu nome que eu chamei. Porque eu estou apaixonado por você.

Lily soltou um som de surpresa. Essa definitivamente ela não esperava.

– Estou apaixonado por você e todas as pequenas coisas. Eu quero te conhecer desde os meus 15 anos de idade, e confesso que no nosso primeiro encontro, a primeira coisa que me veio à mente foi como você era a mulher mais bonita que já havia visto e de como queria te levar para a cama. E nós tivemos nosso pequeno desentendimento e eu te achei completamente maluca, e então você se descontrolou na visita ao Malfoy e vi que não era o único com um passado cheio de dor. Eu estou apaixonado por você e pelo modo que implora por cafeína pela manhã. Estou apaixonado por você e eu só queria que saísse de trás dessa parede que construiu em volta de si, só para que eu a veja de verdade. Estou tão apaixonado por você, Lily Evans, que concordo com teorias de pessoas bêbadas. – ele riu e acariciou sua bochecha rosada – Eu sou sua rêmora, ruiva. Você só precisa me deixar limpar todos esses problemas.

Ela não soube o que dizer, mas pensou.

Pensou nos meses de convivência, nos sorrisos trocados, gracejos jogados e piadas infames. Pensou nos olhos castanhos esverdeados que acalmavam tanto, e na voz aveludada que a fazia ter arrepios. Pensou nos seus beijos,nos seus toques e em toda a infinidade de momentos perfeitos e singulares que passaram despercebidos até aquele momento. Lily não entendera a ultima parte do discurso,mas ficou claro e transparente que James Potter não era um homem de se encontrar em qualquer esquina.

– É isso, não é? – disse James finalmente. – Você não vai dizer nada? Me fez dizer toda essa baboseira romântica e piegas para depois ficar me olhando com cara de paisagem?

Ela abriu a boca para dizer algo, mas sua voz pareceu sumir.

– Quer saber, Evans? Não precisa dizer nada, porque eu sei. Ás vezes te pego olhando para mim sem motivos, ás vezes parece que está a ponto de me beijar. Ás vezes eu sinto sua pele se arrepiar ao meu toque. Então não se faça de desentendida, porque foi você que me disse estar confusa. Se esta confusa, sente algo. E se sente algo... Pode por favor, me dizer?

– Eu acho que – conseguiu sussurrar finalmente – não estou mais tão confusa assim. Mas eu preciso de um tempo...

– Tempo! – ele exclamou jogando as mãos para o alto em sinal de exaltação. – Ela precisa de tempo. Nós estamos nessa confusão há mais de meses e ela precisa de tempo! Escute aqui,Lily...

– Qual o seu problema?! Será que não entende que eu não sou tão controlada como você? Eu sou uma bomba-relógio, James, e eu deveria ter explodido faz tempo. Só porque tem esse autocontrole...

– Autocontrole?! Sabe quantas vezes me controlei para simplesmente largar tudo e te agarrar no meio de uma cena de crime? É difícil...

– ...Quando se tem um cara te pressionando tanto...

–...Porque eu já perdi a conta de quantas vezes você me menosprezou...

–...Te fazer ciúmes! Será que não percebe, seu idiota,que eu gosto de você?!

Isso o fez se calar.

– Gosta?

– Sim! – ela pareceu angustiada. – Eu só tenho dificuldade em expressar meus sentimentos, e você simplesmente não entende isso. Será que nunca percebeu que-

De repente, a boca de James se fechou na boca de Lily e eles dividiram um beijo intenso e íntimo. De algum modo isso não pareceu suficiente e as mãos dele acariciavam suas costas, explorando por de baixo da blusa, e Lily se viu arqueando e o empurrando para o sofá.

Suas pernas se entrelaçaram na cintura dele e suas mãos corriam por seu peito definido, pelos ombros largos até chegarem aos cabelos bagunçados dos quais tanto adorava.

Lily não soube quando, mas quando deu por si, sua blusa estava no chão e James beijava sua garganta, deixando rastros dormentes onde quer que seus lábios a tocavam. Ele se levantou com ela no colo, não parecendo se importar com o peso,e aos beijos e tropeços os dois caíram finalmente na cama,rindo.

Ela o ajudou a despir a camisa social, botão por botão, impaciente, enquanto ele se livrava de seu sutiã, não parecendo ter dificuldades com o fecho.

Não importava que eles estivessem no meio de um caso e deveriam achar um seria killer. Não importava que eles fossem colegas de trabalho, e não importava que eles tivessem um passado perturbador.

Tudo o que importava era que nunca, em nenhum momento de suas vidas, trocaram beijos tão carregados de paixão como aqueles.

E por eles, aqueles não seriam os últimos.



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Notas finais do capítulo

Bem, o resto é história.
Confesso estou sem ar por escrever essa ultima parte... Nunca escrevi NC17 então o restou vou deixar para a imaginação de vocês.
MAS DIGAM-ME o que acharam? Mark é mesmo o assassino? Avery está mesmo morto? James e Lily estão muito apressadinhos? Não se esqueçam de deixar reviews com suas dúvidas, comentários, palpites, qualquer coisa!
De qualquer jeito,obrigada a todos que acompanham,espero que tenham gostado do capitulo até a próxima!
Review por favor né galera.