Ai Chikara escrita por DennyS


Capítulo 5
Capítulo - V - Bebida Álcool 100!




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Capítulo V: Bebida Álcool 100!

Aspirou todo o ar a sua volta, para em seguida liberá-lo entre os lábios. Agora não teria como voltar atrás. Foi parte do trato. Ficaria em algum canto até a hora de ir embora. Era muito simples.

Mas por que sentia aquele friozinho na barriga?

Talvez por nunca ter entrado em um bar na sua vida.

Ah, mas que bobagem, Sakura!

Fitou o letreiro iluminado por uma bela luz azulada, que dizia Kusanagi e de cada lado havia uma espada de samurai. Era bonito sim, MAS ERA UM BAR!!! Ela era menor de idade! Nunca a deixariam entrar.

–Uchiha! - cumprimentou o segurança.

Sakura o fitou de cima a baixo. Era um brutamontes vestido de preto, usando óculos escuros. Só para manter a imagem de machão, é claro, pois eram onze da noite!

Mas que tipo de lugar era esse?! Pra que tanta segurança num bar? Não era uma boate, aparentemente. Talvez o andar de cima fosse reservado para os chefões da Yakusa*, vai saber.

Sakura sorriu dos absurdos que passavam na sua cabeça.

–E aí, colosso... - devolveu o cumprimento. Sempre sério, ela notou. Sasuke estava sempre sério. Mas que diabo de apelido é esse?!

Passou pelo mamute de óculos com Sakura logo atrás. Mas é claro que ela não passou numa boa. Do jeito que imaginava. Barrada na entrada.

–O que você perdeu aí dentro, rosadinha? - perguntou o colossal, segurando-a pelo braço. Sakura temia que ele quebrasse seu bracinho fino sem querer. A mão dele era enorme!

Sasuke parou na entrada, virando apenas a cabeça em direção ao segurança.

–Ela está comigo, colosso. - ele fitou o Uchiha com uma expressão oculta por sobre os óculos. - Meu pai se casou de novo... - explicou antes que tomasse conclusões precipitadas. Embora não fosse muito inteligente. Colosso não tinha muita massa cefálica, só corporal.

–Ok. - afirmou ele soltando Sakura.

Entraram no bar. Aparentemente não era muito diferente do que a Haruno imaginava. Haviam mesas de bilhar; um balcão enorme onde três barman e uma mulher serviam as bebidas; num canto dois ou três casais dançavam meio colados demais, pelo que percebeu; e a luz era bem fraca, só o balcão e as mesas de bilhar reluziam uma luz mais forte.

E lá no balcão estavam os amigos de Sasuke. Shino e Neji jogavam bilhar, mas quando o viram entrar voltaram para o balcão. Naruto, Kiba e Shikamaru, estavam sentados esperando por ele.

–Até que em fim, Sasuke-teme!! - berrou Naruto. - Não bebi nada ain... - ele parou de falar ao ver quem estava com o amigo.

Os outros também olharam curiosos, porém Sakura não se encolheu atrás de Sasuke, colocou-se ao lado dele.

–Por que você trouxe a pirralha, Sasuke? - perguntou Kiba com um sorriso irônico, fitando a silhueta da rosada.

–Pirralha?! - repetiu a Haruno fazendo uma careta. - Aposto que você também é menor de idade!

Kiba gargalhou alto acompanhado de Shino e uma risadinha do Naruto.

–Pois eu aposto que você não adivinha quantos anos eu tenho. - retrucou Kiba querendo tirar um sarro da cara dela.

–Deixe eu dar uma olhada... - disse a cerejeira fitando Kiba de perto. - Você aparenta ter um metro e setenta, é um pouco magro de mais e, olha só, você quase não tem barba... - dizia tudo com um olhar investigativo. Sempre fora muito detalhista e observadora. Nunca lhe escapava nada. - Estou vendo apenas dois fiapos no seu rosto. - Kiba se afastou colocando a mão no queixo, enquanto ouvia risos dos amigos, principalmente de Shikamaru, que parecia ter acordado depois disso. - Há, há! - fez uma expressão afirmativa. - Como eu disse, você tem dezessete anos!

–Putz! - Naruto saltou da cedeira. - Tu acertou, dattebayo! He he he he he!!

–Cala a boca, Naruto! - Kiba avançou pra cima do loiro. - Se alguém aqui descobre eu vou ter que sair! - sussurrou entre dentes.

–He he! Não é pra mim que você deve pedir... - disse o loiro arqueando uma sobrancelha. Kiba fitou imediatamente a rosada que estampava um sorriso discreto no rosto. - Aí, Sakura-chan! Quantos anos tem o Shino? - perguntou eufórico. Hinata tinha razão, pensava ele. Sakura era uma pessoa legal.

Sakura fitou Shino por uns segundos, segurando levemente o queixo com o polegar.

–Dezenove. - afirmou sorrindo.

–Essa garota ‘tá me assustando... - murmurou Kiba olhando a Haruno de canto e novamente, risadas da “galera”.

Sasuke que acompanhava tudo ao lado dela, encostado sobre o balcão, resolveu acabar com a diversão de seus amigos. Olhou para Sakura ao seu lado e ela logo entendeu o que ele queria.

–‘Tô indo procurar um canto. - disse ela saindo de perto deles, que a seguiram com o olhar, até que se sentasse na ponta do balcão, bem afastada.

–Então, esse negócio é sério mesmo? - perguntou Shino ao Uchiha, que virava um copo de wisky goela abaixo.

–É tão difícil assim de acreditar? - ironizou frio, como sempre.

–Hinata-chan disse que ela é gente boa. - disse Naruto com tanta inocência sem esperar as risadas dos amigos e um tabefe na cabeça dado por Kiba.

–Para de viajar, baka! - disse Kiba. - Pra mim, a “mina” tem que ser gostosa!

–Hun! - grunhiu Shikamaru.

–Que foi, Nara? - perguntou Kiba. - Não concorda comigo?

–Prefiro garotas que não tenham “titica” na cabeça. - respondeu pedindo para o barman encher seu copo vazio. - É problemático ficar escutando uma garota ter um chilique por causa de um sapato ou encher o saco, dizendo que precisa perder peso...

–É verdade... - concordou Naruto com um sorriso torto. - Ou quando fazem drama por causa de uma unha quebrada.

–Prefiro uma garota inteligente além de bonita. - continuou Shikamaru bebendo seu sakê.

–Vai dizer que a Temari não é assim? - perguntou Kiba, o do contra.

–Temari, além de linda é tão inteligente quanto a irmãzinha do Sasuke. - respondeu o Nara, levando o copo de sakê aos lábios novamente.

Sasuke o fitou confuso. Então Shikamaru achou a rosada inteligente pelo pouco que viu. De fato, ela era mesmo diferente de outras garotas. Além de não se vestir igual à elas, Sakura tem uma mente totalmente diferente. Sasuke tentou se lembrar se ouviu alguma vez ela dizer alguma coisa sobre os assuntos que Karin, maltratava o seus ouvidos de tanto falar. Mas simplesmente não existiam essas lembranças. Ela é completamente diferente de qualquer garota que tenha conhecido.

–A Hinata também não fica me atazanando por bobagens. - disse Naruto. - Acho que ela e a Temari são as únicas com cérebro... - outro tabefe na cabeça. Dessa vez dado por Shino. - AI! FILHO DA PUTA!

Se a maioria dos que estavam no bar não estivessem tão embriagados, teriam chamado os seguranças pelo o escândalo do Naruto. Eles apenas olharam um pouco curiosos esperando por uma briga corporal, porém como não saiu nada, voltaram a encher a cara.

–Por que me bateu, seu desgraçado?! - perguntou furioso, passando a mão na cabeça. - Ah, já sei...

–Se chamar a Ino de burra outra vez, eu bato mais forte!

–Quem chamou ela de burra?! É você quem ‘tá dizendo, caralho!

–As duas mulherzinhas já acabaram? - perguntou Neji que até então não havia dito uma palavra sobre o assunto, que aparentemente não agradava nem à ele, nem à Sasuke.

–NANI?!! - berrou Naruto de novo. - Você vai ver quem é a mulherzinha!

–Que merda... - reclamou Shikamaru. - Naruto não pode encher o cu de pinga e começa com a putaria!

–Eu não ‘tô bêbado! Só bebi dois copos!

–Então senta aí e cala essa merda de boca! - dessa vez quem ordenou foi Sasuke. Não sabia de onde vinha tanta falta de paciência.

Olhou para o lado, no canto mais afastado do balcão, encontrando Sakura. Estava lendo um livro, como sempre. Bem concentrada. Ás vezes olhava na direção dos berros do Naruto, mas depois voltava a se envolver na leitura.

Sasuke passou as mãos nos cabelos, desviando o olhar, levando até seus lábios o terceiro copo de wisky. Esta noite estava bebendo pouco. Não estava muito afim de ser levado pra casa caindo de bêbado. Tudo porque tinha a obrigação de levar Sakura para casa. Sorriu ironicamente. Parecia até responsável. Nunca se considerou responsável, desde que começou uma vida, digamos de rebeldia. Desde que perdera sua mãe...

Hun! Que bobagem!

Espantou os pensamentos. Claro que não foi por causa de sua mãe. Que idiotice pensar isso. Só idiotas ficam assim depois de perder uma pessoa querida. Ele não era idiota. Claro que não...

Por que estava pensando isso mesmo? Por que aparecer essas lembranças idiotas assim do nada?

Olhou para o canto onde Sakura estava novamente.

Por culpa dela.

Ele a acusou.

Desde que Sakura dissera aquelas palavras à ele, no alto daquele mirante, sua cabeça voltou literalmente ao passado. Cada canto daquela mansão, o faz lembrar-se de sua mãe. Até mesmo naquele maldito parque de diversões, lá estava sua mãe. Sorrindo, sentada nos cavalinhos do carrossel. Da mesma maneira que Sakura estava.

Por que ela tinha que fazer isso?! Ele não quer se lembrar dela! É passado! Isso está esquecido e ponto!

Mas que merda! Por que eu ‘tô pensando nisso agora?!

Despertou-se dos pensamentos, olhando para seus amigos, rindo de alguma babaquice que Naruto havia contado. Já mudaram de assunto, ele constatou. Finalmente. Falar de garotas, principalmente se não é sobre o maravilhoso corpo, sobre as curvas que elas possuem, é muito irritante. Sasuke não coversa com garotas. Ele manda e elas obedecem. Sempre foi assim e não vai mudar.

***

Sakura estava tão concentrada na leitura que nada seria capaz de despertá-la. Estava lendo um romance policial da autora Agatha Christie, a sua preferida. Gostava muito das histórias dela, talvez por isso era detalhista e um pouco investigativa. Ou talvez por que se identificou com a autora que tinha uma avó parecida com a dela. Nem ela mesma saberia dizer o motivo.

O barman, um loiro com a cara amarrada, fitava a rosada à um bom tempo. Não se contendo mais o tédio de ver a garota lendo no seu balcão, se aproximou dela segurando um copo vazio.

–Hun, hun! - tentou chamá-la, mas nada aconteceu. - Hey, boneca! - Sakura levantou o cenho para fitar o maluco que a chamara assim, meio irritada por interromper sua leitura.

–Sim?

–Posso te oferecer alguma coisa? - perguntou carrancudo. Sua voz era tão grossa que chegava ser assustadora.

–Não, arigato! - sorriu, voltando a ler o seu livro.

Ele bateu o copo com força no balcão, fazendo a rosada dar um pulinho de susto da cadeira.

Que homem maluco!

–Está bem. - disse ela. - Pode me servir um copo d’água?

–Não servimos água. - respondeu com aquela voz medonha.

–Está bem... Um suco de laranja, então.

Ele nada disse, apenas negou com a cabeça.

–Um refrigerante?

Dessa vez nem com a cabeça ele respondeu. Apenas encarou a Haruno com uma cara de quem comeu e não gostou.

Sakura já estava começando a ficar com medo da criatura carrancuda que a encarava. Com certeza ele não a deixaria em paz, enquanto ela não bebesse alguma coisa.

–Você teria alguma bebida sem álcool? - perguntou meio receosa.

Uma coisa parecida com um sorriso se formou no rosto do loiro, que se virou pegando uma garrafa.

–Álcool cem. - disse ele despejando no copo o líquido vermelho da garrafa.

–Sem álcool, você quer dizer... - disse confusa. É impressão, ou esse cara é um gringo?

–Álcool cem!! - repetiu o loiro um pouco mais nervoso.

–Está bem! - Deve ser um chinês...

Ela pegou o copo depois deu um gole. Era o único jeito daquele maluco deixá-la em paz.

–Tem certeza que não tem álcool? - perguntou ela depois de beber. - Eu senti uma coisa queimar minha garganta... - ela fitou a cara feia do homem de novo. - Até que tem um gostinho bom de morango... - o loiro despejou a bebida no copo dela novamente.

Quando percebeu já havia tomado dois copos cheios. No começo foi só pra espantar aquela encarnação do demônio oxigenado da sua frente e voltar com sua a leitura emocionante de Agatha Christie, mas não é que essa bebida é um pouquinho gostosa? Tentou saborear ao invés de sentir o fogo que descia pela garganta. A bebida estava até deixando-a feliz. Que loucura! Estava rindo descontroladamente enquanto virava outra dose daquela coisa vermelha que poderia ser confundido com um simples suco de morango.

Olhou para o copo vazio que ficou assim por segundos. Ela mal olhara para o copo novamente e o loiro já havia enchido até a borda. Levou aos lábios meio sem jeito, mas acabou com tudo em dois goles.

Já havia perdido a noção das coisas. Estava vendo estrelas, fadas e outras fantasias inexplicáveis. O pior era que estava gostando.

***

–Bando de boiolas! - disse Naruto nem tanto bêbado quanto Kiba. Dessa vez não tinha bebido tanto, pois prometera ao seu pai que não chegaria em casa carregado pelos amigos novamente.

Estavam todos envolvidos em conversas idiotas. Sempre um assunto puxava o outro, sempre cheios de palavrões. Sasuke passava a maior parte do tempo calado, mas se envolvia na conversa o melhor que podia, pois não queria ficar tendo pensamentos absusrdos fora de hora. Estava ali para curtir não estava? Não era assim em todas as sextas-feiras? Por que essa seria diferente?

Naruto que estava ao seu lado, devolvendo o xingamento de Kiba que mandou a mãe dele para um lugar que eu prefiro não comentar, virou-se do balcão para o resto do bar que não estava muito cheio. Olhou para um canto pouco iluminado, onde havia um pequeno grupo sentado num sofá. Piscou os olhos, para tentar ver melhor. Poderia ter bebido pouco, mas estava tonto.

–Teme... - chamou o loiro ainda olhando para o canto. - Sasuke, filho da puta! - chamou de novo.

–O que é, baka?! - Sasuke amaldiçoou o amigo com um olhar furioso. Estava tão interessado no que o Shikamaru falava, que acabou ignorando o Uzumaki.

–Aquela não é a Sakura-chan? - perguntou ele confuso. Estava se sentindo muito bêbado.

Sasuke virou a cabeça para ver do que o idiota estava falando sem muito interesse. Mas quando seus olhos sóbrios viram Sakura, seu corpo virou totalmente para frente.

A brutalidade do corpo dele não foi ignorado por Neji, que de tanta curiosidade foi olhar também. Shikamaru seguiu o mesmo ritmo, assim como Kiba, que quase caía de bêbedo. Shino já estava virado para frente meio sonolento, apenas seguiu com o olhar.

–O que ela ‘tá fazendo ali? - perguntou Sasuke incrédulo.

Sakura estava muito “enturmada” para o gosto dele. Ela, cercada de um grupo, todos amontoados num sofá, rindo sabe-se lá de que! Todos os garotos, curiosos, pararam para observar.

–Há há há há!!! - ela morria de rir assim como o resto a sua volta. Sasuke nunca vira ela rir tanto. - Vocês conhecem a do patinho que se suicidou?

–Ela ‘tá bêbada. - disse Shikamaru.

–Impossível. - disse Sasuke com um meio sorriso. A última coisa que imaginaria Sakura fazendo, era enchedo a cara de bebida alcoólica.

–Vo...cê quer...dançar, rosinha? - um mais bêbado que ela a puxou pelo braço, levantando-a do sofá.

–Uh! Tchau gente! - disse ela sendo levada pelo cara meio doidão.

Foram para o meio do bar, um pouco afastado das mesas de bilhar, mexendo o esqueleto, enquanto Sasuke e os outros assistiam tudo de camarote.

Sakura até que não dançava mal. Sasuke percebeu isso. Na verdade já imaginava, pois a viu meditando na noite em que a levou no mirante. Ela estava meditando, mas era um certo tipo de dança, já que ela se movia pela música que ouvia do mp4.

Sakura estava sem o suéter azul que usava sobre o vestido de estampa florida. A trança de seus cabelos havia se desfeito. Estavam lindos, se sacudindo pelo ar, enquanto balançava o corpo no ritmo da música “Don’t cha” das Pussy Cat Dolls. O cara doidão do seu lado não aguentava mais ficar de pé, estava praticamente morto no chão. Mas Sakura nem notara sua ausência. Continuava se remexendo divertidamente, como se estivesse dançando sozinha em seu quarto.

–Até que ela dança bem... - disse Shino que pareceu despertar um pouco do sono depois daquele show.

–É...

–É...

–É...

Concordaram três garotos ao mesmo tempo. Sasuke tentou ver quem foram, mas não conseguiu desviar o olhar.

Sakura era linda... Como não percebeu isso antes?

Fitou o corpo da garota que sacudia ao ritmo da música como ninguém. Os braços desnudos pela falta do suéter, deixavam à mostra a pele pálida e alva da cerejeira. O vestido não fazia jus às suas curvas, mas quando ela se sacudia daquele jeito, podiam ser vistos os seios se balançarem, um certo volume aparecer no seu bumbum. Era linda. Apenas se escondia naquelas roupas, que pareciam ter sido feitas sob encomenda muito mal feita para ela.

Que loucura era aquela? Ele estava começando a ficar excitado com aquela cena. Nem escutava as piadinhas pervertidas de Kiba. Seus olhos, com um brilho lascivo, fitavam a cerejeira dançando, balançando seus cabelos, fazendo com que outros homens a olhassem da mesma maneira.

–Sasuke! - Shikamaru chamou o amigo. - Melhor ir até lá fazê-la parar com isso.

Sasuke ouviu o que ele disse, porém continuou fitando a rosada. Suas mãos suadas, se esfregaram na calça jeans, secando-se. Sua mente estava mesclada com frases de avisos e cenas pervertidas. Imaginava levá-la para casa, entrar em seu quarto no meio da noite, ou acabar com aquela loucura ali mesmo, talvez dentro de seu carro.

–Sasuke! - levantou-se de seu lugar. Não por Shikamaru tê-lo chamado e sim porque um homem parecia muto atrevido perto de Sakura.

Seguiu até lá, puxando-a pelo braço, espantando aquelas cenas malucas de sua cabeça.

–Sasuke! - disse ela meio grogue. - Qual o problema?

Já estavam perto do balcão agora.

–Que dilícia! - disse Kiba. - Você dança muito bem... - ele se levantaria se conseguisse ficar de pé.

–Qual o problema?! - questinou Sasuke. - Você está bêbada!

–Eu?! - ela fez uma expressão de ofendida, cabaleando para o lado. - Claro que não! - fez um não com o dedo indicador. - Eu bebi uma bebida sem álcool!

Kiba começou a gargalhar acompanhado de Shino e umas risadinha discretas de Neji. Naruto, Shikamaru e Sasuke eram os únicos que fitavam a rosada sérios.

–Que bebida você tomou? - perguntou Naruto.

–Uma vermelhinha... - respondeu sorrindo. - Você quer? É só pedir pra ele! - procurou o loiro carrancudo, totalmente tonta. - Cadê ele?!

–Vermelha, é? - analisou Shikamaru. - Deve ser a Álcool 100%.

–Sim! - confirmou Sakura. - É essa! Mas não tem o pror centro. - corrigiu apontando o indicador para o Shikamaru.

–Sim, é 100% álcool. - disse Naruto. - Você sabe que essa bebida tem uma dose de absinto**, não sabe, Sasuke?

– Quem foi o babaca que te deu essa bebida? - perguntou Sasuke.

–Acho que ele foi embora com as fadas... - disse a rosada olhando para cima. Sasuke ainda a segurava pelo braço afim de não deixá-la cair. Porém uma parte dele queria muito tocá-la. Tentou espantar aqueles absurdos de sua mente, mas estava difícil. - Eu estava dançando com elas...

–Xi! ‘Tá doidona. - disse Kiba. - Deixa que eu cuido dela, Sasuke. - Kiba levou um sofanão de Naruto. Levaria de Shikamru se não estivesse com preguiça.

–Leve ela pra casa, teme. - pediu o loiro.

Ele não teria escolha. Pegou os perteces de Sakura, para depois leva-la para fora do bar. Ainda escutou alguma bobagem dita por Kiba, mas Sasuke não fez questão de entender.

Quando estavam dentro do carro, Sakura não parava de falar asneiras como as fadas que queriam vê-la dançar. Sasuke não dava muito atenção para isso, pois estava tão nervoso que apertava suas mãos no volante, absorto de pensamentos.

O que estava acontecendo com ele, não sabia. Talvez fosse culpa do wisky que havia bebido. Mas que sensações eram aquelas? As imagens de Sakura dançando, faziam sua mente se entorpecer, não conseguia pensar em outra coisa. Sentia que se aquela vontade não passasse, iria enlouquecer.

Olhou para o lado, encontrando-a mais sonolenta. Havia parado de falar, apenas murmurava que estava muito tonta.

Passavam por uma rua deserta agora, onde Sasuke encostou o Mustang. Estavam à um quilômetro da mansão Uchiha.

–Por que paramos, Sasuke? - perguntou a cerejeira meio grogue, os olhos estavam entrebertos.

Ele tentava se concentrar no que iria fazer no instante seguinte, mas algo parecia querer impedí-lo. O que estava acontecendo? Quantas vezes ele havia feito isso com outras garotas? Nunca bateu nem um pingo de arrependimento depois. Talvez pelas garotas bêbadas se jogarem pra cima dele, via-se que não tinha escolha. Mas Sakura não estava fazendo isso.

Fitou a garota mais uma vez, jogada no banco ao seu lado, agora com os olhos fechados, a respiração suave. Estava muito tonta para abrir os olhos. Era a oportunidade perfeita. Tirou uma das mãos do volante, aproximando da silhueta, aparentemente adormecida em seu carro. Poderia fazer de tudo com ela ali mesmo, que depois ela não se lembraria. Ninguém saberia, exceto ele.

Merda!

Repreendeu-se antes mesmo de tocá-la. Alguma coisa estava errado para aquilo acontecer. Aquele não era ele. Não poderia ser ele. Desde que conheceu essa garota, pareceu nascer dentro dele uma outra personalidade que comandava principalmente sua consciência.

Que merda eu ‘tô fazendo...

A nova personalidade fazia efeito agora.

Por que só agora percebia que aquilo era errado? Se aproveitar de uma garota bêbada era errado, ele sempre soube mas não dava importância. Já havia feito isso antes sem se arrepender, sem se culpar por nada! Que merda estava acontecendo com a cabeça dele?!

–Sasuke... - sussurrou a cerejeira chamando sua atenção. - Eu acho que eu vou vomitar...

–Não dentro do meu carro. - ele destrancou as portas, deu a volta no carro e a retirou de lá.

O peso do corpo dela estava todo em suas mãos, Sakura não conseguia ficar de pé.

–Há há há... - do que ela estava rindo Sasuke nunca saberia. - Está tudo girando... - ele a segurava pela cintura para não deixá-la cair. Suas mãos agiam espontaneamente agora, apertando aquela região do corpo da Haruno.

–Vomite logo! - apressou a garota. Não poderia mais segurá-la daquela maneira, pois ainda não tinha noção do quão forte ainda poderia ser a sua personalidade consciênte.

–Eu acho que passou...- disse amolecendo o corpo, colando-o ao de Sasuke. Sua cabeça estava apoiada no peito dele, suas mãos apertavam o casaco, segurando-se para não cair. - Acho que as fadas foram embora agora...

Estavam praticamente abraçados. Sasuke sentia sua respiração ficar mais pesada, porque agora aspirava um delicioso perfume de cerejas que emanava dos cabelos dela. Aquilo era tentador. O corpo, o cheiro, os cabelos. Iria enlouquecer ali! Nunca sentiu isso antes. Era a sensação de uma fera presa dentro de si, louca para ser solta.

Maldita bebida!

Aproximaram-se do carro, colocando-a dentro dele.

***

Quando adentraram a mansão, ele praticamente carregava Sakura nos braços. Chamou por Shizune, mesmo que esta fosse maltratar os seus tímpanos de tanto lhe dar broncas. Era a única que poderia cuidar de Sakura. Ele não se arriscaria. Mesmo depois de constatar o quão forte ele era, depois de segurar aquela excitação dentro do carro. Se a levasse para o quarto, talvez seria ainda pior.

Shizune apareceu de pijama, usando duas pantufas de porquinho rosa e uma cara nada agradável. Claro que ela fez um monte de perguntas aos berros e Sasuke apenas dissera que a culpa não foi dele.

Respirou aliviado quando Shizune a tomou de seus braços e adentrou o quarto dela. Estava livre daquela loucura, embora as imagens da rosada dançando ainda brincavam com a sua cabeça. Talvez o resto da noite não seria o suficiente para fazê-lo esquecer.

***

–Finalmente, dorminhoca...- disse Shizune com um sorriso.

Sakura adentrara a cozinha, com uma expressão muito cansada. Sua cabeça estava doendo tanto que explodiria a qualquer momento.

–Eu não acredito que já são quatro da tarde! - disse ela meio manhosa sentando-se ao lado da morena.

–O que aconteceu ontem a noite?

–Eu gostaria muito de saber... - murmurou colocando uma mão na cabeça que latejava de dor.

–Você não se lembra de nada?

–Quase nada...

–Quando ouvi o Sasuke berrando as cinco da manhã pelo intercomunicador, pensei que tivesse acontecido um acidente com você. Fiquei desesperada. Mas quando percebi que você estava só bêbada, respirei aliviada.

–Só bêbada?! - repetiu incrêdula. - Você acha isso assim tão normal?

–Você me fez lembrar da primeira vez em que fiquei bêbada. - a morena começou a rir. - Nunca fui popular na escola, então eu fui a festa de formatura sozinha e enchi a cara.

–Do que está rindo?

–Você riria se tivesse me visto...

Depois de ouvir Shizune gargalhar, maltratando ainda mais a enxaqueca, Sakura lembrou-se de Sasuke. Talvez ele ainda estaria dormindo.

–Onde está Sasuke? - perguntou à morena que secava as lágrimas provocadas pelas risdas.

–Está na academia do terceiro andar.

–Ele já acordou?! - arregalou os olhos.

–Claro. Sasuke está acostumado, minha flor...- começou a rir de novo.

Sakura levantou-se da cadeira pedindo instruções para Shizune de onde se encontrava a academia. Precisava fazer umas perguntas para Sasuke.

Quando finalmente encontrou a tal sala de ginástica, o avistou da porta. Havia um aparelho de som, tocando um rock muito pesado. Ele estava deitado em uma máquina, levantando algumas barras de peso.

Que visão era aquela?

Estava sem camisa, usando apenas uma calça preta. Sakura paralizou-se na porta, pois estava hipnotizada com aquela imagem. Estava mais perfeita que naquela tarde na quadra de tennis.

Ele levantava a barra de ferro e seus músculos reagiam com espasmos encantadores de tão belos. Sakura não fazia idéia do quanto a pele dele era pálida. Tão pálida quanto a sua. Nunca tinha visto um garoto com pouca roupa, como passou a ver Sasuke frenquentemente desde que se mudara. Sentia um rubor esquentar suas bochechas pelas sensações que aquela imagem provocava nela.

Já havia se encantado por um garoto assim quando morava em Tóquio, mas só o que conseguiu com ele foi se magoar. Odiava se apaixonar. Mesmo com os avisos da avó, ela se apaixonava. Mesmo tentando acreditar nas palavras dela de que um príncipe, o homem certo apareceria para ela no memento certo de sua vida, ela se entregava à paixão e o seu coração acabava se rendendo. Mas quando essa paixão acabava ficando inútil e ela se magoava, amaldiçoava-se por não ter dado ouvidos à sua avó. Esta que sempre parecia ter razão. Desde o começo. Desde antes dela nascer, quando sua mãe estava em seu lugar. Sua amada avó avisou a filha de que se arrependeria depois de se casar... Ela tinha razão! Por isso a obedecia! Por isso, desviou os olhos de Sasuke para as janelas ao seu lado. Não se apaixonaria de novo por alguém lindo e ao mesmo tempo feio como Sasuke. Ele era lindo sim, mas apenas por fora. Pois por dentro existia uma alma negra. Exatamente como aquele garoto lindo, charmoso e popular de Tóquio. Ele é exatamente igual.

Sasuke notou a presença da garota, parada à porta olhando pela janela.

–O que está fazendo aqui? - ele a despertou dos pensamentos, abaixando o volume do rádio.

–Shizune disse que estava aqui... - disse sem jeito caminhando para perto dele. Sentou numa cadeira, enquanto Sasuke seguia para a esteira.

Sakura observou o lugar em que estavam. Era muito amplo. Tão grande quanto a garagem. As paredes eram totalmente feitas de vidro. Exatamente uma academia dentro de casa.

–Sasuke... - começou meio receosa. Ainda não estava acostumada com a cara sempre séria do moreno. Era impossível saber se ele estava de bom humor. - O que exatamente aconteceu ontem à noite?

–Você não se lembra? - perguntou com o fôlego pesado, pois estava correndo.

–Só me lembro de ter aceitado tomar uma bebida vermelha, porque eu estava ficando assustada com aquele garçóm loiro. - Ela fez uma pausa, olhando para o lado, tentando se recordar. - Depois disso, só aparecem cenas incompletas... Me lembro de uma música das Pussy Cat Dolls... - parou por uma momento novamente. - Ah, não! Isso não!

Sasuke a fitou curioso. Será que se lembrou da sua apresentação que quase o levou à loucura?

–O que foi? - perguntou.

–Por favor, Sasuke! - ela se levantou da cadeira ficando de frente para ele. - Por favor me diga que eu não dancei na frente de todo mundo! - eles se olhavam nos olhos. Sakura, com os orbes trêmulos e suplicantes, Sasuke com os ônix crispados. O que diria à ela?

–Você dançou. - não poderia mentir. Se algum de seus amigos, principalmente Kiba, encontrarem Sakura novamente, com certeza irão comentar sobre isso. Mas afinal, qual o problema em dizer a verdade?

–Não! - a rosada apertou os cabelos, sentando-se novamente. - Eu não acredito! Que vergonha!

–Hun. - o moreno sorriu torto. Então Sakura já havia feito isso antes? Talvez. Ela parecia saber que a bebida a faz dançar.

–Como foi isso? Foi muito humilhante? - perguntou aflita.

–Como eu vou saber? - perguntou irritado. - Eu não estava olhando. - mentiu, claro. Nunca diria que se excitou só de vê-la dançar.

–Se minha avó soubesse disso... - murmurou segurando a cebeça que latejava.

–Não seja boba. - repreendeu, talvez como forma de acalmá-la. - Beber não é crime.

–Não interessa se é crime! Eu não gosto dessa invenção do Homem, que além de matar os neurônios, faz uma pessoa em sã consciência, tornar-se um verdadeiro patife!

–Quanta bobagem... - murmurou.

–Se ela me visse, ficaria decepcionada... - disse para si mesma, sem se importar se Sasuke estaria ouvindo. - Como eu pude deixar aquele desgraçado me enganar?!

Sasuke arqueou uma sobrancelha ao ouvir Sakura xingar o sujeito. Ainda não a ouvira falar palavrões.

–Esqueça isso! Sua avó não está aqui. - fitou a rosada olhando tristemente para baixo.

–Uma vez ela me pegou dançando dentro do quarto... - Sasuke pareceu se interessar com a história, pois desacelerou a esteira. Sakura olhou para ele depois que dissera aquilo, sem entender o motivo de ter dito. Fitou o moreno que estampava uma expressão curiosa, querendo saber do resto. - Não preciso te contar o que ela fez comigo...

–Essa sua avó é maluca? - desceu da esteira, sentando-se na cadeira ao lado de Sakura. Pegou uma garrafa, virando-a goela abaixo, depois secou o suor com uma toalha.

–Você tem razão, devo esquecer... - disse ela pensativa. - Sempre há uma primeira vez pra tudo, né? - sorriu levemente para Sasuke, que fitou por um instante os lábios dela. - A minha já passou... Felizmente. - levantou-se. - Vou procurar um analgésico.

Caminhou até a porta da academia, sendo seguida pelo olhar de Sasuke.

Com certeza ela era diferente de qualquer garota que tenha conhecido. A cada dia que a conhecia melhor, isso ficava muito mais claro.

Mas agora, depois da noite agitada, depois de se sentir daquela maneira por causa dela e não entender por que não foi corajoso o suficiente para satisfazer suas vontades, deveria tomar distância daquela garota. Agora percebia que estavam cada vez mais próximos e isso não deveria acontecer. Ela deveria saber o seu lugar. Ele é um Uchiha, um autêntico Uchiha! Ela é apenas mais uma fracassada que se intrometeu na família. Ele não pode se misturar com alguém inferior.

Mas por que havia uma parte dele que contradizia tudo isso que acabara de pensar?

Vai saber! Nem mesmo ele sabe explicar essa mudança dentro de si.

Só sabia que a partir daquele momento estava decidido. Não levaria Sakura ao Kusanagi e em nenhum outro bar novamente. Isso por sua própria segurança.

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*Yakuza: É uma organização criminosa japonesa.

**Absinto: Planta hebácia aromática que contém essência amarga e tóxica. Existe uma bebida (licor alcoólico, aromatizado com a essência dessa planta.

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Continua...


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Notas finais do capítulo

Yo!! Meus kokoros!!!



Quero pedir desculpas pelos palavrões contidos nesse capítulo, mas vocês sabem, né? Estavam meio bêbados, então tem uma desculpa. =D



A Amanda se rachou de rir com esse capítulo e eu confeço que até eu me acabei. Não era pra ficar bem assim... Mas eu não seguro minha inspiração! hehehe



O nome da bebida álcool 100 ( que mais tarde todo mundo descobriu que era álcool 100”%”) e o tal do “Colosso”, foram invenções minhas. A idéia era qua a Sakura ficasse bêbada, mas aí eu pensei: Ela não vai beber de boa vontade e nenhum homem vai chegar oferecendo. Já sei! Vou criar um barman mal encarado que não gosta de ninguém sóbrio nesse bar.



Aí deu no que deu!





Bom, espero que tenham gostado!



Façam essa autora baka feliz mandando reviws! hauhuahuahua





Bjus



=Denny