Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 46
Melina


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews e muito obrigada por favoritarem ;)
Leitores fantasmas apareçam!!!!!
Quem ai está ansioso(a) pra saber da filha da Jessica, Melina?
Boa leitura :3



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Um mês depois.
Certa tarde enquanto eu fechava a loja uma mulher me chamou a atenção. Ela tinha a aparência de uma moradora de rua, suas roupas sujas estavam rasgadas, seus cabelos negros eram desalinhados e sua magreza me espantava. A mulher carregava uma criança recém nascida no colo, o que me partiu o coração.
Fiquei um tempo observando a mulher atravessar a rua e logo em seguida fechei a loja.
Na manhã seguinte Tereza foi até o centro de a cidade pagar alguns boletos no banco e me deixou na loja, havíamos acabado de tomar o café da manhã e a senhora já se perguntava o que fazer para o almoço. 
Eu achava curiosa a forma que ela me tratava, nós nos conhecíamos há apenas um mês e ela me tratava como uma filha. O carinho que eu sentia por ela também era imenso e perder Tereza era uma coisa que eu jamais cogitava na minha vida.
Aquele dia não foi um dia muito movimentado.
As 18:00 da tarde Tereza pediu para eu fechar as portas, o tempo estava fechando e um vento gelado soprava por toda a rua. Ela subiu as escadas do prédio dizendo que faria sopa de legumes para o jantar e a sopa daquela mulher era irresistível.
Eu estava prestes a fechar a porta quando a mulher que eu havia visto no outro dia andando do outro lado da rua parou na frente da porta desesperada.
-Desculpe – disse eu – Mas estamos fechados.
Seus olhos estavam vermelhos e os ossos saltados do rosto eram terríveis.
-Ajude-me – sussurrou ela – Por favor.
Nos braços estava a criança recém nascida.
-Eles querem me matar – disse ela com lagrimas nos olhos – Eles querem matar meu bebezinho.
Trovões e relâmpagos tomavam conta do céu. 
Escutei uma voz gritando ao longe.
-Não adianta fugir sua cretina – a voz estava distante, mas dava para ouvi-la perfeitamente – Vamos matar toda a sua família.
A mulher a minha frente desatou a chorar.
-Segura – disse ela me passando a criança.
Peguei a criança um tanto desajeitada e sem saber ao certo o que estava fazendo.

A mulher agarrou um saco de lixo preto que o vento trazia de longe e o abraçou com força.
-Eu devo para eles – disse a mulher apavorada – Eles vão me matar, mas não vão pegar minha filha.
Os gritos da voz ficavam mais próximos.
-Cuida dela por mim – disse a mulher – Por favor.
Eu estava sem reação alguma.
A mulher chorando loucamente olhou para a criança e abraçou com força o saco de lixo.
-Eu te amo filha – disse ela olhando para a criança que não demonstrava agitação nenhuma em meu colo – Eu te amo Melina.
Em seguida a mulher disparou correndo em direção contraria a voz.
-Feche as portas – foram as ultimas palavras dela.
Fechei a porta com dificuldade e apaguei as luzes. Notei uma sombra se aproximar do lado de fora e com a criança no colo me escondi ao lado de uma arara de roupas.
Espiei rapidamente e vi que um homem alto e armado olhava para dentro da loja através do vidro. Meu coração acelerou e minhas pernas começaram a tremer.
Abracei a criança com força e fechei os olhos quando escutei alguém fazendo alguns disparos com uma arma de fogo. Pensei se a mulher conseguira escapar ou se já estava morta. 
A criança em questão estava de olhos fechados e dormia tranquilamente. Vê-la dormir me acalmava e um instinto maternal, que eu nunca imaginei que eu tinha, tomou conta de mim.
A chuva lá fora começou a cair violentamente lavando a rua. E eu permaneci ali agachada com aquela linda menina no colo.
Escutei passos pesados vindo em minha direção e abafei um grito quando Tereza me encontrou.
-O que está fazendo Jessica? – perguntou ela – o que é isso que esta segurando? É uma criança?
Olhei para Tereza ainda com o coração em disparada devido ao susto.
-Sim – respondi – É uma criança. Melina. Minha filha.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?