Pedro pintava quadros. Em um cômodo do apartamento era exclusivamente reservado para guardar quadros, tintas, pinceis e outros materiais que ele usava em seus quadros. E ele pintava muito bem. Havia tardes em que ele ficava o dia inteiro pintando os quadros.
Acordávamos de manhã tomávamos o café comprado na padaria mais próxima ao nosso apartamento e depois da primeira refeição do dia ele se dedicava a pintura. Na hora do almoço pedíamos tele entrega de qualquer coisa e ele logo voltava para os quadros depois de almoçarmos. Os quadros em gerais tinham certos mistérios. Às vezes retratava a morte, outras vezes o amor. Mas eram bonitos e Pedro realmente tinha um talento que era desconhecido ate então por mim.
Numa tarde quente, depois de finalizar um quadro ele me pintou.
Fez um desenho simples do meu rosto com tinta preta.
Os dedos dele ficaram todos pretos e a camiseta de botão verde que ele usava estava toda manchada de tinta.
O desenho estava perfeito.
Colamos o desenho na parede com fita crepe e riamos enquanto nos beijávamos e tomávamos nossas bebidas geladas.
Peguei uma câmera que Pedro tinha guardada no quarto e tiramos diversas fotos deitados no sofá e caídos no chão.
As fotos ficaram espelhadas pela casa.
As fotos retratavam o nosso amor.
E eu estava o amando incondicionalmente.