Ensinando A Amar escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 4
Marieta


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, me desculpe pela pequena demora.
Espero que gostem
Os: Eu ainda não respondi os reviews, mas amanhã sem falta eu respondo cada um de vocês. Muito obrigado pelo imenso carinho de comentar e desculpem por demorar a responder!
Desculpem os erros amores, eu ainda não revisei!



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No caminho de volta para casa Juliana se viu perdida em pensamentos. Gabriel não parecia nada bem e ela começava a desconfiar da eficiência do diagnóstico do médico que o atendeu. Ele indicava as direções do caminho e apenas respondia a algumas perguntas simples que serviam de distração para ele não cair novamente no sono.

Em certo ponto do caminho a moça percebeu que era praticamente o mesmo que usava todos os dias para ir para sua casa. Notou ainda que nunca antes tinha visto algumas pessoas que moravam por ali, uma dessas famílias era possivelmente a de Gabriel.

—Já pode estacionar professora, chegamos em casa. - Ele disse com os olhos entreabertos e ela rapidamente parou o carro.

Juliana desceu e empurrou o portão estacionando o carro na garagem em seguida.

—Tudo bem, você consegue descer sozinho garoto? -Ela perguntou lhe lançando um olhar preocupado e ele resmungou alto o suficiente para ela se virar para encará-lo mais de perto.

—Quantos anos você acha que eu tenho? - Ele perguntou abrindo os olhos e encarando a jovem mulher a sua frente. - E por que não usa meu nome ao invés de repetir a palavra 'garoto' toda vez que se refere a mim?

Juliana encarou curiosa o rapaz a sua frente. Ela o chamava sempre de garoto simplesmente pelo fato de aos seus olhos ele ser apenas um garoto.

—Tudo bem, de que você quer que eu te chame então? - Ela perguntou com ar divertido.

—Meu nome deve servir. - Ele respondeu sarcástico. Juliana se surpreendeu com a atitude do rapaz.

—Tudo bem então Gabriel. - Ela disse enfatizando o nome dele e o fazendo revirar os olhos. - Precisa de ajuda?

—Não. - Ele disse abrindo a porta do carro. - Eu estou muito bem, obrigado.

Juliana deu de ombros e abriu a porta do motorista e logo em seguida deu passagem para Douggie sair pela porta de trás do carro.

—Me faz o favor de manter ele longe de mim, tudo bem? - Gabriel falou enquanto procurava as chaves da porta de casa que deveria estar perdida em algum de seus bolsos.

—Está esperando o que exatamente para abrir a porta? - Juliana perguntou atraindo a atenção dele, nervosa por tudo, incluindo o mal humor dele.

—Estou esperando eu achar a bendita chave para abrir a porta. - Ele disse enfim encontrando a chave perdida em um de seus bolsos.

O relutante par entrou calmamente na casa e a moça observou atentamente tudo a sua volta. A sala era simples, mas muito bonita e a casa possuía um andar além do térreo. A cozinha, a sala de estar,  um banheiro, uma copa e uma pequena varanda ocupavam o térreo e no andar superior provavelmente ficavam os quartos e mais um banheiro.

—Vai tomar um banho que depois eu tenho que trocar seu curativo. - Ela disse e Gabriel arqueou as sobrancelhas a encarando quase que descrente.

—Tudo bem mamãe. - Ele decidiu que era tudo o que ele estava disposta a dizer, revirando os olhos em seguida e subindo em direção ao seu quarto.

Juliana apenas deu de ombros e decidiu que se sentar na sala e esperar pelo rapaz era a melhor opção. Deixou Douggie no quintal e ainda lançou um olhar chateado ao animal que apenas abanou a cauda fazendo aumentar ainda mais a raiva momentânea de Juliana. Raiva essa que dentro de alguns dias com toda certeza já estaria esquecida. Amava demais a grande bola de pelos para ficar ressentida com ele por muito tempo.

Alguns minutos se passaram e depois de mais de meia hora esperando, Juliana começou a se preocupar. Decidiu então subir as escadas no intuito de verificar se estava tudo bem com Gabriel.

Abriu a primeira porta e notou que era o quarto do casal. O segundo era bastante bagunçado, mas no momento estava desabitado. Seria do irmão, com toda certeza. Bateu na terceira porta, que provavelmente seria o quarto de Gabriel. Sem obter resposta pela terceira vez ela em um ímpeto quase desesperado, girou a maçaneta encontrando um Gabriel sem camisa, com o cabelo molhado e adormecido sobre a cama. A moça perdeu alguns minutos observando o rapaz que sereno, deixava à mostra toda beleza que lhe era característica. O pequeno transe momentâneo foi quebrado assim que ela se deu conta de que ainda não havia passado o tempo necessário para ele poder dormir e sendo assim ele não deveria estar dormindo.

Depois da constatação bastante óbvia, Juliana foi em passos largos em direção a cama de Gabriel e pousou as mãos nos ombros dele balançando lentamente o corpo do rapaz na tentativa de fazê-lo despertar.

—Gabriel! Acorda! - Ela falava enquanto aumentava o ritmo com que sacudia o corpo dele. Ele não demonstrou reação por alguns segundos fazendo Juliana entrar em um estado de quase pânico. –Vamos lá garoto. Acorda!- Ela disse em um tom desesperado, vendo logo em seguida ele abrir os olhos devagar, encarando as paredes à sua volta como se nunca as tivesse visto antes.

— Achei que já tivéssemos decidido que eu tenho um nome? - Ele perguntou ainda sonolento e ela se viu sorrindo.

—Não me assuste assim, por favor. - Ela disse baixinho, mas ele ouviu e sem saber o por que, se sentiu um tanto quanto melhor, mesmo que só por um segundo.

—Desculpe, eu estava me sentindo um pouco tonto e decidi deitar por um segundo. Não pretendia dormir. - Ele disse se sentando na cama. - Pode me ajudar com os curativos?

—Claro. - Ela disse e se afastou para buscar a maleta de primeiros socorros. - Só um minuto, por favor.

Ela trocou os curativos com um cuidado que segundo o próprio Gabriel era de longe desnecessário. A cada toque que ele respondia com um resmungo baixinho de dor, no entanto, ela se sentia mais culpada.

—Eu não vou morrer por causa disso sabia? - Ele perguntou divertido e ela suspirou.

—Fico feliz. - Ela disse entrando na brincadeira. - Se morresse eu teria sérios problemas com toda a população feminina da escola.

—Por que diz isso? - Ele perguntou com ar de curiosidade que nada carregava de malícia, e Juliana se rechaçou por ter dito algo tão inapropriado ao rapaz.

—Por nada. - Vendo ela corar, Gabriel arqueou uma das sobrancelhas em desafio, indisposto a deixar ela se livrar de uma explicação.

—Começou e falar, faça o favor de terminar. - Ele disse a deixando ainda mais constrangida.

—Pare com isso. - Ela disse enquanto se forçava a pensar em uma resposta. - Falei apenas por que tive o prazer de conhecer EDITE EDITE EDITE Ela disse e Gabriel sorriu ainda mais._Pareciam que nunca haviam visto um rapaz bonitinho na vida..._Juliana falou isso e viu o jovem a sua frente explodir em risadas.

—Qual o motivo da graça?-Ela perguntou irritada.

—Sei lá... É que é estranho ver minha professora de inglês sentada na minha cama e me dizendo que me acha “bonitinho”._Ele disse brincalhão fazendo a moça corar novamente.

—Pare de bobeiras..._Ela disse se levantando e rindo também.

—Tudo bem, vamos comer alguma coisa lá em baixo._Ele disse levantando também e seguindo para o andar de baixo.

Juliana o seguiu e juntos desceram as escadas chegando até a cozinha. Ele procurou alguma coisa na geladeira e suspirou frustrado ao notar que não tinha nada pronto para comer.

—Acaso você sabe cozinhar?_ele disse observando mais uma vez os armários.

—Acredite, você não vai querer que eu cozinhe._Ela disse e ele riu dela.

—Não é educado rir das pessoas._Juliana o repreendeu.

—Não é normal uma mulher da sua idade não saber cozinhar._Ele disse e recebeu um olhar assassino da mulher a sua frente.

—Quantos anos você pensa que eu tenho?_Ela disse olhando ameaçadoramente para ele.

—Sei lá, você é professora. Deve ser mais velha que eu._Ele disse se escondendo dela e fazendo a mesma rir.

—Não sou tão mais velha assim.Só tenho 24 anos, mas não vale contar isso na escola._ela disse divertida.

—Tudo bem._ele respondeu levantando os braços em sinal de rendimento.

—Me da as chaves do carro pra eu pegar os pães que eu deixei lá dentro?_Ela perguntou mudando de assunto.

—Claro. Pega lá em cima da mesa da sala._Ele disse e seguiu para a sala.

Juliana pegou a chave e foi em direção a garagem. Passou por Douggie e lançou mais um olhar zangado a ele. Abriu a porta do carro e pegou a sacola com os pães que ainda estava lá.

Ela entrou de volta para casa e se deparou com Gabriel segurando seu telefone com um olhar assustado.

—Telefone para você._ele disse dando de ombros._E parece que a pessoa está bem zangada._ele falou a ultima parte como uma criança que acabava de fazer uma arte.

—Mamãe?_Juliana perguntou assim que ouviu a mulher perguntar do outro lado da linha”Quem é o homem que está falando com você.”

—Não mamãe, eu não estou me “encontrando” com ninguém._ela disse e Gabriel segurou uma risada._ O Douggie acertou uma aluna minha hoje com aporta do carro e como ela está sozinha em casa eu vou ficar aqui para ajudar a coitadinha. Estou me sentindo culpada mamãe. Amanhã eu vou pra casa. Desculpe por não ter levado o pão.

Juliana se despediu da mãe e desligou o telefone vendo Gabriel com uma careta invejável, esparramado sobre o sofá.

—Por que disse que eu era uma menina?_Ele perguntou cruzando os braços.

—Por que se eu dissesse que era um garoto meu pai viria aqui só pra ter certeza de que você não me faria mal.E acredite, ele não ia fazer isso de uma forma muito boa pra você._ela disse e viu ele arregalar os olhos.

—E o que garante a você que eu não vou te fazer “mal”._Ele disse com ar travesso.

—Eu chamo o Douggie pra te dar outra portada na cara._Ela disse e ele voltou a fazer careta.

—Golpe baixo._ele resmungou e ligou a televisão.

Juliana estava sentada no sofá ao lado dele e via que aos poucos ele ia fechando os olhos.

—Acho que já deu o tempo necessário Gabriel, você já pode ir dormir._Ela disse fazendo ele despertar.

—Tem certeza que seu dormir não vou acordar retardado?_ele perguntou ainda sonolento.

—Não mais do que você já é garoto._Ela disse brincando e ele revirou os olhos.

—Tudo bem então, boa noite._Ele disse e foi em direção as escadas.

—Gabriel..._ela chamou e ele voltou a atenção para ela.

—Pode me emprestar uma camisa pra eu dormir?

—Posso sim, mas você tem que vir buscar._Ele disse e voltou a subir as escadas com Juliana atrás de si.

—Acho que essa aqui vai ficar boa em você._ele disse estendendo uma camisa qualquer na direção dela.

—Tudo bem, obrigado._ela disse rindo baixinho da cara engraçada de sono que ele fazia._Boa noite.

—Boa noite._ele respondeu se jogando na cama.

Ela desceu as escadas e foi em direção ao sofá. Adormeceu e acordou uma vez no meio da noite para verificar se estava tudo bem. Notou um Gabriel adormecido e sem expressar nenhum tipo de dor ou coisa parecida. Ele mais se assemelhava a um anjo.

Vendo isso ela voltou a dormir.

No dia seguinte o despertador de Gabriel encontrava-se como sempre soltando um ruído estridente. O único problema era que ele havia sido “soterrado” por uma enorme pilha de roupas que estava em cima do criado mudo dele.

Juliana sentiu raios quentes de sol tocarem no rosto e a claridade que veio junto a fez despertar. Abriu os olhos calmamente e tentou focar os olhos no relógio que estava sobre a mesa de centro.

Levantou em pulo quando notou que mais uma vez estava atrasada.

Correu na direção do andar superior e abriu a porta do quarto de Gabriel. O mesmo estava como da ultima vez que ela o havia visto. Ele dormia como um anjo. Um anjo que precisava ser acordado naquele exato momento.

—Acorda, acorda, acorda..._Ela disse enquanto abria as cortinas.

—Hummm mamãe, eu ainda quero dormir mais._ele disse manhoso fazendo ela rir.

—Não sou sua mãe Garoto._Ele disse balançando ele._Acorda ou vamos nos atrasar.

Ele abriu os olhos lentamente e aos poucos pareceu despertar.

—Vai se arrumar que vamos sair em vinte minutos._ela disse e notou o olhar dele sobre si.

—Eu disse que a camisa cairia bem em você._ele disse e correu para o banheiro antes que a almofada que estava na mão de Juliana o acertasse.

Ela estava usando a camisa dele que mais parecia um vestido e era só isso. Isso mesmo. Ela estava só de calcinha pelo fato de não ter conseguido dormir com a calça jeans tão apertada. Ela se chutou mentalmente assim que percebeu o momento embaraçoso.

—Não demora Gabriel. Ou vou deixar você pra trás._ela disse e assim que se virou para a sala de estar encontrou com o olhar surpreso de um casal. Eram sem duvida os pais de Gabriel.

—Hummm... Bom dia?_Ela perguntou sob os olhares curiosos do casal. Um olhar nada amigável vindo da mulher e um olhar sacana vindo do homem.

Ela percebeu que a mulher observava a roupa que ela vestia e mais uma vez naquela manhã ela se amaldiçoou por isso.

—Fica me dando pressa e nem se vestiu ainda..._Gabriel desceu as escadas vestindo a camisa e parando assim que notou quem estava na sala.

—Mamãe?Papai?_Ele perguntou vestindo rapidamente o restante da roupa._O que vocês estão fazendo aqui?

—Acho que somos nós quem devemos fazer essa pergunta...

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem por favor, é muito importante para mim.
Eu devo continuar?
Beijo Beijo e fiquem com Deus.
Até os próximos!