Ensinando A Amar escrita por BiaSiqueira, ThansyS


Capítulo 2
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Notas iniciais do capítulo

Olá.
Obrigado as menias que vieram aqui me ajudar!
Espero que gostem!



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Gabriel acordou quando sua mãe o chamou pela segunda vez

O rapaz era filho de uma professora de geografia e um mestre de obras. Tinha um irmão mais novo e estava no ultimo ano do ensino médio. 17 anos recém completados e contando os minutos para chegar aos tão sonhados 18.

Se assustou quando notou que caso não levantasse naquele exato momento perderia a hora do primeiro horário da escola, já em seu primeiro dia de aula. Tomou um banho e se vestiu rapidamente, cumprimentou os pais e notou que o irmão mais novo já havia ido para a escola.

—O Miguel saiu antes de mim mãe?- Ele perguntou antes de sair.

—Qualquer um que queira chegar no horário faz isso Gabriel. - A mulher disse sorrindo fazendo o filho revirar os olhos.

—Estou indo. - Ele falou antes de sair correndo para a garagem.

Apressado, ele encontrou o pai no quintal e viu o homem sorrir ao notar mais um dos atrasos do filho.

—Dirija com cuidado! - O homem gritou de longe, já acostumado em ver o filho sair com o carro mesmo sem ter habilitação. Era um trajeto curto e simples o suficiente para ele autorizar o filho a quebrar uma das poucas regras que ele não se importava em seguir.

—Nunca faço isso. - Gabriel respondeu entrando no carro que usava para ir para a escola. Mesmo sendo menor de idade o rapaz ganhou o direito dos pais de usar o veiculo, visto que sem ele, era impossível para Gabriel chegar a tempo em qualquer lugar._Sua benção.

—Deus te abençoe. - Ele ouviu de longe a voz do pai.

Gabriel esperou ter uma distancia segura de casa até pisar fundo no acelerador reduzindo o caminho da escola a pouco mais de 10 minutos.

Passou pelos portões no ultimo instante e correu afim de chegar a tempo para a primeira aula, mesmo que soubesse que estava atrasado.

Checou a lista de alunos e descobriu que estava na mesma sala que a maioria de seus amigos. Sorriu em satisfação e correu literalmente para a nova sala.

Chegando na porta, notou uma moça parada em frente a turma, calmamente dizendo palavras que ele não entendeu.  Ela parecia não muito alta e também não parecia com as demais professoras.

—Alguém tem alguma pergunta? - A voz dela soou novamente e ele se apressou em se pronunciar.

—Posso entrar? - Ele perguntou notando todos os olhares sobre si nos instantes seguintes.

Gabriel se assustou um pouco ao notar que a nova professora mais se parecia com uma aluna, e com toda certeza não teria mais de 25 anos de idade. Notou que a mulher também o observava atentamente antes de lhe dirigir a palavra.

— Primeiro dia de aula, acredito que posso relevar._Ela disse com um sorriso simpáti

Gabriel caminho em silencio enquanto ela ainda falava e quando estava próximo ao lugar que um de seus amigos havia guardado, a voz da professora mais uma vez foi ouvida.

—Qual o seu nome?

—Gabriel Sant’Anna. - Ele respondeu envergonhado, como sempre ficava quando se via no centro das atenções.

—Muito bem senhor Sant’Anna, é um prazer conhecê-lo.

Depois da apresentação a aula começou pra valer. Ele descobriu em poucos minutos que aquele ano não seria nada fácil para ele. Desde que inglês se tornou importante nas escolas, ele vinha enfrentando sérios problemas. Essa não era nem de longe sua matéria preferida e sem duvida era uma das quais ele tinha maior dificuldade.

O jovem era um exímio esportista e desde muito novo acumulava conquistas para a escola e para o esporte da cidade. Não era um aluno problemático, mas também não era exemplar. Há um tempo atrás a falta de concentração do rapaz foi diagnosticada como TDAH*, mas para ele isso era nada mais do que uma enorme gama de “besteira” e por esse motivo o problema não era levado a sério.

Ele percebeu que a moça que agora seria sua professora parecia simpática, e mesmo tentando parecer rigorosa, ela estava rapidamente conquistando o respeito de toda a turma.

Os rapazes a olhavam com curiosidade e alguns com um certo ar de malícia que era quase palpável. As moças a olhavam com admiração, algum vestígio de respeito e uma bela dose de inveja.

Ele percebeu que perdeu tempo demais analisando essas pequenas coisas quando notou o olhar curioso da mulher sobre si.

—Is there a problem Mr. Sant’Anna?- A moça falou olhando na direção dele e nesse momento ele percebeu que o problema iria realmente começar.

—Eu juro que responderia sua pergunta, caso eu soubesse o que você esta falando. - Ele respondeu de maneira inocente corando logo em seguida devido as risadas vindas dos colegas.

Juliana já havia percebido o fato do rapaz estar olhando em diferentes direções e parecia analisar cada colega de maneira exagerada. Ela percebeu que mesmo sem querer, ele direcionava olhares para lugares distintos e batia os pés no chão com alguma freqüência. Notou ele rabiscar o caderno e em certo momento encarar o quadro a frente com um olhar perdido. Vários alunos pareciam pouco interessados, mas Gabriel parecia praticamente perdido em outro mundo.

A frase que ela estava usando com ele no momento era algo que ela havia acabado de demonstrar o significado para a turma. Havia sido combinado que ela usaria a frase “Algum problema senhor (a)...?” toda vez que percebesse que alguém não entendeu, e foi justamente isso que ela fez para logo em seguida ser surpreendida pela resposta do rapaz.

—Me desculpe...-Ele disse baixinho, arrancando suspiros das garotas que davam a ele sua completa atenção.

Juliana revirou os olhos. Parecia que para cada ação do jovem a sua frente, haveria uma reação consequente da parte das meninas.

—Não se desculpe, apenas tente prestar mais atenção ok? - Ela disse usando o português, atraindo olhares curiosos do restante da classe, tendo claramente quebrado sua propria regra.

A aula transcorreu em seu devido curso e depois foi seguida por outras. Quando o intervalo chegou, vieram todos os comentários sobre as aulas anteriores.

—Fala Gabriel, meu amigo. - Lucas, o melhor amigo dele o chamou a atenção assim que o intervalo começou. - Qual foi a de tentar a todo custo tirar a moça do inglês do sério?

Os demais rapazes riram e Gabriel os acompanhou.

—Não fiz de propósito. Perdi o horário e me atrasei...

—Como sempre. - João Marcos, um outro amigo o interrompeu.

—Isso mesmo cara, como sempre eu perdi o horário e acabei me atrasando. Pedi permissão pra entrar e ela nem ligou. Depois eu viajei e ela percebeu. Achei que eu ouvir o primeiro grande discurso do ano, mas parece que ela estava de bom humor. - Ele disse sorrindo de canto.

—Juliana cara, é o nome dela. - Lucas retomou a palavra.- Ela parece bem invocadinha, mas é bem bonitinha também.

—Gostou da novata, garanhão? - João Marcos brincou. - Muita areia pro seu caminhãozinho meu caro.

—Cara, às vezes eu me pergunto quem viaja mais entre nós todos.- Gabriel respondeu revirando os olhos. - Vocês não tem noção de quando parar de falar merda.

—Olá meninos. - Uma voz conhecida por eles soou assim que Ana Angélica chegou acompanhada das amigas até os rapazes.

—Olá. - Cada um a cumprimentou, já habituados à moça que vez ou outra insistia em participar de suas conversas particulares.

—Viram o mural de recados?_Ela perguntou animada, assim que notou que nenhum deles parecia disposto a dizer a ela muito mais que uma palavra de cumprimento.

—Parece que vimos alguma coisa Angel? - Lucas perguntou e os outros seguraram o riso.

—Não seja estúpido Lucas. - A meia resmungou, claramente habituada ao tratamento não muito acolhedor que recebia do rapaz. - Mas voltando ao assunto, parece que teremos uma reunião logo hoje e é exatamente daqui a cinco minutos. Os professores querem fazer desse ano, um ano bem corrido. - Ela comentou para logo em seguida voltar a se distanciar. - Bom te ver de novo Gabriel. - Ela disse de longe arrancando risadas dos outros rapazes.

—Parece que o fetiche dela por você só piorou cara.- Lucas brincou.

—Se ela disse que o ano vai ser “corrido” eu espero que ele seja um bom corredor, por que quanto mais rápido ele passar, mais cedo eu completo 18 e conquisto a liberdade._Gabriel brincou e deu risada do seu proprio trocadilho absurdo.

—Cara, esse papo de “liberdade” e se “libertar” pega mal. - João respondeu fazendo Lucas rir e no instante seguinte a coordenadora passou avisando da tal reunião no refeitório, interrompendo a diversão boba dos rapazes.

Todas as séries estavam reunidas e no grande refeitório o numero de alunos era quase assustador.

—Bom dia. - A voz da diretora soou amplificada pelas caixas de som.

Um “Bom dia” em uníssono foi ouvido em seguida.

—Primeiro eu gostaria de desejar novamente as boas vindas a cada um de vocês e logo depois eu queria apresentar aos veteranos os novos professores. Esse ano temos de novos por aqui apenas o professor de arte que será o senhor Alberto Montarez e a professora se inglês, Juliana Bonfim. Sejam bem vindos e espero que gostem de trabalhar conosco. - A mulher disse com falsa simpatia e vários alunos seguraram o riso.

—Esse ano teremos alguns novos eventos e o projeto anual da escola será ampliado e tomará proporções ainda maiores. Ele será estendido por cinco dias, sendo encerrado em um domingo e nesse meio tempo usaremos todo o talento de vocês como forma de entreter nossos convidados especiais. Os professores de educação física, arte, espanhol e português ficarão responsáveis pelas apresentações artísticas e aos outros ficarão os cargos que lidarão diretamente com a parte  da mais burocrática, ligada a conteúdo e organização. Porém a ornamentação ficará a cargo de comitês formados e dirigidos pela professora Juliana Bonfim. Dentro de alguns dias os detalhes adicionais serão passados a vocês nas salas de aula. A apresentação do projeto ocorrerá em julho na semana que antecede o recesso escolar. Até lá a maioria das atenções e atividades extra curriculares de vocês serão voltadas ao cumprimento dessa tarefa. - A mulher disse tudo de uma única vez fixando a atenção dos alunos em si. - Sem mais delongas, retornem as suas classes e no tempo devido retornaremos ao assunto.

—Cara, arte e inglês valendo praticamente metade da nota anual. Resumindo em poucas palavras, ou a gente tá com a vida ganha, ou a gente ta’ ferrado.—Lucas disse atraindo a atenção dos amigos que acenaram em concordância.

*O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma síndrome caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade.


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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar por favor :)
Beijo e fiquem com Deus!