No capítulo anterior:

Percebi que os semideuses me olhavam e os olhei de volta. – Que foi? Achavam que eles andavam por ai com as roupas na boca?

– Então ta, né? – Clarisse falou.

– Vamos? – Chris perguntou.

– Vamos. – Respondi.

Capítulo 19 - Eu te amo baixinha!

P.O.V. Lia Cullen

Me virei e fui em direção a porta de motorista do meu carro.

– Ei, onde você pensa que vai? – Nico perguntou.

– Pra Forks, oras! – Falei revirando os olhos.

– Sim, mas não pode dirigir agora, não cansada dessa forma. – Ele falou e eu arregalei os olhos não acreditando no que ele estava falando.

– Bom, sou obrigado a concordar com o Di Angelo. – Olhei estupefata para Seth.

– Vocês só podem estar de brincadeira. – Olhei Percy, Annie, Chris, Clari, Jess e Micael e eles pareciam estar segurando o riso. – Eu estou bem sim, obrigada, olha eu tenho reflexos ótimos. E outra se eu não dirigir o meu carro, como vamos pra Forks, posso saber?

– Muito simples outra pessoa...

– De jeito nenhum Seth, pode ir parando, você sabe muito bem como eu sou em relação ao meu carro! – Exclamei.

– Sim, eu sei que você mooooorre de ciúmes do seu carro, mas todos aqui são de sua confiança então não vai ter problema. – Seth falou em um fôlego só, tentei protestar, mas ele não deixou e continuou. – Di Angelo você pode dirigir, eu levo a Lia vai atrás comigo?

Nico encarou Seth fazendo careta e negou. – Não, acho que você pode dirigir e deixar que eu posso muito bem ir com ela atrás.

Seth o encarou de volta.

– Ótimo, então eu dirijo! – Clari falou animada quando Seth abria a boca pra responder. – Eu tava louquinha mesmo pra dirigir seu carro mesmo. – Falou sorrindo abertamente.

Por vários minutos encarei os três incrédulos, e suspirei pesadamente. – Eu não vou matar Nico Di Angelo! Eu não vou matar Seth Clearwater! Eu não vou matar Clarisse La Rue! – Falei calmamente e respirando fundo e tentando me acalmar pra não matá-los pelo que estão falando e fiquei mais um minuto de olhos fechados até me convencer de eu “quero” deixar a Clarisse levar o meu carro, quando abri os três me olhavam com sorrisos tortos e sobrancelhas arqueadas. – Ok, mas muito cuidado Clarisse! Um arranhão e eu mato você!– Falei severa e ela riu.

– Beleza!

– Então, podemos ir ou ta difícil? – Thalia falou.

– Vamos. – Clarisse falou sorrindo e praticamente saltitando até mim e estendendo a mão. – A chave, por favor? – Riu. Revirei os olhos e lhe entreguei a chave.

Entramos nos carros comigo atrás entre Nico e Seth, que se encaravam de 5 em 5 segundos, e eu estava o mais imóvel possível enquanto Clarisse e Chris seguravam o riso na frente. Algum tempo depois eu já estava quase explodindo com essa tensão toda.

– Olha, já chega ta bom? Dá pra me dizer por que estão agindo assim?

Nico olhou pela janela e Seth arqueou uma sobrancelha pra mim. – E por que simplesmente não leu nossas mentes? – Perguntou, Nico arregalou os olhos.

– Porque quis lhes dar privacidade, mas tudo bem, não querem contar, eu também não quero saber. Tô cansada e vocês estão me enchendo com essa tensão toda. – Falei revoltada. – Seth vai dormir que você precisa. – Ele sorriu assentindo e se ajeitou pra dormir, se encostando e passando um braço por sobre os meus ombros.

Nico o encarava aparentemente com raiva, e Clarisse soltou uma risadinha, mas logo parou e voltou sua atenção a estrada.

Dez minutos depois nessa posição eu já estava suando com a temperatura elevada de Seth e delicadamente retirei o seu braço dos meus ombros, ele já dormia profundamente.

Abanei-me. Nico riu baixinho, o olhei. – Sabe aqui ta um pouquinho mais frio. – Falou abrindo os braços. Hesitei. – Quê? Tá com medo de mim? – Neguei com a cabeça ainda hesitante, ele sorriu e me puxou pros seus braços, me aconchegando ali e fazendo carinho no meu cabelo. – Pode dormir se quiser.

– Obrigada. – Sorri um pouco. Fechei os olhos me sentindo confortável e bem como nunca estive, tenho que confessar que até um pouquinho mais do que quando ficava assim com meu pai e Seth.

Sabia que Seth ia ficar um pouco chateado, mas a minha temperatura já é um pouco alta e a dele mais ainda, estava realmente muito calor.

Suspirei e adormeci.

* * *

– Lia, acorda. – Nico me chamava.

Abri os olhos lentamente. – Que foi? – Perguntei coçando os olhos.

– Já anoiteceu e a gente ta querendo parar porque não comemos nada desde que saímos do acampamento. – Clari falou me olhando do banco do passageiro. Levantei uma sobrancelha. – Chris queria dirigir. – Completou.

Revirei os olhos e me ajeitei no banco, me afastando um pouco de Nico, que fez uma careta, mas logo se recompôs.

Ouvi um baixo rosnado do meu lado esquerdo, me virei e vi Seth encarando a janela. – Seth? – Chamei calmamente e baixinho. Ele não me olhou e nem respondeu. Suspirei. – Chris pare no próximo hotel, pousada ou qualquer lugar onde possamos descansar.

– Ok. – Ele assentiu.

Uns dez minutos de silêncio depois avistamos uma pousada simples, mas aparentemente confortável. Chris estacionou em frente e logo Percy parou ao nosso lado.

Todos saíram dos carros e pegamos nossas mochilas com o que iríamos precisar pra essa noite.

– Então como vamos fazer? – Perguntei a todos, mas principalmente a Chris e Clarisse, e Jess e Micael. Chris e Micael abraçaram suas respectivas namoradas imediatamente. Revirei os olhos. – Ótimo dois quartos de casal e dois de trio. – Falei me colocando entre Thalia e Annabeth.

– Parece que sim. – Percy falou suspirando olhando Annie e depois fitou Seth e Nico percebendo o clima tenso entre eles.

– Tá, mas eu to com fome. – Jess falou e todos concordaram.

– Bom, vamos ver se aqui eles têm algo, se não, voltamos pra última lanchonete que passamos. – Thalia falou e todos nos encaminhamos para dentro da pousada.

– Olá, boa noite. – Disse uma senhora, baixinha e aparentemente simpática atrás de um balcão, assim que entramos.

– Boa noite.

– O que desejam crianças?

– A senhora tem quartos disponíveis? Hm, dois de casais e dois com três camas, pra ser mais precisa. – Falei.

– Oh claro querida, temos sim.

Sorri. – A senhora...

– Mary, querida, meu nome é Mary. – Falou sorrindo.

– Prazer Mary, eu sou Lia. – Falei sorrindo. – Mary você aceita cartão de crédito?

– Aceito sim, querida.

Depois de todos os procedimentos, peguei as chaves e perguntei se poderíamos comer algo aqui, ela disse que daqui à uma hora ela nos serviria o jantar.

Subimos as escadas e entramos no corredor em que ficavam os nossos quartos.

– Uma senhora muito simpática. – Jess falou.

– Simpática até demais. – Percy falou desconfiado, olhando pra trás.

Ri. – Podem ficar tranqüilos, ela é 100% humana, assim como o marido e os dois outros casais hospedados aqui além da gente.

– Como sabe? – Thalia perguntou ainda desconfiada.

– “Uma rápida checada de pensamentos, sempre antes de entrar em algum local desconhecido.” – Seth falou olhando a frente, antes que pudesse eu mesma falar.

Todos o fitaram, mas quando perceberam que ele não iria explicar, me olharam.

– Meu “lema”. – Fiz aspas com os dedos. – O.k. aqui estão as chaves. – Entreguei de casal ao Chris e outra ao Micael, depois uma de “trio” pro Percy. – Bom, descansem que amanhã voltamos pra estrada cedo.

Todos assentiram e se encaminharam pros seus quartos. Entrei em meu quarto compartilhado com Thalia e Annabeth, e fui imediatamente pro banheiro tomar um banho.

“Amanhã vai ser um dia longo.” Pensei comigo mesma.

Depois do banho, vesti um short jeans, uma regata preta e tênis. Quando a senhora Mary nos chamou para jantar, eu disse às meninas que podiam descer com os outros e que eu não estava com fome.

Esperei até ouvi-los no andar de baixo comendo e conversando, então andei até a janela do quarto me empoleirando ali e fiquei olhando o céu, quando percebi vultos na floresta abaixo de mim.

– Vá embora! – Falei baixo, mas sabia que ele escutaria.

– Ah, meu bem, por que não vem conversar comigo um pouquinho. – Bryan estava em um galho de uma árvore mais baixa e há alguns metros da minha janela.

Suspirei e me posicionei melhor na janela para poder pular.

– Lia! – Ouvi Seth alarmado e uma cadeira tombando no chão do andar de baixo. Logo ouvi suas passadas rápidas e pesadas pela escada.

Bryan rosnou. – Sem problemas, nos vemos em breve, meu amor e esse cachorro não nos atrapalhará.

Rosnei quando ele chamou Seth de cachorro e já ia atacá-lo quando ele pulou da árvore e no mesmo segundo Seth entro correndo no quarto, puxando-me da janela, me colocou atrás do seu corpo rosnando para a floresta, mas Bryan já tinha ido embora.

– O que houve? – Thalia perguntou, só então percebi que os semideuses estavam também estavam no quarto.

Nem eu, nem Seth respondemos em vez disso ele virou e me abraçou forte. – Você enlouqueceu? – Seth tremia muito.

Sorri e o abracei ainda mais forte. – Não. – Estava feliz de ele estar falando comigo de novo. – Eu sei que era loucura, mas eu só iria conversar com ele, tentar acabar com isso de vez.

– Tem razão, é loucura. Loucura de mais. Nunca mais faça isso, entendeu, ele não iria querer só conversar tenho certeza. Nunca. Mais. Faça. Isso. – Falou pausadamente, segurando meu rosto e me olhando nos olhos.

Assenti sorrindo. Ele voltou a me abraçar, enterrou o rosto em meu cabelo e respirou fundo até parar de tremer.

– Pelo menos você voltou a falar comigo. – Falei meio abafado, pois estava com o rosto pressionado contra seu peito. Me afastei só para olhá-lo nos olhos. – Nunca mais faça isso. Nunca mais se afaste de mim assim. Eu preciso de você.

Ele sorriu e me puxou para seu peito novamente. – Nunca mais! – Concordou. – Eu te amo baixinha!

– Também te amo, Sethie!