Apollos Love escrita por FurryWorld101


Capítulo 6
Conectados pelo Amor




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Estava tudo exatamente igual: os morangos vermelhinhos, as folhas verdes balançando ao vento, o céu rosado do por-do-sol com o mesmo tom de rosa de milkshake, a mesma risada gostosa… Espera, a mesma risada?

Quando dei por mim ali estava Apolo de pé contra o sol. Em um segundo ele materializara-se do nada, como todo bom ser imortal e poderoso deve fazer. Não pude conter o sorriso que se espalhou pelo meu rosto.

– Puxa, Cloé, não imaginava que gostaria tanto dos morangos! - Percy riu.

– Não olhe direto para o sol - Annabeth me advertiu - Pode machucar os olhos.

– Não estou olhando para o sol, estou olhando para… - e então, diante do sorriso zombeteiro de Apolo, a ficha caiu. Só eu podia vê-lo! Ele estava aparecendo só para mim!

– Está olhando para o quê? - Annabeth ficou curiosa.

– Para… Para as montanhas! São muito bonitas! - adicionei depressa. Eu e Apolo trocamos um olhar cúmplice e tive que segurar o riso - Muito, muito bonitas…

– Venha, vamos continuar o tour pelo Acampamento! - Percy continuou a caminhada, animado. Eu, no entanto, fiquei completamente desesperada! Eu queria ficar com o deus grego - literalmente - que estava na minha frente!

Então invente mais uma desculpa, espertinha. Você é boa nisso.

AI. MEUS. DEUSES. Apolo tinha ouvido meus pensamentos! De novo!! Eu quis morrer de vergonha, senti imediatamente meu rosto ficar vermelho como um pimentão. Fiz o que ele me pediu.

– Er… Percy? Posso ficar aqui mais um tempinho?

– Claro! Nós esperamos você!

Apolo negou com a cabeça.

– Na verdade - continuei - eu quero ficar um pouco sozinha. Tudo aqui é muito maneiro e bonito, mas são tantas novidades que não consigo processar tudo… Só quero organizar meus pensamentos. Esse lugar me deixa calma.

– Ah, entendo - Annabeth me deu um sorriso de compreensão - Estaremos no pátio principal por onde passamos agora há pouco. Volte a nos encontrar quando estiver pronta.

Respondi com um sorriso amarelo. Com eu podia ter mentido para uma garota tão legal como ela??

Assim que Percy e Annabeth não podiam mais me ver, Apolo se tornou menos brilhante e etéreo. Tive certeza de que agora ele estava 100% visível. Cobri meu rosto com as mãos quando ele se aproximou e ficou de frente para mim. Eu sabia que ele tinha escutado meus pensamentos. E ele agora sabia o quanto eu estava caidinha por ele.

– Cloé, olhe para mim - Apolo disse em sua voz suave.

Fiz que não com a cabeça e continuei cobrindo meu rosto. Céus, como eu estava morrendo de vergonha!

– Não precisa se envergonhar - ele disse, tocando minhas mãos com suas palmas quentes e fazendo-me mirar seus olhos claros como um céu de verão.

– P-por que você fica lendo meus pensamentos? - perguntei, com as bochecas queimando. Tive que baixar os olhos - Todos os deuses gregos fazem isso?

– Não. Ler a mente de um mortal não é impossível, mas é difícil, e pouco comum.

– Então por quê…?

– Por que, Cloé, temos uma forte conexão - ele segurou meu queixo e foquei o olhar em seu rosto de novo - desde o momento em que bati os olhos em você naquele nascer-do-sol.

Naquela proximidade toda, eu não conseguia pensar em conexão mental nenhuma, apenas no quanto eu queria que ele me beijasse. Divertindo-se com meu pensamento, Apolo sorriu e, no instante seguinte, encaixou seus lábios nos meus.



O beijo do Apolo começou lento e suave. Quente como o sol. Agradável como o verão. Suas mãos apertavam minha cintura contra a sua, subindo e descendo pelas minhas costas. Depois, o beijo se tornou mais rápido, mais intenso. Ficamos ainda mais juntos. Eu sentia agora, a conexão de que ele falava. Era um sentimento novo, estranho, que eu nunca havia experimentado na minha pacata cidade onde vivia. Mas era bom e reconfortante. Acho que essa é a sensação do amor de que tantos falam. Eu amava tudo em Apolo: seu sorriso, sua voz, seus olhos, seu corpo… e vá lá, até suas piadas sem graça e poemas sem rima.

Tudo acontecera muito rápido, em dois dias eu já estava apaixonada por ele. Isso nunca tinha acontecido comigo antes, eu era sempre cautelosa com os meninos e por isso nunca tive nenhum namorado, porque sempre tento dar um passinho de cada vez. Mas Apolo fazia nascer em mim um impulso, uma necessidade que eu não sabia que tinha. Acho que essa é a sensação que um deus causa em uma simples mortal. Por isso haviam tantos casos entre ambos, por isso tantos semi-deuses…

Pensar em semi-deuses me fez pensar em como eles nascem, o que me fez pensar nas relações entre deuses e mortais, o que me fez pensar… Que eu devia me controlar e parar agora. Mas estava tão bom… Apolo beijava meu pescoço com suavidade. Depois beijou minha orelha devagar, e então sua língua estava em meu ouvido, me fazendo estremecer dos pés à cabeça.

Era hora de parar.

– Preciso ir - dissemos os dois ao mesmo tempo.

– O quê? - me surpreendi. Não me parecia que ele queria parar. Será que eu tinha feito alguma coisa errada?

– A noite chegou aqui - disse Apolo - Preciso levar o dia para outros lugares do mundo.

Só de pensar que Apolo estaria em outro hemisfério, tão distante de mim, já fraquejei e pensei se não tinha estragado tudo sendo insegura e querendo interromper nosso momento perfeito.

– Não quero que você vá tão longe, para o Japão ou algo assim.

– Ah, o Japão! - os olhos de Apolo brilharam - A terra do sol nascente! Vou aprender novos haikus lá, com certeza!

O entusiasmo com a poesia o fez soltar seus braços de mim. Fiquei com frio de repente, com a noite vindo e sem Apolo para me aquecer.

– Quando nos veremos de novo? - supliquei.

Apolo sorriu.

– No mesmo lugar, ao amanhecer.

E então Apolo partiu, tão rápido quanto surgira, deixando a lua e as estrelas em seu lugar.


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