–Ok. Vamos atrás de Dumbledore.

{...}

–Tortinhas de abóbora. – Prof. Dumbledore entoou, em frente à gárgula de pedra. Havíamos encontrado-o em um dos corredores da escola, caminhando em direção ao salão principal, já que era hora do jantar. Acompanhado de Mcgonagall não podíamos dizer nada, isso fora o fato de que ele não nos reconheceu. Seguimos para sua sala, o professor curioso sobre nós, e agora subíamos a escada rolante de pedra.

Dumbledore entrou antes de nós em seu gabinete, que, por umas mínimas diferenças, não continuava igual ao que foi anos depois.

–Muito bem. – Ele disse calmamente, enquanto se sentava em sua cadeira habitual atrás da escrivaninha. – Podem começar.

–Senhor - comecei. – Com certeza não nos conhece, e acho que seria melhor não nos conhecer. Nós não somos desse tempo. Acabamos sendo vistos, depois de voltarmos no tempo com um vira-tempo.

Dumbledore ficou em silêncio por um tempo, mas mantinha um sorriso confidente no rosto.

–Vistos por quem?

–Sirius Black, James Potter, Pedro Pettigrew e Remo Lupin.

–E o senhor também. – Gina acrescentou.

–Sim. – continuei. Agora olhando mais para Harry que Dumbledore. – Senhor, gostaríamos de saber se... Quem sabe... Podíamos ficar mais um pouco. Temos algumas... Investigações a fazer.

Dumbledore assentia tudo lentamente enquanto eu dizia.

–Não me atrevo a perguntar que investigações são essas, não poderia saber. – Falou, calmamente. – Se isso afetará o futuro, menina, eu realmente não sei. Pode ser tanto um incidente mínimo, quanto um desastre. Mas, me respondam: Vocês conhecem esses garotos no tempo de vocês? Quantos anos eles têm?

–Por volta de trinta ou quarenta anos. Alguns.

Dumbledore estremeceu como se soubesse o que eu queria dizer com “alguns”.

–Não ouse me dizer qual deles é a exceção. O futuro é o mesmo para todos nós, no final. – Dumbledore sorriu tristemente, pigarreou, e então continuou. – De qualquer modo, infelizmente, as pessoas nessa faixa de idade, se recordam muito pouco da infância vivida. Creio que podem ficar até o final do ano, desde que não se tornem essenciais na vida de pessoa alguma. Continuem a sua... Investigação.

Harry sorriu, pela primeira vez desde que entrara na sala.

–No entanto... Para poder usufruir da desculpa que são alunos novos, eu realmente preciso de nomes. Ah, não se preocupem – Dumbledore acrescentou, vendo meu rosto assustado, pensando em ter que declarar abertamente quem Harry realmente é. – Apenas o primeiro nome.

–Sou Hermione, esta é Gina, e ele é o Harry. – Respondi.

–Muito bem. – Dumbledore acenou para uma pena em sua escrivaninha, que imediatamente tomou nota de nossos nomes. – Acho que podem ir pra sala comunal de vocês agora. Poderão ficar nas mesmas casas. Infelizmente, perdemos o jantar. Logo hoje, que teríamos tortas de maçã.

Ele pareceu realmente decepcionado pelas tortas de maçã, e então sorriu novamente, indicando a saída.

– E lembrem-se. – Disse por fim. – Não se tornem essenciais.

{...}

Aproveitamos que um aluno entrava pelo buraco no retrato, e entramos, mesmo sem saber a senha.

–Muito bem. – Eu disse, nervosa. – Hora de conhecer os pais dos nossos amigos.

A sala comunal estava muito mais cheia que de costume. As mesmas poltronas vermelhas estavam todas ocupadas, a maioria dos estudantes fazendo seus deveres.

Sentados ao redor de uma das mesas redondas, debaixo da janela, os marotos conversavam abertamente. Pareciam não ligar para as garotas que os encaravam, do outro lado da sala.

Assim que nos viu, James acenou para nós, indicando que nos aproximássemos.

–Hey, vou ter treino de quadribol hoje. Querem ir comigo? Podem assistir.

Pensando que iríamos recusar, respondi:

–Ahn, não posso, tenho alguns deveres pra fazer.

–Pois eu não tenho. – Gina respondeu, enquanto eu a fuzilava com o olhar.

–Nem eu, tampouco. – Harry concordou.

–ótimo, eu estou saindo agora. Vamos? – James sorriu, se levantando e me cedendo seu lugar. – Sinto muito por não poder ir, quem sabe outro dia, não é? Boa sorte com os seus deveres.

Eu sorri, amistosamente. Afinal, ele não parecia mais tão metido quanto estava na enfermaria.

Olhei-os saindo pelo buraco do retrato. Se Harry iria querer ficar mais perto do pai, não tinha maneira de não se tornarem mais próximos. Isso poderia ser um problema. Mas agora já estava feito.

–Hermione, não é? – Sirius, que estava sentado ao meu lado, falou, na sua voz irresistível. – Você é bem bonitinha, sabia?

Senti que corei violentamente quando prof. Lupin respondeu. Ah droga, eu tinha que me acostumar a chamá-los pelo primeiro nome.

–Por Favor, Sirius, tenha um pouco de respeito, você acabou de conhecê-la. – Prof. Lu... Quero dizer, Remo disse, enquanto escrevia em um pergaminho, que provavelmente seria seu dever de alguma matéria.

–Só estou dizendo a verdade. – Sirius respondeu.

–É, isso é fato. – Remo respondeu, ainda concentrado no pergaminho.

Ok Hermione. Dois dos três garotos mais irresistíveis que já pisaram em Hogwarts estão te elogiando. Diga alguma coisa!

–Hã... Eu tenho dever de Herbologia.

Ok. Isso foi a gota d’água. Eu iria ficar solteira pelo resto da vida.

–Porque não vem fazer conosco? Podemos te ajudar com as coisas que não souber. – Remo disse, sorrindo amistosamente pra mim.

–Podemos? Eu não sei nada de herbologia. – Sirius respondeu. – Mas eu sei de muitas outras coisas.

Sirius se espreguiçou, e distraidamente passou um dos braços por cima de meus ombros.

Vai ser um longo ano, pensei.