Reloaded escrita por Tributos Mitologicos


Capítulo 2
I - Revelações


Notas iniciais do capítulo

Me deem apoio moral com a fanfic, por favor.
E lembrem-se meus lindos: Essa fanfic é movida à reviews, então mandem comentários construtivos ao terminarem de ler, ok?



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 [Quatro dias depois]

 Acordei deitado em uma maca espaçosa, acolchoada de um material plumoso e confortável. A maca e o colchão, assim como o quarto inteiro, são totalmente de coloração branca. Como não estou preso à maca, posso levantar-me e andar tranquilamente pelo quarto.

 Não sei quem sou. Não sei se tenho família, amigos... Não sei de onde vim, nem mesmo sei meu nome. Minha memória está totalmente apagada. Tenho em mente apenas um nome: Noelle.

 Só consigo enxergar pelo olho esquerdo, já que meu olho direito está totalmente fechado. Tento forçar abrir com as mãos, mas ainda não consigo. 

Tento encontrar alguma abertura pelo quarto, uma porta, janela, qualquer coisa, mas não encontro. Se não tem nenhuma porta, como me colocaram ali? E em que lugar eu estou? Perambulo pelo quarto, socando e chutando a parede esbranquiçada em busca de uma abertura oculta, e me surpreendo ao bater e não sentir nenhuma dor.

 Deito na maca, revirando minha mente em busca de alguma lembrança, mas não me lembro de nada, apenas do nome Noelle. Percebo uma marca em meu braço, J8, algo que, quando eu tento, não sai de jeito nenhum.

 Sinto algo estranho dentro de mim, algo pesado correndo por entre minhas veias. Sinto muitas dores no corpo, como fisgadas repentinas. O meu olho direito, o fechado, também tem seus problemas, pois o sinto remexer e, quando isso acontece, uma dor em meu cérebro ataca-me.

 Levantei novamente e tentei, sem sucesso, encontrar uma saída oculta. Soquei diversas vezes a parede, e não consigo obter sucesso com isso. Jogado no canto do quarto, ouço um barulho suave vindo do chão e, segundos depois, uma cabine espaçosa com dois homens enormes emerge do chão. Para minha surpresa, os dois homens são idênticos, provavelmente gêmeos. Eles têm a mesma altura, o mesmo porte físico, o mesmo corte de cabelo e as mesmas roupas, incluindo uns óculos negros.

- Você gosta de dormir, hein criança... – Disse o homem da direita. Fitou com uma expressão de deboche, e pegou uma seringa enorme contendo um liquido verde de dentro do bolso. – Vejo que seu olho ainda não abriu – Disse se aproximando de mim. – Deixe-me dar uma ajudinha. – Antes que eu pudesse protestar, o homem enfiou a seringa dentro do meu olho fechado, o que causou uma enorme dor.

 Cai no chão, contorcendo-me de dor. Escuto uma risada debochadora vindo do homem que me acertou com a seringa, e, para provar minha virilidade para aqueles homens, levanto-me, meio cambaleante, e enrijeço minha compostura.

- Venha cá, menino. Não nos faça perder tempo – Disse um dos gêmeos chamando-me e gesticulando com o dorso da mão. Fixei o meu olhar em algo bordado no uniforme do irmão da direita, Jaja. Seria essa o nome dele? – Vamos logo, seu pirralho. Não me obrigue a ter que te levar à força.

- Não liga pra ele, criança – Disse o irmão da esquerda, cujo nome bordado no uniforme eu tive mais dificuldade para ler, devido ao estado de deterioração do bordado: Jeje. – Ele é estúpido assim mesmo!

 Fiquei durante um bom tempo figurando os dois homens. Os braços grandes projetando-se contra os uniformes apertados, deixando algumas veias do braço à mostra. Os cabelos ruivos penteados da mesma forma. Os dois igualavam-se quanto à altura e os músculos do corpo, e usavam óculos escuros iguais.

 Limpei a garganta e comecei a provocar:

- Jaja e Jeje? – Perguntei.

- Sim - Os dois responderam em uníssono. – Algum problema? – Indagou-me, Jaja.

- Não, nenhum... – Soltei uma risadinha zombeteira. – Jaja e Jeje... Dois homens fortes... Meio cômico, não?

 Jaja projetou-se contra mim rapidamente e, antes que eu pudesse perceber, ele já tinha me levantado pela garganta. O homem estava machucando-me, e eu sabia que devia fazer algo. Nesse mesmo momento, senti um deslocamento da pupila do olho direito, e o mesmo abriu-se, revelando um lado todo azul do quarto branco.

 Motivado pela falta de ar, acertei um soco potente no rosto de Jaja, que caiu pesadamente sobre uma mesinha. Fitei nervosamente a minha mão, não sabia como tinha feito isso. Devo ter apenas uns oito anos, pelo meu corpo pequeno e frágil, já Jaja deve ter mais de 20, como tive forças para derrubá-lo?

- Seu, seu... Seu idiota! Como ousa fazer isso? – Disse Jaja, no chão, pressionando a parte do rosto onde eu o bati.

 Jaja levantou-se rápida e bruscamente, e correu na minha direção. Pensei que se chocaria contra mim, mas Jeje correu contra a direção do irmão, derrubou-o e conteve o irmão no chão.

- Me solta, seu estúpido - Apesar de ser ofendido pelo irmão, Jeje não dava a mínima importância. – Saia de cima de mim.

- Acalme-se, seu idiota! – Disse Jeje, acertando um soco pouco potente na cara do irmão. – O chefe o quer vivo! – Percebi a fúria no tom de voz de Jeje, que logo soltou seu irmão e tratou de limpar o uniforme preto e apertado, quanto ao tamanho do corpo dos dois.

 Os dois entraram na cabine e Jeje me chamou educadamente balançando a mão e dirigindo-me uma piscadela.

- Pode entrar criança. Garanto que esse idiota não irá lhe machucar novamente! – Disse Jeje, acertando uma cotovelada no irmão.

 Entrei na cabine, ainda temendo Jaja, por isso fui para o canto, para perto de Jeje. Depois que entrei, a cabine fechou-se e a escuridão tomou conta quando entramos em um túnel. Durante todo o percurso, Jeje cantarolou uma melodia no assobio, e confesso que adorei a música. Decidi que gostaria de Jeje, ele tem uma personalidade incrível, e é um bom amigo. Já o irmão...

 Poucos instantes depois a claridade tomou conta da cabine, revelando uma sala de tamanho medido totalmente branca e vazia, contendo apenas uma poltrona branca. Bem, branca por vista do meu olho esquerdo, já o direito enxergava tudo azul e podia infiltrar, não sei como, a visão dentro de objetos e pessoas, também me permitindo enxergar a vários metros de distância. Quando a porta da cabine abriu, sai e perambulei pela sala, indo na direção da poltrona. Já parado na frente da poltrona, assustei-me quando ela foi virada rapidamente e um homem de aparência jovial sorriu para mim.

- Vejo que acordou, isso é bom! – Disse o homem, sorrindo para mim, os dentes brancos.

 Aquele homem misterioso tinha uma marca de batalha, provavelmente levou uma facada ou algo assim, nas proximidades da maça do rosto, o que não era algo assustador e até lhe dava certo charme. Os cabelos loiros longos e penteados jogados para traz davam-lhe o aspecto de ser jovem. Não era portador de tantos músculos assim como Jaja e Jeje, mas também continha seus músculos. Apesar de não ser um homem ríspido em relação aos músculos, era bem alto.

 Fitei-o com uma expressão de espanto, e o homem notou isso em mim.

- Fique calmo, rapazinho. Está tudo bem, você está seguro!

- Mas, quem sou eu? – Indaguei pronto para questioná-lo ainda mais. – Eu tenho família? Tenho um nome? Por que eu não me lembro de nada?

 O homem fitou os irmãos Jaja e Jeje com certa indignação, mas tornou a olhar-me com um sorriso forçado.

- Você é meu filho, não se lembra? – Perguntou ele, a face tomada por uma expressão de duvida. – Você sofreu um pequeno acidente e... perdeu a memória.

 Perambulei novamente pela sala, confuso, agora andando na direção de Jeje. Tirei os óculos dele, e confirmei minhas expectativas. Jeje também tinha um daqueles olhos azuis intrigantes e surreais.

- O que é isso? – Indaguei, apontando para os olhos de Jeje.

- Bem... – Disse, limpando o fundo da garganta. – Você, assim como Jeje e Jaja, são pessoas especiais, tem dons especiais – Disse o homem, levantando-se da poltrona e andando em minha direção. – Você pode fazer pequenas coisas, como isso – Assim que levantaram as mãos, vários objetos materializaram na sala. -, e outras um pouco melhores, como isso – Disse, desaparecendo de vista e reaparecendo na minha frente.

 Fiquei boquiaberto, não consegui processar ao certo tudo que acontecera ali. O homem atirou a cabeça para traz e engasgou-se com uma risada seca e orgulhosa.

 O homem apontou para mim e preparou-se para falar:

- Você, por incrível que pareça, é mais poderoso que eu – Disse, enchendo o peito de orgulho.

- Mas... Qual é o meu nome? Isto é, se eu tenho um – Perguntei, balançando a cabeça.

- Escute meu filho – Disse o homem, depositando o braço no meu ombro. – Você quer saber seu nome, não é?- O homem pegou o meu braço e, soltando-o rapidamente, olhou para mim e respondeu: - J8, esse é o seu nome. – Abriu um sorriso sínico.

 Notei, ao canto da sala, uma máquina branca com uma aberta e dois canos de diamante. Apressei-me em me aproximar daquela máquina, e sendo obrigado por um chamativo botão vermelho, apertei-o. Instantes depois, um copo de vidro deslizou de dentro da máquina e parou embaixo de um dos canos. Apertei um botão verde à minha frente, e o copo de vidro foi preenchido com um líquido preto e cheiroso. Levei o copo aos lábios, experimento a bebida, e confesso que me apaixonei assim que bebi.

 - O que é isso? – Perguntei, tragando mais um gole.

- Chama-se café – Disse o homem, sorrindo. – Gostoso, não?

 Balancei a cabeça enquanto bebia mais um gole, confirmando.

 O homem aproximou-se de mim e, antes que eu pudesse protestar, deu um tapa no meu copo de café. Apavorei-me, e tentei recuperar o copo antes que caísse no chão. Surpreendi-me quando tentei resgatar o copo de café, e os dois flutuaram poucos centímetros do chão. Puxei a minha mão rapidamente, temeroso, e vi tanto o líquido quanto o copo, caírem no chão.

- Ótimo, ótimo! O gene é compatível com o seu DNA – Disse o homem, sorrindo, muito contente. – Perfeito! E, a propósito, criança... Pode me chamar de pai, ou então, se for melhor para você, chame-me de MBakker. 


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam? Bjs