Reloaded escrita por Tributos Mitologicos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Ajudem-me com a história, ninguém gosta de escrever pro vento né?
História movida à reviews.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/293330/chapter/1

 Acordei com o barulho de explosões, mas não me assustei muito, a Terceira Guerra Mundial já durava anos, e o Brasil não era atacado com muita frequência. Desci para tomar o café da manhã, um tanto quanto despreocupado com o bombardeio. A comida era escassa, pois ninguém se atrevia a sair de casa em meio à guerra. Pães murchos e semimofados estavam postos de lado a uma xícara com leite puro (possivelmente o café acabou, pois minha mãe sabe que odeio leite puro). Meu estômago ronca alto, pedindo por alimento, e não é um leite puro que irá me impedir de comer.

- Filho, deixe algumas fatias de pão para sua irmã – Gritou minha mãe, possivelmente da sala, já que ouvi o barulho da televisão.

- Tudo bem – Disse baixo, quase sussurrando.

 Ao terminar de comer duas fatias de pão, vou para sala, juntar-me com meus pais e assistir os noticiários. Sento-me no nosso único sofá, um sofá mofado, rasgado e pequeno. Ocupo o terceiro e último lugar do nosso sofá, os outros são ocupados por meu pai e minha mãe.

 Na televisão, o apresentador dá noticias sobre a Terceira Guerra Mundial, dizendo que a escassez de água e alimentos nos Estados Unidos, na Alemanha e em outras nações levou à morte milhões de pessoas, muito mais que os que morreram por causa dos bombardeios.

- Bom dia filho – Disse meu pai. – Como você está?

- Estou bem, um pouco com fome, é verdade, mas bem! – Respondo.

 Meu pai é um homem de físico gordo, cabelos castanhos claros com fios brancos que lhe dão um aspecto de ser um senhor de idade. Apesar dos ombros largos, é um homem pouco baixo; um metro e sessenta e oito. É impossível olhar para o meu pai sem se perder nos olhos azuis cintilantes, que prendem a atenção.

- Está com fome querido? – Percebo um tom de preocupação na voz de minha mãe. – Você não comeu ainda? Não viu a comida na mesa?

- Sim, mãe. Eu comi, mas com a falta de alimentos aqui em casa é impossível saciar a fome! – Respondo, em tom melancólico.

- Isso breve irá acabar meu filho – Diz minha mãe, apertando firmemente a minha mão. – E quando tudo isso acabar, nós vamos poder comer o tanto que quisermos.

 Minha mãe é uma mulher preocupada e batalhadora, que não desiste de lutar por seus direitos, e, quando é necessário, não se alimenta para termos o que comer. Os cabelos louros claros e naturais dão-lhe um ar de superioridade quando os amarra em um único e liso rabo de cavalo. Os olhos castanhos têm um aspecto doloroso, e as rugas embaixo dos olhos lhe dão um aspecto de superioridade.

 Um bombardeio fez o chão tremer, e minha mãe assustou-se, mas meu pai tranquilizou-a.

- Maldita Guerra! Quando chegar ao Brasil, estaremos perdidos – Argumentou meu pai.

- Onde está Noelle? – Pergunto sem destinatário, com olhos fixos na televisão.

- Sua irmã ainda não acordou, dormiu tarde ontem! – Responde minha mãe, virando o rosto para mim. – Querido, pode ir acordá-la?

 Não respondo, apenas levanto-me e sigo em direção ao quarto de minha irmã. Passando pelo corredor, noto um quadro antigo de minha mãe caído no chão. Retiro-o do chão e visualizo o quadro abstrato. Pelo que entendi, trata-se de uma mulher sentada à beira de um rio chorando por seu filho, cujas lágrimas criam a correnteza das águas. Coloco-o de volta na parede e sigo em direção ao quarto de Noelle. Para minha surpresa, a porta de seu quarto estava aberta. Noelle nunca deixou aberta a porta do quarto, mas não dei muita importância. Segurando a porta, com meio corpo depositado embaixo do arco, chamo por minha irmã.

- Noelle? Acorde, já passou das 8hrs – Não consigo enxergá-la, pois a janela está fechada e a escuridão toma conta do quarto.

 Tateando a parede, procuro pela janela, que encontro poucos segundos depois. Abro-a e surpreendo-me com a claridade do sol, que penetra profunda e lancinantemente em meus olhos. Desviando meu rosto para longe da claridade, assusto-me quando vejo que minha irmã não está em sua cama. Os lençóis estão desarrumados, o travesseiro caído a centímetros de distância da cama. Surpreendo-me mais ainda quando vejo manchas de sangue por todo o quarto.

 Espantado, corro de volta para a sala, gritando por meu pai e minha mãe. No corredor, bato meu joelho em uma mesinha e caio no chão, contorcendo-me de dor. Arrasto-me por alguns centímetros, gemendo de dor. Quando a dor cessa, levanto-me e corro, cambaleando, para a sala.

 Chegando à sala, vejo rastros de sangues que vão da sala para a cozinha. Corro até lá, chorando e condenando-me por imaginar coisas terríveis que poderiam ter acontecido com meus pais e minha irmã.

 Vejo dois homens altos e de físico atlético na cozinha e, contendo o choro, escondo-me atrás de uma divisória para poder ouvir a conversa dos dois. Olhando mais detalhadamente, vejo o corpo dos meus pais caídos no chão em frente ao armário da cozinha. Tento conter um gemido angustiante, mas fracasso. Percebo que os dois homens (que agora percebi que são gêmeos) me viram atrás de divisória, e, assustado, paraliso-me ali mesmo. Um dos gêmeos ergue-me pela cintura, como se eu fosse um brinquedo, e examina-me.

- O encontramos, Jaja – Disse o homem que me segurava, abrindo um largo sorriso.

- Ótimo Jeje – Grita o outro, da cozinha.

 Afinal, que diabos de nome são Jaja e Jeje? Dois homens altos e fortes com nomes tão idiotas... Não dava para acreditar.

 Aterrorizado, olhei para os corpos de meu pai e minha mãe.

- O-O quê vocês fizeram com eles? – Disse, gaguejando.

- Digamos que nós... Aliviamos a dor que eles sentiriam quando a Guerra chegasse até aqui – Disse Jaja.

 Entrei em uma crise de choro. Olhei para os corpos mortos de meus pais e, antes de poder gritar e tentar livrar-me das mãos pesadas e os braços fortes de Jaja, recebi alguma droga no braço, cuja mesma me fez dormir instantaneamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam do Prólogo?
Mandem-me reviews e eu posto a próxima.