Abandono Imprudente escrita por dyingbreed


Capítulo 4
Para minha surpresa


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem desse capítulo. Algo novo vai acontecer com Verônica e ... bom, leiam.



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Meu celular começou a tocar. Olhei para o visor e vi a foto de Charlotte com sua típica tiara de tranças. Resolvi atender.
- Dona Charlie, a que devo esta ilustre visita?
- Puta que pariu, faz uma semana que você não me liga sua idiota!
Gritante como sempre! Como se eu já não tivesse me acostumado.
- Também te amo Charlotte Parker. O que quer?
- Vou aí amanhã. Sei que amanhã é sexta feira e isso significa que as baladas vão estar lotadas e onde tem balada lotada ...
- Tem Charlotte na pista!
Só ela me faria rir depois de pensar em 2007. Ela tinha esse poder de me fazer rir em qualquer ocasião, a qualquer hora do dia. Eu adorava seu humor, suas caretas, seu gestos! Ah, como ela faz falta!
- Isso mesmo! E como você já sabe, eu vou ficar na sua casa e sendo assim, eu vou te obrigar a ir comigo, nem que eu tenha que te torturar pra isso!
- Ah, nem vem com essa pra cima de mim! Eu não gosto mais disso. Nem tenho roupa nova ou qualquer coisa do tipo!
- Ok então. Entendi a mensagem. Vou ter que ir no shopping comprar roupa pra você. Certo? Certo. A gente se vê amanhã.
Ela desligou na minha cara. Isso tudo porque ela me conhece muito bem para saber que se ela não desligasse eu iria dar todas as desculpas possíveis para não ir com ela pra lugar algum. Genial da parte dela. Fiquei pensando então em como o meu dia seria movimentado amanhã.
É sempre uma festa quando Charlie vem pra cá. Eu mando Charles cozinhar tudo o que ela mais gosta nesse mundo e ainda chego em casa mais cedo pra preparar o quarto de hóspedes que quase nunca é usado por ela porque acabamos ficando acordadas até muito tarde durante suas visitas pra apreciar cada momento juntas.
Olhei pro chão. Tive o impulso de telefonar para que uma faxineira viesse limpar a minha xícara que continuava quebrada no chão. Lembrei então do que Charlotte me disse uma vez:
"Tudo na vida é uma terapia. Cada coisa que você faz."
E então, por um momento, eu consegui ver naquela xícara quebrada o meu coração. Partido em mil pedaços. Aquela xícara nunca vai voltar a ser como antes e assim é meu coração. Não quero pensar nisso agora. Saí da minha sala, andei pelo corredor até chegar no quartinho dos fundos onde encontrei uma pá. Não tinha nenhuma vassoura mas, eu estava disposta a levar essa "terapia" a diante, mesmo que eu tivesse que catar cada caco com a minha mão.
Voltei para minha sala e comecei a pegar caco por caco. Fui surpreendida por um barulho que vinha da porta e nesse mesmo instante eu cortei a palma da minha mão na louça da xícara. O sangue começou a borbulhar do corte e eu olhei para a porta. Era Declan. Rapidamente ele me levantou.
- O que você estava fazendo? Temos faxineiras pra isso!
- Não. É a minha sujeira. Eu fiz isso e sendo assim eu mesma limpo! - quando vi já estava gritando com ele.
- Já disse que você fica linda quando está nervosa? - ele riu.
- Pare de rir. Não vê que eu cortei minha mão? Vá buscar algo para estancar o sangue!
Mal vi Declan sair e ele já estava do meu lado novamente. Pegou minha mão, limpou o sangue, passou uma pomada branca e gosmenta no local e colocou um pouco de algodão e, por cima dele, um esparadrapo.
- Ainda bem que você fez esse curativo direito porque a culpa é toda sua.
- Você me perdoaria se eu te convidasse para beber comigo amanhã?
- Dec , eu ... - fui interrompida rapidamente.
- Dec , eu já te disse que eu não gosto de você! Apesar de você ter dito que me ama tantas vezes eu não estou pronta para um relacionamento. Não é nada pessoal, eu só não curto passar tempo com você. - disse ele imitando a minha voz.
- Não Dec, não é assim, eu só ...
Ele se aproximou. Não, aquilo não estava acontecendo! Ele colocou a mão nas minhas costas e me aproximou pra ele. Eu estava mole. Não consegui que meu corpo reagisse ao que estava prestes a acontecer. Eu travei. Senti seu corpo quente ao meu. Meu coração, por algum motivo que não sei explicar, estava acelerando. Eu não consegui pará-lo. Foi então que senti o impacto de seus lábios aos meus.
Nesse momento tão íntimo a única coisa que eu me permiti sentir foi ódio. Eu me odiei por isso. Dec não merece que eu o engane. Ele é tão bom comigo! Isso não é justo com ele. Eu não o amo! Ou amo? Impossível! Eu estava pensando em Nolan um tempo atrás! Mas se não amo o Declan, porque é que eu estou correspondendo ao seu beijo?
Declan se afastou. Eu ainda estava muda e sem reação. Deveria estar pálida e gelada naquele momento. Ele segurou minha mão, me deu um beijo na testa e saiu. Creio que continuei extasiada ali por muito tempo. Como eu pude? Eu continuava sem respostas. Uma coisa eu sabia. Eu me odiava mais do que antes agora. Declan tinha me beijado e eu não tinha feito absolutamente nada para impedi-lo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então deixe seu review ... eu não mordo!



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