Abandono Imprudente escrita por dyingbreed


Capítulo 12
Arquivo Morto


Notas iniciais do capítulo

Queria que esse fosse o capítulo mais diferente até agora e, sei lá, acho que eu consegui. Quem será que fez isso hein? O que está acontecendo? kkkkkk, bom... abram seus olhinhos e leiam muito e depois escrevam reviews pra mim! *-*



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- Senhorita? Ainda está aí? - engoli seco mas não consegui responder - Vocês eram colegas de trabalho?

- Sim, ele foi o único quis me dar o trabalho. O que aconteceu?

- Não posso falar por telefone. Protocolo de segurança.

- Sério? Puta que pariu, hein? Ok, foda-se. Policial, não toque em nada até eu chegar, entendeu?

- Tem certeza? A senhorita me parece um pouco...

- Um pouco o quê? - interrompi

- Alterada.

- Não se preocupa, eu dou meu jeito de chegar aí. - desliguei na cara dele. Porra, ele é um policial! Eu tô maluca de desligar na cara de um policial? Fora os palavrões...

- Quem era? - Declan perguntou

- Põe uma roupa, você vai dirigir.

- Mas o que?

- Eu te explico no carro Dec. Onde tá sua calça? - ele se levantou

- Você que devia saber, foi você que tirou! - ele deu o sorriso mais espontâneo do mundo e começou a fazer cócegas em mim que caí na cama. Dec subiu em cima de mim.

- Para, eu tô falando sério seu idiota! - o virei e sentei em seu colo

- Ok, ok, tô indo! - ele me puxou pelo queixo e me deu um beijo calmo e demorado - Te espero no carro.

Ele desceu as escadas e eu terminei de me trocar. Desci as escadas como um relâmpago e sentei no banco da frente.

- Onde nós vamos?

- Pro trabalho.

- Mas... o que aconteceu Vêronica?

- Era um policial, mas ele não disse o que aconteceu.

- Protocolo de segurança.

- Exatamente.

Nenhum dos dois falou mais nada o resto do caminho. Quando chegamos eu subi pelas escadas correndo e Declan me seguiu. Cheguei na sala do Sr. Trick e me deparei com a cena. Eu não esperava um assassinato tão brutal.

Logo percebi as semelhanças entre o assassinato do meu pai e o dele. Pedi ao policial a permissão pra mexer na cena. Eu não tenho diploma ainda mas, sei analisar a cena de um crime melhor que qualquer perito que eu conheço.

- Você ao menos me obedeceu e não mexeu em absolutamente nada?

- Sim. Como ele estava morto quando chegamos nós nem chamamos a ambulância.

Retirei uma caderneta de anotações da minha bolsa e escrevi: "Já estava morto quando a polícia chegou". Comecei a fuçar pela sala. Dois tiros - um nas costas e outro na perna - provavelmente ele tentou correr porque o tiro da perna pegou de raspão, me aproximei e levantei o corpo dele, o tiro das costas está fundo, este tiro foi certeiro.

Uma facada na nuca, golpe lateral profundo, na minha opinião foi deste corte que toda a poça de sangue veio. Há sinal de um soco em seu rosto que lhe rendeu um corte cercado de um roxo quase preto em seu supercílio esquerdo. Outra coisa que reparei foi um machucado na cabeça dele que, pelo jeito que estava, logo deduzi que foi ocasionado pela chapuletada do cano da arma.

Uma coisa que estava me intrigando é a questão de que não há sinal de arrombamento. Como isso era possível? Não tinha como eles entrarem aqui.

- Hey, policial! Realmente não há sinal de arrombamento?

- Nenhum sequer. - ele colocou as mãos na testa - Como isso foi acontecer? As travas de segurança são automáticas, tem câmeras pra todo lado, como conseguiram?

- Um nerd de computador metido a hacker conseguiria barrar a segurança facilmente. - Declan interrompeu.

Hacker? Não, o hacker não podia estar metido nessa história. Ele age rápido, sem precisar se espor e, no final, ele é um ladrão, não um assassino - pelo menos até onde eu sei.

- Tem algum sinal de roubo? - perguntei

- Não checamos isso não. - disse um dos policiais - Mas podemos vasculhar os cofres agora mesmo se a senhorita quiser.

- Se não for incomodar! Senão eu mesma vou.

- Não, pode deixar com a gente, chefe.

Fui olhar o corpo mais uma vez. Ele estava de barriga pra cima e muito ensanguentado. Como a camisa está suja de sangue na parte de cima se a poça está na parte de baixo? Abri a camisa dele com cuidado e levei um susto. Havia frases no peito do Sr. Trick. Eram minúsculas e havia muitas delas. Abri mais a camisa até quase arrancá-la.

"Transar com o novo namoradinho não foi o que eu pedi. Você venceu a aposta? Duvido. Imagine só! Novo jogo: detetive. Talvez você queira uma pista mas olhe, eu te dei um corpo morto! PS: Eu fiz isso enquanto ele estava vivo."

Eu não sei o que é pior: saber que ele está morto, saber que ele foi torturado antes de morrer ou conviver com a culpa de que tudo isso é culpa minha. As mãos que a fizeram, agiram por minha culpa, pra me afetar. Eu estava errada quando ignorei aquela caixa. Ele quer brincar? Que assim seja. Ele não sabe com quem está se metendo.

Comecei a tremer e resolvi ir pro banheiro pra lavar o rosto. O banheiro feminino estava com a porta fechada e eu bati na porta. Nada aconteceu e então eu abri a porta. O banheiro é em "L", estava tudo escuro mas havia um clarão vindo do final do banheiro. Virei rapidamente e a luz iluminava apenas um espelho e tinha algo escrito nele, de vermelho.

"Deve estar se perguntando como eu cheguei aqui. Digamos que eu tenho um amiguinho que sabe o que faz e que resolveu que sofrimento gratuito tem que ser visto ao vivo. Está aberta a temporada de caça, quem é minha próxima presa Vêronica? Tick Tack, o tempo está passando."

Peguei um papel e comecei a limpar aquilo do espelho enquanto chorava feito criança. Sentei no chão e ouvi a voz do policial chamar meu nome.

- Só um minuto. - eu gritei de dentro do banheiro enquanto ajeitava meu cabelo e enxugava minhas lágrimas.

- A gente não tinha checado mas... bem, os cofres estão vazios.

- Só preciso saber de mais uma coisa antes de chamar os especialistas pra fazer a autópsia. Como vocês descobriram que estava acontecendo esse assassinato aqui?

- Bom, o alarme estava disparado e você sabe que esse prédio recebe chamado direto com a polícia. Viemos o mais rápido possível e quando chegamos encontramos essa cena. Ligamos pra senhorita e só.

- Quanto tempo vocês demoraram pra chegar?

- Vinte minutos mais ou menos.

Toquei no corpo. Ele estava gelado o que significava que o corpo está ali faz tempo. Se eles tivessem agido em 20 minutos o corpo ainda estaria quente o que me leva a pensar que eles chegaram aqui e as travas já estavam destravadas. Eles passaram sem alarmar e foram atrás de alguém que pudesse estar no prédio. Vendo o Sr. Trick e sabendo que a morte dele me afetaria em cheio, eles o torturaram.

Creio que primeiro ele levou o soco no olho cortando o supercílio e depois, resistindo ao soco ele recebeu a pancada da arma em sua cabeça e caiu no chão. Logo após tentar fugir recebeu o tiro na perna. Ele foi imobilizado e torturado com a escrita das palavras em seu peito. Então, eles lhe deram uma facada na nuca. Nesse momento, um deve ter corrido pro banheiro pra escrever no espelho e o outro roubar os cofres, na volta checaram pra ver se ele já tinha morrido e o viram rastejar, lhe rendendo o tiro nas costas. Logo depois disso eles resolveram tocar o alarme pra chamar a atenção. Claro, seria o plano perfeito! Posso ter viajado um pouco, mas perfeito.

Espera. Como eles sabiam que eu e Dec estavamos quase... Eles estão me observando? Se for isso mesmo, eu não estou segura nem na minha própria casa e quem eu amo está ameaçado. E o hacker, com certeza está nessa, só me pergunto: porque ele se arriscaria tanto se ele pode apenas ser o camaleão que sempre foi?

E tem o Nolan, ele voltou justo agora que eu estou um caos emocional. Sim, eu estou pensando nele mesmo com toda essa merda rolando. Porra Verônica, se concentra. O Sr. Trick foi assassinado e Nolan, porque ele me ligou?

- Devemos chamar os peritos pra autópsia?

- Sim, pode chamar. Pelo estado que ele se encontra isso vai demorar umas 4 ou 6 horas pra ser analisado, quanto mais rápido eu souber o que aconteceu melhor vai ser. - tenho que saber se estou certa.

O policial saiu pra dar o telefonema. Telefonema, Nolan. Pare de ser babaca Verônica, ele não te ama, em Neverland era a bebida falando. Lembrei da Charlie dizendo: a bebida só faz a gente falar o que não temos coragem quando estamos sóbrios. Mas eu duvido e se há duvida, não há verdade absoluta porque a verdade é uma só.

Eu saí da sala do Sr. Trick e fui pra minha. Declan me seguiu.

- Você sabe de mais alguma coisa?

- Não, eu preciso da autópsia pra tirar minhas conclusões.

- Você sabe que isso pode levar meses, certo?

- Sim, mas não quero mais pensar nisso. - Declan se aproximou e me abraçou.

- Calma. Quer que eu te leve de volta pra casa? Acho que eu não vou precisar mais trabalhar hoje depois do que aconteceu.

- Por favor, eu... eu preciso chegar na minha casa e chorar até dormir.

- Tudo bem, calma... - ele me deu um beijo na testa - vamos, eu fico com você até você dormir. Sem gracinhas ok?

- Positivo capitão! - bati uma continência desanimada.

Eu realmente chorei até dormir. A dúvida é: foi pelo Sr. Trick ou pelo Sr. Fall?


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Notas finais do capítulo

Ok, esse foi um dos meuus capítulos preferidos! Tomara que você amem esse capítulo tanto quanto eu! Gente, escrevam comentários, pfvr, não tenham preguiça de falar comigo! Beijos.
~sorry por não ter postado antes avats, vou te recompensar de algum jeito, ok?~



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