Halfway Gone escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 6
Leaving


Notas iniciais do capítulo

Iria postar só no sábado, mas como a minha ansiedade não me deixa, aí está ;)
Enjoy :*



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Sentia-me fraca, não fisicamente, mas mentalmente. Depois da saída de Edward, fiquei com aquele momento na cabeça por muitos minutos. Aquele escudo era bem conveniente, não queria nem imaginar a possibilidade dele me ouvir pensando daquele jeito, fantasiando coisas como: “E se ele tivesse me beijado?” “Ah, ele é bonito demais para mim” “... Mas eu sou meio vampira, não sou? Mais ou menos metade da beleza, ou sei lá” “Mas desde o começo ele pareceu interessado” “E se fosse tudo fingimento” e a questão mais difícil rondava minha cabeça: “Devo agir, ou esquecer o que aconteceu?”

Eu estava confusa demais, tão absorta em meus pensamentos, que esqueci o que eu tinha feito, por que estava naquele quarto de hospital improvisado. A culpa não veio rapidamente, mas sim devagar e dolorosamente, foi uma tortura pensar novamente em tudo, não só o incidente de hoje, mas tudo. Eu me sentia o mostro que era, e a renegação da minha natureza sempre foi inútil. Metade de mim ansiava por sangue, e eu não tinha mais certeza de que podia controla-la daqui pra frente.

As lágrimas caiam com facilidade agora, como se fossem de alguma forma lavar meu interior da culpa. Chorei pelo que pareceram horas, silenciosamente, abafando os soluços com as duas mãos, a cabeça enterrada entre os joelhos. Pelo o que meus ouvidos podiam me informar, ninguém na casa estava vindo para o quarto em que eu estava, mas se alguém estivesse perto, eu estava preparada para fingir estar num sono profundo.

Depois de algumas horas, adormeci.

Sonhei que estava num campo aberto, cheio de flores lilases e rosas e uma árvore ancestral um pouco longe á direta era a única vegetação que não era rasteira. Eu podia ver o céu mais que tudo, o azul tomando conta do alto, em contraste com o verde da grama bem preservada abaixo. Eu estava vestindo um vestido de seda extremamente confortável, e senti uma brisa bater em meu corpo, fazendo-o voar.

Percebi então que havia uma figura adulta encostada no tronco da árvore e corri rapidamente para encontrá-la. Vi com surpresa que era Edward lindo a luz do dia, a pele que não estava coberta pelo terno totalmente preto como breu estava cintilando, fascinava meus olhos. Eu estava tão encantada que me aproximei, querendo tocar sua pele.

Mas ele foi mais rápido; pulou de encontro ao meu corpo, extremamente perto mas ainda assim não me tocava. Ergui o olhar, e percebi que seus olhos eram de um vermelho vivo. Saltei para trás imediatamente assustada e ele seguiu meu movimento. Tentei correr para o lado oposto, de onde eu tinha vindo, mas ele segurou meu braço esquerdo com uma força incrível, qualquer esforço para escapar era inútil.

– Humana estúpida – ele de repente estava com os lábios em meus ouvidos, sussurrando calmamente.

E então senti seus dentes em meu pescoço.

§

Acordei assustada e ofegante, nunca sentira tanto medo de Edward como naquele sonho. Será que era assim que aquele humano se sentiu quando me viu na floresta? Estremeci, arrependida por ter me lembrado dos fatos. Por mais que eu merecesse, eu estava cansada de me culpar. Vivi a maior parte da minha vida me culpando, estava na hora de seguir em frente, esquecer o passado. Mas eu sabia que não era assim tão fácil; Nunca era.

Ouvi uma batida na porta e murmurei uma saudação quando Carlisle entrou, em seu vestuário de médico, mas extremamente mais bonito do que qualquer um que eu já havia visto. O que não foram muitos; Não se pode ir ao hospital quando se é meio vampira. Mas sempre fui cuidadosa para não me machucar gravemente, não provocar brigas com ninguém da guarda Volturi. Tente viver assim com as provocações de Felix.

– Boa tarde, Bella. Sente-se melhor? – Ele perguntou gentilmente, os olhos atentos.

– Sim, não sinto dor alguma na cabeça – disse, estranhando o curativo em minha cabeça. Acho que nem era mais necessário.

– Vamos desenfaixar, então. – ele falou vindo em minha direção e fazendo rapidamente seu trabalho. Logo após tocou minha cabeça gentilmente com seus dedos frios perguntando se eu sentia dor. Em todas às vezes respondi que não e ele tirou os pontos que tinha feito. Não os tirou exatamente, por que estavam praticamente soltos, rejeitados pelo meu corpo que se curava rapidamente.

– É incrível como o seu corpo se curou fácil e rapidamente. Um dia! – ele suspirou – Bem que os seres humanos gostariam dessa dádiva.

Somente um dia se passou desde o incidente? Parecia que eu tinha dormido por séculos. Talvez eu tivesse dormido a maior parte do dia. Olhei no relógio e vi que estava no fim da tarde. Eu estava com fome devido ao tempo que eu havia dormido. Quando ia perguntar a Carlisle onde estava Alice, ele disse que era hora de tirar as agulhas. Isso me surpreendeu; Não as senti até que ele as mencionara. Também não achava possível que agulhas pudessem perfurar minha pele.

– Você não sabe como foi difícil perfurar sua pele – ele disse repondendo aos meus pensamentos – mas como médico, mesmo que seu corpo se curasse rapidamente, eu sabia que o soro seria necessário de alguma forma. Edward tentou me impedir, mas Alice o empurrou para fora – ele riu, lembrando-se - e eu tive que fabricar as pressas agulhas especiais para você. De aço. Tive que fazer um pouco de força mas consegui, como pode ver. – ele tirou as agulhas rapidamente.

– Obrigada, Carlisle. Foi muito gentil você cuidar de mim, apesar de tudo o que aconteceu. – falei, realmente agradecida.

– Não precisa agradecer, minha jovem – ele falou – Além do mais, foi Edward que fez a maior parte de tudo, o seu curativo... Ele ficou realmente preocupado. – Carlisle sorriu, de alguma forma aliviado. Não entendi sua reação. Tinha certeza de que Edward se sentiu preocupado, mas agora eu via a verdadeira razão. Ele só sentia culpa por ter me machucado. Somente culpa. Como pude me iludir com isso? Era óbvio que ele era bom demais pra mim. Perfeito demais. E eu era essa bagunça em pessoa, não pertencia a nada e nem a ninguém, sem nada para chamar de meu. Eu também me iludira pensando inconscientemente que talvez, algum dia, pudesse fazer parte daquela família. E isso nunca iria acontecer, eu era problemática demais para alguém querer me ter por perto. Até meu irmão fugira de mim da última vez que o vi, e meu pai tentou me matar. Eu não tinha família, não tinha ninguém e nunca teria.

A dor que veio em meu peito devido a verdade dos fatos foi atordoante. Carlisle pediu para se retirar e eu somente balancei minha cabeça. Assim que ele saiu, e não pensei bastante e saí do quarto. Sabia onde era o quarto de Alice, e como eu estava vestida – só uma camisola rosa – não podia ir a lugar nenhum. Para minha sorte, não havia ninguém no quarto e eu me apressei. Peguei um vestido qualquer e o primeiro par de sapatilhas que vi. Vesti-me rapidamente, sabia que Alice não iria sentir falta daquelas roupas. E então, pulei da janela, afastando-me da casa com uma dor no peito, para nunca mais voltar.

– Bella! – ouvi alguém gritar, mas não saí de meu ritmo constante de corrida e lágrimas.

E assim prossegui pela floresta.



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Notas finais do capítulo

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