Halfway Gone escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 1
Summary Of My Life


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Andava pelo meio da floresta densa e úmida da cidade de Forks. Washington era o quinto estado de meu pequeno tour pelos Estados Unidos. Depois de dezenove anos presa à rotina dos Volturi, resolvi me libertar daquele clã e da culpa que me assombrava. Eu gostava que Aro; Apesar de sua constante loucura, o que com o tempo se tornava engraçado. Depois de anos, a vida dos Volturi se tornara... Tediosa. Com a maioria dos vampiros seguindo a principal regra, para bem próprio além de tudo, não tinha muitos a quem punir. Raramente apareciam outros casos mais graves. Como o de meu pai.

Meu pai era um vampiro de quase quatrocentos anos. Ele vivia uma vida monótona, acreditava que já tinha visto de tudo. Divertia-se viajando pelo mundo, conhecendo lindas mulheres (em sua maioria massacrante, humanas) e seduzindo-as. E sempre, depois que conseguia o que queria, sugava seu sangue. Ele tinha o poder de persuadir as pessoas, convencendo-as a fazer o que ele quisesse. Mas, numa de suas viagens para a América do Sul, se encantou por uma humana, de apenas dezesseis anos de idade. No final, embora seu cheiro fosse maravilhoso, ele não sugou seu sangue. E então, dias depois, a jovem garota descobriu que carregava algo dentro de si.

Não demorou para que o bebê, meio vampiro e meio humano, saísse rasgando de dentro dela. Mas durante o processo, meu pai viu o que acontecia e não se controlando diante de todo aquele sangue, a mordeu. O bebê saiu antes de todo o sangue dela se esvair entre os dentes do vampiro. Quando deixou de lado a humana imóvel, percebeu a presença de um pequeno e lindo bebê, mordendo a perna esquerda da mulher. Pegando-o no braço, teve a ideia da criação de uma nova raça.

Dez anos se passaram, e depois de algumas tentativas fracassadas – em que ele não conseguiu refrear seu desejo de sangue – ele conheceu uma humana peculiar. Seu poder não funcionava com ela, o que o deixou mais intrigado. E bom, acabou que eu saí rasgando de dentro dela assim como meu meio-irmão. E ela também morreu, por minha causa. Essa culpa me persegue até em meus sonhos. Ás vezes desejo não ter herdado a capacidade humana de dormir.

Meu pai conseguiu criar mais duas criaturas de nossa espécie, até que os Volturi o descobriram. Antes de ser pego, ele matou as duas criaturas mais novas, e quando estava prestes a matar a mim e meu irmão, ele hesitou. Então os Volturi chegaram, exigindo uma explicação.

Levaram-nos a Itália, querendo descobrir mais sobre nossa espécie. No final, mataram meu pai, pela desculpa de que ele tinha mentido sobre nossa história. Meu irmão sofreu muito, e ao ver seu sofrimento eu desejei que nosso pai estivesse vivo novamente. De repente a figura de meu pai apareceu na frente de meu irmão, e assim descobri meu poder. Eu mexia com três dos cinco sentidos. Poderia fazer qualquer um ver o que eu desejasse, ouvir o que eu quisesse, até com os cheiros eu poderia mexer. Não sabia ainda se podia mexer com os outros sentidos, mas na época não me importava, estava muito animada com minha nova capacidade.

Os Volturi, vendo um futuro promissor em mim, me convidaram a se juntar a eles e eu aceitei, com uma condição: Que eles libertassem meu irmão. No início, eu caçava da forma tradicional dos vampiros, mas a cada pessoa inocente que eu matava, mais a culpa me assombrava toda noite. Assim decidi que só comeria comida humana. No início era irritante, mas cosegui me acostumar. Por isso eu era motivo de muitas piadinhas sem graça da guarda. Aro sempre me mantinha perto dele, dizia que gostava de meu cheiro. Ao ver sua cara se sede e desejo, comecei a usar meu poder, camuflando meu cheiro, fazendo-o acreditar que era igual ao seu. Mesmo que ele gostasse de mim, eu não estava a fim de me arriscar a virar comidinha de vampiro.

Quando completei quinze anos, minha mente se fechou. Aro não conseguia ler mais meus pensamentos e nem os poderes dos gêmeos, Alec e Jane, funcionavam em mim. Caius entendeu isso como uma ameaça, mas Aro ficou intrigado. “Ela faz parte de duas espécies, e possui dois poderes… Temos uma raridade em nossa guarda, queridos irmãos, e temos que preservá-la”. Eu retruquei dizendo que não sabia como controlar essa nova força, então não considerava isso um poder. Falei-lhe sobre minha mãe, e que o poder de meu pai não funcionava sobre ela. “Claramente herdou isso de sua mãe, Bella. Imagino o poder que ela própria teria se fosse uma imortal. O que eu não entendo é por que esse poder se manifestou somente agora”.

Maggie, uma vampira que possuía a habilidade de saber se alguém estava mentindo, disse que seu poder funcionava sobre mim, então Aro me perguntou se alguma vez eu me voltaria contra ele. Respondi que não e Maggie disse que eu estava sendo sincera. “Então esse poder não é uma coisa na qual precisamos nos preocupar”, ele concluiu.

Quatro anos depois, decidi sair da Guarda, queria conhecer o mundo. “Não precisas sair da guarda para viajar, Bella. Ninguém lhe obriga a ficar aqui, és livre”. Disse a ele que precisava de um tempo sozinha, e então ele me deixou ir. “Não se esqueça de sua promessa.” Foi sua última advertência.

E agora aqui estou.

Estava perdida em pensamentos, até que senti cheiro de vampiro. Merda. Camuflei meu cheiro rapidamente. E se meu novo amiguinho estivesse com sede? Meu cheiro era parecido com o cheiro humano, então eu não ia me arriscar. Conforme me aproximava com minha velocidade quase vampira, percebi que não era apenas um vampiro. Eram vários. Merda ao quadrado. O que é isso, carnaval?

Considerei me afastar, mas possivelmente eles também já sentiram meu cheiro. Não seja covarde, pensei. Eles não têm motivos pra te atacar. Embora você pareça humana. E continuei andando, até que afastei uma ultima franja de samambaias e me vi num lugar completamente aberto, com sete – isso mesmo, sete – vampiros me encarando. Uma pequena onde de pânico percorreu minha pele.

Havia quatro homens e três mulheres. É claro, extremamente lindos. O mais alto dos homens era muito musculoso, e na posição que estava - inflado, as pernas separadas, os dentes expostos – parecia ainda maior e mais assustador. Mas eu não entendia sua reação. Passei a olhar a vampira loira a seu lado. Era a mais linda das mulheres, muito bonita. Seus olhos eram cautelosos. As outras duas vampiras também tinham o mesmo olhar, mas a mais baixinha, de cabelo curto me sorriu gentilmente.

No meio, estava o que parecia ser o líder deles. Ao seu lado se encontrava um vampiro com a expressão séria. Por alguma razão ele me assustava da mesma forma que o grandão. E por último, na ponta esquerda, estava um vampiro de cabelos cor de bronze. Me olhava com uma expressão frustrada. Todos eles pareciam pedra, imóveis e cautelosos. Mas o que mais me surpreendeu foi a cor de seus olhos. Dourados, e não vermelho vivo.

Uma pequena dorzinha me irritava no alto da minha cabeça, como se alguém tivesse me cutucando com uma agulha. Eu sentia aquilo quando alguém tentava ultrapassar meu escudo. Desconfiei do vampiro de cabelos cor de bronze. Fuzilei-o com os olhos, isso estava me irritando. Mas qual seria o poder dele? Será que era algo involvido com algum tipo de tortura? Não, parceiro. Comigo não.

O resto do grupo não pareceu perceber minha irritação, então me recompus. Voltei a olhar o vampiro meio ruivo e me arrependi quase que imediatamente. Me perdi em seus olhos, que eram confusos, mas ainda assim ternos. Ele era lindo. Mas de repente ele franziu o nariz.

– O que…? – ele sussurrou, a voz demonstrava completa confusão.

Droga! Eu me distraí, ele deve ter sentido a mudança do cheiro. O que mais me irritou foi que isso nunca aconteceu comigo. Eu nunca perdia o foco. Refiz minha camuflagem rapidamente, mas agora já era; Eu estava vulnerável. Por que ele franziu o nariz? Será que meu cheiro não era bom para ele?

– Olá – o líder disse, antes que qualquer outro pudesse perceber alguma coisa.

– O-oi – gaguejei.

– Eu sou Carlisle, e esses são Emmett, Rosalie, Alice, Esme, Jasper e Edward – O líder disse, formalmente.

– Me chamo Bella, é prazer conhecê-los – disse, tentando parecer calma.

– O que você é? – o vampiro grandão cuspiu, entre dentes.

– Emmett! – A vampira chamada Esme gritou em um tom de advertência.

– Não, tudo bem – murmurei. Que decepção, pensei que nós fossemos ter uma conversinha antes do papo de ‘o que você é’. – Eu entendo a confusão de vocês, mas por favor, será que antes você poderia tentar parar de ultrapassar meu escudo? – falei a ultima parte olhando para o vampiro Edward.

– Escudo? – Ele falou, agora a voz mais pronunciada.

– Sim. Seja lá o que queira fazer dentro da minha mente não vai conseguir. Mas não é esse o problema, é que é irritante – eu disse, suspirando.

– Ah, me desculpe. – ele murmurou, sem graça. E a dor na minha cabeça parou.

– Obrigada – eu quase sorri. – Bom, eu sou híbrida. Metade vampira, metade humana – legal, vamos acabar logo com isso, daqui a pouco é a hora do jantar.

– O quê? – a loura e o vampiro assustador falaram, ao mesmo tempo. Me perguntei se eles eram irmãos verdadeiros ou algo assim antes de se transformarem, eles eram parecidos.

– É, da cintura pra baixo humana e da cintura pra cima vampira… Eu tive um pequeno probleminha na hora da transformação – falei dando de ombros.

Ninguém riu ou exibiu nenhuma outra reação. Tá, eu até sei que as minhas piadas são ruins, mas precisa jogar na cara?

– Bom, eu acho que vocês entenderam – falei, trocando o peso do corpo de uma perna para outra. – Mas não sou exatamente uma raridade. Além do mais se não existisse o cruzamento de espécies, como ficaria a evolução do mundo?

– Mas como isso funciona? Quero dizer, como você foi criada? – a vampira de cabelos pretos e curtos, Alice, perguntou-me.

– Não foi simplesmente o ciclo ‘mordida-dor-vampiro’. Minha mãe biológica, que era humana, engravidou de meu pai, um vampiro. Não é uma coisa muito comum, já que a maioria dos vampiros não consegue controlar sua sede na hora de bom… Vocês sabem.

– Isso é extremamente incomum– disse Carlisle.

– Muito estranho também, uma aberração – Disse Emmett, que do nada mudara sua posição de ataque e começara a rir. Esse aí era definitivamente bipolar.

– Mas isso não explica o porquê de eu não poder ler seus pensamentos. Isso é o seu poder? - O vampiro de cabelos cor de bronze perguntou. Então esse era o poder dele… Interessante.

–Não é bem um poder, não sei como controlar esse tipo de escudo que fica envolta da minha cabeça, impedindo que qualquer poder mental possa invadi-la. Mas eu tenho um poder de verdade, eu posso fazer com que você veja o que eu quero, escute o que eu quero, por exemplo – falei rapidamente.

– Você tem dois poderes? – falou a vampira loura, impressionada.

– Não! Esse escudo não é um poder, é algo que eu herdei de minha mãe, mas isso é só uma teoria. – retruquei, suspirando.

– Definitivamente, dois poderes. – o vampiro Edward falou, me ignorando.

– Olha-

– Você gostaria de vir a nossa casa? Não acho que esse seja o lugar adequado para conversarmos tranquilamente. Estou fascinado por sua história, você se importaria de termina-la lá? – Carlisle disse gentilmente, me interrompendo.

Casa? Que clã incomum.

– T-tudo bem – gaguejei, confusa. – Mas eu não sou tão rápida como vocês, terão de ter paciência.

O vampiro grandão riu novamente, me deixando envergonhada. O Edward olhou atentamente pra mim, e ao me ver corar se surpreendeu. Virei a cara para a floresta, tentando ignorá-lo.

– Teremos paciência, é claro – Disse a Esme docemente, atraindo minha atenção.

– Obrigada – murmurei.

E eles começaram a entrar entre as árvores, em uma velocidade quase humana, quase minha, pra ser sincera. Corri ao lado da vampira doce, Esme, confiava mais nela. E eles todos me acompanhavam, uns como o Emmett, de mal gosto, mas eu não me importava. O vampiro Edward, corria atrás de mim, e eu desejei que ele parasse com isso. Parecia que eu estava sendo escoltada: Ele atrás, Esme do lado e Carlisle á frente.

E finalmente, avistamos a casa.


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Notas finais do capítulo

Review?Só irei continuar a postar se tiver reviews :/