Her Sweet Revenge escrita por superieronic


Capítulo 3
The Ghost of Her.


Notas iniciais do capítulo

Depois de muito tempo...



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Depois de comer uns três pedaços de bolo de cereja, eu e Clair pegamos o carro e fomos para nossa prova das roupas para nosso casamento. A voz de Lottie estava em minha mente, e eu simplesmente não conseguia mais parar de pensar naquelas palavras que ela disse antes de partir, e algo me dizia que ela estava aprontando algo.

Clair quis dirigir, eu não gostava muito quando ela dirigia. Me chamem de machista ou do que for, mas Clair dirigia mal, muito mal. Eu tinha medo, ainda mais porque ela era meio cega.

– Tem certeza de que não quer que eu dirija, Clair?

– Não! Você passou mal, não pode dirigir. É menos de meia hora daqui. Não se preocupe! - Ela disse sorrindo enquanto dava a partida no carro. De repente, tão rápido quando um piscar de olhos, o céu virou cinza e uma chuva forte caiu sob nós.

– Clair, querida... - eu disse em um tom brando

– O que? - retrucou ela

– A chuva... - eu disse calmamente ainda.

– Harold! Eu sei dirigir. - ela bateu o pé.

– Mas...

– Shhh. Na volta você dirige. - Ela sorriu e ligou o rádio. Na estação, tocava uma música que eu desconhecia, mas pelo visto estava no fim. A próxima música que me assustou. Era Charlotte, da banda Air Traffic. Lotte a amava por motivos óbvios, e porque eu toquei pra ela quando estávamos juntos. Se aquilo não era um sinal do além, eu não sei o que seria.

Comecei a suar frio, e a chuva caía mais forte. A música chegava ao fim, e no último acorde da guitarra, eu ouvi a risada de Charlotte nitidamente, e ao mesmo tempo, um carro bateu de frente com o nosso, mas só o air bag de Clair se acionou, o meu, infelizmente, não foi acionado. Meu rosto só teve leves escoriações, mas eu não sentia mais minhas pernas. Elas estavam prensadas nas ferragens do carro, que fora amassado justo no meu lado.

– HAROLD! - Clair se desesperou.

– Fique calma querida. Só chame a ambulância. Eu não estou sentindo as minhas pernas.

– Mas...

– Com calma querida, chame o 911. - Eu disse pacientemente. Eu comecei a sentir aquela dor nas minhas pernas, como se alguém estivesse empurrando mais as ferragens contra elas. Era algo sobrenatural. E novamente, eu ouvi aquela risada maléfica de Charlotte. Senti meu corpo se estremecer por inteiro ao ouví-la.

– Ahhh, Harold. Seu fim está bem longe disto...– Sussurrou a voz dela em meu cangote. Decidi responder mentalmente, para que Clair não achasse que eu estava ficando louco.

– O que você quer de mim, Charlotte?

– O que eu quero? HAHAHA você sabe bem o que eu quero Harold.– Pude sentir que ela sorria, ao dizer a última frase.

– O que v-você q-quer então, C-charlotte?

– A sua alma. - Disse antes de gargalhar alto em meu ouvido.

Vários arrepios corriam por minha espinha, e eu não sabia o que fazer, não sabia se dava ouvidos a ela. Eu estava ficando louco mesmo. Só podia. Eu ia pedir a Clair pra me internar em um hospício logo, antes que eu a levasse a loucura também.

– Você não está ficando louco, Harold. Mas se levarmos em consideração que você sempre foi insano, digamos que eu só estou... atenuando as coisas. – Disse antes de rir mais.

– Lottie, eu te peço, seja lá o que for fazer, não me faça sofrer por muito tempo.

– NÃO TE FAZER SOFRER POR MUITO TEMPO? HAHAHAHAHA você é hilário, Harold! Qual seria a graça, se você não sofresse? Eu sofri demais, e agora está na sua hora. A hora de VOCÊ sofrer. - E dito essas palavras, minhas pernas foram esmagadas com a maior força possível. Eu via o sangue escorrer por elas, e antes que eu não as sentia, sabia que elas estavam bem ali, e estavam bem vivas por sinal.

Dei um urro de dor e Clair veio ao meu encontro.

– Se acalme Harold, o resgaste está chegando. - Disse minha noiva, segurando minha mão e dando-me um sorriso triste.

Ouvi Lotte rir novamente em meu ouvido.– Awww, o casal acha mesmo que o resgate vai chegar tão rápido assim?

Ouvimos um estampido forte. Tudo foi muito rápido, que nem posso colocar em detalhes: a ambulância que vinha em direção a nosso carro, explodiu a cinquenta metros de nós, fazendo o maior estrago. Novamente, ouvi as risadas de Lotte e os berros de uma Clair aterrorizada.

– Clair, o que foi? - Perguntei pra saber o porque aquela louca estava berrando tanto.

Ela não conseguia falar nada, só apontou para uma massa cheia de sangue a nossa frente, que parecia ser a cabeça ou algum membro do motorista.

Coloquei minhas mãos sobre a boca. Se isso era obra de Lotte, ela estava indo longe demais.

Eu não fazia ideia do que ela estava armando, mas coisa boa não era. Ela ia se vingar e disso eu tinha certeza. E o que eu esperava, era bem menos pior do que ela tinha guardado pra mim.

***

Depois de alguns minutos, outra ambulância chegou ao local. Eu tinha parado de ouvir Lotte e suas risadas maléficas, mas eu ainda estava em choque com isso.

O enfermeiro me disse que talvez eu corresse o risco de perder minhas pernas, pois elas haviam sido esmagadas de um modo cruel. Ao ouvir isso, senti um arrepio subindo a minha espinha e o sussurro de Charlotte em meu cangote novamente: 'você vai ter três escolhas... a primeira: uma vida longa, com suas pernas, porém... solitário, sem nenhuma mulher. Você e seus cinco dedos da mão direita. *risos* a segunda: uma vida longa, com sua noiva Clair, porém, sem as suas pernas e um orgão meio falho, se é que me entende *mais risos* e a terceira... ir para o inferno, comigo e apodrecer em uma cela, sendo meu escravo e o escravo da Morte, fazendo tudo o que mandarmos fazer. A escolha é sua Harold. Você tem quinze dias'. E depois deste recado, eu não ouvi mais nada, e não vi mais nada; fui embalado para o mundo dos sonhos forçadamente, e com medo de ser pego por ela nesse meio tempo. Com medo de ser morto, mas pobre de mim, achando que ia ser tão simples assim o meu fim.


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