Dreamland: Onde Os Segredos Se Escondem escrita por alexiawhittier


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Yooooooo, peço desculpas pelo capítulo estar tão pequeno e sem graça, salvo o finalzinho aka luz no fim do túnel HEH, mas como eu disse, já tem várias coisas dos próximos capítulos escritas graças à versão antiga, então com fé não devo demorar demais pra avançar :)

(HAPPY BDAY LINZ TE AMO )



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Não deveria ter me deixado ficar tão decepcionada com o que aconteceu no dia anterior. Primeiro, porque o medo em certas etapas de tratamento é um comportamento completamente aceitável e até um tanto comum em pacientes de trauma. Devia ao menos ter considerado isso, e que, portanto, não era certeza de que aquele poderia não realmente ser o dia em que teríamos a primeira sessão de um paciente. Além disso, ele iria voltar, é claro. Mas enquanto sentava à ponta da mesa retangular branca e ouvia a voz de Harry, meus pensamentos vagavam para o que o dia anterior poderia ter sido.

– O que temos de fazer agora é encontrar uma maneira de fazer Adam querer voltar – enunciou Harry enquanto andava pela sala, parando para observar a vista da cidade através da janela, ao que minha atenção voltava à reunião.

– Não podemos esperar que ele simplesmente volte depois do tanto que se desesperou – contribuiu Thalia, que se sentava ao meu lado.

– Mas temos que nos assegurar que ele volte – Harry virou-se de volta em nossa direção, apontando o dedo indicador para a colega que havia falado.

– Temos mesmo? – Genevive chamou atenção para si – Porque certamente existem pacientes muito melhor preparados para isto.

Houve silêncio. Talvez por uma certa surpresa no comportamento calculista de Genevive, sempre tão acolhedora e sentimental. Mas também porque acredito que, como eu, nenhum dos presentes havia considerado tal ação. Era verdade, afinal, que Adam não precisava ser o nosso primeiro paciente – queríamos ajudá-lo, mas até que ele desejasse pelo mesmo, poderíamos começar por outro voluntário.

– Não que você esteja errada, Genevive – Harry andou lentamente de volta à sua cadeira, puxando-a para se sentar novamente. – Mas não podemos simplesmente desistir dele. Adam precisa de nossa ajuda, e já aceitou recebê-la. E é normal que haja hesitação. Mas, olhando pelo lado de que podemos começar a ir atrás de outros candidatos, concordo com você.

– Então acham que devíamos começar a contatar os hospitais? – Perguntei aos ocupantes da sala, e a maioria respondeu com um simples balanço da cabeça, em concordância.

– Penso que há pacientes em situação mais "emergencial", por dizer – enunciou Genevive, novamente – E não é como se estivéssemos abandonando Adam.

– Na verdade, não acho que tenhamos tantos pacientes em prospecto – encarei o papel à minha frente, sujo de alguns rabiscos – Mas devemos, sim, ir atrás deles.

⃝⃝⃝

A primeira coisa que notei ao entrar em meu apartamento foi o relógio na parede oposta, que também indicava a data. Meu aniversário estava apenas algumas semanas longe e eu nem havia percebido. Num impulso, andei diretamente até o móvel da sala, e resgatei de uma das gavetas um álbum de fotos. Peguei então uma pizza congelada do freezer, e enquanto esperava que ela ficasse pronta no forno, me servi uma taça de vinho e fui ao sofá.

Nunca soube decidir qual era a minha memória favorita de aniversário. Mesmo folheando entre fotos das diversas comemorações, eu lembrava de que os dias sempre eram divertidos, diferentes e proveitosos. Até os que eu passei trabalhando, estudando ou até sozinha em casa – essa data sempre foi uma em que eu resolvia, fosse a única vez no ano, olhar o mundo de forma diferente, ser gentil com qualquer um que cruzasse caminho comigo, não importando o que me fez, não deixar nada me abalar, e acatar ao máximo conselhos que me eram dados na forma de congratulações. Sei que devia tentar fazer isso sempre, mas isto é realmente impraticável. Então tentava dar o meu melhor pelo menos neste dia. Isso, é claro, depois que eu alcancei uma certa idade, até porque a foto que eu encarava no momento era de uma garotinha chorando inconsolavelmente porque sua amiga havia pego emprestado sua mais nova boneca.

No outro dia, cheguei um tanto mais tarde. Passaria as próximas horas entrando em contato com hospitais, fazendo pesquisas e tendo pequenas reuniões com colegas de trabalho de diferentes setores, como havia se tornado costume. Após um café-da-manhã junto de outros três na cozinha, me refugiei no meu escritório para pesquisar sobre a recuperação de pacientes de trauma de diferentes situações. Em pouco tempo, me peguei procurando pelo nome Adam Humpfrey, e me deparando com diversas versões da notícia do acidente ocorrido meses antes. Após curtas batidas na porta, consenti para quem havia as causado, e o rosto de Monica apareceu no pequeno espaço aberto por ela.

– Harry quer falar com você – informou-me.

– Ele sempre quer – Brinquei enquanto voltava a atenção à tela para mais alguns cliques.

– Mas ele parecia um tanto... Agitado.

– Por quê? Não fiz nada de errado.

– Samantha? – Harry apareceu, e então Monica se retirou.

– Sim? – Levantei o olhar, desfazendo o sorriso bem humorado. Harry realmente parecia mais sério do que seu semblante usual trazia.

– Tem um homem aqui querendo falar com você.

– Certo... Então vou lá falar com ele – Estranhei o tom de mistério nas palavras de Harry.

– Mas ele é meio estranho... Ficou perguntando sobre o Cerebrum... Não sei bem o que ele quer.

– Estranho do tipo... Poderia tentar me matar? – arqueei as sobrancelhas com a pergunta.

– Talvez não tanto – Harry riu rapidamente.

– Então estarei bem – Sorri.

– Ele está na sala de reuniões 2.

Quando cheguei à sala, um homem sentava à ponta da pequena mesa, encarando a maleta que repousava sobre ela. Tinha cara de jovem, mais ou menos da minha idade, e o terno meio que se contrapunha à imagem que o cabelo rebelde arrumado para cima e os olhos azuis sugeriam. Tinha um olhar extremamente misterioso... O que ele queria, de fato?

– Samantha Rivers? – O homem se levantou quando entrei.

– Sim. E você é...?

– Fred Johnson – Ele estendeu a mão e retribuí, logo me sentando próximo a ele.

– Então, o que posso fazer por você, Sr. Johnson? – olhei atentamente para o homem, que fitou sua pasta antes de olhar para mim novamente.

– Melhor eu ser direto, para que você possa entender e aceitar minha proposta.

Fred então se ajeitou na cadeira e me fitou os olhos, talvez numa tentativa de que suas pupilas fossem me penetrar de tão azuis, abrindo a maleta para revelar seu conteúdo: dinheiro vivo. Muito dinheiro. Falou então num tom quase teatral, como que para causar mais impacto do que a visão diante de mim:

– Samantha Rivers, eu vou ser o seu primeiro cliente.


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