Mais tarde, Draco andava apressado para a sua próxima aula que era Feitiços, enquanto tentava-se esquivar de Pansy que não o largava. Estava quase a chegar à sala quando alguém vai contra ele, fazendo-os cair no chão. Quando viu de quem se tratava, riu.

- Só podia ser a Lunática. – resmungou rindo.

- Desculpa – ela baixou-se agarrando os seus livros.

Pansy que viu o que se tinha passado, aproximou-se de Luna no preciso momento em que ela se levantou, derrubando-a no chão.

- Ohhh desculpa Di-lua – riu maldosamente.

- Não tem problema…  - Luna baixou a cabeça tentando não chorar.

- Estás a chorar maluquinha?? – ela riu alto.

- Deixa-a em paz! Já estamos atrasados. – avisou o garoto.

- Ok…vamos meu amor – sorriu abraçando-se a ele e saiu de lá rindo de Luna.

- Porque eles não me deixam em paz? – lamentou-se Luna deixando cair algumas lágrimas.

(…)

Quando finalmente as aulas acabaram Luna suspirou de alívio. Naquele dia os sonserinos, principalmente Pansy, decidiram humilha-la o dia todo. A garota não sabia o porquê disso. Ela não interferia com a vida deles, ela simplesmente fingia que não existiam. Não percebia porque não a aceitavam como ela era.

A loira estava no salão comunal sentada com o livro misterioso nas mãos. Abriu-o e pegou uma pena e começou a escrever.

“Olá amigo secreto. Não sei se estás ai…mas…o dia de hoje foi horrível. Alguns alunos ficaram dizendo coisas ruins sobre mim. Não gostei…Porque não me deixam ser quem eu sou? Eu não sou perfeita e admito que tenho algumas coisas estranhas, mas ninguém é perfeito… Todos somos diferentes uns dos outros.”

O garoto estava na biblioteca acabando um trabalho quando viu uma luz sair do livro e abriu-o.

Ao ler aquilo sentiu-se mal, nunca tinha pensado assim… Aquelas pessoas todas com quem ele zuava, brincava e se divertia… Elas tinham sentimentos, e aquilo que ele fazia com elas provavelmente magoava-as. Não sabia que responder à garota. Não queria ser falso, mas também não queria confessar que ele muitas vezes fazia isso com os outros. Pegou uma pena e escreveu.

“É verdade…você tem razão”

E fechou o livro, continuando a fazer o dever de casa.

(…)

Caroline estava escondida atrás de uma árvore enquanto via e ouvia Ginny e Harry conversarem.

- Amor, sábado temos já passeio a Hogsmeade, você vem não vem?? – ela fez bico.

- Claro, linda – beijou-a.

- Eu estava a pensar que no Natal podíamos passar as férias na Toca e assim eu já te apresentava oficialmente aos meus pais.

- Mas os seus pais já me conhecem…

- Mas não sabem que somos namorados…e é diferente, antes eramos só amigos…e agora somos namorados – ela sorriu.

- Claro…mas…tenho medo dos seus irmãos. O Ron quase me matava quando soube que tínhamos começado a namorar.

- Ohhhhh fofinho, não fique assim, eu não deixo eles fazerem mal a você.

- Eu sei princesa – beijou-a intensamente – Te amo amor da minha vida.

- Eu também te amo. – ela abraçou-o.

Caroline encostou-se à parede tentando combater as lágrimas. Doía-lhe tanto vê-los assim. Ela sabia do que precisava…Um novo ficante.

Dias depois:

Luna estava no seu quarto, sentada em cima da cama enquanto desabafava com o seu amigo secreto.

“Isto doi… Sinto-me mal quando me tratam assim, quando me chamam aqueles nomes…Eu não faço mal a ninguém. Porque eles não me deixam em paz?”

A loira tentava combater as lágrimas que queriam cair. Ela ODIAVA os sonserinos, porque estavam sempre a zuar com ela e a humilha-la. Ela tentava ignorar…Mas não era fácil.

Draco sentiu-se mal e culpado de ver a sua amiga assim… Agora finalmente percebia que as brincadeiras idiotas que fazia podiam magoar as pessoas… Draco Malfoy tem sentimentos? Parecia impossível, mas sim, ele tinha.

“Tens de te defender, saber enfrentá-los, não deixá-los te humilharem. Só assim eles vão perceber que não és fraca como eles pensam”

(…)

Luna entrou na biblioteca saltitando e feliz naquela manhã de sexta. Começou a andar por entre as várias estantes procurando o livro que pretendia. Queria encontrar algum livro ou algo que lhe ajudasse a perceber de onde tinha surgido o livro misterioso que ela e o seu amigo secreto possuíam.

Encontrou uma secção sobre Coisas invulgares e misteriosas e feitiços antigos e começou a procurar. Encontrou um livro sobre: “Livros que surgem misteriosamente” sentou-se e começou a folheá-lo.

- Olá Luna, o que é que estás à procura? – perguntou uma voz e Luna virou-se encontrando Hermione Granger com vários livros na mão.

- Oh, nada de especial. Só para passar o tempo – mentiu a garota.

- Oh, livros são muito interessantes né?  Vou levar estes 4 para ler quando estiver entediada – sorriu Hermione mostrando 4 livros gigantes.

- Interessante… - comentou a loira voltando a ler o seu livro.

Depois de uns 5 minutos procurando encontrou uma gravura de um pequeno livro de capa vermelha que tinha como legenda: “O famoso livro de capa vermelha já tem muitos anos de existência. Antigamente era muito utilizado por amantes que se queriam encontrar ás escondidas e que o usavam para combinarem os encontros – a garota corou violentamente quando leu isso – O pequeno livro quando tocado por alguém transforma-se em dois, escolhendo os seus donos, voando à procura dos seus donos, escondendo-se em lugares e obrigando assim os dois a utilizá-lo. Assim, um dos donos escreve no seu livro e essa mensagem aparece automaticamente no livro do outro dono, sendo assim uma forma de se comunicarem sem ninguém saber. Só os proprietários escolhidos pelo livro conseguem ler as mensagens”

Não sabia como reagir áquilo. Parecia algo bom, um livro tinha-lhe escolhido e ao seu amigo para se conhecerem. Talvez aquele garoto ainda fosse muito importante na sua vida.

Minutos depois Luna saia da biblioteca acompanhada de Hermione, as duas vinham conversando sobre livros e as aulas quando ao virarem uma esquina se depararam com Pansy Parkinson, Crabbe e Goyle.

- Ohhhh que lindas, a lunática e a sabe tudo irritante – disse Pansy rindo.

- Deixa-nos passar – pediu Hermione de cabeça baixa.

- E porque nos havíamos de fazer isso? – perguntou  Crabbe.

- Porque estamos a pedir!  Deixa-nos passar!  – exigiu Luna. Ela não sabia se conseguia enfrentá-los, mas a raiva era tanta…

- Oh di-lua voce não tem aqui a tua amiguinha vadia para te defender, vai fazer o que? Bater-me? – riu Goyle.

- Quem? A lunática? Ela nem mata uma mosca – riu Pansy.

- CALA-TE CARA DE CACHORRO – gritou Luna muito irritada.

- O QUE É QUE VOCE DISSE? – gritou Pansy levantando a mão para bater na Luna.

- O que é se passa aqui? – ouviram uma voz e todos se viraram. Era Draco Malfoy.

“Ótimo – pensou Luna – Mais um para nos humilhar.”

- Nada bebézinho, estávamos só a humilhar aqui estas idiotas – a garota riu.

- Deixem-nas em paz. Elas fizeram-vos mal algum? – perguntou Draco defendendo Luna e Hermione.

“COMO ASSIM O DRACO ESTÁ A DEFENDER-NOS? Deve ser só uma brincadeira para depois nos humilharem mais” - pensou Luna

- Não…mas… - gaguejou Pansy Parkinson chocada com a atitude dele.

- Mas nada. É melhor irem que daqui a pouco as aulas já vão começar.

- Ok amor – Pansy saiu seguida por Crabbe e Goyle.

- Vocês estão bem? – perguntou Draco aproximando-se delas.

 - Sim, obrigada – respondeu Hermione um pouco chocada por Draco ter defendido as duas garotas e foi embora.

Luna começou a ir embora, quando o garoto agarrou-lhe pelo braço.

- Estás bem? Ela magoou-te? – perguntou preocupado.

- Não, mas se pensas que te vou agradecer, estás enganado – a loira soltou-se e foi embora.