– Aff, como é que eu fui-me esquecer de fazer o trabalho? – perguntou Luna a si mesma enquanto procurava alguns livros de Herbologia na seçao restrita – Acho que este serve – disse pegando num livro.

A loira continuou procurando livros para o trabalho que ela tinha de fazer para o dia seguinte. A professora Sprout tinha-lhe dado autorização para consultar os livros da secção restrita da biblioteca.

– Que livro é este? – perguntou a garota pegando um livro de capa vermelha, abriu-o e encontrou apenas páginas em branco. - Que estranho…não tem nada escrito. – disse colocando o livro de novo na estante.

Minutos depois a menina tinha já os livros todos que precisava, saiu da biblioteca dirigindo-se até à torre da Corvinal, sem reparar que tinha deixado cair no chão um livro de capa vermelha.

Draco entrou no salão comunal da Sonserina cansado depois de fazer a ronda ao castelo, o que ele mais queria era a sua cama e descansar depois de um dia cansativo de aulas.

– Draco, amorzinho – guinchou uma voz que dirigiu-se até ele depositando um beijo no rosto do loiro.

– Olá Pansy – disse revirando os olhos.

– Parkinson vem acabar o trabalho, que eu quero copiar do teu – reclamou Blásio, sentando numa poltrona com vários pergaminhos e livros de Herbologia.

– Qual trabalho? – perguntou o loiro chocado.

– Tu ainda não fizeste o trabalho de Herbologia? – perguntou Blásio completamente em choque. Draco era um dos melhores alunos, tinha sempre boas notas e nunca se esquecia dos trabalhos.

– Por Merlin! Esqueci-me completamente! Vou até à biblioteca pegar uns livros e vou ter de ficar a noite toda a fazer o trabalho – reclamou Draco saindo a correr até à biblioteca.

– BEBÉZINHO! SE QUISERES PODES COPIAR DO MEU! – gritou Pansy mas Draco já tinha ido embora.

O loiro caminhou até à biblioteca apressado a reclamar consigo mesmo, não acreditava que tinha esquecido de fazer o trabalho. Ultimamente tinha muitas coisas que pensar, andava ocupado e começava-se a esquecer de algumas coisas. Isso não o agradava.

Entrou na biblioteca que estava já às escuras pois era muito tarde. Começou a procurar em algumas estantes, para ver se encontrava o que queria, até que viu um pequeno livro no chão. Pegou-o e folheou-o, mas estava em branco. Guardou-o para depois ir entregar a Filch.

Luna entrou no seu dormitório atrapalhada com tantos livros nas mãos, deixou-os cair em cima da cama, quando reparou num livro de capa vermelha.

– O que isto faz aqui? Juro por Merlin que lembro-me de tê-lo colocado de novo na estante – a garota disse estupefacta.

Abriu o livro folheando-o, estava mesmo em branco. Ficou a olhá-lo e teve uma ideia.

Era uma ideia boba e idiota, mas como muitas das coisas que ela fazia não tinham sentido, pegou numa pena e começou a escrever na primeira página do livro.

“ Olá, isto parece estranho, mas sim, tou a “conversar” com um livro. Hoje quando estava na biblioteca encontrei-te e não sei como, trouxe-te junto com outros livros. Tenho um trabalho de Herbologia para acabar e não sei porque ainda estou escrevendo aqui.

Hoje o N (porque estou a escrever em código, para não haver risco de alguém ler isto e saber tudo sobre mim) disse que gostava de mim, fiquei mais vermelha que os cabelos da G, mas a C chegou e começou a falar comigo e consegui fugir dele. Não gosto dele, ele é só um amigo para mim, mas não sei como lhe dizer isso. A C ainda não voltou para o dormitório, deve estar-se engolindo com algum aluno de Hogwarts. Tenho mesmo de fazer o trabalho de Herbologia. Depois escrevo mais. Beijos LL”

A garota fechou o livro e começou a fazer o trabalho.

Draco entrou no seu dormitório quando sentiu uma vibração, como se um dos livros estivessem se mexendo e de repente uma luz forte e amarela saiu do pequeno livro que ele tinha encontrado. Abriu-o e leu as palavras lá escritas pela garota.

Não sabia o que era aquilo, era como se alguém tivesse escrito em outro livro e isso aparecesse escrito no seu livro, mas a pessoa que o havia escrito achava que aquilo era um diário. Era estranho ler os pensamentos e sentimentos de outra pessoa. Mas era interessante… era uma garota como ele havia percebido e talvez fosse gatinha. Uma nova ficante, era disso que ele precisava.

Pegou numa pena e escreveu por baixo do que a garota tinha escrito.

“Olá. Isto não é um diário. Não sei como, mas o que escreveste apareceu aqui escrito no meu livro. Estranho né? DM”

A garota ouviu um pequeno zumbido do livro que estava ao seu lado, e uma luz amarela saiu deste. Abriu-o e ao ler aquilo abriu a boca num O perfeito. Alguém tinha lido o que ela tinha escrito… Alguém que ela não conhecia. Pegou a pena e escreveu.

“Sinto muito, eu não sabia. Não contes a ninguém o que leste…”

O garoto riu baixo e escreveu de volta.

“Como ia contar? Nem sei quem és e escreveste em código por isso não percebi de quem estavas a falar…”

A loira riu, escrevendo na página seguinte.

“É verdade…Isto é estranho!”

“Muito estranho…”

A garota riu

“Quem é você?”

“Segredo… E você? Não quer-me dizer quem é você?”

“Não… Voce já sabe de mais sobre mim…e ainda não sei nada sobre você”

“Hum…sou da Sonserina e sou loiro”

– E lindo de morrer – pensou Draco para si mesmo

“Sério? Eu sou da Corvinal e também sou loira”

“Somos almas gémeas XD”

A garota riu e corou.

“Quem sabe? O amor é estranho e surge de formas muito incomuns…”

“Mas eu estava a brincar…”

“Eu sei. Preciso ir, tenho de fazer o trabalho de Herbologia que ainda mal comecei”

“Eu também… Esqueci-me de o fazer e tenho de entregar amanha.”

“Eu também. Boa noite, beijos”

A garota sorriu sonhadora e fechou o livro.

“Boa noite”

O garoto fechou o livro e debruçou-se sobre os livros de Herbologia. Precisava mesmo de acabar aquele trabalho logo, para puder descansar.

(…)

Na manhã seguinte a garota acordou muito cansada, tinha dormido só 4 horas mas tinha conseguido acabar o trabalho. Acordou com a sua colega de quarto e melhor amiga saltitando e cantarolando com um aparelho nos ouvidos que os trouxas chamavam de MP3.

– I’m sexy and I know it – Caroline cantava e começava a pular e dançar enquanto se vestia.

– Bom dia também para ti – riu Luna enquanto se levantava.

– Oh, nem vi que já tinhas acordado. – disse a ruiva tirando um dos fones dos ouvidos.

– Estou tãooo cansada – resmungou Luna enquanto se levantava da cama.

– Não dormiste bem? – perguntou Caroline agitando a sua gravata da Corvinal.

– Dormi pouco, esqueci-me do trabalho de Herbologia e tive de passar a noite a fazê-lo – disse a loira entrando no banheiro.

– Oh, eu nem fiz, que se dane. Estou nem ai. Vou descer, vemo-nos no salão – disse a ruiva saindo do dormitório.

Luna tomou um duche rápido, vestiu o seu uniforme da Corvinal e desceu para o salão principal para tomar o café da manhã.

O salão estava cheio e quando entrou não conseguiu deixar de olhar para a mesa da Sonserina. Reparou em vários alunos loiros e ficou examinando e pensando qual deles seria o garoto com quem tinha falado no dia anterior.

Caminhou até à mesa da Corvinal e sentou-se ao lado da Caroline que estava a cantar alto.

Estava a tomar o seu suco de abóbora quando reparou que alguém a olhava da mesa da Grifinória, era Neville, que no dia anterior tinha confessado gostar dela. Suspirou alto e virou a cara de novo para o prato, recomeçando a comer. Não queria pensar no que fazer em relação a Neville, pois não queria magoar o amigo.

Mais tarde, na aula de poções estava concentrada na sua poção que devia estar roxa, como dizia no livro, mas que pelo contrário tinha uma cor verde clara, quando um aviãozinho de papel voou até à sua secretária. Abriu-o lendo as palavras escritas à pressa e numa letra minúscula.

“Precisamos de falar, pode ser depois das aulas à frente do lago da lula gigante? Neville Longbottom”

Olhou para 3 mesas atrás onde Neville se encontrava e deu um pequeno sorriso afirmando positivamente com a cabeça.

– Luna, a nossa poção está horrível – lamentou-se Caroline, apontando para a poção que agora se encontrava verde musgo.

Depois da aula de Poções, Luna dirigiu-se sozinha até às estufas para a aula seguinte que era Herbologia. Carol tinha ido ter com o seu novo “namorado” deixando Luna sozinha. A garota chegou à estufa onde se encontravam já alguns sonserinos. Olhou-os, mas nenhum era loiro. Ficou a ler um artigo da revista do seu pai sobre vampiros que se transformavam em plantas carnívoras quando ouviu alguém chamá-la pelo seu apelido.

– Olá Di-lua, lendo o que? – perguntou Pansy Parkinson com um sorriso maldoso e tirando a revista das mãos de Luna. Leu o título do artigo e começou a rir – És tão idiota que não sei se riu ou te bato

Viu Draco Malfoy chegar nesse momento e rir às gargalhadas do que Pansy disse.

– Tadinha da Lunática, ela gosta de ser assim – riu ele.

Luna virou-lhes costas e começou a cantarolar uma música, ignorando-os.

– Quando eu falar contigo, tu olhas para mim, tas a ouvir? – gritou Pansy, olhando-a irritada.

– Não sabia que estavas a falar comigo… - disse Luna inocentemente e acrescentou mentalmente: “Pensei que estavas era a zuar de mim”.

Draco gargalhou alto.

– Eu tenho pena dela, sabem… Ela não tem amigos – disse Goyle rindo.

– Tem sim, e se não a deixares em paz quebro-te a cara, seu porco – disse Caroline chegando junto deles.

– Não tenho medo de ti, vadia – disse Goyle aproximando-se dela.

– Então devias ter – gritou Caroline acertando-lhe com um soco no nariz.

Goyle cambaleou para trás, com as mãos no nariz que sangrava muito.

– ELA QUEBROU O MEU NARIZ! EU NÃO ACREDITO! ELA QUEBROU O MEU NARIZ! – berrava Goyle com as mãos cheias de sangue.

– Não sejas criança – disse Pansy revirando os olhos.

– Anda, eu levo-te à ala hospital – disse Draco.

– Isto não vai ficar assim Salvatore – disse Goyle sendo levando pelo Draco.

– Voce enlouqueceu – disse Luna em choque.

– Ah, qual é? Ele já estava a merecer à muito… E tu Parkinson, não te metas com a Luna de novo se não quebro-te o focinho de cachorro – riu Caroline.