O Verdadeiro Poder escrita por FP And 2


Capítulo 30
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!Gomen, foi só um desabafo por ter FINALMENTE conseguido concluir essa fic...Sério, eu tinha tantas ideias para o final dela que escrevi umas 5 versões diferentes, mas nenhuma me deixava satisfeita. Eu já sabia como queria que acabasse, mas mesmo assim foi difícil...Bem, parando com a enrolação, vamos à estória!!!Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292849/chapter/30

— E foi dessa forma que Uchiha Sasuke obteve seu Rinnegan. Tudo aconteceu de uma forma inesperada para ele e todos os que acompanharam seu relacionamento com Haruno Sakura, agora Uchiha Sakura, mas o mais estranho foi que ele superou tudo bem mais rápido que ela. Mesmo com o apoio de todos os amigos, familiares, e principalmente do marido, ela sempre se culpou pelo que aconteceu e nunca conseguiu esquecer. De certa forma foi uma boa lição, já que ela aprendeu a ser mais prudente nas outras vezes em que ficou grávida. Como correu o risco de não poder mais ter filhos devido aos ferimentos que sofreu, durante um tempo, ela ficou até um pouco paranoica com relação a perigos e mesmo alimentação. A única pessoa que conseguiu conviver com ela durante a primeira gestação, por exemplo, foi o próprio Sasuke. De certa forma, Naruto também sofreu nessa ocasião. Podem ter certeza de que aguentar o Uchiha estressado por causa de maluquices e irritações em casa não é para qualquer um, mas Naruto suportou, como o bom amigo que sempre foi. Mesmo que fosse apenas para descontar suas frustrações em alguém ou trocar alguns jutsus altamente letais, era sempre o Hokage que Sasuke procurava. Nessa época quase destruíram o Vale do Fim. Madara perdeu os dedos e Hashirama o nariz, e, apesar de terem sido restauradas, até hoje vocês podem ver algumas rachaduras estranhas nas estátuas. Por sorte, Naruto sempre foi o tipo de pessoa que está com um sorriso novamente, logo após acabar uma briga, e, além disso, ele tinha a Hyuuga com ele. Ela sempre foi uma pessoa doce e sensata. Sempre que ele voltava para casa com as roupas rasgadas e a cara cheia de sangue, ela cuidava dele sem grandes recriminações, apenas uma frase, naquela vozinha fina, que ainda parece ecoar na minha cabeça: “Você precisa tomar mais cuidado, Naruto-kun!” — Quem ouvia a história riu quando a voz grossa assumiu um falsete para imitar a voz de Hinata. — Ela também foi outra que demorou a conquistar o que queria – que no caso era o respeito dos Hyuuga e o amor de Naruto – mas quando conseguiu, fez por merecer. Eu ainda acho que ela é uma santa por conseguir aguentá-lo, e ainda mais amá-lo, mas gosto não se discute, não é?

— Kurama o’chan, essa história foi muito triste. Conte de novo como meus pais se apaixonaram... — Uma garotinha de seis anos, com o cabelo ruivo preso em duas maria-chiquinhas – como o Oiroke no Jutsu que Naruto costumava fazer – e com um Byakugan azulado, pediu com as mãos unidas e olhar suplicante.

— Já pedi para não me chamar assim, pirralha! — Kurama reclamou automaticamente. Por mais que insistisse para que os filhos de Naruto e Sasuke não o chamassem de “tio”, descobriu há muito tempo que era uma batalha perdida.

— Argh! Essa história não! — Um menino, muito parecido com a irmã e obviamente da mesma idade, apesar dos cabelos loiros e espetados, e também com aquele Byakugan peculiar, revirou os olhos. — Isso é para menininhas!

— Também acho! — Concordou um menino moreno de olhos verdes, com a mesma idade dos gêmeos. — Conte como o otou-san derrotou o Orochimaru!

Uma garota mais séria que os pequenos, com oito anos, também morena, mas de olhos negros, observava a tudo calada. Tinha um sorriso no canto dos lábios e seu olhar carinhoso seguia atentamente os movimentos do irmão e de seus amigos. Pensava que realmente era feliz por ter uma família tão amorosa, principalmente depois das histórias de dor e sofrimento de seu pai e do Hokage. Ouvi-las sendo contadas pelo bijuu que já habitara o corpo de Uzumaki Naruto era particularmente interessante para ela, já que nem seu pai ou o padrinho gostavam de relembrar aqueles tempos. Foi tirada de seus pensamentos pelo loirinho:

— Shizue nee-chan, o que você acha?

— Hum? Gomen, Minato-kun, eu não ouvi o que diziam. — Respondeu e sorriu ao ver a expressão emburrada do filho do Rokudaime.

— Queremos que decida se Kurama o’-chan deve contar a história do ataque à vila, quando o Yondaime o selou em Naruto o’-chan, ou sobre a luta entre Madara e Hashirama de novo... — O jovem Uchiha deu um sorriso satisfeito antes de comentar: — Por isso eu gosto de ouvir essas histórias contadas por um bijuu. Ele sempre estava lá!

— O que eu acho, otouto, é que já está tarde e daqui a pouco otou-san e Naruto oji-san virão nos mandar dormir. — Ela bagunçou o cabelo do irmão. — E vocês não gostam nem um pouco quando Kurama interrompe as histórias no meio.

— Eu avisei, Shisui-baka! — Disse a ruivinha, mostrando a língua para o pequeno Uchiha.

— Urusai, Kushina tomate! — O moreninho retrucou, irritado.

— JÁ DISSE PARA NÃO ME CHAMAR ASSIM! — Gritou a garotinha, irritada, pulando sobre o outro e tentando esganá-lo, enquanto era impedida pelo irmão.

A Uchiha mais velha balançou a cabeça para os lados antes de ir em socorro ao irmão.

Kurama apenas observava a briga das crianças com uma expressão divertida. Definitivamente Uchihas e Uzumakis viveriam sempre em pé-de-guerra.

— Eles são sempre assim? — Um menino, ruivo e de olhos verdes, de aproximadamente cinco anos, perguntou. Ele estava tão quieto que todos haviam se esquecido de sua presença, inclusive o bijuu.

— Hai. — Kurama o olhou com curiosidade. — E você? Não é assim com seus amigos em Suna?

— Na verdade, não. — O garoto respondeu com tranquilidade. — Normalmente eu separo as brigas.

Kurama ergueu as sobrancelhas, mas nada comentou. O garoto, apesar de mais sorridente e obviamente feliz, era tão contido quanto o pai.

Enquanto tudo isso acontecia no quarto dos gêmeos no andar de cima, na sala, Naruto, Hinata, Sasuke e Sakura, recebiam alguns convidados.

— Não deveria ter demorado tanto para vir nos visitar, Gaara! — Naruto reclamou. — Eu nem conhecia seu filho ainda. Da última vez em que nos vimos ele nem era nascido!

— Aa. Seus filhos eram, mas também não pude conhecê-los. — Gaara deu um sorriso. — Quando os vi entendi o motivo de ter dado o nome de seus pais. São pequenas miniaturas. Não esperava que tivesse uma filha ruiva.

— É... — O loiro riu, coçando a cabeça. — Isso é praticamente um padrão dos Uzumaki. O que não sei é como eu e meu filho não nascemos com o cabelo vermelho também.

— Já te expliquei, Naruto isso é genética. — Sakura disse, em tom de quem dá uma aula. — Talvez tenha a ver com o sexo ou...

— Sakura. — Sasuke interrompeu. — Não estamos aqui para ter aulas sobre genética. O comentário de Naruto foi apenas isso: um comentário.

O Hokage e sua esposa suspiraram aliviados com a interrupção de Sasuke, ainda mais vendo a expressão emburrada de Sakura. Depois dos problemas na primeira gravidez, ela estudou muito sobre gestação, herança genética e tudo relacionado a isso, querendo sempre ensinar às outras pessoas. Ino, que estava sentada próxima, ao lado de Sai, apenas riu. Sakura nunca mudaria.

— E você, Ino? Quando pretende ter filhos? — Matsuri, esposa de Gaara, a olhou com curiosidade. — É a única entre seus amigos que não os tem ainda, da yo ne?

— Hai. — Ino suspirou. — Eu não quis até o momento, mas já está planejado...

A melancolia em sua voz era tão evidente que até mesmo Gaara olhou-a com curiosidade. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas foi interrompida por uma criança loira de aproximadamente cinco anos que entrou correndo na sala pela porta da frente e se jogou nos braços de Gaara.

— Gaara oji-san! — O garoto se afastou e encarou o Kazekage. Seus olhos eram verde-escuros e extremamente inteligentes. Ele virou-se e perguntou aos donos da casa: — Onde está Kosuna-kun?

— Está no quarto dos gêmeos, Shigeki-chan. — Hinata respondeu ao garoto. — Pode subir se quiser.

— Arigatou, Hinata-san, eu vou subir. — Respondeu o menino se recompondo e fazendo uma pequena reverência, para então virar-se novamente para Gaara. — Depois jogaremos shougi e conversaremos melhor, da yo ne?

— Hai. — Gaara finalmente conseguiu se pronunciar, com um pequeno sorriso. — Estão seu pai já o ensinou a jogar?

O menino apenas meneou a cabeça afirmativamente com um grande sorriso e correu em direção às escadas. Quando o som dos seus passos sumiu no andar superior, a porta abriu-se mais uma vez e Shikamaru e Temari entraram, ofegantes.

— Onde está Shigeki? — A loira de Suna perguntou respirando fundo com uma das mãos sobre o peito.

— Já está lá em cima com as crianças. — Naruto respondeu para logo dar um sorriso debochado. — Você parece cansado, Shikamaru...

Este tinha as costas apoiadas no batente da porta e aspirava grandes golfadas de ar para recuperar o fôlego, então apenas lançou um olhar exasperado para Naruto.

— Shigeki não herdou nada da preguiça do pai. — Temari, já recuperada da corrida entrou devidamente na sala e puxou Gaara para um abraço. — Estava com saudades, otooto!

— Temari. — Gaara retribuiu o abraço e comentou casualmente: — Mas parece que a inteligência, por sorte, é a mesma de Shikamaru.

— Sou ne? — Temari concordou com um sorriso satisfeito. — Ele tem minha habilidade e a inteligência do pai... Se fosse tão preguiçoso quanto Shikamaru, eu não sei o que faria!

— Realmente. — Shikamaru se aproximou e apertou a mão de Gaara, ainda um pouco ofegante. — Se houvesse herdado a minha preguiça e o temperamento da mãe, seria insuportável!

Temari apenas o olhou feio, mas nada comentou. Essa era uma briga que sempre tinham, então todos já estavam acostumados, até mesmo Gaara.

— Aliás, Ino... — Temari se virou com um sorriso para a outra loira, após um breve cumprimento aos demais presentes. — Já está tudo certo. Tenho praticamente certeza de que podemos prosseguir!

Todos viram Ino empalidecer e engolir em seco. Sai apertou a mão da esposa com um sorriso pequeno, mas satisfeito. Isso atiçou a curiosidade de todos ali, mas ninguém quis ser o primeiro a perguntar. Percebendo os olhares que eram alternados entre Temari e Ino, Shikamaru resolveu explicar, pois em breve o acerto entre as famílias seria de conhecimento geral:

— Nossos clãs têm insistido para que Ino, Chouji e eu tenhamos filhos da mesma idade para preservar a formação InoShikaCho... Na verdade isso não é realmente necessário, mas como aconteceu com nossos pais e depois conosco, já está sendo considerada praticamente uma tradição. Faltava apenas Ino concordar... O que ela fez na última reunião. Mas não parece muito satisfeita com isso, na verdade.

— Não sabia que tinha algum problema com crianças, Ino. — Sakura comentou, fitando a amiga com as sobrancelhas erguidas. — Você sempre cuida de nossos filhos quando precisamos!

— Não é que eu tenha problemas com crianças. É só... — Ino se interrompeu e, levantando-se, murmurou uma desculpa qualquer e correu em direção à cozinha.

Os amigos observaram a retirada apressada da loira sem entender nada. Suspirando, Sai levantou-se para segui-la, mas parou ao ouvir a pergunta perplexa de Naruto:

— O que deu nela?

— Ela está com medo. — Sem virar-se, Sai respondeu. Sua voz calma não expressava nenhuma emoção. — Por isso protelou até agora para ter filhos.

— Ino tem medo de ser mãe? — Hinata perguntou. — Mas ela se dá tão bem com crianças!

Sai pensou bem no que diria para explicar os sentimentos da esposa. Não era um assunto que ela gostasse de comentar nem mesmo com ele, porém sentia que de alguma forma outra pessoa poderia ajudar. Há muito tempo havia aprendido a ter mais tato, por isso mediu bem as palavras que diria, falando de forma pausada:

— Ela não tem medo de ser mãe, e sim da gestação.

— Não me diga que Ino tem medo de perder seu corpinho perfeito? — Sakura riu, ignorando completamente a seriedade das palavras do ex-companheiro de equipe. Mesmo Sasuke a olhou com estranheza, pois havia percebido que o problema era mais sério do que forma física. Sakura costumava ser mais sensível do que isso.

Ao ouvir a pergunta leviana, Sai se virou em direção a ela e, irritado, não mais mediu as consequências do que diria.

— Foi ela quem ajudou Shizune-san a cuidar de você quando se feriu durante a primeira gravidez, Sakura-san. Ver a morte de uma criança tão pequena não é o tipo de coisa que se consiga esquecer.

Ele virou as costas e seguiu atrás de Ino. Sabia que provavelmente havia provocado a ira de Sasuke e, possivelmente, a de Naruto com a resposta que deu à Sakura, mas no momento estava mais preocupado com Ino.

Na sala, Sakura permanecia de olhos arregalados, fixos no nada, enquanto Sasuke pensava seriamente em ir atrás de Sai e lhe quebrar todos os ossos. Mas não faria isso, pois podia imaginar a cena que ele descreveu, mesmo por alto, afinal, tratava-se de seu filho. Para uma mulher sensível e que visivelmente amava tanto crianças quanto Ino, devia ter sido uma experiência realmente traumatizante. Ele não chegou a ver o corpo da criança por conselho da própria.

— Sakura... — Naruto começou, olhando preocupado para a amiga, mas foi interrompido pela mesma, que balançou a cabeça com força e se pôs de pé.

— Eu vou falar com a Ino. — Virou-se para o marido colocou a mão em sua cabeça. — Daijoubu, Sasuke-kun, estou bem.

Entrando na cozinha, ainda ouvindo alguns murmúrios exaltados na sala, obviamente de Sasuke e Naruto, encontrou Ino abraçada a Sai e chorando muito.

— Ino...

— Sakura! O que foi? — Ino afastou-se de Sai e enxugou rapidamente os olhos.

— Sai me contou. — Sakura viu a loira encarar o marido com raiva, então apressou-se em prosseguir: — Não o culpe! Ele estava certo em dizer. Sabe? Durante todos esses anos eu me culpei e senti remorso, mas nunca imaginei a consequência que aquilo poderia ter nas outras pessoas, a não ser em mim e em Sasuke-kun. — Parou e abaixou a cabeça, envergonhada. — Vocês todos tentaram me proteger enquanto eu me afogava em autopiedade. Isso não está certo. Eu nunca vou esquecer o que aconteceu, mas Naruto me disse, na época, que eu devia me perdoar. Não é tão fácil, mas... Ino, se você puder seguir em frente e superar seu medo, todos estaremos ao seu lado e a ajudaremos. Principalmente eu. Isso vai me ajudar também.

As lágrimas de Ino voltaram a cair com ainda maior intensidade. Ela praticamente se jogou nos braços da amiga sem conseguir dizer nada.

Sai observava quieto. Não sabia o que fazer, nem mesmo se deveria permanecer ali ou voltar para a sala e enfrentar a fúria de Sasuke.

— Arigatou, Sai.

A voz baixa de Sakura chegou a assustá-lo. Fitou-a com uma expressão confusa, mas ela tinha os olhos fechados e um pequeno sorriso, ainda abraçada a Ino, como se um grande peso houvesse sido tirado de seus ombros. Talvez ela, finalmente, houvesse feito o que Naruto aconselhou: se perdoado. Ele não entendia como essa situação pôde tê-la ajudado, mas se foi o que aconteceu, supunha que deveria estar satisfeito. Sem conseguir imaginar o que se passava na cabeça de Sakura, voltou para a sala.

— Como ela está? — Logo que entrou no campo de visão dos que estavam no cômodo, foi interpelado por Sasuke, que o olhava com raiva.

— Bem, eu acho. Ela me agradeceu...

Confusão ficou estampada em todas as feições, o que fez Sai perceber que entendiam tanto quanto ele.

................................

Naruto estava em seu escritório e aguardava um relatório que deveria ser entregue com urgência. Um problema com nukenins havia acontecido há poucos dias em um pequeno país aliado e ele precisava saber se mais alguma providência teria de ser tomada.

Como já aguardava, logo deu a ordem para entrarem, assim que ouviu batidas na porta. Kurenai, Shino e Lee adentraram o recinto caracteristicamente: Lee com um enorme sorriso, Kurenai com um mais discreto, e Shino sério como sempre.

— Konnichiwa, Hokage-sama. — Cumprimentou Kurenai com uma reverência.

— Kurenai-sensei, sem tantas formalidades, onegai. — Pediu Naruto incomodado. — Não me acostumo com isso.

— Tudo bem, Naruto. — Ela sorriu mais abertamente. — Mas sabe que é nossa obrigação.

— Eu sei, contudo não quer dizer que eu precise gostar. — Disse Naruto sorridente. — Como foi a missão?

— Sem problemas, Naruto-kun. — Lee respondeu animado. — Tudo resolvido a contento. Os nukenins foram enviados a Kirigakure para receberem suas punições e a Mizukage ficou muito agradecida.

Shino se aproximou da mesa de Naruto e estendeu um pergaminho enrolado com o selo de Kiri sem dizer nada.

— Arigatou, Lee, Shino. — Naruto colocou o pergaminho em cima da mesa e se virou para Kurenai. — Mais algum detalhe que eu deva saber?

— Iie. Como disse Lee, realmente foi tudo muito tranquilo.

— Isso é ótimo. — O Rokudaime se levantou e espreguiçou-se. — Podem ir e voltar para suas famílias agora. Asuma-chan esteve aqui ainda hoje perguntando quando voltaria, Kurenai-sensei. Midori e Ryota sempre me perguntam o mesmo quando chego ao clã, Lee.

Lee e Kurenai sorriram, evidentemente com saudades de suas famílias e se retiraram com uma reverência e agradecendo. Shino ficou parado no mesmo lugar, olhando Naruto como se esperasse alguma coisa. O loiro o encarou, duvidoso por um tempo, mas logo percebeu o que Shino queria. Infelizmente não se lembrava de ter sido abordado pela família deste. Se lembraria se houvesse. Não é?

Preferiu manter o silêncio e deu um sorriso amarelo para o homem que ainda o encarava. Logo percebeu que Shino ficou depressivo e se retirou sem dizer nada. Naruto suspirou aliviado e foi se sentando, mas quase caiu quando a porta abriu-se com um estrondo e um shinobi enfurecido adentrou a sala, logo seguido por Sasuke, com sua habitual vestimenta da polícia de Konoha.

— Yo! — Cumprimentou o Uchiha calmamente, recebendo um olhar de soslaio do primeiro rapaz.

— O que foi dessa vez? — Naruto perguntou, já começando a acariciar as têmporas. Pela expressão do amigo já imaginava o que poderia ter acontecido.

— Veja por si mesmo, Hokage-sama! — O primeiro shinobi apontou para a janela, em direção ao Monte Hokage.

Naruto se levantou rápido e colocou a cabeça para fora da janela. Havia um bigode torto pintado em sua própria face de pedra.

— Eu disse que não era uma boa ideia deixá-los ouvir as histórias de Kurama, mas você não me escuta! — Disse Sasuke, que havia se juntado a ele na janela, obviamente segurando o riso.

— Yo, Naruto...

Virando-se em direção à pessoa que acabara de passar pela porta, os dois amigos viram um sorridente Iruka entrar na sala segurando alguns papéis.

— Se forem problemas na academia, Iruka-sensei, deixe para amanhã, onegai! — Suplicou Naruto. — Meus próprios pestinhas já aprontaram demais por hoje!

O sorriso de Iruka ampliou-se ainda mais, se é que era possível, fazendo Naruto o olhar desconfiado e Sasuke aturdido. Parecia que o antigo professor estava feliz em trazer mais problemas.

— Na verdade esses problemas da academia, especificamente, — Iruka colocou os papéis com cuidado sobre a mesa do Hokage — envolvem seus próprios pestinhas. Os seus também, Sasuke.

— Nani? Outra vez? — O Uchiha adiantou-se rapidamente até a mesa para pegar os papéis e deu um tapa na mão de Naruto quando este fez menção de pegá-los primeiro.

— Ôe! O Hokage aqui sou eu!

— Urusai, dobe!

Sasuke pegou o primeiro papel e o leu, enquanto Naruto fazia o mesmo por cima de seu ombro. Os olhos de ambos foram se arregalando conforme absorviam o que estava escrito. Ao terminar, o moreno encarou a face sorridente de Iruka e fechou a cara.

— Isso não é motivo para felicidade, Iruka!

— Hai, hai... Mas é nostálgico. — Comentou o professor, sem se preocupar com a cara feia do Uchiha. — Pregar peças, desafiar qualquer um para uma briga, aprontar pela vila inteira... Me traz lembranças sabe? E tenho certeza que se sua infância tivesse sido normal, agiria da mesma forma que Naruto, Sasuke. Afinal, vocês têm a mesma idade e provavelmente seriam amigos desde aquela época. Mas o que realmente me deixa satisfeito é saber que tudo o que sofri nas mãos de Naruto não foi em vão. Agora ele tem seus próprios problemas para cuidar. — A palavra foi bem acentuada pelo sensei. — Ja matta!

— Isso foi cruel, Iruka-sensei! — Reclamou Naruto enquanto o outro deixava a sala, quase saltitante, mas depois virou-se para Sasuke, que também o fitava de maneira cansada.

— Será sempre assim? — Perguntou o moreno.

— Pelo jeito...

Suspiraram e saíram apressadamente pela janela, atrás dos filhos, esquecendo-se completamente do shinobi enfurecido que havia sido o primeiro a perceber as peripécias dos filhos do Hokage e do Chefe de Polícia de Konoha.

................................

— Eu não acredito que fizeram isso de novo! — Exclamou Naruto desesperado, andando de um lado para o outro em seu escritório enquanto passava as mãos nos cabelos irritadamente. E num último acesso de indignação, perguntou: — E por que sempre eu?

Mais uma vez sua face de pedra no monte Hokage havia sido pintada. Desta vez um Rinnegan arroxeado e um Sharingan foram pintados em cada um de seus olhos. À sua frente, mais uma vez, seu filho e o filho de seu melhor amigo e estavam parados de cabeça baixa, porém, claramente, nem um pouco a arrependidos. Um pouco mais atrás, Kushina e Shizue aguardavam ansiosas para saber qual seria o castigo dos garotos desta vez. Nos últimos tempos estavam cada vez piores, quase levando Naruto e Sasuke à loucura.

— Só queríamos dar um pouco de cor àquela estátua, otou-chan... — Respondeu Minato olhando sério para o pai. — Queríamos que ficasse mais real!

— E desde quando eu tenho um Sharingan, posso saber? — Naruto cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha. Ele até achava a maioria das traquinagens dos garotos engraçadas, mas como Hokage e, principalmente como pai, precisava mantê-los na linha, antes que levassem Konoha inteira ao caos. O que estavam quase conseguindo.

— Isso foi coisa do Shisui-baka!

— Eu acho que os Uchiha também deveriam ter uma representação no Monte Hokage! — Afirmou o garoto.

— Mas não precisava ser na estátua do otou-chan!

— Era a única que eu poderia pintar! Mas eu serei o próximo Hokage e farei com que minha estátua tenha um Sharingan que se possa admirar de toda Konoha!

— O próximo Hokage serei eu! — Gritou Minato, irritado.

— URUSAI! — Dessa vez o grito veio do próprio Rokudaime. — Onde está seu pai, Shizue-chan?

— Konohamaru nii-san foi chamá-lo enquanto vínhamos para cá. — Respondeu a primogênita de Sasuke e Sakura em voz baixa.

Naruto suspirou, enquanto massageava as têmporas. Definitivamente aqueles dois o estavam levando à loucura. Já estavam com sete anos e haviam acabado de ingressar na Academia Ninja, fato que levava Iruka com cada vez mais frequência à sala do Hokage, sempre com uma reclamação diferente. Na semana anterior Minato e Shisue havia provocado praticamente uma revolução na Academia, até mesmo entre os alunos mais velhos. Em meio a salas destruídas e alunos cheios de hematomas, acabou-se descobrindo que o motivo de toda a bagunça fora simplesmente descobrir quem era o mais qualificado para se tornar gennin no próximo exame. E como a competitividade era grande entre todos os candidatos a shinobis, a coisa foi ficando cada vez pior, pois nenhum dos dois recusava um desafio. Nem mesmo Iruka e os outros instrutores unindo forças, haviam conseguido conter a horda de garotos competitivos. Tudo acabou apenas quando a polícia de Konoha fora chamada e Sasuke prendeu os baderneiros em um Genjutsu.

Apesar disso, foi um dia muito feliz para Sasuke, que descobriu que a filha mais velha havia despertado o Sharingan e o estava usando para defender os alunos mais fracos que tentavam evitar estarem no caminho dos vários pequenos confrontos que se desenrolavam. Como padrinho, Naruto também ficou orgulhoso.

Na verdade, Shizue havia despertado seu Doujutsu há quase um ano, mas estava guardando segredo até que o dominasse melhor. Descobriram mais tarde que Minato e Shisue a haviam espionado treinando e por isso ficaram sabendo de seu segredo, começando toda aquela confusão para demonstrarem que eram tão fortes quanto ela. Naruto se perguntava se Sasuke e ele seriam tão irritantes se fossem amigos desde pequenos e se a vida dos dois fosse diferente, como Iruka um dia insinuou. Infelizmente, conversando com o Uchiha sobre isso, chagaram à conclusão de que sim.

— Yo, Naruto! — Sasuke cumprimentou calmamente enquanto entrava na sala. Ao passar pelas meninas, fez um leve afago na cabeça de cada uma, mas sua expressão serena mudou para uma severa ao encarar o filho e Minato. — Qual é o problema de vocês?

Os dois garotos abaixaram a cabeça, desta vez um pouco preocupados. Tinham consciência de que Naruto era mais permissivo com suas traquinagens, mas com Sasuke a história era outra. Por ser o Chefe de Polícia, ele era muito mais severo em suas punições, afinal, acreditava que sua família deveria dar o exemplo. Eles já estavam de castigo após a confusão da semana anterior, então sabiam que, fosse o que fosse que aconteceria agora, seria muito pior.

— Gomen nasai, otou-san... — Disse Shisui em voz baixa.

— Gomen... — Minato também murmurou.

— Sabem, nós podemos entender a competitividade que há entre vocês, já que Naruto e eu sempre fomos assim também. — Sasuke começou com a bronca, depois que recebeu um sinal cansado do amigo, indicando que dessa vez daria carta branca na punição. — Também podemos entender que sintam a necessidade de se sobressair por vocês mesmos, afinal não é fácil ser visto apenas como os filhos do Hokage e do Chefe de Polícia. — Ele sabia que era muito mais que isso, mas preferiu amenizar a questão e, tinha certeza, os garotos entenderiam. — Mas vocês, também, precisam entender que não é dessa maneira que conseguirão ser vistos de forma diferente. As histórias que Kurama conta para vocês têm um significado muito maior do que simplesmente o que parece ser. Sei que, quando mais jovens, nem Naruto e nem eu fomos exemplos de bom comportamento, mas cada um de nós teve seus motivos para isso. Os Uchiha foram mortos quando eu era pouco mais velho que vocês, então acabei perdendo o apoio e o amor de minha família, o que me fez ser como fui. Naruto também cresceu sem os pais e era rejeitado por quase todos na vila. Vocês não têm nenhum desses problemas, mas se espelham nas piores partes do que fomos para tentar chamar a atenção. Se querem ser melhores e mostrar para todos quem são realmente e que são fortes, devem estudar e se empenhar em melhorar suas habilidades. Vocês vivem dizendo que querem ser treinados por nós, não é verdade?

— Hai! — Responderam os garotos em uníssono.

— Então eu vou dar uma condição para que isso aconteça: vocês deverão melhorar seu comportamento à partir de hoje e se esforçarem para ter as melhores notas da Academia. Quanto antes se formarem gennins, antes receberão nosso treinamento. Se continuarem a agir da maneira que vêm fazendo, nós não os treinaremos!

— Vai mesmo me treinar se eu tiver as melhores notas, otou-san? — Perguntou Shisui com os olhos brilhando.

— Hai.

— Otou-chan? — Perguntou Minato olhando para Naruto com um sorriso esperançoso.

— Hai. — Respondeu o Hokage.

— Yatta!* — Gritaram os garotos, batendo as mãos em um gesto de comemoração.

— Mas não pensem que o que fizeram ficará sem punição! — Sasuke apressou-se a dizer, fazendo os meninos o olharem apreensivos.

— Mas, otou-san, nós já estamos de castigo!

— Isso mesmo! Já não podemos fazer nada do que gostamos nos próximos dois meses! — Ajudou Minato. — Só podemos ajudar a oka-chan e a Sakura o’-chan no que elas pedirem...

— Ah, mas vocês terão uma semana de castigo e de uma forma que não vai atrapalhar o que já estão cumprindo... — Sasuke abriu um sorriso macabro, o que fez os meninos engolirem em seco. — E nem em seus estudos.

Até Naruto sentiu um calafrio ao ver a expressão de Sasuke e, teve certeza, não queria estar na pele do filho e do afilhado. Mas não iria interferir dessa vez, pois havia dado essa liberdade ao amigo. E tinha certeza de que ele não faria nada que pudesse machucá-los. Enquanto pensava nisso, nem percebeu que o castigo já havia começado. Minato e Shisui haviam abaixado a cabeça e estavam imóveis no mesmo lugar. Quando percebeu, olhou interrogativamente para Sasuke.

— O que fez?

— Você saberá em alguns segundos... — Respondeu o outro, com um sorriso divertido.

Passados esses segundos, Minato e Shisui começaram a se mexer lentamente, entre resmungos.

— Itai... — Minato massageava as pernas.

— Isso não foi legal, otou-san. — Shisui também parecia com dificuldades para se mexer.

— Vocês passarão por isso durante uma semana. Agora podem ir cumprir “o outro” castigo... — Sasuke os olhou sério, apesar da vontade de rir ao ver a expressão indignada de Minato e a desolada de Shisui.

— Doze horas ajoelhado e olhando para o Monte Hokage todos os dias por uma semana? Isso é cruel, Sasuke o’-chan! — Definitivamente o filho de Naruto estava indignado. — Além disso, eu preciso treinar o estilo de luta Hyuuga com a oka-chan agora... Nem vou conseguir me mexer! Até a Kushina vai me dar uma surra!

Ao ouvir isso, a ruivinha abriu um sorriso satisfeito, mas não disse nada. Provavelmente essa semana seria divertida. Teve certeza ao ouvir a resposta de Sasuke:

— Hum... Isso me lembra: estejam preparados para cumprir esse castigo todos os dias antes de cumprirem o outro.

— NANI? — Shisui estava horrorizado. Mesmo que não treinasse luta com Sakura, sabia que a mãe não pegaria leve no que ele teria que fazer.

— Podem ir. Estejam na delegacia amanhã, assim que saírem da Academia. — Determinou Sasuke.

Ainda protestando pela crueldade do castigo imposto, os meninos foram arrastados para fora do escritório do Hokage pelas irmãs.

Assim que ficaram a sós, Naruto e Sasuke se entreolharam e gargalharam como só eram capazes de fazer juntos.

— Sasuke, você realmente é um sádico. — Comentou Naruto limpando as lágrimas que se acumularam nos olhos pelo excesso de riso.

— Eles precisavam apender uma lição, Naruto. — Sasuke respirou fundo para se recuperar das gargalhadas. — Seus castigos sempre foram muito leves para esses dois.

— Yare yare... Pode até ser, mas... Eu não sabia que o Tsukuyomi poderia ser usado assim. Acha que vai funcionar dessa vez?

— Acredito que sim. Apesar de serem terríveis, são bons garotos. — Respondeu Sasuke com um olhar carinhoso no rosto, o que ainda deixava Naruto perplexo e feliz ao mesmo tempo, quando se lembrava que, em um passado nem tão distante assim, isso seria impensável.

— Achei que você fosse pedir a eles para serem mais como as irmãs. Com elas não temos problemas. — Comentou Naruto pensativo.

— Eu nunca faria isso. Antes do extermínio do clã Uchiha, meu pai tinha o hábito de sempre menosprezar o que eu fazia e me comparar negativamente com Itachi. — Disse Sasuke com a fisionomia pensativa. — Hoje eu sei que a intensão dele era fazer com que eu me esforçasse cada vez mais, contudo era uma coisa que me fazia ficar muito triste. Acredito que hajam maneiras menos dolorosas de se tirar o melhor de nossos filhos.

Essa era uma verdade que Naruto não conseguia contestar. Não teve uma família para poder fazer qualquer espécie de comparação, mas acreditava que estava sendo um bom pai. Assim como Sasuke, que a seu ver, surpreendera muito no quesito paternidade. Nunca imaginou que ele seria capaz de ser tão amoroso e dedicado, mas a verdade era que, para ele, nada era bom ou difícil demais quando se tratava dos filhos.

Uma batida na porta interrompeu os pensamentos dos dois. Sasuke abandonou suas lembranças de infância, que agora não eram mais tão difíceis de lidar e com apenas um aceno, pulou pela janela, de volta às suas obrigações como Chefe de Polícia. Naruto, por sua vez, também decidiu que estava na hora de retomar seu trabalho como Hokage.

— Entre! — Disse em voz alta, logo assumindo uma postura mais digna para o mais poderoso shinobi da vila, mas, assim que a porta se abriu, relaxou e abriu um sorriso feliz. — Hinata-chan!

— Estou interrompendo alguma coisa, Naruto-kun? — Perguntou Hinata com um sorriso.

— Claro que não! Veio por algum motivo especial? — O Hokage franziu as sobrancelhas. — Aliás, você não deveria estar treinando Minato e Kushina agora? Sabe, depois de tudo o que aconteceu, não é bom que dispense Minato do treinamento.

— Não se preocupe, ele está treinando com Kushina e um bushin. — Ela deu um sorriso travesso. — Eles me contaram o que aconteceu. Espero que agora ele mude um pouco, mas me parece que vai funcionar. Ele sequer reclamou. E respondendo à sua primeira pergunta, sim, eu vim por um motivo especial.

Ela se aproximou do marido em passos lentos, de maneira provocante.

— Hum... É mesmo? E qual seria esse motivo? — Ele perguntou, entrando na brincadeira, se levantando lentamente de sua cadeira e recostando-se preguiçosamente na mesa do escritório. — Estou trabalhando agora e uma boa garota não deveria quebrar certas normas.

— Uma boa garota realmente não o faria... — Comentou Hinata, encaixando-se entre as pernas de Naruto e o beijando no pescoço.

Ele riu com a insinuação e a abraçou, suspirando enquanto ela ainda beijava seu pescoço e acariciava sua nuca provocativamente. Ele puxou a ponta dos longos cabelos, fazendo-a erguer a cabeça, e beijou-a com paixão, suas mãos já explorando o corpo bem feito com luxúria.

— Hokage-sama...

A porta abriu-se rapidamente, mas eles não pararam o que faziam. Naruto apenas levantou uma das mãos, dispensando o intruso, que se retirou encabulado.

Do lado de fora da sala do Hokage, seu assistente, Konohamaru, comentou com o shinobi que esperava para entregar um relatório:

— É melhor que volte amanhã. O Hokage está ocupado agora. — Depois da saída do shinobi, Konohamaru comentou, para o mundo em geral: — Com a Godaime o problema era o sakê... Pelo menos Naruto nii-chan tem um vício mais saudável!



Owari




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Yatta! = consegui!; conseguimos! (usado como uma exclamação de comemoração)*Well, espero que tenham gostado e muito obrigada, MESMO, por me acompanharem até aqui. Como são muuuuitas pessoas, vou agradecer apenas a algumas que acabaram se tornando especiais com seus reviews ao longo desses meses: Rafael Serafin, Akuma Naruto, Hyuuga Tomoko (apesar de alguns terem sumido nos últimos tempos, provavelmente devido aos meus atrasos na postagem T_T) e principalmente Lyncis Hyuuga, que sempre deixou comentários enooooormes!!Quero agradecer em especial a: bruninhodark, Rafael Serafin, ytalo, Lyncis Hyuuga e Akuma Naruto por recomendarem essa fic.Bjos a todos os outros que comentaram aqui e que favoritaram!!!