A Filha Da Timidez escrita por viccke


Capítulo 5
Capítulo 4 – Jogo?


Notas iniciais do capítulo

Essa semana eu tenho provas finais, então talvez eu demore um pouco pra postar o próximo capítulo. TALVEZ.



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Só me lembro de ter chegado no quarto correndo e de ter me jogado na cama com a mesma roupa. Apaguei. Babi começou a me cutucar ás 9 da manhã, questionando milhões de coisas. Ela era curiosa demais.

– Acorda! O que aconteceu ontem?

– Como assim o que aconteceu ontem? – eu disse meio sonolenta.

– Você está com a mesma roupa...

– Ah, só estava com preguiça de tirar.

– Você comeu?

– Não.

– Então levanta e se troca, vamos tomar café. – Eu estava sem comer nada durante um dia inteiro.

– Não dá. – resmunguei.

– Por quê?

– To com sono...

– Toma vergonha na cara e levanta logo! – Não adiantava discutir com ela.

Com muito custo me levantei, coloquei um short e uma blusa, lavei a cara e fiz um rabo no cabelo. Em seguida seguimos em direção ao segundo andar. A maioria das “salas” ficavam no segundo andar. A sala do café da manhã – chamo assim porque só fica aberto durante a manhã – era bem confortável e bonita. Era tudo feito de madeira, inclusive o chão. As cadeiras eram todas trabalhadas e as paredes na verdade eram janelas gigantes, com a vista do mar. Fomos nos sentar em uma mesa e logo Rapha se juntou a nós. Junto com ele veio o Wesley. Estremeci.

– Bom dia Jullie. – Rapha disse, abanando a mão pra mim e logo deu um beijo na Babi. Depois se sentou.

– Oi. – Era o Wesley, mas disse isso olhando pra Babi. Nem ousei responder. Além disso, estava muito nervosa para isso. Estava com medo até de gaguejar.

Babi e Rapha eram os que mais conversavam ali, eu só concordava com algumas coisas e nada mais. Wesley falou pouco também. Depois de comer, fui para o quarto. Babi e Rapha foram a algum lugar na qual não me recordo o nome e Wesley foi o primeiro a sair da mesa, nem disse pra onde ia, apenas se despediu. Assim que cheguei no quarto fui tomar um banho pra tirar o suor da noite passada. Enchi a banheira e fiquei lá. Foi um banho demorado. Acho que “fiquei de molho” durante uns 40 minutos. Isso acontecera porque acabei cochilando por um tempo. Sai, me enrolei na toalha e, antes de sair do banheiro, vi um bilhete grudado no espelho. Peguei-o e li seus dizeres: “Belo corpo hein ruivinha?!”. Mas que porra era aquela?! “Só pode ser brincadeira da Babi” – pensei comigo. Amassei o papel e joguei no lixinho. Abri a porta do banheiro e me deparei com vários papéis jogados no chão, todos diziam a mesma coisa. Era o endereço de um site. “Talvez seja algum daqueles sites que te dão susto.” – retornei a pensar. E nada tirava da minha cabeça que era coisa da Babi. No começo ignorei e fui me trocar, mas depois a curiosidade tomou conta.

Sai do quarto e fui em direção à salinha de computadores, que ficava no primeiro andar, perto do Lobby. Em todo lugar que eu passava me olhavam, riam e cochichavam. Já faziam isso normalmente, mas dessa vez estava pior. Estranhei. A salinha dos computadores era bem pequena e estava lotada. Parecia até que todos os presentes no cruzeiro estavam lá. Apareci e chamei a atenção de todos os olhares. Não estava mais entendendo nada. “Será que eu to cagada?!” – pensei e quase ri, porém não o fiz. Mas não era isso. Olhei em um dos monitores e pude entender tudo. Uma foto. Uma foto de uma garota ruiva dormindo na banheira. No monitor ao lado... A mesma coisa. Ao menos a água estava turva e não se via muita coisa além da minha cabeça. Arregalei os olhos e acho que abri a boca, abismada. Sai correndo, desesperada, e na verdade não sabia pra onde ir. Nem no meu próprio quarto eu conseguia ficar sozinha... Pelo menos não mais. Então apenas corri. Corri para qualquer lugar que não tivesse gente.

Este era um grande erro no navio: a falta de chaves nos quartos. Realmente, qualquer um poderia ter entrado lá e tirado essa foto. E claro que não havia sido a Babi.

Me enfiei em um canto do navio – e, sinceramente, eu não sabia aonde estava – que mais parecia ser uma área para os empregados. Fiquei escondida ali por um longo tempo pensando no que fazer. Um cara barbudo e não muito velho acabou me encontrando.

– Hey, o que faz aqui garota?

– Nada. – respondi com os olhos arregalados.

– Aqui é proibido para os viajantes.

– Eu sei, já to saindo. – mal olhei para a cara do sujeito para responder e já havia saído de lá. Fui em direção ao Lobby, agora um pouco mais vazio.

– Oi, eu queria fazer uma reclamação...

– Pois não...? – Uma moça que aparentava ter uns 30 anos estava ali.

– Eu quero a chave do meu quarto. Acabei de ir lá e encontrei um menino mexendo nas minhas coisas. – só mentindo eu iria conseguir o que queria. Se eu contasse sobre a foto, quem poderia provar que eu não a tirei porque quis?!

– Me diga quem é o garoto, podemos dar um jeito.

– Não, não podem! Só não quero que isso volte a acontecer, e eu sei que vai se você não me der a chave.

– Nós podemos cuidar disso, é só falar quem é o...

– Moça, por favor. Já é a segunda vez. – era Babi, que chegou repentinamente, interrompendo a moça. – Eu sou a colega de quarto dela. – E olhou pra mim como se diz “Pode deixar!”. – Além disso, não custa nada. É só uma chave!

– Tudo bem. – ela bufou. – Qual é o número do quarto de vocês?

– 42 – falamos juntas. Em seguida ela nos entregou a chave.

– Só mais uma coisa... Por que vocês não deixam as chaves nos quartos? – acrescentei.

– Ano passado uma turma fez essa mesma viagem. Um garoto se trancou no quarto e... – ela parou por um instante – E se matou com um canivete. Acabamos encontrando seu corpo um dia depois que a excursão acabou, quando os empregados foram limpar os quartos.

– Ele não tinha colega de quarto? – Babi também ficou curiosa.

– Não, não era obrigatório. Depois disso tiramos as chaves também. – Silêncio se fez. Apenas conseguimos agradecer e saímos dali depressa. Voltamos para o quarto e nos trancamos lá.

– Será que você pode me explicar que porra de foto é aquela?

– Eu adoraria, mas eu também não sei.

– Como assim?

– Alguém entrou aqui e tirou aquela foto enquanto eu tomava banho. Eu acabei cochilando na banheira e...

– Mas que merda, isso até parece novela! – me interrompeu, quase gritando.

Neste instante um papel passou por debaixo da porta. Nos encaramos por um momento, tentando entender. Corri para tentar ver quem tinha o deixado ali, mas o corredor estava vazio quando abri a porta. Era um bilhete. Outro bilhete. “E que o jogo comece! Mas não se esqueça: foi você que pediu por isso.” – era o que dizia.

– Realmente, isso até parece uma novela. – eu disse encarando o papel, e depois, encarando a face de Babi, que estava um pouco assustada.



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Notas finais do capítulo

Sinceramente eu não sei se gosto ou odeio o que estou escrevendo... Me digam o que vocês acharam desse capítulo no review, ok?! =)